A Diocese de Montreal escolheu experimentar uma forma bastante severa e prolongada de vigilância sobre os sacerdotes e os leigos engajados na vida e nas atividades da igreja em matéria de tutela das pessoas mais vulneráveis contra episódios de violência física ou psicológica (menores, doentes, idosos). A informação é de Marco Bernardoni, publicada por Settimana News, 08-08-2017. A tradução é de Luisa Rabolini.

À norma que não permite a qualquer padre ou leigo, membro de qualquer titulação de uma equipe paroquial, de isolar-se com um menor sem estar sob "o olhar de outro adulto” (o que também pode envolver a supervisão de um adulto no momento da confissão), à proibição de fotografar um menor ou uma pessoa vulnerável com o próprio celular ou câmera e entrar em comunicação (chamadas de telefone, SMS, e-mails ...) fora do âmbito das atividades paroquiais, acrescenta-se agora - para todas as posições consideradas de 'alto risco' (pároco, capelão, diácono, responsável do coro, etc.) – a solicitação de fornecer impressões digitais para a polícia e a verificação dos antecedentes criminais, a cada três anos.

Todo esse processo, que terminará em 2020, abrange 194 paróquias e envolve dezenas de pessoas em cada uma delas, deixando prever um longo tempo para realizar os controles. Mons. Faubert, vigário geral da diocese, está encarregado da supervisão do projeto, que foi inspirado nas 'boas práticas' já em uso em grupos de escoteiros e associações esportivas. "A confiança deve ser conquistada", afirmou ao Le Journal de Montréal. "A Igreja não faz exceção. Não creio que possa reivindicar o direito de ser acreditada por sua mera palavra em tudo o que faz e diz. Precisamos mostrar a nossa coerência".

Apesar de não faltar descontentamentos por uma parte do clero frente aos novos requisitos, no entanto, foi reconhecido pela maioria que essas providências também tutelarão os próprios sacerdotes. A tutela do clero e dos membros do pessoal das paróquias contra "falsas acusações" é, de fato, um dos objetivos declarados pela Diocese de Montreal.

De acordo com os dados reportados no ano passado pelo mesmo Le Journal de Montréal seriam mais de 600 as pessoas, em Quebec, vítimas de violência por parte de padres, religiosos ou funcionários paroquiais, desde 1940. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br