"No último dia de janeiro de 1915, sob o signo de Aquário, em um ano de uma grande guerra e debaixo das sombras de algumas montanhas francesas na fronteira com a Espanha, eu vim ao mundo. Livre por natureza, à imagem de Deus, entretanto, eu era prisioneiro da minha própria violência e do meu próprio egoísmo, à imagem do mundo em que nasci. Esse mundo era a imagem do Inferno, cheio de homens como eu, amando Deus e, no entanto, odiando-O; tendo nascido para amá-lo' O, mas, ao contrário, vivendo no medo e em desesperados apetites autocontraditórios." A reportagem é de Marco Roncalli, publicada no jornal Avvenire, 28-01-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Assim diz Thomas Merton, no início do seu trabalho talvez mais conhecido, A montanha dos sete patamares, de 1948, recordando o dia do seu nascimento, em Prades, de Owen, neozeolandês, e de Ruth Jenkins, estadunidense, pintores globetrotters.

Um aniversário a ser destacado por mais de uma razão, que encheu uma vida de apenas 53 anos, mas intensa e original como a sua espiritualidade. Escritor que relembra um pouco o visionário William Blake, Merton foi protagonista de um corajoso compromisso com a paz (fonte de rixas com os superiores, depois valorizado por João XXIII e por Paulo VI, com quem manteve trocas de correspondência), além de ser um ponto referência para o movimento não violento pelos direitos civis, analista de uma "paz sobre a terra", fundada em razões evangélicas e confiada ao testemunho ("uma parte essencial da boa nova é que as medidas não violentas são mais fortes do que as armas: com armas espirituais, a Igreja primitiva conquistou o mundo romano inteiro") que permanece em toda a sua atualidade, como mostra o seu livro La pace nell’era postcristiana [A paz na era pós-cristã] (Qiqajon)...

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