Frei Claudio sentiu mal na missa das 11.00, no último domingo. Foi levado para o Hospital Madre Teresa em Belo Horizonte e a previsão é que tenha alta na quinta-feira. Ele NÃO ESTÁ NO CTI! Está no quarto 405, falando normalmente e recebendo visitas. Agora acabou de tomar banho e está tomando o café da manhã.

Convento do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro. Terça-feira, 12 de março-2019

Frei Evaldo Xavier, O. Carm. Superior Provincial da Província Carmelitana de Santo Elias.

Da esquerda para direita

Ir Olímpio, tesoureiro/ Ir Mônica, secretaria/ Ir Elisângela, Priora/ Frei Atanael, Assistente Espiritual/ Ir Ana, formadora/ Ir Altino, procurador.

Com informações do Paulo Daher. 

Eis o tempo de conversão

Eis o tempo de conversão,
Eis o dia da salvação:
Ao Pai voltemos, juntos andemos.
Eis o tempo de conversão!

1- Os caminhos do Senhor
são verdade, são amor:
dirigi os passos meus:
em vós espero, Ó Senhor!

2- Ele guia ao bom caminho
quem errou e quer voltar:
Ele é bom, fiel e justo:
Ele busca e vem salvar. (Sl. 25)

3- Viverei com o Senhor:
Ele é o meu sustento.
Eu confio, mesmo quando
Minha dor não mais aguento

4- Tem valor aos olhos seus
meu sofrer e meu morrer:
libertai o vosso servo
e fazei-o reviver! (Sl. 116)

 5- A Palavra do Senhor
é a luz do meu caminho;
Ela é vida, é alegria:
Vou guardá-la com carinho.

6- Sua lei, seu mandamento
é viver a caridade:
Caminhemos todos juntos,
Construindo a unidade! (Sl. 119)

Frei Evaldo Xavier, O. Carm. Provincial da Província Santo Elias, da Ordem dos Frades Carmelitas sediada em São Paulo-SP, está de visita canônica ao convento dos frades em Cachoeira-Ba. Acompanhado do Prior da Ordem Terceira do Carmo de Salvador, o Irmão Osvaldo Martins e mais dois confrades.

A comitiva esteve em audiência com Dom Antonio Tourinho, Bispo de Cruz das Almas e com os padres Hélio Vilas-Boas e Padre Tota. Este encontro firmou mais ainda a unidade entre a Diocese do Recôncavo e a Província dos Carmelitas, presente nesta Igreja Particular faz muito tempo.

Dom Antônio Tourinho se manifestou muito agradecido pela atuação do sacerdote Frei Raimundo que, por enquanto, é a única presença de um religioso consagrado na Diocese recém criada. O Padre Provincial prometeu enviar, em breve, outro frade para fazer comunidade com o tão querido Frei Raimundo. Fonte: www.diocesedecruzdasalmas.com.br

AO VIVO-DOMINGO 24. Missa de Posse do Frei Alonso Gustavo Malaquias, O. Carm, como novo Reitor da Igreja do Carmo de Salvador-BA.

*Frei John Welch, O. Carm. Whitefriars Hall , Washington

Queremos tudo

“Nossos corações estão inquietos”, escreveu Santo Agostinho, e esta verdade permanece como algo fundamental à condição humana. A inquietude, o desejo humano parece que nunca serão  completamente satisfeitos.  Podemos ver a inquietude humana expressa na imagem de um bebê que começa a engatinhar  e a explorar  seu ambiente. A viagem dos primeiros carmelitas que deixaram suas casas para congregar-se num Vale do Monte Carmelo foi movida por este mesmo desejo.   Somos verdadeiramente  peregrinos.

Nós, os humanos, nunca estamos satisfeitos com o que temos pois, como diz Santa Tereza de Lisieux,  queremos tudo.  E não descansaremos até consegui-lo.  A tradição carmelitana  reconhece esta fome do coração humano e diz que fomos feitos desta maneira.  Fomos feitos para procurar e explorar, desejar e sofrer até que o coração finalmente encontre algo ou alguém que possa harmonizar ou estar em consonância com a profundidade do seu desejo, até que o coração possa encontrar alimento suficiente para satisfazer sua fome. Chamamos a este alimento, a esta realização, a esta meta do desejo humano, Deus.  Durante oitocentos anos os carmelitas têm intencionalmente perseguindo esta realização misteriosa e difícil de encontrar. “desejava viver” escreveu Santa Teresa de Ávila, “e não tinha quem me desse vida...”

Acreditamos, ainda que não o digamos, que todo ser humano está nesta procura.  Podemos afirmar isto: cada estudante de nosso colégio, cada membro de nossa paróquia, cada peregrino a nosso santuário, cada candidato em nosso instituto está aberto ao mistério transcendente a que chamamos Deus.   Por algum tempo o desejo pode ser negado, a fome temporariamente satisfeita, o desejo afogado, atordoado, debilitado.   Mas sabemos que está aí e que de um momento a outro aparecerá. Nossa tradição tem a força, a linguagem, as imagens que nos ajudam a iluminar  o que as pessoas estão experimentando no profundo do seu ser.

A tradição carmelitana tenta dar nome a esta  fome, dar palavras ao desejo e expressar que o final da viagem está em Deus.   O coração  humano precisa  ter clareza sobre estes seus desejos.  O Carmelo sempre tem desejado o mesmo e está disposto a caminhar  e acompanhar aqueles com os quais se encontrar neste caminho.  Não podemos satisfazer sua  fome, mas podemos ajudá-los  a encontrar palavras para ela e saber para onde aponta. Temos feito isso na arte, na poesia e na canção, no aconselhamento e no ensinamento, na simples escuta e compreensão.  E podemos advertir as pessoas que, no final, as palavras falham e somente fica o desejo em si mesmo.

Um autor contemporâneo diz que o problema sério da espiritualidade hoje em dia é a ingenuidade a respeito do desejo ou da energia que nos move.  Nosso desejo espiritual dado por Deus, que pode expressar-se de diversas maneiras, incluindo a energia criadora e erótica, pode ser perigoso para nós se não o soubermos conduzir com cuidado. Somos muito engenhosos a respeito deste nosso profundo desejo e não estamos muito atentos ao perigo.  Sem uma atitude de respeito  para com esta energia, buscando o modo adequado de assumi-la e administrá-la,  muitos adultos se movem entre a alienação deste fogo, isto é, ignoram a existência do desejo e vivem em depressão, ou se deixam ser consumidos por ele e vivem num estado de inflação.

Depressão, neste sentido, significa  a incapacidade de desfrutar da vida como um menino, de sentir o verdadeiro prazer. A inflação se refere a nossa tendência de, por momentos, nos identificar-nos com este fogo, com este poder dos deuses. “...Estamos tão cheios de nós mesmos que somos uma ameaça para  nossas famílias, amigos, comunidades e para nós mesmos.”  Incapazes de conduzir esta energia, ou nos sentimos mortos interiormente ou, pelo contrário, somos hiper-ativos e inquietos . “A espiritualidade trata sobre as maneiras como  podemos ter acesso  a essa energia e  como podemos contê-la.”

* Do livro; AS ÉPOCAS DO CORAÇÃO: A DINÂMICA ESPIRITUAL DA VIDA CARMELITANA

No século XVII o Mosteiro de Santa Maria dos Anjos em Florença é centro de fervorosa espiritualidade. Entre as várias pessoas que foram sublimes no caminho espiritual encontrados Santa Maria Madalena de’ Pazzi da qual se escreveu que “foi uma contemplativa eminentíssima ainda que não tenha uma doutrina sobre a contemplação e tão pouco sobre a meditação.” Ela vivia a CARIDADE para com Deus e o próximo, basca ler as suas obras.

O trecho seguinte constitui uma série inteira de ensinamentos do que ela afirma sobre o “trato e a união com Deus.”

TRATO E UNIÃO COM DEUS

De: Santa Maria Madalena de Pazzi, “Ensinamentos

Mantende a vossa mente ocupada em Deus. Esta ocupação em Deus me parece ser a bem-aventurança da alma na terra”. “Realmente e impossível pensar atualmente em Deus... mas estar sempre unida com Deus, tendo sempre a Ele em vista, isto é possível; porque se quando trabalhais para ele, quando vos fatigais, fatigai-vos para ele, para agradar a ele e dar a ele glória e para honrar a ele, isto e estar sempre unida a Deus.” Diz que com o conhecia mento de Deus faremos com ele uma estreita amizade e ele nos trata como seus íntimos; então nos e ele faremos como fazem os amigos Íntimos. “Em primeiro lugar os amigos se contemplam um ao outro com grande amor... assim faz Deus que nos olha continuamente coro grande amor: e nos olhamos a ele... Os amigos costumam contar-se mutuamente os seus segredos; assim Deus manifesta a eles todos os seus segredos e eles manifestam a Ele os seus por não confiar em outros senão n’Ele.”

O amor também ao próximo e o fim da contemplação e a Santa via nesta chave o fim da Ordem: “Nos somos chamados a cousas maiores, somos chamados a uma vida maior, a qual não é de Marta nem de Maria separadas, porque no amor estão contidas uma e outra juntas.

Para ela o espírito da Ordem é “amar tudo e levar a amar, observando principalmente quanto isto agrada a Deus e quanto importa atender as obras internas e tratar interiormente com Deus”, como é prescrito na Regra Carmelitana, na redação da qual “os santos padres... tiveram mais atenção para a perfeição interior do que para a penitência e cousas externas.” “Eu vejo a meu Deus! ... Ele tem duas línguas... uma das quais é o louvor de Deus e a outra é a caridade e as duas clamam ao mesmo tempo. O que estou a ouvir, meu Senhor? A uma me obriga a minha profissão e a outra tu me a mandas estritamente. Ela procurava observar ambas.

Do seu mosteiro, que ela chama de “habitação de Maria”, nos diz que Deus quer “que assim como Maria foi um meio entre Deus e o homem, nos sejamos meio entre este Deus e o homem pelo zelo e desejo contínuo de ajudar as almas e conduzi-las a Deus... Estar separadas do mundo, mortas viver em Deus, nada querer a não ser este Deus, em ansioso e contínuo desejo da salvação das almas.

“A alma unida a Deus fica toda amarrada por dentro e por fora o que a faz aparecer com semblante sereno sem jamais perturbar-se por qualquer contingência”. “Em tudo o que tende a fazer, seja interna ou externamente, lembrai-vos de vos voltar para Deus com olhares vivos e amorosos. Com tais olhares amorosos implorai o socorro das suas graças”.

“As obras exteriores devem ser feitas prontamente e com cuidado sem perda de vida interior”. “A oração é o espírito da religião, nas nunca ela deve servir de pretexto para qualquer dispensa, porque todos os exercícios da religião e da obediência, feitos na presença de Deus, são outras tantas orações.” A paz interior e um efeito da oração mental e é uma recompensa da união com Deus. “A verdadeira prudência dum religioso ou duma religiosa depende da íntima união que tem com Deus. E todos os nossos esforços e zelos devem originar-se do Sangue de Jesus Cristo.” Alem disto anota: “Se não gostais do doce silêncio é impossível deleitar-vos nas cousas de Deus.”

VEM, Ó ESPÍRITO SANTO

Das Obras de Santa Maria Madrilena de Pazzi

Vem, Espírito de Verdade, Luz das trevas. Riqueza dos pobres,

Consolação dos Peregrinos.

Oh! Vem, Tu, refrigério, alegria e alimento de nossa alma.

Oh! vem e toma aquilo que e meu e infunde em mim somente aquilo que e teu.

Oh! vem, Tu que és alimento de cada pensamento puro,

plenitude de toda a bondade e cumulo de toda pureza.

Oh! vem, e queima em mim tudo aquilo que impede que eu seja, tomada por Ti

Oh! vem, Espírito que estas sempre com o Pai e com o Esposo, Jesus Cristo!

*Do Livro; A ORAÇÃO NA VIDA CARMELITANA. Reflexões e textos de autores carmelitanos sobre a Comunhão com Deus e a Oração no Carmelo. Textos preparados por Frei Emanuele Boaga, O.Carm. (Para Encontros de Espiritualidade Carmelitana Das Irmãs Carmelitas da Divina Providência. JULHO - 1986 - Rio Janeiro)

Pelo que sabemos, o primeiro núcleo da Ordem Terceira do Carmo surgiu em Lisboa, na Igreja de Santa Maria dos Carmelitas, em 28 de novembro de 1629, como sugere um letreiro na primitiva capela do convento. A expansão dos terceiros está intimamente ligada à entranhada devoção mariana do povo português, particularmente no que se refere ao Escapulário do Carmo.

O organizador da Ordem terceira lusitana foi frei Pedro de Melo (+1635), que publicou a primeira Regra dos Terceiros em língua portuguesa (1630), contido num devocionário destinado a eles, obra que, infelizmente, se perdeu. Provavelmente frei Pedro deixou se orientar pela Regra de Terceiros do Prior-geral da Ordem, Teodoro Straccio, oficialmente publicada somente em 1637. Interessante notar que uma das fontes do livro de Straccio foi precisamente um tratado composto por frei João Silveira (1592-1687), por ordem do provincial de Portugal. Diversas foram as Regras para Terceiros publicadas em anos posteriores. Destacamos a de frei José de Jesus Maria, no seu Tesouro Carmelitano, cuja primeira edição é de 1705. Teve grande influência em todo o território lusitano e suas colônias. Conserva os votos, mas no final da Regra, ao tratar das obrigações, não faz mais menção dos votos! Tudo que a Regra contém — diz frei José de Jesus Maria — são conselhos e diretrizes para facilitar o caminho da salvação. O texto de frei Miguel de Azevedo (+1811), editado em Lisboa, no ano de 1778, consagra uma outra concepção dos votos de Terceiros. São considerados simples propósitos que não implicam nenhuma obrigação moral. Influenciou fortemente a vida da Ordem terceira, tanto em Portugal quanto no Brasil.

Notamos, assim, uma significativa evolução da Ordem terceira do Carmo: de uma associação só para mulheres, com voto expresso de ‘castidade perfeita’, chega-se a uma associação com voto de castidade ‘segundo o próprio estado’. Por volta de 1600 vemos surgir o que será chamada depois de ‘Ordem Terceira Secular do Carmo’, isto é, uma associação de fiéis que vivem no mundo e que, sob a obediência da Ordem do Carmo e segundo o seu espírito, se esforçam por alcançar a perfeição cristã pela observância da Regra terceira. O fim principal, portanto, é ‘uma vida mais perfeita, segundo o ideal carmelitano’, ou seja, união íntima com Deus pelo espírito de oração e uma terna devoção à Virgem Puríssima do Carmo. Semelhante estilo de vida deve contribuir para promover, no próprio ambiente em que vive o terceiro, o bem da Igreja e a salvação das almas.

Foi a Ordem Terceira que, em Portugal, manteve viva a devoção de Nossa Senhora do Carmo e o culto ao Santo Condestável durante a supressão da Primeira Ordem em terras lusitanas.

Como Prior-geral da Ordem de 1451 a 1471, João Soreth promoveu uma reforma interna da Ordem, com o objetivo de funcionar como fermento renovador das respectivas províncias. Os adeptos renunciaram a qualquer bem temporal, privilégio ou exceção. Comiam à mesa comum e não se permitia visitantes no convento sem expressa autorização do prior, exatamente para conservar o clima de recolhimento interior e exterior. A reforma atingiu — como já vimos em páginas anteriores — principalmente as regiões da França, Países Baixos e Alemanha.

Teve significativa influência da ‘Devoção Moderna’, movimento espiritual iniciada nos Países Baixos por Geert Grote (1340-1384), tendo como seu fruto mais maduro e duradouro a coletânea ‘A Imitação de Cristo’, escrito por Tomás de Kempis (1380-1471). Trata-se de uma corrente de renovação interior, a partir de uma vida cristiforme.

Soreth insiste na restauração da vida em comum, de acordo com o relato da Igreja Primitiva (At 2,44-47; 4,32-35). Na interpretação da Regra privilegia a ‘mística da cela’, apresentando-a como “lugar sagrado no qual Deus e seu servo se entretêm em segredo, assim como alguém fala com seu amigo. Nela a alma fica unida a Deus como a esposa ao esposo. A cela é, assim, o templo onde se realizam os mistérios sacros”. Seu promotor faz distinção entre ‘cela exterior’ e ‘cela interior’, e considera a primeira o símbolo da segunda. A cela interior representa a consciência imersa em Deus e que envolve todas as energias interiores. Valoriza deste modo o ‘deserto’ da tradição monástica, espaço privilegiado de encontro com Deus, onde experimentamos, realisticamente, nossos próprios limites e sentimos, mais intensamente, a necessidade de Deus. É, por excelência, o recinto do despojamento-purificação e da acolhida-escuta da Palavra. Juntamente com isso aparecem aqui os temas de cruz-morte, libertação da escravização a si mesmo e desejo de aderir a Cristo no amor.

Como extensão e aprofundamento da reforma soretiana surgiram — como foi mostrado em outra parte — mosteiros de monjas carmelitas, entre os quais a fundação promovida pela Duquesa de Bretanha, na França, a Beata Francisca d’Amboise (1427-1485), que se tornara carmelita em 1468.

*Dom Vital Wilderink, O . Carm. In Memoriam

O ABSOLUTO É DESTRONADO

                        Há um outro fenômeno que devemos considerar: a modernidade. Todos nós podemos perceber como ela entra cada vez mais no Brasil. Uma das suas características é a procura do imediato, do relativo. Inclusive a ciência, que caracteriza a modernidade, acentua, torna mais aguda a consciência da relatividade, da provisoriedade  das hipóteses.  Pois a própria ciência e tecnologia, embora exaltadas como algo absoluto, progridem a partir da descoberta do relativo. Portanto, a modernidade é muito caracterizada por esta procura do relativo e não pela procura do absoluto, porque acha que o absoluto, se existe, é inascessível.

                        É bom colocarmos a nossa reflexão sobre o Absoluto de Deus num contexto concreto. Assim não trabalharemos com imagens do  Absoluto, mas poderemos descobrir o risco de sua busca. Dizia João Guimarães Rosa: “Viver é muito perigoso”. Graças a Deus é perigoso viver, porque  na vida de cada dia existe o risco do Absoluto. No fundo, o relativo nunca pode significar um risco, nunca assusta tanto. O que assusta é precisamente o Absoluto. Desconfio daquele que fala com a maior facilidade do Absoluto que está presente em sua vida. Onde  está esse Absoluto?

                        Vamos esclarecer o termo do ponto de vista filosófico: Absoluto é o que se entende como ser “ por si mesmo”. Determina uma  coisa por sua substância ou essência, portanto sem referências de fora.

                        Na  nossa  cultura ocidental, o absoluto sempre esteve muito presente, até o século passado quando surgiu o positivismo na França e que., depois, teve muita influência aqui no Brasil. Mas podemos dizer que o Absoluto foi destronado pelo seu contrário que é o  relativo, com a vinda do positivismo que está na raiz da  modernidade. No nosso século, e a gente percebe isso muito mais vivamente agora, o absoluto é destronado. É bom que tomemos consciência disto. Como Carmelitas, peregrinos do Absoluto, temos que encontrar, na nossa missão um jeito que responda a este mundo da modernidade que invade cada vez mais a América Latina. Até nas estruturas da convivência humana o absoluto desapareceu. Do absolutismo político chegamos ao liberalismo. Parece uma coisa que não tem nada a ver com a espiritualidade, mas tem sim. Aparecem temáticas como: tolerância, liberdade, individualismo, antidogmatismo. São todos sintomas que fazem perceber como o absoluto, nas suas várias expressões culturais, foi destronado pelo relativismo.

                        Há um espírito crítico hoje muito mais forte que antigamente. A recusa de aceitar uma verdade definitiva é muito forte. Nos nossos retiros antigamente ouvia-se muitas vezes aquela frase: “ O que é isto em comparação com a eternidade?” Pulava-se do cotidiano para a eternidade, cuja definição ficava meio no ar, pois não havia aquilo que hoje caracteriza o nosso dizer, o nosso experimentar o Absoluto, esta questão da busca. Diante de um problema, uma dificuldade, uma decepção... devíamos dizer: “ mas o que significa isto em comparação com a eternidade?”  Pulava-se !... Hoje, ao admitir o eterno, o absoluto, temos muitos  mais consciência de uma busca. O eterno não é uma hipoteca que pesa sobre o temporal,  como era antigamente. Hoje o eterno, o absoluto são mais uma busca.

                        É sintomático o interesse que se tem, principalmente nos países do 1º mundo, por questões problemáticas, parece que existe um certo prazer em abordá-las. Isto é muito significativo porque faz perceber como o absoluto foi destronado pelo relativo. É sintomático também o gosto pela pluralidade de experiências. Isto faz com que o movimento em linha reta para cima se mude para horizontal. A noção de hierarquia cedeu lugar à noção de relatividade. Relatividade que significa, às vezes, relacionamento por oposição. São sintomas que devemos levar em conta para que não sejamos simplórios, quando pretendemos ter, como Carmelitas peregrinos do Absoluto, uma missão no nosso mundo, caracterizado por todos esses traços que tentei explicar.

*Dom Frei Vital Wilderink, O Carm- Eremita Carmelita e 1º Bispo de Itaguaí/RJ - foi vítima de um acidente de automóvel quando retornava para o Eremitério, “Fonte de Elias”, no alto do Rio das Pedras, nas montanhas de Lídice, distrito do município de Rio Claro, no estado do Rio de Janeiro. O acidente ocorreu no dia 11 de junho de 2014. O sepultamento foi na cidade de Itaguaí/RJ, no dia 12, na Catedral de São Francisco Xavier, Diocese esta onde ele foi o primeiro Bispo.

Nicolau “Gallus” foi prior geral da Ordem e se retirou para um eremitério onde terminou os seus dias. É uma figura representativa da corrente do novo eremitismo dentro da Ordem, em sua época. Na polemica contra os adeptos do apostolado ativo, ele na sua Obra “A flecha de fogo” da primazia aos valores da solidão e do recolhimento.

Oferecemos alguns trechos que possuem um amplo conteúdo que superam as fronteiras da própria vida eremítica, em particular a página sobre o convite da natureza para louvar ao Criador.

CONDUZI-LA-EI À SOLIDÃO E FALAR-LHE-EI AO CORAÇÃO de: “A flecha de fogo”, de Nicolau “Gallus” (ano 1270)

Porventura o Senhor e Salvador nosso não nos conduziu benevolamente à solidão, onde, com uma especial familiaridade, falou ao nosso coração? Aquele que para nossa consolação se mostra aos seus amigos e revela os seus mistérios, não em público, não nas praças, não no meio do ruído, mas no segredo.

A solidão do monte, por mandato do Senhor, subiu Abraão, que, por obediência, não hesitando na fé, mas pela sua esperança antevendo o fruto, quis sacrificar o seu filho Isaac, pelo que foi significada a paixão de Cristo, o verdadeiro Isaac. Foi dito também a Lot, sobrinho de Abraão, que saindo de Sodoma salvaria a sua vida na solidão do monte.

Ainda na solidão do Monte Sinai a Lei foi dada a Moisés, que aí foi revestido de tal fulgor que, quando desceu do monte, não puderam contemplar a sua face resplendente.

 Eis que na solidão de uma cela, dialogando Maria e Gabriel, verdadeiramente incarna o Verbo do Pai Altíssimo. Eis que Deus feito homem, querendo transfigurar-se, mostrava a sua glória na solidão do Monte Tabor. Eis que o nosso Salvador subiu sozinho à solidão do monte para orar. Na solidão do deserto jejuou continuamente quarenta dias e quarenta noites. Aí quis ser tentado pelo demônio, para assim nos mostrar um lugar mais apto para orar, fazer penitência e vencer as tentações. A solidão do monte ou do deserto subiu o Salvador para orar; mas quando quis pregar ao povo ou manifestar os suas obras desceu do monte.

Eis que Aquele que plantou os nossos pais na solidão do monte, a Si mesmo se lhes deu como exemplo e aos seus sucessores, querendo que os suas obras, que nunca estão isentas de mistério, fossem transcritas para exemplo.

Outrora, diversos dos nossos antecessores seguiram esta regra verdadeiramente santíssima do nosso Salvador: conhecendo a própria imperfeição moravam longo tempo na solidão do ermo, mas querendo ajudar o seu próximo, embora sem com isso sofrerem dano, desciam algumas vezes do ermo, se bem que raramente, para semearem prodigamente o grão que na solidão colheram com a fouce da contemplação.

*A ORAÇÃO NA VIDA CARMELITANA. Reflexões e textos de autores carmelitanos sobre a Comunhão com Deus e a Oração no Carmelo. Textos preparados por Frei Emanuele Boaga, O.Carm. (Para Encontros de Espiritualidade Carmelitana Das Irmãs Carmelitas da Divina Providência. JULHO - 1986 - Rio Janeiro)

 

* Dom Vital Wilderink, O . Carm. In Memoriam

                         Ao preparar esta palestra que vocês me pediram, encontrei inspiração em dois artigos que li recentemente. O primeiro na Revista “ 30 dias”, escrito pelo Mons. Giussani, fundador do Movimento Comunhão e Libertação. O segundo no Dicionário de Espiritualidade. Os três temas pedidos: Absoluto, Fraternidade e Missão estão intimamente ligados, como poderão observar no decorrer desta exposição.

I  - O ABSOLUTO  DE  DEUS

 1 . PEREGRINOS DO ABSOLUTO

                        Todos nós, Carmelitas das várias ramificações, de carias famílias, de várias folhas e flores, tivemos desde o início de nossa formação para a vida religiosa um contato mais ou menos profundo com aquilo que se chama Espiritualidade Carmelitana. E este contato se fez através de pessoas ( nossos  formadores ), através também de livros de autores da nossa Ordem. Aos poucos foi  se formando um clima que podemos chamar de clima carmelitano e que nos deu um quadro de referência para interpretarmos a vida espiritual, a vida religiosa, a vida pastoral e a própria vida humana que recebemos como dom de Deus. São coisas imperceptíveis. Não é quadro de referência feito de definições muito claras, muito cartesianas, mas é um clima, cujos fatores preponderantes conseguimos descrever. É mais uma questão de experiência, de vivência, que nós herdamos.

                        Ao percorrer um pouco a Espiritualidade Carmelitana a gente percebe que  há uma insistência na busca do Absoluto. É difícil defini-la, mas quando lemos nossos autores, percebemos sempre esta busca, tanto assim que os carmelitas são chamados: Peregrinos do Absoluto.

                        Tudo aquilo que se diz do carmelita, se aplica também ao cristão. Aí  é que está o critério da autenticidade de uma espiritualidade. Mas é uma questão de clima, do ar que a gente respira, de certas acentuações que sempre voltam de novo e que são revolvidas  como a enxada revolve a terra para fazer  sempre novas descobertas. São coisas que dão sentido à vida pela qual a gente optou quando entrou na vida religiosa.

                        À primeira vista essa busca do Absoluto pode aparecer como um distanciamento daquilo que é relativo, que é histórico. Por isso muitas vezes, quando nos identificam como carmelitas, dizem: “ Carmelita! Lá em cima! Lá nas alturas! Os contemplativos!” Quase como sinônimo de alienados. Depois, conversando, mudam de opinião. A própria contemplação, muitas vezes, é interpretada como  alguma coisa pela qual a gente entra em contato com o Absoluto. E na medida em que vamos entrando em contato com o Absoluto, vamos  nos afastando, nos distanciando daquilo que é relativo, histórico, contingente. É assim que pensam.

                        O que é contingência? A contingência marca profundamente o ser humano. Eu sou contingente porque poderia não ser. A experiência da contingência é algo muito profundo na nossa experiência, no nosso itinerário, na  nossa vida humana. Se a contemplação, como movimento em direção ao Absoluto, for  considerada como algo distanciado do histórico, a missão e a fraternidade seriam como anexos, acessórios e não o motor da vida carmelitana. Seriam meios externos à própria contemplação e deveriam, como meios, como recursos, ajudar aquilo que é principal: a contemplação. Nesta visão porém a fraternidade e a missão ficariam prejudicadas.

                        Que chance tem no nosso mundo hodierno a vida e a espiritualidade  carmelitana que de fato acentua a busca do Absoluto, da contemplação? Que chance temos neste nosso mundo aqui da América Latina que exige de nós uma presença que se debruça sobre as feridas abertas pela pobreza, pela fone, pela perseguição, pela opressão, pela corrupção...? Basta ver todos estes cartazes  sobre a realidade que vocês colocaram aí na parede.       

*Dom Frei Vital Wilderink, O Carm- Eremita Carmelita e 1º Bispo de Itaguaí/RJ - foi vítima de um acidente de automóvel quando retornava para o Eremitério, “Fonte de Elias”, no alto do Rio das Pedras, nas montanhas de Lídice, distrito do município de Rio Claro, no estado do Rio de Janeiro. O acidente ocorreu no dia 11 de junho de 2014. O sepultamento foi na cidade de Itaguaí/RJ, no dia 12, na Catedral de São Francisco Xavier, Diocese esta onde ele foi o primeiro Bispo.  

Este dilema encontrará sua compreensão nos santos do Carmelo. No encontro com esta chama profunda os santos se deixaram queimar e purificar por ela. Teresa de Ávila a entende como a água que Jesus ofereceu à samaritana.  Mais fogo que água, esta chama inflama o desejo.  “Mas com que sede se deseja ter esta sede!”  João da Cruz começa seu poema do Cântico Espiritual com uma queixa: “Onde é que te escondeste, Amado, e me deixaste com  gemido?  Como o cervo fugistes, Havendo-me ferido; Saí, por  ti clamando, e eras já ido.” João da Cruz  compreende  nossa humanidade como o despertar no meio de uma história de amor.  Alguém tocou nossos corações ferindo-os e fazendo-os penar por causa disto.  Quem tem nos fez tal coisa  e para onde foi?  Estas perguntas perseguem a cada ser humano ao longo de sua viagem e o impulsionam a cada passo, desde o engatinhar do bebê à  peregrinação do papa à Terra Santa, incluindo todo o esforço humano que é feito nesta busca.

João da Cruz diz que nossos desejos são como meninos. Se lhes damos atenção, acalmam-se por algum tempo. Mas logo despertam e rompem com seu barulho a  paz do lar. Nossos desejos são também como um dia longamente desejado de estar com o amado; mas esse dia termina numa grande desilusão. Nossa humanidade tem uma fome que somente Deus pode satisfazer.

Teresa de Lisieux procurou explicar seus profundos desejos com a imagem do céu: o céu como o Domingo sem fim, o retiro eterno, a fonte eterna. A ribeira eterna é uma expressão particularmente evocadora do desejo do seu coração. ela queria tudo na sua vida, e esta imagem é expressão de todos os seus desejos.  Mas não há imagem ou conceito que possa  expressar seus desejos: Sinto o quanto sou impotente para expressar em linguagem humana  os segredos do céu, e depois de escrever página após página vejo que ainda não comecei . Há tantos horizontes diferentes , tantos nuances de infinita variedade... (SS. 189) 

Saímos ao encontro disto ou daquilo seduzidos  por uma promessa de realização, mas terminamos por ser decepcionados mais uma vez. Usando a imagem de Terezinha  chegamos  a muitas fontes, mas não percebemos  que não é a fonte eterna .

O espírito e a psique  habitam a mesma região da mente. O espírito é esse dinamismo que há em nós, que nos impulsiona à plenitude do ser, ao conhecer tudo, ao amar tudo, a ser um com todos.  A psique expressa estes desejos com imagens primordiais tiradas do corpo e do mundo.  A psique conecta os órgãos do corpo com seu enraizamento no cosmos, com a transcendência do espírito e seu desejo de plenitude.  Nossas imagens esperançosas, tais como “a ribeira eterna”,  são expressão tanto da psique como do espírito .

As imagens da psique são movidas pelos desejos do espírito.  Elas podem mover e expressar nossas ânsias de paz e de justiça, podem nos abrir a um profundo arrependimento, podem lançar luz sobre nossa existência e iluminar o nosso caminho, podem criar cenários de esperança  sobre nosso futuro depois desta vida, como fez Teresa de Lisieux.  Mas nenhuma delas  é suficiente para expressar  completamente  nossos desejos mais profundos, sobretudo o desejo que somos. Nosso desejo profundo de conhecer e amar, de ser unificado com tudo o que se é, nunca será realizado. Nossa fome profunda nunca encontra suficiente alimento nesta vida.  Expressamos  nossas  necessidades, mas, o que queremos na realidade?

O teólogo Bernard Lonergan acreditava que se nós seguirmos  o caminho de nossos desejos profundos, expressando-os na verdade, confrontando-nos com eles e respondendo ao seu apelo em nossas vidas, dessa forma  poderíamos experimentar conversões. Nossas necessidades e nossos desejos se purificarão na medida em que desejemos o que Deus deseja até que nosso desejo seja harmonizado com o de Deus.

Que desejam os homens e mulheres de nossas paróquias, de nossas casas de retiro, que buscam nossos conselhos e orientação?  Tudo! Contem com isto e isto lhes dêem. Nós dizemos a nós mesmos e dizemos a eles que a fome dentro de nós é tão profunda e poderosa que, reconhecida ou não, só Deus é o alimento que a pode saciar. Quando Jesus  pregou sobre o Reino de Deus presente e vindouro, se referia precisamente aos desejos profundos , ao santo desejo que aninhava o coração de seus ouvintes.

Em 24 de março de 2000 foi  celebrado o vigésimo aniversário do assassinato do Arcebispo Oscar Romero em El Salvado. Foi assassinado durante a celebração da Eucaristia em uma capela carmelita.  Enquanto celebrava os funerais daqueles que tinham sido assassinados pelos poderosos e lia os nomes dos desaparecidos,  percebeu  que era seu dever emprestar sua voz aos sem voz. E assim se produziu sua conversação de um padre  tradicional,  profissional e piedoso se converte num pastor valente e defensor de seu povo. Entregou-se à tarefa de denunciar os desejos oprimidos do povo e assim com sua presença valiosa dar vida ao desejo santo que viu refletido nos rostos das pessoas do povo salvadorenho . 

Escutar as pessoas, expressar seu desejo profundo e ajudá-las a dar nome ao seu desejo, é parte do ministério carmelita.   Os primeiros carmelitas estabeleceram em seu pequeno vale as condições que colocariam ordem em seus múltiplos desejos.  Cada um habitava em uma cela e estas rodeavam a capela na qual recordavam diariamente o desejo  de Deus para eles. Teresa de Ávila fundou comunidades de clausura nas quais as freiras puderam abrir-se completamente à força de seus desejos numa amizade afetuosa com o Senhor e entre elas. Ela as animou a que se deixassem seduzir pela atração de suas profundidades enquanto seus desejos fragmentados iam encontrando sanção e reorientação. Tanto ela como Teresa de Lisieux acreditavam firmemente que se Deus nos havia dado esses desejos, Ele mesmo os levaria à sua plenitude.

Resumo

A tradição carmelitana reconhece que há uma fome de Deus muito profunda no coração do homem. Este desejo e esta ânsia nos impulsiona ao longo de toda nossa vida enquanto buscamos a realização do desejo de nosso coração. Este desejo profundo de Deus em nossas  vidas é o fruto do seu amor primeiro, do seu desejo anterior por nós. Deus, o primeiro contemplativo, nos olhou e nos fez encantadores e atraentes para Ele. A tradição carmelitana não fala do aniquilamento do desejo, mas sim da transformação dos desejos para que mais e mais desejemos o que Deus deseja, numa consonância de desejo. Como Teresa de Ávila disse simplesmente,  Eu quero o que Você quer .

Perguntas para reflexão

 1-Como experimento esse desejo, esta ânsia, esta fome que no fundo é de Deus ? Estou consciente dessa inquietude fundamental? Encontro um lugar na minha vida em que este desejo esteja se expressando?

2-O que produz em mim gozo e prazer profundo ? Em que momento me sinto mais criativo e mais vivo? Tento rejeitar, ignorar, suprimir o fogo dentro de mim ou procuro  formas de valorizá-lo ?

3-Como expresso os meus desejos mais profundos? Que atividades os incluem e me deixam desejando sua realização profunda ?

4-Como as pessoas com as quais trabalho expressam os desejos profundos do seu coração ? Como eu, junto com elas, encontro a linguagem para este desejo e o celebro como um dom que eleva até Deus?

* Do Livro; AS ÉPOCAS DO CORAÇÃO: A DINÂMICA ESPIRITUAL DA VIDA CARMELITANA

Vai Elias

Letra e música: Irmã Natalina Grande, O. Carm e Victor Octávio Kruger Júnior, O. Carm.

Vai, Elias, vai!: Vai, Profeta do Senhor, Elias, vai! Noite e dia, vai! Vai falar do seu amor, vai, falar!

1-Vai, Elias e anuncia: Que só Deus é o Senhor, de bondade enche a terra, pois eterno é seu amor: Elias, vai!

2-Vai, Elias e anuncia, a Palavra do Senhor, dos pequenos e oprimidos: Deus é seu libertador: Elias, vai!

3-Vai, Elias e anuncia, nuvem branca sobre o mar: É figura de Maria, desde longe a brilhar: Elias, vai!

4-Vai, Elias e anuncia, a Palavra do Senhor, aos teus filhos Carmelitas, que te seguem com fervor:  Elias, vai!