NOVENA DE NOSSA SENHORA DO CARMO EM ANGRA DOS REIS/RJ: Homilia do Frei Petrônio de Miranda, O. Carm, no 2º Dia do Novenário de Nossa Senhora do Carmo em Angra dos Reis/Rj. Convento do Carmo de Angra. 8 de julho-2020. Divulgação: www.instagram.com/freipetronio

Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista da Ordem do Carmo

Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. 12 de julho-2020.

 

Pode um corrupto ter recebido a semente da palavra? Pode sim, ele foi um terreno duro. Até que participou da Missa, dos círculos bíblicos e dos grupos de oração. Mas depois agiu com má fé roubando o dinheiro do povo, esquecendo assim o verdadeiro ensinamento de Jesus que abomina o desprezo de toda e qualquer forma de corrupção.

Pode um pai de família violento na família ter recebido a semente da palavra? Pode sim. Para ele, a palavra caiu em seu coração pedregoso. Sim, porque muitas vezes entramos na Igreja para cumprir um rito social, rezamos para “afastar o diabo” ou para pedir algum milagre. Mas depois... Bem, depois caímos nos mesmos erros do cotidiano colocando as nossas vontades em primeiro lugar, esquecendo assim da mensagem central de Jesus.

Pode um mentiroso, falso e arrogante ter recebido a semente da palavra? Pode sim, porque bem sabemos que é tão fácil cumprir o preceito dominical- ir à missa- ou seguir a nosso belo prazer os dogmas e mandamentos da lei de Deus, mas tudo por tradição vazia ou por mero gosto pela religião, mas sem nenhum compromisso transformador com o Jesus de Nazaré.

Pode um bandido, um assassino, um corrupto, um arrogante ou um estrupício mudar a vida depois de ter recebido a palavra de Deus? Pode sim, porque esta mensagem salvífica ao cair em terra boa transforma, inova, mexe e remexe com vidas feridas e vasos quebrados transformando-os em verdadeiras obras de arte.

E para você? E para mim, qual o terreno para acolher a palavra? E tenho dito!

 

“Maria não deve ser uma realidade fora do Carmelita. Ele deve viver uma vida tão semelhante à de Maria, para viver com, através e para Maria. ... Nossa devoção a Maria deve nos tornar quase outras mães de Deus, para que ele também seja concebido em nós e gerado por nós. O mistério da encarnação nos revelou que o homem vale muito para Deus e que Deus quer estar intimamente unido com o homem.” (Beato Tito Brandsma - Beleza de Carmelo). Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. 8 de julho-2020. Divulgação: www.instagram.com/freipetronio

Convite para o primeiro Dia da Novena de Nossa Senhora do Carmo em Angra. Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. Terça-feira, 7 de julho-2020. Divulgação:  instagram.com/freipetronio

 

Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista da Ordem do Carmo

Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. 4 de julhio-2020.

 

Jesus é estranho...

Sabe Jesus, nós gostamos é de prestígio, do mundo virtual e das Selfies, enquanto você fala em simplicidade e escondimento.

Sabe Jesus, nós somos auto suficientes, você fala em humildade e desprendimento em nossas relações com o sagrado e com o próximo.

Sabe Jesus, você fala em pequeninos, já nós votamos em políticos médicos, advogados, empresários e bem sucedidos na vida profissional, social e política, mesmo que sejam corruptos e assassinos dos pobres.

Sabe Jesus, você fala nos cansados, fatigados e esquecidos. Por sua vez, nó seguimos nas redes sociais os famosos e “vencedores da vida”. Sim, não importa se eles seguem a tua Boa Nova ou não, não importa se eles são éticos, humanos e solidários.

Sabe Jesus, você fala em espiritualidade sincera, livre é de coração. Nós gostamos mesmo é de leis, dogmas, regras e normas, mesmo que seja apenas para vivermos de aparência e fingimento diante do povo.

Sabe Jesus, você fala em mansidão, compaixão e amor. Nós gostamos mesmo é de agir com arrogância na Igreja, na família e no trabalho.

É o seguinte Jesus... Tudo é muito bonito e espiritual na tua fala, mas fica difícil te seguir deixando de lado o nosso desejo de crescer, afinal, estamos neste mundo cão da competitividade e não vamos ficar para trás!

Sim Jesus, até entramos nos templos e achamos bonito todo aquele ritual, mas a vida é dura Senhor. Ah! E por favor, não me peça para ser manso e humilde de coração. Não quero ser motivo de chacota entre os meus amigos e familiares. Fala sério né Senhor!    

A fome em Angra dos Reis... Um Olhar sobre a fome e a caridade na cidade de Angra dos Reis, Rio de Janeiro.  Por Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. 3 de julho-2020. Divulgação:  www.instagram.com/freipetronio

(Contatos para doação: Convento do Carmo; 3367-3412 (Frei Petrônio). Meu Whatsapp- (21) 982917139. Whatsapp da Conceição Fonseca: 97404-1826)

SILÊNCIO X SILENCIAR.... A Palavra do Frei Petrônio, direto da Basílica do Carmo de São Paulo. Terça-feira, 30 de junho-2020. junho-2020. ivulgação:  www.instagram.com/freipetronio

AO-VIVO QUARENTENA COM FREI PETRÔNIO. Convento do Carmo, Angra dos Reis/RJ. Sexta-feira, 26 de junho-2020. www.instagram.com/freipetronio 

“Jesus Cristo não é apenas doce de coco, mas também jiló”. Vídeo da homilia do Frei Petrônio de Miranda, O. Carm, na Missa do 12º Domingo do Tempo Comum-A, no Carmo de Angra dos Reis/RJ. 21 de junho-2020. Divulgação: www.instagram.com/freipetronio

"Jesus Cristo não é apenas doce de coco, mas também Jiló". Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. 

As leituras deste domingo põem em relevo a dificuldade em viver como discípulo, dando testemunho do projeto de Deus no mundo. Sugerem que a perseguição está sempre no horizonte do discípulo… Mas garantem também que a solicitude e o amor de Deus não abandonam o discípulo que dá testemunho da salvação.

A primeira leitura apresenta-nos o exemplo de um profeta do Antigo Testamento – Jeremias. É o paradigma do profeta sofredor, que experimenta a perseguição, a solidão, o abandono por causa da Palavra; no entanto, não deixa de confiar em Deus e de anunciar – com coerência e fidelidade – as propostas de Deus para os homens.

No Evangelho, é o próprio Jesus que, ao enviar os discípulos, os avisa para a inevitabilidade das perseguições e das incompreensões; mas acrescenta: “não temais”. Jesus garante aos seus a presença contínua, a solicitude e o amor de Deus, ao longo de toda a sua caminhada pelo mundo.

Na segunda leitura, Paulo demonstra aos cristãos de Roma como a fidelidade aos projetos de Deus gera vida e como uma vida organizada numa dinâmica de egoísmo e de autossuficiência gera morte.

 

Primeira leitura (Jer 20,10-13). Atualização.

Ser profeta não é um caminho fácil: o exemplo de Jeremias é elucidativo (como também o é o testemunho de Óscar Romero, Luther King, Gandhi e tantos outros profetas do nosso tempo). O “mundo” não gosta de ver ser posta em causa a sua “paz podre”, não está disposto a aceitar que se questionem os esquemas de exploração e injustiça instituídos em favor dos poderosos, nem que se critiquem os “valores” de alguns “iluminados” fazedores da opinião pública. O “caminho do profeta” é, portanto, um caminho onde se lida permanentemente com a incompreensão, com a solidão, com o risco… É, no entanto, um caminho que Deus nos chama a percorrer, na fidelidade à sua Palavra. Temos a coragem de seguir esse caminho? As “bocas” dos outros, as críticas injustas, a solidão que dói mais do que tudo, alguma vez nos impediram de cumprir a missão que o nosso Deus nos confiou?

No batismo, fomos ungidos como “profetas”, à imagem de Cristo. Estamos conscientes dessa vocação a que Deus, a todos, nos convocou? Temos a noção de que somos a “boca” através da qual a Palavra de Deus ressoa no mundo e Se dirige aos homens?

A experiência profética é um caminho de luta, de sofrimento, muitas vezes de solidão e de abandono; mas é também um caminho onde Deus está. O testemunho de Jeremias confirma que Deus nunca abandona aqueles que procuram testemunhar no mundo, com coragem e verdade, as suas propostas. Esta certeza deve trazer ânimo e dar esperança a todos aqueles que assumem, com coerência, a sua missão profética.

 

Evangelho (Jo 15,26b.27ª).

 

AMBIENTE

Continuamos no mesmo ambiente em que o Evangelho do passado domingo nos situava. Os discípulos – que Jesus chamou e que responderam positivamente a esse chamamento, que escutaram os ensinamentos e que testemunharam os sinais de Jesus – vão ser enviados ao mundo, a fim de continuarem a obra libertadora e salvadora de Jesus. Contudo, antes de partir, recebem as instruções de Jesus: é o “discurso da missão”, que se prolonga de 9,36 a 11,1.

Mateus escreve durante a década de 80. No império romano reina Domiciano (anos 81 a 96), um imperador que não está disposto a tolerar o cristianismo. No horizonte imediato das comunidades cristãs, está uma hostilidade crescente, que rapidamente se converterá em perseguição organizada contra o cristianismo (no ano 95, por iniciativa de Domiciano, começa uma terrível perseguição contra os cristãos em todos os territórios do império romano).
A comunidade cristã a quem Mateus destina o seu Evangelho (possivelmente, a comunidade cristã de Antioquia da Síria) é uma comunidade com grande sensibilidade missionária, verdadeiramente empenhada em levar a Boa Nova de Jesus a todos os homens. No entanto, os missionários convivem, dia a dia, com as dificuldades e as perseguições e manifestam um certo desânimo e uma certa frustração. Os crentes não sabem que caminho percorrer e estão perturbados e confusos.

Neste contexto, Mateus compôs uma espécie de “manual do missionário cristão”, que é o nosso “discurso da missão”. Para mostrar que a atividade missionária é um imperativo da vida cristã, Mateus apresenta a missão dos discípulos como a continuação da obra libertadora de Jesus. Define também os conteúdos do anúncio e as atitudes fundamentais que os missionários devem assumir, enquanto testemunhas do “Reino”.

 

MENSAGEM

O tema central da nossa leitura é sugerido pela expressão “não temais”, que se repete por três vezes ao longo do texto (cf. Mt 10,26.28.31). Trata-se de uma expressão que aparece com alguma frequência no Antigo Testamento, dirigida a Israel (cf. Is 41,10.13; 43,1.5; 44,2; Jer 30,10) ou a um profeta (cf. Jer 1,8). O contexto é sempre o da eleição: Jahwéh elege alguém (um Povo ou uma pessoa) para o seu serviço; ao eleito, confia-lhe uma missão profética no mundo; e porque sabe que o “eleito” se vai confrontar com forças adversas, que se traduzirão em sofrimento e perseguição, assegura-lhe a sua presença, a sua ajuda e proteção.

 

Atualização

O projeto de Jesus, vivido com radicalidade e coerência, não é um projeto “simpático”, aclamado e aplaudido por aqueles que mandam no mundo ou que “fazem” a opinião pública; mas é um projeto radical, questionamento, provocante, que exige a vitória sobre o egoísmo, o comodismo, a instalação, a opressão, a injustiça… É um projeto capaz de abalar os fundamentos dessa ordem injusta e alienante sobre a qual o mundo se constrói. Há um certo “mundo” que se sente ameaçado nos seus fundamentos e que procura, todos os dias, encontrar formas para subverter e domesticar o projeto de Jesus. A nossa época inventou formas (menos sangrentas, mas certamente mais refinadas do que as de Domiciano) de reduzir ao silêncio os discípulos: ridiculariza-os, desautoriza-os, calunia-os, corrompe-os, massacra-os com publicidade enganosa de valores efémeros… Como a comunidade de Mateus, também nós andamos assustados, confusos, desorientados, interrogando-nos se vale a pena continuar a remar contra a maré… A todos nós, Jesus diz: “não temais”.

O medo – de parecer antiquado, de ficar desenquadrado em relação aos outros, de ser ridicularizado, de ser morto – não pode impedir-nos de dar testemunho. A Palavra libertadora de Jesus não pode ser calada, escondida, escamoteada; mas tem de ser vivamente afirmada com palavras, com gestos, com atitudes provocatórias e questionantes. Viver uma fé “morninha” (instalada, comoda, que não faz ondas, que não muda nada, que aceita passivamente valores, esquemas, dinâmicas e estruturas desumanizantes), não chega para nos integrar plenamente na comunidade de Jesus.

De resto, o valor supremo da nossa vida não está no reconhecimento público, mas está nessa vida definitiva que nos espera no final de um caminho gasto na entrega ao Pai e no serviço aos homens; e Jesus demonstrou-nos que só esse caminho produz essa vida de felicidade sem fim que os donos do mundo não conseguem roubar.

A Palavra de Deus que nos foi hoje proposta convida-nos também a fazer a descoberta desse Deus que tem um coração cheio de ternura, de bondade, de solicitude. Se nos entregarmos confiadamente nas mãos desse Deus, que é um pai que nos dá confiança e proteção e é uma mãe que nos dá amor e que nos pega ao colo quando temos dificuldade em caminhar, não teremos qualquer receio de enfrentar os homens.

*Leia a reflexão na íntegra. Clique no link ao lado- EVANGELHO DO DIA.

Solenidade do Sagrado Coração de Jesus: O coração Dele é sagrado, e o nosso?... A Palavra do Frei Petrônio, direto de Angra dos Reis/RJ. Sexta-feira, 19 de junho-2020. Divulgação:  www.instagram.com/freipetronio

SILÊNCIO X SILENCIAR.... A Palavra do Frei Petrônio, direto do Eremitério Fonte do Profeta Elias- Lídice, distrito de Rio Claro-Rio de Janeiro. Quinta-feira, 18 de junho-2020. Divulgação:  www.instagram.com/freipetronio

SEMANA DE SANTO ANTÔNIO: O olhar de Sto. Antônio e o nosso olhar, Por Frei Petrônio de Miranda, O. Carm, Padre Carmelita e Jornalista/RJ. Angra dos Reis, Rio de Janeiro. Carmo de Angra. 10 de junho-2020.  www.instagram.com/freipetronio

SEMANA DE SANTO ANTÔNIO: Uma Prece e um Olhar sobre as Famílias. Por Frei Petrônio de Miranda, O. Carm, Padre Carmelita e Jornalista/RJ. Carmo de Angra. 8 de junho-2020. www.instagram.com/freipetronio

NÃO TER MEDO DE VIVER... A Palavra do Frei Petrônio, por Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista, do Carmo de Angra dos Reis/RJ. Sexta-feira, 5 de junho-2020. www.instagram.com/freipetronio