O governo da Nicarágua declarou nesta quarta-feira, 23 de agosto que a ordem religiosa dos jesuítas é ilegal e ordenou o confisco de todas as suas propriedades. Comunicado da Província Centro-Americana da Companhia de Jesus.

 

Vatican News

A medida foi tomada uma semana depois que o governo do presidente Daniel Ortega confiscou a Universidade da América Central, administrada pelos jesuítas na Nicarágua, argumentando que ela era um "centro de terrorismo".

A ordem de confisco publicada nesta quarta-feira alega que a ordem dos jesuítas não havia cumprido com a declaração de impostos.

Foi a última de uma série de ações cada vez mais autoritárias do governo nicaraguense contra a Igreja Católica e figuras da oposição. A ordem dos jesuítas condenou essas últimas medidas.

Em um comunicado a Província Centro-Americana da Companhia de Jesus, fala de agressão injustificada e contínua, em um contexto de total indefensabilidade e aterrorização da população nicaraguense.

O Estado da Nicarágua, - lê-se no comunicado - através do Ministério do Interior, por meio do Acordo Ministerial N.105-2023, publicado nesta quarta-feira, cancelou o status legal da Associação da Companhia de Jesus na Nicarágua e estabeleceu que a Procuradoria Geral da República transferia ao Estado os bens imóveis e móveis da mesma.

Segundo o comunicado a decisão foi tomada sem qualquer registro dos procedimentos administrativos estabelecidos por lei. Como aconteceu na maioria dos mais de três mil casos semelhantes de cancelamento de personalidade jurídica realizados pelo regime desde 2018, esse acordo foi realizado sem dar aos jesuítas uma oportunidade de legítima defesa e sem uma instância judicial imparcial para julgar e interromper esses abusos de autoridade totalmente injustificados e arbitrários.

Antes da publicação do Acordo Ministerial N.105-2023, o governo já havia retirado um dos bens da Associação Companhia de Jesus da Nicarágua: a residência onde alguns de seus membros moravam em Manágua. Nessa ocasião, além da ocupação da propriedade, os habitantes foram despejados sem lhes dar tempo razoável para recolher e retirar seus pertences pessoais.

A Província Centro-Americana da Companhia de Jesus, condena essa nova agressão contra os jesuítas da Nicarágua. Considera que ela faz parte de um contexto nacional de repressão sistemática qualificada como "crimes contra a humanidade" pelo grupo de especialistas em direitos humanos sobre a Nicarágua formado pelas Nações Unidas.

Confirma que tudo isso tem como objetivo o pleno estabelecimento de um regime totalitário.

O presidente e a vice-presidente da Nicarágua são responsáveis por, no mínimo, impedir a existência de condições de independência e neutralidade do poder judiciário que lhe permita tomar medidas para impedi-los, revertê-los e sancioná-los.

A Província Centro-Americana da Companhia de Jesus pede ao casal presidencial:

cesse a repressão;

aceitem a busca de uma solução racional na qual prevaleçam a verdade, a justiça, o diálogo, o respeito aos direitos humanos e o Estado de Direito;

respeitem a liberdade e a total integridade dos jesuítas e das pessoas que colaboram com eles ou com quem eles colaboram;

une-se às milhares de vítimas nicaraguenses que aguardam e esperam justiça e reparação pelos danos que o atual governo da Nicarágua está causando;

e enfim, agradece os inúmeros sinais de reconhecimento, apoio e solidariedade que têm recebido diante desses crescentes ultrajes. Fonte: https://www.vaticannews.va

Na Solenidade da Santíssima Trindade, o Papa falou da "comunhão de amor" que une o Pai, o Filho e o Espírito Santo numa única família na qual a Igreja deve se espelhar.

 

Bianca Fraccalvieri - Vatican News

O Papa rezou o Angelus com milhares de fiéis na Praça São Pedro neste Domingo em que a Igreja celebra a Solenidade da Santíssima Trindade.

O Evangelho é extraído do diálogo de Jesus com Nicodemos, membro do Sinédrio. Apaixonado pelo mistério de Deus, Nicodemos reconhece em Jesus um mestre divino e, sem que o vejam, vai falar com Ele. Jesus o ouve e lhe revela o coração do mistério, dizendo que Deus amou tão profundamente a humanidade a ponto de enviar o seu Filho ao mundo. Jesus, portanto, o Filho, nos fala do Pai e do seu amor imenso.

Francisco ressaltou a relação familiar de Pai e Filho. "É uma imagem familiar que, se pensarmos, desequilibra o nosso imaginário sobre Deus. A própria palavra 'Deus', com efeito, nos sugere uma realidade singular, majestosa e distante, enquanto ouvir falar de um Pai e de um Filho nos leva de volta para casa."

Para o Pontífice, podemos pensar Deus através da imagem de uma família reunida à mesa, onde se compartilha a vida, já que a mesa é ao mesmo tempo um altar, símbolo com o qual alguns ícones representam a Trindade.

“Mas não é somente uma imagem, é uma realidade! É realidade porque o Espírito Santo nos faz degustar a presença de Deus: presença próxima, compassiva e terna. O Espírito Santo faz conosco o mesmo que Jesus faz com Nicodemos: nos introduz no mistério do novo nascimento, nos revela o coração do Pai e nos torna partícipes da própria vida de Deus.”

 

Sinal da cruz: abraço de amor

O convite, portanto, explicou o Papa, é estar à mesa com Deus para compartilhar o seu amor. Isto é o que acontece em cada Missa, no altar do banquete eucarístico, onde Jesus se oferece ao Pai e se oferece por nós.

"Sim, irmãos e irmãs, o nosso Deus é comunhão de amor: assim Jesus nos revelou. E sabem como podemos fazer para recordá-lo? Com o gesto mais simples que aprendemos desde crianças: o sinal da cruz. Traçando a cruz sobre o nosso corpo nos recordamos quanto Deus nos amou, a ponto de dar a vida por nós; e repetimos a nós mesmos que o seu amor nos envolve completamente, de cima a baixo, da esquerda à direita, como um abraço que jamais nos abandona. E, ao mesmo tempo, nos comprometemos a testemunhar Deus-amor, criando comunhão em seu nome."

 

Amar de modo familiar

Antes de concluir, Francisco propôs algumas perguntas aos fiéis: Testemunhamos Deus-amor? Ou Deus-amor se tornou, por sua vez, um conceito, algo já conhecido, que não estimula e não provoca mais a vida? Se Deus é amor, as nossas comunidades o testemunham? Sabem amar? São famílias? Mantemos a porta sempre aberta, sabemos acolher a todos, ressalto todos, como irmãos e irmãs? Oferecemos a todos o alimento do perdão de Deus e o vinho da alegria evangélica? Respira-se uma atmosfera doméstica ou parecemos mais um escritório ou um lugar reservado onde entram somente os eleitos?

"Que Maria nos ajude a viver a Igreja como aquela casa em que se ama de modo familiar, a glória de Deus Pai e Filho e Espírito Santo", foi a exortação final do Pontífice. Fonte: https://www.vaticannews.va

 

Dom Messias dos Reis Silveira
Bispo de Teófilo Otoni (MG) 

  

Todas as vezes que um padre se auto extermina muitos comentários são feitos. Quase sempre se procura um culpado. O encontro de um culpado parece que conforta e se parece com a atitude de Pilatos de lavar as mãos e não se comprometer. Quem é o culpado? O Bispo? Os superiores? O presbitério? O Sacerdote? A família? A Igreja? O sistema?  Os questionamentos seguem quase sempre sem respostas geradoras de vida. Os fatos vão se repetindo. 

Raramente se fala de um modo de viver que leva à morte ou à vida.  É preciso ao longo da vida encontrar o jeito de viver que esteja em sintonia com a alegria vocacional. Um modo de viver que faz o coração arder e os pés se colocarem a caminho (cf. Lc 24,32-33). Esse modo de viver não se constrói de uma hora para outra.  

Um modo de viver que não esteja em sintonia com o Projeto vocacional gera crises, culpabilizações, reclamações e arrefecimento do ardor do coração. Tudo parece estar errado e isso não gera vínculo dos vinhateiros com a vinha e principalmente com seu proprietário. Muitas vezes prepara-se para proteger dos perigos externos, mas esquece-se dos inimigos internos. Fervilham-se no interior muitos males, pois é de dentro do coração que eles vem (cf. Mt 15,19). 

Recentemente o Papa Francisco, falando aos Bispos do Regional Leste 2 da CNBB na Visita Ad Limina, disse que não é possível formar presbíteros da mesma forma que se formava há 30 anos. Não é possível formar bem, se não permitir aos seminaristas   mostrarem  seus corações fragilizados, suas marcas da história e suas inseguranças. Como limpar o interior se não se pode abrir, por medo de punição, ou temor das portas se fecharem? O mesmo vale para os sacerdotes, os quais escondem suas dificuldades por medo de punição, ou rejeição. John Powell em seu livro “Por Que Tenho Medo de Lhe Dizer Quem Sou?” diz que, ao revelar a alguém o seu interior, o ouvinte pode não gostar e rejeitar a pessoa. A rejeição é sempre um sentimento que impede crescimento. É necessário um processo que gere confiança. 

Atrás de um sacerdote ou de um agente religioso está um ser humano com todas as vicissitudes, mazelas e virtudes da “natureza” humana. O modo de estar no mundo depende dos condicionamentos e das estruturas originárias em que cada um edificou a sua forma de existir para si mesmo e para os outros. Ainda que a graça de Deus atue na fragilidade de uma pessoa, a ação de Deus vai sempre supor o conjunto estrutural humano que carrega este dom. E quando há um processo de adoecimento estrutural humano-psíquico-afetivo-social e ético, o arcabouço religioso não se sustenta (“a graça supõe a natureza”) e fica comprometida a liberdade verdadeira no seguimento ao projeto de Cristo na aposta vocacional. Não se trata, portanto de ausência de Deus, ou distanciamento dele. 

Um modo de viver sacerdotal sem vínculo com o presbitério, sem comunhão, sem cuidado da saúde física, emocional, relacional e espiritual conduz para a morte. E isto tem se tornado o grande desafio para a nossa missão de Bispos Pastores enquanto cuidadores do rebanho, desde a formação inicial até a permanente. Gerar confiança e ajudar a curar os corações é um caminho que não se pode dar por descontado. Necessário também é evitar aquilo que precisa ser escondido. 

Kant (citado pelo filósofo brasileiro Mário Cortella em uma de suas palestras em seu canal no Youtube, 20/02/2020), refletindo sobre ética e integridade, não querendo abolir a privacidade interior de ninguém, disse que tudo o que não se puder contar aos outros não se deve fazer. Porque daí começa ambiguidade da vida dupla (aquela com a qual eu me apresento a todos e aquela oposta e contraditória que só eu sei que vivo). Nosso eu, quando escondido, adoece fugindo do real. As satisfações criadas pelo imaginário distanciam-se da realidade, colocam a pessoa no mundo irreal e vão matando aos poucos.  

Por um lado, ilumina-se o papel da Formação Sacerdotal e Religiosa como lugar da percepção dos indícios do adoecimento da pessoa, cujas manifestações já se anunciam nos jogos e artimanhas psicológicas de defesa e escondimento. A Formação precisa assumir, em parceria com os profissionais da área e outras instituições da saúde mental, a tarefa curadora de ressignificação das experiências existenciais, possíveis causas das depressões escondidas, pois, se jogadas para debaixo do tapete, está aberto o caminho para que, uma vez fora das paredes protetoras da Instituição, o futuro sacerdote ou religioso se perca sozinho no embate com o mundo real que é cruel e acaba por expor as fragilidades de um indivíduo. 

Por outro lado, no cuidado da saúde relacional é preciso criar relações que edificam. Nunca se deve iniciar um relacionamento que não pode ser revelado aos outros. Relações mal direcionadas podem matar, sejam elas com pessoas, com as coisas, com os bens materiais, com o poder, com as ilusões imaginárias e até consigo mesmo.  

Um sacerdote não terá boa saúde vocacional se deixar-se ser atraído por situações de pessoas maldosas que usam as redes sociais ou outros meios para viciar, extorquir, difamar e desconstruir um projeto vocacional que foi construído ao longo de muitos anos. Esses predadores estão especialmente escondidos nas redes sociais escolhendo vítimas e esperando a hora certa para as atacar. Muitas vezes quando se percebe já se caiu na armadilha. Nestas situações a impossibilidade de pagar o exigido, a dor e a vergonha aparecem  e aumenta o  risco de querer se esconder ainda mais, até mesmo  eliminando a vida.  

O problema do suicídio vem de longa data. O suicídio é a culminância de um processo de adoecimento que vai tornando a vida um peso intransponível para a pessoa que lida com suas dificuldades, esmagada pela impossibilidade de sair do sofrimento. Não é uma escolha racional livre e descontaminada. É a única forma viável dentro da lógica de um coração adoecido para abortar o sofrimento e, quem sabe, ser feliz, ainda que depois da morte.   

Talvez não consigamos resolver o problema do suicídio de uma vez para sempre como gostaríamos, mas é preciso melhorar a baixa imunidade especialmente dos líderes espirituais e o remédio para essa melhoria é criar relações sadias consigo mesmo, com o presbitério, com a família, com as pessoas, com a Igreja e com Deus, através de um bom enfrentamento das próprias limitações e ilusionismos de falsas seguranças ainda no período da formação, o que deveria ser o papel da dimensão humano-afetiva da formação presbiteral e religiosa. Além do mais é preciso sair da mesquinhez que aprisiona e não deixa o sacerdócio crescer. Nossas pragas diárias, como as do Egito, são um grito para que deixemos nosso sacerdócio ir para servirmos ao Senhor. Moisés falava ao Faraó para deixar o povo ir. É preciso libertar-se das escravidões e deixar o sacerdócio ir, pois o caminho é longo. É preciso tomar consciência que se está escravo. Escravidão tem cura.  Assim, livres e radiantes, será sempre prazeroso viver a vocação até mesmo no sofrimento por causa do Evangelho. Os riscos e problemas continuarão a existir, mas haverá um sentido para a vida que conduzirá para o crescimento.  Todos serão beneficiados com essa luz que se acenderá. 

A leveza da Cruz é encontrada no amor. Cristo encontrou a leveza de seu sofrimento confiando no Pai e na alegria da redenção. Ver a humanidade toda redimida lhe trouxe grande alegria. Podemos dizer que Ele viveu a alegria da Cruz. Encarnação e Redenção são mistérios que nos permitem equilibrar e desequilibrar entre passado e futuro. Dar passos é sempre correr o risco de se equilibrar e se desequilibrar. É seguir com os corações ardendo no presente enquanto se faz e ama o caminho que leva para o amanhã, mesmo que seja um caminho com muitas surpresas e obstáculos. Fonte: https://www.cnbb.org.br

COMUNICADO DA DIOCESE DE LORENA

Lamentamos profundamente este momento de dor em que nossa Diocese vive, após a Páscoa do nosso irmão Yorran. Ele estava em estágio pastoral na Diocese de Jardim/MS, um período proposto dentro da etapa de formação, após concluir o período do discipulado/filosofia.

Fomos surpreendidos com a triste notícia de seu falecimento, quando participávamos da 85° Assembleia dos bispos do Regional Sul 1 no Mosteiro de Itaici, na Cidade de Indaiatuba-SP.

Solidarizamo-nos de modo particular com sua mãe, a Sra. Maria Gorete e a todos os familiares e amigos próximos. Rogamos a Jesus, Bom Pastor e a sua Mãe, a Senhora da Piedade, que nos conforte e nos console neste momento de dor. "Eu sou a Ressureição e a Vida. Quem crê em mim, ainda que tenha morrido, viverá!" (Jo 11, 25).

Em comunhão fraterna e preces,

Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias,

Bispo Diocesano de Lorena.

Lorena, 01 de junho de 2023. Fonte: https://www.facebook.com/Domwladimir

 

Mensagem e notícias das mídias sociais sobre a morte:

 

Que dor terrível! Meu Deus ainda não consigo acreditar! Meu amigo Yorran você se foi de uma forma que só Deus sabe o porque. Mais o que eu sei é que você cumpriu com sua missão mesmo que tão curta, mais que você viveu intensamente. Sempre acreditei e rezei por você e por sua vocação.

Você sempre demonstrou isso na sua forma de ser e fazer as coisas, principalmente aquelas relacionadas a Deus e a Igreja. Você se entregou de corpo e alma pela Igreja. Foi um jovem de muita responsabilidade e personalidade. Por onde você passou só fez amizades e só procurou fazer o bem. Você não chegou a realizar o seu maior desejo aqui neste mundo que era o de ser padre, mais tenho certeza que mesmo como seminarista você fez e realizou muito mais em favor da Igreja e do povo de Deus.

Todas as pessoas que te conheceu e conviveu com você sabe o quanto amou a Igreja e o chamado que Deus lhe fez. Você fez a diferença no mundo e isso incomodou, causou inveja, perseguição... Com vocação e com vida humana não se brinca. Como alguém que reza e trabalha pelas vocações estou muito triste e inconformado.

Não tenho mais palavras para expressar meus sentimentos de dor e desolação. Peço a Deus, a Nossa Senhora e a São José que me de forças e que que possa consolar meu coração, o coração de sua mãe e de todos os seus amigos e familiares nesse momento tão difícil. Deus te dê o descanso eterno e interceda por nós meu eterno amigo!

 

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Prestamos aqui nossa solidariedade a família e amigos do Seminarista Yorran Moreira, da Diocese de Lorena, que foi encontrado sem vida em sua casa em Cachoeira Paulista .

Yorran estava cursando teologia , se preparando para ser Padre Católico.

Procuramos o assessor de comunicação da diocese, mas não conseguimos contato. A diocese de Lorena ainda não se pronunciou.

 

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Hoje o dia amanheceu triste, ainda não estou acreditando, vou guardar de você, momentos lindos em que ia em sua casa e você criança abrindo a porta pra mim todo sorridente e guardar também esses últimos momentos que estivemos juntos na igreja, você deixará saudades Yiorran, está com Deus agora

 

 

Dom Eurico dos Santos Veloso

Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG) 

 

O mês de junho é um período especial para a Igreja, pois é dedicado de maneira particular ao Sagrado Coração de Jesus. É um momento de profunda devoção, reflexão e renovação espiritual, no qual somos convidados a contemplar o amor infinito de Jesus Cristo por cada um de nós. No dia 24 de junho, celebraremos a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus.  

É uma tradição nas paróquias reunirmo-nos toda primeira sexta-feira de cada mês para recordar e venerar o Sagrado Coração de Jesus. Durante esses encontros, o grupo do Apostolado da Oração se reúne para um momento de profunda Adoração Eucarística, seguido pela celebração da Santa Missa, onde rendemos graças ao amor inesgotável do Sagrado Coração de Jesus. É um tempo especial de reflexão, oração e renovação da nossa devoção ao nosso amado Salvador. 

O Sagrado Coração de Jesus representa o amor misericordioso e compassivo de nosso Salvador. É um símbolo do amor divino que arde em seu coração, transbordando graça e salvação para toda a humanidade. É um convite para nos aproximarmos desse amor incondicional e permitirmos que ele transforme nossas vidas. 

Ao meditarmos sobre o Sagrado Coração de Jesus, somos chamados a refletir sobre alguns aspectos essenciais de nossa fé. 

Primeiramente, o Sagrado Coração nos recorda o sacrifício supremo de Jesus na cruz. Ele entregou sua vida por nós, oferecendo-se como um sacrifício perfeito para a remissão dos nossos pecados. Esse gesto de amor e redenção é um testemunho da profundidade do amor de Deus por nós e nos convida a responder a esse amor com gratidão e conversão. 

Em segundo lugar, o Sagrado Coração de Jesus nos ensina sobre a misericórdia divina. Jesus, em seu coração compassivo, acolhe a todos, independentemente de seus erros, falhas ou pecados. Ele está sempre disposto a perdoar, curar e restaurar aqueles que se aproximam dele com um coração contrito. Essa misericórdia inesgotável nos convida a buscar o perdão e a reconciliação em nossas vidas, bem como a estender o mesmo amor misericordioso aos outros. 

Além disso, o Sagrado Coração de Jesus nos convida a responder a esse amor com generosidade e serviço aos outros. Ao contemplar o Coração de Jesus, somos inspirados a imitar suas virtudes, como a humildade, a compaixão e a caridade. O Sagrado Coração nos chama a amar e servir nossos irmãos e irmãs, especialmente, os mais necessitados e marginalizados da sociedade. 

Durante o mês de junho, podemos cultivar uma devoção especial ao Sagrado Coração de Jesus, por meio de várias práticas espirituais. A participação na Santa Missa, a adoração ao Santíssimo Sacramento e a recitação das orações tradicionais, como a Ladainha do Sagrado Coração de Jesus, são maneiras de nos aproximar dessa devoção e mergulhar na graça abundante que emana do coração de Cristo. 

Neste mês, convido a todos a abrir seus corações ao amor de Jesus, a se deixar transformar por sua misericórdia e a responder com generosidade aos apelos de seu Sagrado Coração. Que possamos renovar nosso compromisso de seguir a Cristo, de ser seus discípulos autênticos e de compartilhar seu amor com o mundo. 

Que o mês do Sagrado Coração de Jesus seja um tempo de encontro pessoal com o amor divino, de conversão e de crescimento espiritual. Que a chama desse amor arda em nossos corações e nos inspire a viver uma vida de santidade e serviço, sempre guiados pelo exemplo do Sagrado Coração de Jesus. 

Saudações em Cristo! Fonte: https://www.cnbb.org.br

 

Cardeal Orani João Tempesta

Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ) 

O mês de junho é um mês especial para a Igreja, do mesmo modo que o mês de maio. No mês de junho, além de ser dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, que terá a solenidade no dia 16, celebraremos Corpus Christi, no dia 8, e, ainda, o dia do Imaculado Coração de Maria. Além de outros santos populares desse mês como Santo Antônio, São Pedro e São Paulo e São João Batista. Com isso, no mês de junho, acontecem as tradicionais festas juninas, por isso, é um mês especial para a Igreja e para todos nós.  

A Solenidade do Sagrado Coração de Jesus é uma data móvel, ou seja, nem sempre ocorre no dia 16 de junho, mas sim na segunda sexta-feira, após a solenidade de Corpus Christi. A solenidade do Sagrado Coração de Jesus é uma das três solenidades do Tempo Comum. De certa maneira, uma está ligada à outra, ou até mesmo uma complementa a outra, pois o Sagrado Coração de Jesus brota do amor do Pai, a Santíssima Trindade é plena comunhão de amor, e a Solenidade de Corpus Christi é Jesus feito carne que vem a nós, que em total prova de amor se entregou por nós na Cruz.  

Durante esse mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, intensifiquemos as nossas orações pelo clero, diáconos, padres e bispos, para que sejam bons servidores do evangelho e busquem a santidade segundo o coração de Jesus. Normalmente, as primeiras sextas-feiras de cada mês ao longo do ano são dedicadas ao Sagrado Coração de Jesus, quando acontece a adoração ao Santíssimo Sacramento e celebração da Santa Missa. O movimento do Apostolado da Oração se reúne e realiza a Hora Santa, rezando por todo o clero. Por isso, ao longo de todo esse mês de junho, somos convidados a pedir ao Sagrado Coração de Jesus por todo o clero e que todos os padres perseverem em seu chamado e possam amar os fiéis a eles confiados, do mesmo modo que Jesus amou. Dedicamos nesse dia a nossa oração pela santificação do clero. 

No dia dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, somos convidados a preparar em nossa paróquia a Hora Santa e, logo após, a celebração Eucarística. Podemos realizar uma hora santa vocacional pedindo ao Sagrado Coração de Jesus que não faltem sacerdotes para levarem adiante a mensagem de salvação e rezar pela perseverança daqueles que abraçaram a vocação. Quem é do Apostolado da Oração tem uma grande missão, rezar pela Igreja e pedir a Jesus que sopre o “vento” novo do Espírito Santo em toda a Igreja para que ela se renove a cada dia. Em toda comunidade, deve haver o grupo do Apostolado da Oração, pois ele fortalece a comunidade, além de rezar por todos. Seria interessante também a cada ano aumentar os membros do Apostolado. Quem é membro do Apostolado da Oração é também discípulo e missionário de Jesus e tem a missão, sobretudo, de conseguir novos membros para o movimento.  

Da ferida aberta pela lança do soldado, jorram sangue e água e esse sangue e água brotam para a vida eterna. Em cada Eucaristia, celebramos o mistério da paixão e morte de Jesus e esse sangue se torna alimento que nos garante a vida eterna. Esse sangue e essa água saem do lado esquerdo de Jesus, lado do coração, lado do amor, que Ele nutria por cada um de nós, por isso somos chamados a amar o próximo do mesmo modo que Ele nos amou. Façamos do nosso coração um espaço sagrado também, onde só entrem coisas boas e transmitamos do mesmo modo tudo de bom aos outros.  

O dia do Sagrado Coração de Jesus deve consistir no louvor ao amor íntimo de Jesus pelos homens, na adoração ao coração que mais ama. A partir do coração de Jesus, se abrem as portas do céu e a partir desse coração, nasceu a Igreja primitiva. Esta devoção teria sido pedida pelo próprio Jesus Cristo, por intermédio de aparições à Santa Margarida Maria Alacoque, em meados do século XVII. 

Além do Apostolado da Oração que deve ser acompanhado e incentivado, temos também, nessa mesma espiritualidade o grupo do “Movimento Eucarístico Jovem” (MEJ) que está se expandindo cada vez mais. Procure o seu pároco, converse com ele e veja a possibilidade de implementar ou incentivar mais esses movimentos e, no futuro, os jovens do MEJ podem se tornar membros do Apostolado da Oração, e dessa forma terá uma continuidade, assim como outros movimentos e pastorais da Igreja. As pastorais precisam ter continuidade e a Igreja precisa continuar a missão dada por Jesus.  

No dia da solenidade do Sagrado Coração de Jesus é propício para renovar os votos daqueles que já fazem parte do Apostolado da Oração e do MEJ e realizar o envio dos novos membros. Na verdade, aqueles que fazem parte do Apostolado da Oração e do MEJ, recebem uma missão, que é rezar pela Igreja e pelos presbitérios e religiosos.  

O mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus é uma oportunidade de aprofundarmos a nossa fé para que o amor de Jesus que brota do seu coração inunde a Igreja e toda a terra. A humanidade está precisando de mais amor e menos guerra, e somente conseguiremos a paz se nos prostrarmos em oração diante do Sagrado Coração de Jesus, pois somente por meio da oração conseguiremos a paz e alcançaremos as graças que queremos. 

No dia do Sagrado Coração de Jesus é dia de oração mundial pela santificação do clero. Rezemos para que todos os padres tenham o coração semelhante ao coração de Jesus. Que possamos “amar como Jesus amou”. Fonte: https://www.cnbb.org.br

 

Todas as pessoas a partir de seis meses de idade podem se vacinar até o final do inverno

Por Mayra Castro* — Rio de Janeiro

 

Vacinação contra a gripe drive thru nos postos do Detran. Na foto, o posto do Detran da Rua Haddock Lobo, na Tijuca. Márcia Foletto / Agência O Globo

 

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) prorrogou a campanha de vacinação contra a influenza na cidade do Rio, que terminaria na quarta-feira, dia 31. O foco também é alcançar os grupos prioritários, mais vulneráveis às doenças respiratórias comuns no inverno, além de ampliar a cobertura da população, já que apenas 20% foram vacinados, longe da meta de 90%. A vacina, que pode ser tomada por qualquer pessoa com seis meses ou mais, previne contra os casos graves e complicações resultantes da gripe, principalmente em crianças e idosos. Com o prazo ampliado, o imunizante pode ser aplicado até o fim do inverno.

De acordo com dados da secretaria, foram mais de 1,3 milhão de doses aplicadas, mas a meta de alcançar 90% do público-alvo não foi batida, com apenas 36%. Os grupos prioritários incluem idosos, trabalhadores de saúde, gestantes, puérperas, crianças e trabalhadores de educação. Desde 2021, há uma queda na vacinação contra a gripe nesses grupos.

A faixa etária que mais se imunizou foi entre 50 e 59 anos, ao passo em que o menor número foi de 6 meses a 2 anos de idade. O grupo mais vacinado foi o de idosos, com mais de 500 mil doses aplicadas, seguido da população geral e de pessoas com comorbidades, enquanto o grupo menos alcançado foi de indígenas.

A vacina está disponível em todas as clínicas da família, centros municipais de saúde e no Super Centro Carioca da Vacinação.

*Mayra Castro sob supervisão de Carolina Heringer Fonte: https://oglobo.globo.com

Falando das várias formas de oração, podemos distinguir a oração pública ou litúrgica e a oração particular. Considerada na sua ‘expressão’, a oração pode ser mental ou vocal.

 

A oração litúrgica

Esta foi sempre reconhecida como a oração por excelência, a ação sagrada da Igreja unida à História Sagrada. É na ação litúrgica que a Palavra de Deus está presente em todo o seu mistério de força criadora, redentora, santificadora. Esta é a fé.

Na ação litúrgica se anuncia constantemente o retorno de Cristo e a realização de todas as promessas. Esta é a esperança.

Finalmente, na liturgia o mistério do amor de Jesus está presente no Sacrifício eucarístico. Eis a caridade.[1]

A colaboração da Igreja em Cristo se dá nas três grandes ações litúrgicas: a Santa Missa, a administração dos Sacramentos, a recitação da Liturgia das Horas.

Todo cristão é chamado a participar destas distintas ações litúrgicas para dar à sua oração não apenas um caráter privado, mas também uma dimensão social, comunitária, eclesial, que dará frutos na medida do empenho pessoal.[2]

 

A oração individual

Para que a participação na ação litúrgica da Igreja dê frutos, é necessário uma intervenção "pessoal", uma verdadeira atividade humana que nos permita descobrir o sentido das ações litúrgicas e que nos faça tirar delas o melhor fruto possível.

A Igreja insiste na importância das práticas pessoais ‘de piedade’, como a oração da manhã e da tarde, a oração do Terço, etc.[3]

 

A oração verbal e mental

“Não é necessário entender essa distinção como se existisse diferença absoluta e essencial entre as duas..., mas no sentido de que o ser humano pode se dedicar a Deus e às verdades divinas somente com a mente, em perfeito silêncio..., mas pode também expressar seus conceitos e sentimentos com palavras. Para que sua vida espiritual seja perfeita, o ser humano necessita das duas formas de oração”.[4]

Santa Teresa explica melhor quando diz que a oração não é verbal ou mental pelo fato da boca estar aberta ou fechada, pois a oração mental também pode terminar em um diálogo. Por isso seria melhor dizer que a oração vocal é aquela que se faz usando uma fórmula pré-estabelecida, enquanto que a mental é aquela que se faz espontaneamente, expressando sentimentos que brotam do coração.[5]

A mais bela de todas as orações verbais é o Pai Nosso, que brotou da ternura do coração do Senhor. “Algumas vezes, quando meu espírito se encontra numa aridez tão grande que é impossível fazer um pensamento para unir-me ao bom Deus, rezo lentamente um Pai Nosso e depois a saudação do Angelus. Estas orações me arrebatam, nutrem a minha alma bem mais que se as tivesse recitado precipitadamente uma centena de vezes”.[6]

Brenninger nos diz que o valor e a eficácia da oração verbal depende, antes de tudo, da devoção interior. Mas se pode aumentar:

- da origem da oração: o Pai Nosso que nos foi ensinado por Jesus supera em eficiência e em dignidade todas as outras;

- da santidade daquele que reza: quanto mais santidade possui a alma, tanto mais seu louvor e sua súplica são preciosos aos olhos de Deus;

- da companhia dos outros: o Senhor disse: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou no meio deles” (Mt 18,20).[7]

Oração mental é aquela que se faz espontaneamente, que não se prende a fórmulas pré-estabelecidas. É uma oração mais pessoal, na qual transparecem mais as características, as tendências, as necessidades da pessoa. Santa Teresa insiste no caráter afetivo desta oração. Ela afirma que o que deve guiar a razão é que a alma perceba o amor de Deus e responda a este amor falando intimamente com Ele.[8]

Podemos praticar mais a oração mental durante as ocupações cotidianas, o que coincide mais ou menos, com o exercício da “presença de Deus” (veja na pg. ).

Este exercício da "presença de Deus" é fundamental, porque é ele que mantém a alma conscientemente unida a Deus. Este exercício é, ao mesmo tempo, recolhimento interior e ruptura com as coisas do mundo que nos distraem. A presença de Deus constitui na essência de toda verdadeira oração: é a própria oração difundida por toda vida e virtualmente operante em toda ela.[9]

 

A oração contemplativa

Os místicos nos ensinam que nesta etapa da vida de oração, o cristão é inteiramente transformado no amor de Deus que habita nele. Os sentidos, a mente, todas as aptidões foram purificadas pelo fogo do amor.

Todas as coisas revelam, na sua transparência, a presença divina.

O preço da contemplação é a noite escura dos sentidos e do espírito. Somos transformados em Deus. Agora não oramos mais, mas toda a nossa vida é um ato de oração, é sacramento da ação de Deus na história humana.

A luz da sua palavra penetra em nós sem encontrar resistência. Mesmo empenhados na complexidade dos nossos serviços pastorais, não conseguimos viver se não para amar, por amor e no amor. Tudo é dom de Deus.[10]

 

A oração como vida[11]

Todo movimento em direção a Deus – aspiração, murmúrio, desejo, alegria, hesitação – é sempre uma oração. A oração é antes de tudo tarefa do coração: consiste no querer sempre, e acima de tudo, a vontade de Deus. O verdadeiro caminho da oração é a vida. Uma oração contínua é uma vida inteiramente voltada ao serviço de Deus.

É o amor que dá consistência e unidade à vida. Ação e contemplação não são mais que dois momentos de um mesmo e único amor.

“Jesus, que minha vida seja uma oração contínua; que nada possa distrair-me de ti: nem minhas ocupações, nem minhas alegrias, nem meus sofrimentos... que Isabel desapareça e permaneça apenas Jesus”.[12]

A oração é contínua quando o amor é contínuo. O amor é contínuo quando é único e total. Entendida desta maneira, a oração é sempre possível em qualquer circunstância e em meio a qualquer ocupação. Para um cristão que ama verdadeiramente o Senhor, seria impossível interrompê-la, como seria impossível interromper a respiração. E assim, se compreende como todos, também aqueles que vivem entre os afazeres do mundo, podem cumprir a palavra do Evangelho: “Precisamos rezar sempre”.

O cristão não reza somente quando se dirige a Deus direta e imediatamente com suas práticas devocionais. Mas toda vez que pratica o bem por amor a Deus, não importando suas obrigações, em qualquer obra de apostolado, de caridade, de penitência, de humildade e de serviço oculto.

Vista assim, a oração não se apresenta mais como uma fórmula exterior, uma ação à margem da vida, nem sobreposta a ela, nem como um ato intermitente, mas se revela como o hábito mais necessário da pessoa. Quando o Senhor convidava os apóstolos a orar incessantemente, já dava uma clara indicação a respeito da natureza da oração, cuja essência, para um cristão, se identifica com a própria essência da vida.

Quando a vida é um canto de amor, nossa oração nunca termina.[13]

“A vida do Carmelo é uma união perene com Deus, desde a manhã até a noite e da noite até a manhã. Se não fosse Ele a encher nossas celas e nossos claustros, como tudo seria vazio!”[14]

 

[1] CALATI B., Il metodo monastico della preghiera, in ANCILLI E. op.cit., V. 1°, pg. 245-249.

[2] AA.VV., La preghiera liturgica, Teresianum Roma 1964.

[3] ANCILLI E., op. cit. 1°v., pg. 31-32.

[4] BRENNINGER G., Dottrina spirituale del Carmelo, Roma 1952, pg. 646.

[5] S. Teresa de Jesus., Opere, C. 22,24,25; M. I, 1,7.

[6] S. Teresa do Menino Jesus, Gli Scritti, n.318.

[7] BRENNINGER E. op.cit., v.1°, pg. 34.

[8] ANCILLI E. op.cit., v.1°, pg. 33-34.

[9] ANCILLI E., op. cit., v.1°, pg. 34.

[10] FREI BETTO, La preghiera nell’azione, EDB 1977, pg. 66-68.

[11] ANCILLI E. op.cit., v.1°, pg. 34-35. Também VALABEK R. M. Sarete raggianti, Roma 1993, pg. 31-33: FREI BETTO, op.cit., pg. 20-29.

[12] Sr. ELISABETTA DELLA TRINITÁ, Scritti, L.45.

[13] ANCILLI E., op.cit. v.1°, pg. 35.

[14] Sr. ELISABETTA DELLA TRINITÁ, Scritti, L. 179.

 

Danos para a saúde mental podem ser combatidos com ciência e educação midiática

 

Novas tecnologias de comunicação despertam fascínio quando surgem e, depois, preocupação, até pânico. Foi assim com o cinema, a televisão e, neste século 21, é o que se passa com as redes sociais.

Na quarta (24), o médico e secretário de Saúde dos EUA, Vivek Murthy, emitiu um alerta sobre os riscos dessas mídias. O relatório afirma que, apesar de a ciência ainda não ter alcançado consenso a respeito, há fortes indícios de que elas possam prejudicar a saúde física e mental dos mais jovens.

O aumento do uso das plataformas tem sido acompanhado por uma alta nos casos de ansiedade, depressão, automutilação e ideação suicida —mas ainda não se comprovou se a relação é causal.

Há pesquisas que mostram que o sistema de recompensa das redes sociais, por meio das chamadas "curtidas", estimulam processos neurológicos similares aos verificados em dependentes químicos; já outras revelam benefícios, como conexão emocional e comunitária entre os jovens.

A falta de consenso leva o relatório americano a pedir por um esforço científico de investigação. Enquanto isso, medidas vão sendo tomadas. Em março, Utah proibiu que menores de 18 anos tenham contas em redes sem a anuência de pais ou responsáveis.

Entretanto, em vez da proibição, especialistas apontam para a importância da educação digital.

O objetivo deve ser capacitar crianças e adolescentes para lidarem com a poluição informacional das redes: diferenciar textos opinativos de noticiosos, investigar a veracidade das informações, produzir conteúdos com responsabilidade, proteger a privacidade, reconhecer abusos e buscar ajuda, quando necessário.

Assim, busca-se a redução dos potenciais efeitos nocivos das fake news, do discurso de ódio, da superexposição e do cyberbullying —que podem gerar ou agravar transtornos mentais.

No Brasil, o Congresso discute uma regulamentação das redes repleta de dispositivos controversos, enquanto a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) já recomenda o chamado letramento midiático. Falta capacitar professores e colocar a orientação em prática.

Pela disseminação recente e pelas mudanças provocadas, é natural que o uso das redes sociais gere preocupação e até medo. Mas o conhecimento obtido pela ciência e pela educação é a forma mais sensata de lidar com as adversidades. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

O Sodalício da Ordem Terceira do Carmo da Lapa/RJ. Hoje tivemos no Carmo da Lapa/RJ, a Assembleia Eletiva da Venerável Ordem Terceira do Carmo. Foram eleitos; Vivian Maria Felice Moreno, Priora. Rogério Machado Garcia 1º Conselheiro e Amara Isabel Colares, 2ª Conselheira. Votos de uma ótima caminhada sob as bênçãos de Nossa Senhora do Carmo e Santo Elias. 

 

Deixe as redes sociais de lado e aproveite seus dias de lazer

 

Mateus Camillo

Jornalista pela USP, foi editor de Interação da Folha.

 

SÃO PAULO

Desde o início do ano, adotei o estilo de vida de nômade digital, em que trabalho enquanto viajo, sem residência fixa.

O que tenho observado em comum em todos as cidades em que já estive —lugares tão distintos como Porto Alegre, São Paulo, Budapeste e Rio de Janeiro —é como as pessoas estão imersas em seus celulares o tempo todo, inclusive aos finais de semana, que deveriam ser um momento de relaxamento.

As redes sociais causam ansiedade, o oposto do que deveríamos estar vivendo aos sábados e domingos, os melhores dias da semana. Nem me refiro às pessoas que ficam em casa. Essas não consigo saber o que estão fazendo. Mas sim às pessoas na rua, na praia, nos bares, restaurantes e festas.

Há uma pandemia de uso de celular em qualquer momento, em qualquer contexto. As pessoas deixam de aproveitar as companhias com quem estão para rodar, rodar e rodar o feed delas para ver uma postagem de alguém que está distante.

Pior ainda é a obsessão de saber quem visualizou seus stories no Instagram. Em vez de viver o agora, há uma preferência por postar aquele momento para agradar o ego com corações virtuais.

Por isso, aproveito esta sexta-feira (19), véspera de mais um final de semana, para lançar este manifesto pelo uso consciente das redes sociais aos sábados e domingos.

1- Não pegue o celular na mão se estiver acompanhado de pelo menos uma pessoa.

2- É permitido registrar o momento com uma foto, desde que não seja postado imediatamente nas redes sociais. Devolva o celular ao bolso ou à bolsa.

3- Se a outra pessoa pegar o celular, reaja. Se tiver intimidade suficiente, diga algo como "tem algo mais interessante do que minha presença aí?"

4- Pessoas sozinhas têm concessão maior de uso aos finais de semana. Mas não exagere. O mundo é muito mais interessante lá fora do que numa tela.

5- Muitas vezes pegamos o celular sem perceber. Antes de sair de casa adote táticas como desligá-lo, deixar no modo avião ou desinstalar aplicativos de redes sociais. Mais radical ainda é sair sem o celular. Você seria capaz disso?

6- Se você prometer para esse manifesto que pegou o celular para ler notícias, um livro ou estudar um idioma, o uso fica liberado. Mas tome cuidado para não cair no buraco negro das redes sociais sem querer.

7- Infelizmente, a vontade de pegar o celular habilita as mesmas áreas do nosso cérebro que as drogas, segundo estudos. Nós somos viciados e precisamos admitir isso. O primeiro passo é o reconhecimento.

8- Digamos que você falhou em todos os tópicos acima. Uma vez com o celular na mão, pergunte-se: vale mesmo abrir o Instagram mais uma vez? Feche-o rapidamente.

9- Esse manifesto só será válido se o adotarmos coletivamente. É como bocejar: você inspira a pessoa ao seu lado.

10- Ótimo final de semana a todos!

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

 

Dom Wilson Angotti

Bispo da Diocese de Taubaté (SP)

 

“Deus não enviou seu Filho ao mundo para condena-lo, mas para que o mundo seja salvo por ele” (Jo. 3,17).

Ao longo deste ano, vamos dedicar esse espaço a apresentar os principais aspectos da Doutrina ou Ensinamento Social da Igreja. A intenção é apresentar essa temática de modo simples, ao modo de primeira abordagem. Para isso, teremos por base o “Compêndio da Doutrina Social da Igreja”, publicado pelo Pontifício Conselho Justiça e Paz, da Santa Sé, a pedido do então Papa João Paulo II. O Compêndio, como o próprio nome indica, é uma apresentação condensada ou resumida do ensinamento do Magistério Eclesiástico, ou seja, do ensinamento do Papa e dos Bispos reunidos, especialmente, em Concílios ou Sínodos, com o intuito de iluminar a vida das pessoas e do conjunto da sociedade, com a aplicação do Evangelho de Jesus.

Se limitássemos os ensinamentos de Jesus só ao íntimo de cada pessoa, nós estaríamos restringindo ou colocando limites à Palavra de Deus. Esta, além de iluminar a vida de cada pessoa, deve também iluminar as relações e a vida das pessoas em sociedade. Por isso, a Doutrina Social da Igreja é instrumento de evangelização; é o evangelho aplicado às relações em sociedade. Nada do que é humano é alheio à evangelização. Não se evangeliza o homem abstrato, mas concreto, situado e condicionado pelo conjunto dos problemas sociais e econômicos. Nunca se pode separar o plano da criação do plano da salvação. O plano sobrenatural da salvação não acontece quando termina o plano natural da criação, mas começa quando este é assumido, iluminado e organizado segundo a vontade de Deus. Assim o reinado de Deus vai se concretizando na totalidade da vida humana, à medida que se vive a justiça, a verdade, o amor, a paz … e outros valores evangélicos, até sua plenitude transcendente no Reino de Deus. Assim, a Igreja não se confunde com a comunidade política e nem está ligada a nenhum sistema político; mas, de acordo com sua missão, recorda e preserva o caráter transcendente da pessoa humana, que vai além da realidade terrena (Gaudium et Spes, n.76 e Catecismo da Igreja Católica, n.2245).

O que é a Doutrina Social da Igreja? – É o ensinamento dos Pastores da Igreja acerca da vida do homem e da sociedade, que tem origem na reflexão ao se articular o conhecimento das ciências humanas e os ensinamentos do Evangelho e da Tradição da Igreja. Assim sendo, a Doutrina Social da Igreja (DSI) não se caracteriza como ideologia, mas como teologia moral, ou seja, como reflexão de fé sobre o comportamento do homem em sociedade. Não é um sistema ideológico ou pragmático com objetivo de orientar as relações econômicas, políticas e sociais, mas sim o resultado de uma reflexão atenta sobre as complexas realidades da existência humana, na sociedade e no contexto internacional, à luz da fé e da Tradição eclesial. Seu objetivo é analisar a realidade examinando se estão de acordo ou em desacordo com o ensinamento do Evangelho sobre o ser humano e sobre sua vocação terrena e transcendente; visa pois orientar o comportamento cristão em suas relações sociais (cf. João Paulo II, Sollicitudo rei socilais, n. 41).

A DSI tem sua base na Revelação Bíblica e na Tradição da Igreja (que é o conjunto daquilo que a Igreja crê, ensina, vive e celebra). Portanto, antes e acima de tudo está o projeto de Deus sobre a criação, sobre a vida e o destino do ser humano que é chamado à comunhão trinitária. Assim sendo, a DSI analisa se a maneira como os seres humanos estão vivendo, unidos em sociedade, está ou não de acordo com os princípios cristãos, que visam ao bem da pessoa e da sociedade. Nesse sentido, a DSI cumpre uma função social de anúncio e de denúncia. É mensagem dirigida aos filhos da Igreja, mas também à toda a humanidade.

A DSI foi se formando pouco a pouco com progressivos pronunciamentos do Magistério (ensinamentos do Papa e dos Bispos reunidos) quando se referiram a temas sociais. Esses

ensinamentos têm em conta que a salvação realizada por Jesus Cristo é para todos os homens e para os homens na totalidade de sua vida. A salvação realizada por Cristo é integral, ou seja, atinge a vida humana em todos os seus aspectos ou dimensões: pessoal e social, espiritual e corpórea, histórica e transcendente. Essa salvação começa aqui, nesta terra, à medida em que vivemos segundo a vontade de Deus, mas somente se realiza de modo completo na eternidade, na plena comunhão com Deus. O amor da Trindade é a origem e o destino de toda criação. Fonte: https://www.cnbb.org.br

Evento terá seis dias de duração, sendo que dois deles terão entrada gratuita.

 

Por g1 SP — São Paulo

O Parque Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo, sedia pela primeira vez um evento em comemoração ao São João: o Festival Tão Ser Tão, que é considerado um dos maiores da cultura nordestina e que vai acontecer em julho.

Serão seis dias de festa com música, gastronomia, artesanato, moda e danças. Dois dias terão entrada gratuita e, para o restante, será necessário comprar ingresso.

Nos dias 7 e 14 de julho, todos os setores estarão abertos ao público, exceto a Arena Gonzagão. As apresentações artísticas acontecerão no Coreto Dominguinhos.

O evento acontecerá nos seguintes dias:

7/7 (gratuito)

8 e 9/7 (pago)

14/7 (gratuito)

15 e 16/7 (pago)

 

O evento começa às 11h e segue até as 22h, em todos os dias.

No local, serão seis setores nomeados em homenagem a características nordestinas. Em cada setor, atrações e atividades diferentes.

 

Setores

Alameda dos Sertões: área reservada para a gastronomia típica dos festejos

Travessa Vitalino: homenagem ao grande artesão e músico Vitalino Pereira dos Santos, é a nossa rua totalmente dedicada ao artesanato

Bosque Patativa: tributo a Patativa do Assaré, importante cordelista. Será o nosso palco para a poesia, os cordéis e a arte da xilogravura

Coreto Dominguinhos: palco das atrações culturais, como trio de forró, danças e apresentações típicas. Funcionará todos os dias do evento

Parque Acauã: inspirado na ave símbolo do nordeste, será um parque voltado à diversão com brinquedos e brincadeiras

Arena Gonzagão: homenagem ao mestre compositor e cantor brasileiro, área das apresentações das grandes atrações.

O evento será dividido em áreas:

Arena (pista)

Lounge: espaço reservado com open bar, serviços separados

Camarote: área reservada para grupos de até oito pessoas por espaço. Serviço de open bar. Fonte: https://g1.globo.com

 

"Todo cristão é chamado a dar testemunho com a sua vida, embora não chegue ao derramamento do sangue, fazendo de si mesmo um dom a Deus e aos irmãos", disse o Papa na Audiência Geral, ao dedicar sua catequese ao testemunho dos mártires.

 

Bianca Fraccalvieri - Vatican News

O testemunho dos mártires foi o tema da catequese do Papa na Audiência Geral desta quarta-feira, realizada na Praça São Pedro, com a participação de milhares de fiéis.

Francisco deu continuidade ao ciclo sobre o zelo apostólico, detendo-se desta vez não em uma pessoa singular como São Paulo, mas na multidão dos mártires: homens e mulheres das mais diversas idades, línguas e nações, que deram a vida por Cristo.

 

Não "heróis", mas frutos maduros da vinha do Senhor

Depois da geração dos Apóstolos, foram eles as "testemunhas" por excelência do Evangelho. O primeiro foi Santo Estêvão, lapidado fora das muralhas de Jerusalém. Os mártires, porém, advertiu o Papa, não devem ser vistos como "heróis" que agiram individualmente, como flores despontadas num deserto, mas como frutos maduros e excelentes da vinha do Senhor, que é a Igreja.

De fato, participando assiduamente na celebração da Eucaristia, os cristãos sentem-se impelidos pelo Espírito a organizar a sua vida sobre a base daquele mistério de amor, ou seja, como o Senhor Jesus deu a sua vida por eles, assim também eles podiam e deviam dar a vida por Ele e pelos irmãos. "Os mártires amam Cristo na sua vida e O imitam na sua morte."

 

Os mártires perdoam sempre os algozes

À imitação de Cristo e com a sua graça, os mártires fazem com que a violência recebida de quem recusa o anúncio do Evangelho se torne uma ocasião suprema de amor, que vai até ao perdão dos próprios algozes. "É interessante isto: os mártires perdoam sempre os algozes."

Embora o martírio seja pedido a poucos, "todos, porém, devem estar dispostos – diz o Concílio Vaticano II – a confessar a Cristo diante dos homens e a segui-Lo no caminho da cruz em meio das perseguições que nunca faltarão à Igreja".

Assim os mártires mostram-nos que todo cristão é chamado a dar testemunho com a sua vida, embora não chegue ao derramamento do sangue, fazendo de si mesmo um dom a Deus e aos irmãos.

O Pontífice voltou a repetir que os mártires são mais numerosos no nosso tempo do que nos primeiros séculos e citou o Iêmen como terra de martírio, lembrando as religiosas, os religiosos e os leigos que ali perderam a vida recentemente. 

“Portanto, oremos para não nos cansarmos de dar testemunho do Evangelho até em tempos de tribulação. Que todos os santos e santas mártires sejam sementes de paz e de reconciliação entre os povos, por um mundo mais humano e fraterno, à espera que se manifeste plenamente o Reino dos céus, quando Deus será tudo em todos.” Fonte: https://www.vaticannews.va

Espiritualidade na medicina: ‘Fé não garante cura, mas sem ela fica mais difícil’, diz geriatra

Para Fábio Nasri, coordenador de grupo focado no tema do Hospital Albert Einstein, pesquisas mostram que tratamento de pacientes deve considerar também suas crenças

O geriatra Fábio Nasri Maria Isabel Oliveira

 

Por Elisa Martins — São Paulo

 

Desde os tempos dos “primeiros médicos”, os xamãs e curandeiros, espiritualidade e medicina caminharam juntas. Depois, se separaram, como se fossem opostas. A relação tem sido resgatada recentemente, no Brasil e no mundo, puxada por pesquisas que mostram a influência da espiritualidade em desfechos favoráveis de saúde.

No mês passado, o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, criou um grupo médico-assistencial focado no tema. O objetivo é aprofundar os conhecimentos na combinação entre espiritualidade e medicina, e em como ela pode aumentar o bem-estar de pacientes, inclusive levando líderes religiosos para os leitos, quando solicitados.

Em entrevista ao GLOBO, o coordenador do grupo, o geriatra Fábio Nasri, é enfático: “Quando o paciente entra no hospital, não pode entrar só o coração, o apêndice. É preciso considerar toda a dimensão dele, inclusive a espiritualidade. Ela pode ser mais uma ferramenta poderosa de saúde”.

 

Por muito tempo a medicina foi tida como uma área objetiva e direta, e a espiritualidade, como algo subjetivo, quase como se uma fosse impeditiva da outra. Afinal, elas combinam?

A espiritualidade é parte das pessoas. Mesmo quem não tenha uma fé, crença ou religião, interage com a natureza, com o clima, com o sol. Não podemos negligenciar essa dimensão nas pessoas, seria apartar algo intrínseco ao cuidar da saúde delas. Houve uma separação no passado. Mas a tendência hoje no Brasil e no mundo é de juntar esses valores novamente. Não há como atender um paciente, dar a notícia de que ele tem um câncer, dizer que ele vai fazer uma cirurgia complicada ou que tem uma doença crônica sem atendê-lo como um ser completo. E a espiritualidade não pode ficar de fora. Pode, inclusive, ser ferramenta adicional no arsenal terapêutico.

 

Os “primeiros médicos” eram líderes espirituais, os xamãs. Como se deu essa separação?

Vem de muito tempo. Desde a teoria da razão de (René) Descartes, houve interesse também da Igreja de que houvesse essa separação. Como se fosse um acordo do tipo: "Olha, vocês ficam com o corpo, a gente fica com a alma". Ao mesmo tempo, a Ciência começou a se desenvolver, e houve uma espécie de materialização das sensações. A medicina seguiu um curso reducionista.

 

O que levou à reaproximação?

Começaram a acontecer fatos que chamavam a atenção, em vários campos da Ciência médica. Primeiro as experiências de quase-morte, em que pessoas que passavam por períodos de morte momentânea e retornavam relatavam experiências de encontrar entes queridos. Outros pesquisadores começaram a publicar casos de lembranças de vidas passadas. Existem relatos impressionantes de crianças que em idade muito tenra lembravam de vidas pregressas. Ao mesmo tempo, tornaram-se mais conhecidos desfechos favoráveis de saúde em pessoas com a espiritualidade mais presente. Elas iam melhor em uma série de quesitos.

 

Que efeitos a espiritualidade produzia nesses pacientes?

Passavam melhor pelas doenças, pelo pós-operatório. Não falo de cura, mas de vivência do processo, de como atravessam um período duro. Pesquisas ao longo do tempo mostram que quem realmente acredita, tem fé, tem uma evolução melhor. Isso chamou atenção, e os estudos aumentaram. É um caminho sem volta.

 

A Ciência comprova esses benefícios?

Diversos artigos mostram isso. Quando uma pessoa faz uma prece, independentemente da religião, a frequência cardíaca tende a diminuir, a pressão cai. Há uma série de fenômenos pensando em neurotransmissores e estimulação cerebral que fazem bem às pessoas que têm a espiritualidade intrínseca. Diminui a atividade do sistema simpático, responsável por aumentar a pressão e a frequência cardíaca. Melhora a perfusão cerebral. Ativa sensações ligadas a prazer e bem-estar libera ocitocina, serotonina. E não necessariamente precisa de um templo para isso. A pessoa pode admirar música, o pôr do sol, meditar, fazer yoga. Normalmente quem segue esses preceitos acaba sendo mais saudável, por questão de conduta. Mas também existe um outro lado.

 

Quando a espiritualidade pode fazer mal à saúde?

Existem pessoas que se dizem religiosas, mas não incorporam esses valores em suas vidas. Então não colhem os benefícios. Existem também as que acham que só a crença vai curá-las. E desistem do tratamento. Ou vão a outros lugares onde entendem que vão ser curadas, mas não são espaços de índole adequada. É preciso cuidado também. O que vemos na medicina é que não dá para sair dizendo que a fé é garantia de cura. Mas dá para dizer que sem ela é mais difícil.

 

A delicadeza do tema explicaria por que médicos ainda são receosos de abordá-lo em consulta?

Existem pesquisas que mostram que os pacientes gostariam que os médicos abordassem esse tema no consultório. E existem pesquisas entre médicos, inclusive no Brasil, que é líder de estudos na área, que indicam que eles gostariam de falar mais sobre isso com os pacientes. Mas há médicos que receiam que os pacientes achem que eles querem levá-los para a igreja deles. Além disso, numa consulta em que o médico tem de verificar pressão, colesterol, tratar câncer, avaliar a memória etc, nem sempre sobra tempo. Mas o principal motivo é que os médicos não têm treinamento para isso. Não é só sair perguntando: “E aí, você tem alguma religião?” Há uma estratégia, e poucas escolas brasileiras oferecem aulas sobre isso.

 

A pandemia reforçou a importância da espiritualidade em momentos críticos?

Outro dia, cheguei no hospital cedinho para ver pacientes e me surpreendi quando vi a equipe que estava pegando o plantão formar uma roda e fazer uma prece para que tudo corresse bem, para que pudessem ser instrumento de auxílio aos doentes. Vi depois que era prática em vários momentos no hospital. E isso talvez seja um efeito pós-pandemia. Um dos maiores pesquisadores dessa área já preconizava os benefícios de que médicos orassem junto com os pacientes antes de uma cirurgia ou procedimento. Mas ainda não é algo muito difundido.

 

Para que lado caminham as pesquisas?

Muitos estudos mostram a associação positiva entre espiritualidade e bons desfechos em saúde. Várias sociedades médicas brasileiras já incorporaram esse tema. O pulo do gato é como isso acontece. É fácil explicar e a pessoa entender que no momento em que ora, medita ou vai a uma cachoeira isso traz benefícios para os sistemas endócrino, cardiovascular, etc. O problema é como isso acontece no nível da célula. Qual é a proteína? Como essa energia entra? É algo do DNA? Não sabemos. Precisamos abrir a cabeça. Ainda vai demorar para descobrir. Fonte: https://oglobo.globo.com

 

O Papa: a Igreja não é uma casa somente para alguns, é para todos

Publicamos trechos da entrevista com Francisco realizada por Paolo Rodari para a rádio e televisão suíça (RSI), que será transmitida em horário nobre no domingo, 12 de março, véspera do décimo aniversário da eleição: entre os temas da conversa, as prioridades do pontificado, a acolhida de todos, a guerra na Ucrânia e outros conflitos, as relações com o predecessor, a vida após a morte.

 

PAOLO RODARI

Casa Santa Marta, a residência onde Francisco mora. As portas estão abertas para a RSI, rádio e televisão suíça de língua italiana, para uma entrevista com o Papa dedicada aos dez anos de seu pontificado que a partir de domingo à noite, 12 de março, estará disponível na íntegra no site www.rsi.ch. Francisco não pensa em renunciar, mas explica o que eventualmente o levaria a fazê-lo: "Um cansaço que não faz você ver as coisas com clareza. A falta de clareza, de saber avaliar as situações". Há dez anos não mora mais em Buenos Aires. Daquele tempo, sente saudades de "caminhar, andar pelas ruas". Mas está bem em Roma, "uma cidade única", ainda que não faltem preocupações. Estamos "em uma guerra mundial", diz ele. "Começou em pedaços e agora ninguém pode dizer que não é mundial. Porque as grandes potências estão todas emaranhadas. E o campo de batalha é a Ucrânia. Todos lutam lá." O Papa conta que Putin sabe que gostaria de encontrá-lo, "mas ali estão todos os interesses imperiais, não só do império russo, mas dos impérios de outras partes".

 

Santo Padre, o que mudou nestes dez anos?

Sou velho. Tenho menos resistência física, a do joelho foi uma humilhação física, mesmo que já esteja curando bem.

 

Foi difícil para o senhor andar de cadeira de rodas?

Eu me envergonhava um pouco.

 

Muitos o descrevem como o Papa dos últimos. O senhor se sente assim?

É verdade que tenho preferência pelos descartados, mas isso não significa que descarte os outros. Os pobres são os favoritos de Jesus, mas Jesus não manda embora os ricos.

 

Jesus pede para levar qualquer pessoa à sua mesa. O que isto significa?

Significa que ninguém está excluído. Quando eles não foram à festa, disse para às encruzilhadas das estradas e chamar todos, doentes, bons e maus, pequenos e grandes, ricos e pobres, todos. Não devemos esquecer isto: a Igreja não é uma casa para alguns, não é seletiva. O santo povo fiel de Deus é este: todos.

 

Por que algumas pessoas se sentem excluídas da Igreja devido às suas condições de vida?

Sempre há pecado. Há homens de Igreja, mulheres de Igreja que fazem a distância. E isso é um pouco a vaidade do mundo, se sentir mais justo que os outros, mas não está certo. Somos todos pecadores. Na hora da verdade põe a sua verdade sobre a mesa e você verá que é um pecador.

 

Como imagina a hora da verdade, a vida após a morte?

Não posso imaginá-la. Não sei o que será. Só peço a Nossa Senhora que esteja ao meu lado.

 

Por que o senhor escolheu morar na Santa Marta?

Dois dias depois da eleição fui tomar posse do palácio apostólico. Não é tão luxuoso. É feito bem, mas é enorme. A sensação que tive foi como a de um funil invertido. Psicologicamente eu não tolero isso. Por acaso passei em frente ao quarto onde moro. E eu disse: "Vou ficar aqui." É um hotel, moram lá quarenta pessoas que trabalham na cúria. E vêm pessoas de todos os lugares.

 

Sente falta de alguma coisa de sua vida anterior?

Caminhar, andar pelas ruas. Eu andava muito. Usava o metrô, o ônibus, sempre com as pessoas.

 

O que pensa da Europa?

Neste momento existem muitos políticos, chefes de governo ou ministros jovens. Eu sempre digo a eles: conversem uns com os outros. Este é de esquerda, você é de direita, mas vocês dois são jovens, falem. É o momento do diálogo entre os jovens.

 

O que traz um Papa quase do fim do mundo?

Algo que escreveu a filósofa argentina Amelia Podetti me vem à mente: a realidade é melhor vista dos extremos do que do centro. Da distância se entende a universalidade. É um princípio social, filosófico e político.

 

O que lembra dos meses de confinamento, sua oração solitária na Praça São Pedro?

Chovia e não havia ninguém. Eu senti que o Senhor estava lá. Era algo que o Senhor queria nos fazer entender a tragédia, a solidão, a escuridão, a peste.

 

Existem várias guerras no mundo. Por que é difícil entender o drama?

Em pouco mais de cem anos houve três guerras mundiais: '14-18, '39-45, e esta é uma guerra mundial. Começou aos poucos e agora ninguém pode dizer que não é mundial. As grandes potências estão todas emaranhadas. O campo de batalha é a Ucrânia. Todos lutam lá. Isso faz pensar na indústria de armas. Um técnico me dizia: se as armas não fossem produzidas por um ano, o problema da fome no mundo estaria resolvido. É um mercado. A guerra é travada, velhas armas são vendidas, novas são testadas.

 

Antes do conflito na Ucrânia, o senhor se encontrou várias vezes com Putin. Se o encontrasse hoje, o que diria a ele?

Eu falaria com ele claramente como falo em público. Ele é um homem culto. No segundo dia da guerra, fui à embaixada russa na Santa Sé para dizer que estava disposto a ir a Moscou com a condição de que Putin me abrisse uma brecha para negociar. Lavrov me escreveu agradecendo, mas não é o momento. Putin sabe que estou à disposição. Mas há interesses imperiais lá, não apenas do império russo, mas de outros impérios. É próprio do império colocar as nações em segundo lugar.

 

Quais outras guerras o senhor sente que são mais próximas?

O conflito do Iêmen, da Síria, os pobres Rohingya de Mianmar. Por que esses sofrimentos? As guerras machucam. Não há espírito de Deus, não acredito em guerras santas.

 

Muitas vezes fala sobre fofoca. Por que?

A fofoca destrói a convivência, a família. É uma doença oculta. É a peste.

 

Como foram os dez anos de Bento XVI na Mater Ecclesiae?

Bom, ele é um homem de Deus, quero muito bem a ele. A última vez que o vi foi no Natal. Ele quase não conseguia falar. Falava baixo, baixo, baixo. Foi necessário que traduzissem suas palavras. Era lúcido. Fazia perguntas: Como é isso? E esse problema lá? Ele estava atualizado sobre tudo. Foi um prazer falar com ele. Pedia-lhe opiniões. Ele dava o seu parecer, mas sempre equilibrado, positivo, sensato. Da última vez, porém, se via que estava no fim.

 

As exéquias foram sóbrias. Por que?

Os mestres de cerimônias tinham "quebrado a cabeça" para fazer as exéquias de um Papa não reinante. Era difícil fazer a diferença. Agora eu disse para estudar a cerimônia dos funerais dos futuros Papas, de todos os Papas. Eles estão estudando e também simplificando um pouco as coisas, tirando as coisas que estão liturgicamente erradas.

 

O Papa Bento XVI abriu caminho para a renúncia. O senhor disse que é uma possibilidade, mas que atualmente não a contempla. O que pode levá-la a renunciar no futuro?

Um cansaço que não nos faz ver as coisas com clareza. A falta de clareza, de saber avaliar as situações. Até o problema físico, talvez. Eu sempre pergunto sobre isso e sigo os conselhos. Como estão as coisas? Você acha que devo... às pessoas que me conhecem, até mesmo alguns cardeais inteligentes. E eles me dizem a verdade: continua está bom. Mas por favor: grite em tempo.

O senhor quando saúda, pede a todos para rezar pelo senhor. Por que?

Tenho certeza que todos rezam. Aos que não creem, digo: rezem por mim e se não rezarem me mandem boas ondas. Um amigo ateu me escreve: … e eu te mando boas ondas. É uma forma pagã de rezar, mas é um querer bem, e querer bem ao outro é uma oração. Fonte: https://www.vaticannews.va

 

Dom Antonio de Assis Ribeiro

Bispo auxiliar de Belém (PA)

 

A Sagrada Escritura nos diz que há um tempo para cada coisa. Então é preciso saber discernir o momento certo de cada uma; quando iniciar e também quando terminar. “Debaixo do céu há momento para tudo, e tempo certo para cada coisa. Tempo para abraçar e tempo para se separar” (Ecle 3,1.5). Há um tempo para abraçar responsabilidades, permanecer nelas, encarar desafios, carregar peso, dar a própria contribuição servindo com alegria e generosidade.

Também há o tempo de abandonar o que se assumiu, de renunciar responsabilidades; tempo de reconhecimento de que a missão foi cumprida ou que as forças se esgotaram. Visto que só Deus é eterno, só as coisas divinas têm duração eterna (cf. Ecle 3,14). Somos todos marcados pela vulnerabilidade, por isso, com humildade é necessário reconhecer o momento justo de passar as nossas responsabilidades para outros. Essa é a sábia hora da sucessão.

 

Apego a cargos: a vaidade gera sofrimento

Somos estrangeiros sobre a terra (cf. Hb 11,13;1Pd 2,11). Neste mundo somos todos peregrinos caminhando rumo à nossa casa definitiva, a pátria celeste (cf. Hb 11,16;13,14). Por isso, como bem nos recorda a liturgia, somos convidados a viver com sabedoria entre as coisas que passam, abraçando as que não passam. Os cargos passam, os serviços mudam, as funções cessam, as nossas forças diminuem, a visão e a sensibilidade se perdem, o dinamismo da vida se enfraquece e tornamo-nos lentos. Por isso, não há motivos para o apego; a vaidade gera sofrimento quando se reconhece que é chegada a hora da mudança.

É triste encontrarmos comunidades, paróquias e outras instituições em situação de crises e conflitos, tristeza e mágoas, indignação e protestos por causa da mudança de líderes. Quem ama a Igreja serve sempre e não precisa de cargos, nem status. É bom que não esqueçamos que as possibilidades de servir, são muito mais abundantes do que a oferta de cargos. Quem quer cargos, não serve porque é vaidoso! Jesus nos alertou: “o maior de vocês deve ser aquele que serve a vocês” (Mt 23,11); “Estou no meio de vocês como quem está servindo” (Lc 22,27).

Na Igreja, ter cargos não é um direito, é um dom, é uma graça; é uma realidade que nos é conferida e, por isso, também tirada e transferida. Somente gratuitamente, com liberdade e desapegados, é que servimos como convém. Jesus nos ensina que no amor está o fundamento do serviço de líder (cf. Jo 21,1-19).

 

Só Jesus é permanente

Na Igreja as transferências de responsabilidades e alternância de funções é uma realidade que faz parte da sua natureza. Ninguém tem cadeira cativa! As mudanças fazem parte do caráter missionário, itinerante e peregrino da Igreja neste mundo, porque estamos em trânsito. Na Igreja todos mudamos em virtude das exigências do Reino de Deus. “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre” (Hb 13,8). O status de imutabilidade é unicamente reservado ao Senhor do tempo e do universo.

Na Igreja todos mudamos por causa da nossa obediência e disponibilidade à sua missão. Mudaram os apóstolos, mudam os papas, os cardeais, os bispos, os párocos, os superiores das congregações e devem mudar também todos os níveis de liderança em todos os contextos eclesiais. O Direito Canônico nos apresenta com naturalidade a questão das transferências em virtude da obediência à Igreja (cf. Cân 273); mas também por causa das necessidades e da utilidade ao povo de Deus. Isso deve acontecer todas as vezes quando o ordinário (bispo ou pároco), após justo discernimento, achar conveniente, por necessidade e por amor ao povo de Deus (cf. Cân. 1748).

Lamentavelmente, talvez por falta da justa compreensão, há pessoas que, como já afirmou o Papa Francisco, estão contagiadas pela “síndrome de eternidade” em seus cargos. O apego a cargos enfraquece a vida da Igreja; quando alguém por anos ou décadas, se mantém na mesma função, se empobrece pessoalmente e, dependendo da sua mentalidade e forma de atuação, gera graves perdas para a comunidade.

 

A sucessão na Sagrada Escritura

A Bíblia nos apresenta uma longa série de sujeitos que reconheceram o momento da justa mudança transferindo suas responsabilidades para outros. Assim encontramos a natural sucessão entre os patriarcas no serviço de liderança do povo de Deus: Abraão, Isaac, Jacó, José; o profeta Elias cede sua missão a Eliseu, o sacerdote Eli dá lugar a Samuel (cf. 1Sm 3-4) e, este por sua vez, idoso, estabeleceu seus filhos como juízes em seu lugar (cf. 1Sm 8,1-5). Certo é que nem todas as sucessões foram serenas como aquela da passagem do Rei Saul para Davi.

Merece especial atenção a passagem da liderança de Moisés para Josué. Certo dia, dirigindo-se a todo o povo Moisés declarou: “Tenho hoje cento e vinte anos e já não posso deslocar-me…”. Depois Moisés chamou Josué e, diante de todo Israel, lhe disse: “Sê forte e corajoso, pois és tu que introduzirás este povo na terra que o Senhor sob juramento prometeu dar a seus pais, e és tu que lhe darás a posse dela. O Senhor, que é o teu guia, marchará à tua frente, estará contigo e não te deixará nem te abandonará. Por isso, não temas nem te acovardes” (Dt 31,1.6-8).

Essa narração é comovente! Moisés idoso, cansado, desgastado, percebeu com sabedoria que era chegada a hora de passar o comando para alguém mais novo. O jovem Josué foi o escolhido! E já estava sendo preparado havia muito tempo! O bom líder, pensando no futuro, capacita sucessores. Apesar do temor, Josué aceitou a responsabilidade de continuar o processo de libertação do povo caminhando rumo à Terra Prometida. Otimista, Moisés anima o seu sucessor, sem ciúmes, nem temor!

Um dos mais graves males das instituições contemporâneas é a crise de liderança. Lamentavelmente isso acontece porque muitos se mantiveram a todo custo no poder por muito tempo, e não prepararam novos líderes. Líderes apegados aos próprios cargos provocam prejuízos aos liderados (povos, grupos, instituições), porque olham para si mesmos e não percebem que um dia deverão abandonar suas funções.

Quem não pensa no dinamismo da missão da Igreja, mas olha somente para o próprio cargo, é um líder egoísta, vaidoso, carente da visão de conjunto e de futuro. É preciso não ter medo de envolver novas pessoas e, se possível, mudar de ofício.

Também Jesus de Nazaré ao longo da sua vida terrena sempre manifestou a seus discípulos a consciência da sua provisoriedade corporal neste mundo (cf. Jo 7,33; 12,35; 14,1-4.30). São Paulo teve clara consciência de ter chegada a hora do fim da sua missão dizendo: “chegou o tempo da minha partida. Combati o bom combate, terminei a minha corrida, conservei a fé. Agora só me resta a coroa da justiça que o Senhor, justo Juiz, me entregará naquele Dia” (2Tim 4,6-8). Em cada comunidade há sempre muitas formas de engajamento no bom combate da fé. Quando percebemos isso nunca brigamos por cargos. Cada um é chamado a não procurar os próprios interesses, a exemplo de Cristo que, desapegou-se de seu status de ser igual a Deus, esvaziou-se a si mesmo e assumiu a condição de servo (cf. Fl 2,6-8). A disputa por cargos e status, desde o início da Igreja, tem gerado mal estar entre os discípulos de Jesus (cf. Mt 20,24). Cristo nos recorda que quem quer tornar-se grande deve aprender a servir e quem quer ser o primeiro deve fazer-se servo de todos (cf. Mt 20,26-28).

 

PARA A REFLEXÃO PESSOAL:

Quais são as causas do apego a cargos?

Por que em muitas de nossas comunidades há dificuldade da mudança de líderes?

Quais são as consequências do apego à cargos?

Fonte: https://www.cnbb.org.br

Apresentado na sede de La Civiltà Cattolica, em Roma, o livro que repropõe o último texto do cardeal Martini, integrado com considerações e comentários de Francisco sobre o ministério episcopal em uma ótica sinodal. Padre Casalone: contém intuições que inspiram quem realiza um serviço de responsabilidade em uma comunidade humana, eclesial e civil, porque indica um estilo de relacionamento, uma forma de exercer a autoridade que promove a pessoa, eleva as consciências e constrói comunidade.

 

Antonella Palermo - Vatican News

"Dois bispos que guardam e acompanham o rebanho de Deus". Cada um com um estilo distinto e a herança do comum seguimento nas pegadas de Inácio de Loyola". Foi assim que a irmã Nicla Spezzati, adoradora do sangue de Cristo, entrelaçou a experiência pastoral do falecido arcebispo de Milão, Carlo Maria Martini, e a do Bispo de Roma, o Papa Francisco, autores do livro "O Bispo o Pastor. A autoridade na Igreja é sempre "ao serviço" (San Paolo edizioni) apresentado neste dia 24 de fevereiro, na sede de La Civiltà cattolica, em Roma.

 

Casalone: um livro profundo e inspirador

O volume coloca novamente em circulação O Bispo, um texto hoje que não se encontra de Martini, acompanhado das considerações e comentários do Pontífice que nos permitem aprofundar o tema do vínculo entre o bispo e o povo. Foi a Fundação dedicada a Martini que propôs sua publicação por ocasião do décimo aniversário de sua morte. A Fundação quis ir além de uma simples operação celebrativa, criando uma continuidade entre as reflexões dos dois jesuítas, num momento em que a sinodalidade assume uma importância crucial.

"Este é o último livro que Martini escreveu e, portanto, reúne toda sua sabedoria a partir da experiência que teve, um livro profundo em toda sua simplicidade", diz padre Carlo Casalone SJ, presidente da Fundação Carlo Maria Martini. "E então ele tem muitas intuições que inspiram ou podem inspirar qualquer pessoa que realiza um serviço de responsabilidade em uma comunidade humana, seja eclesial, como é o caso do bispo ou outras formas de ministério, ou civil, porque ele indica um estilo de relacionamento, uma forma de exercer autoridade que promove a pessoa e é obediente à dinâmica da comunidade como um todo". Martini", aponta, "cuida da comunidade e ao mesmo tempo exerce a autoridade como um serviço às consciências para que elas não se abstenham da vida comunitária". Em certo sentido, ele volta ao conceito original de autoridade que significa "fazer crescer", fazer o outro autor, capaz de assumir na primeira pessoa aquelas responsabilidades que são próprias também em relação aos outros, e isto constrói a comunidade".

 

O Pastor, um homem de oração e misericórdia

As páginas do Bispo de Roma sobre as peculiaridades do pastor enfatizam como esta é uma figura que não nasceu em um laboratório, e que deve sempre se esforçar para se valer dos conselhos de seu clero e de seu povo, evitando todas as formas de carreirismo. No seu texto, o Papa Francisco escreve que Martini pretendia pintar uma imagem viva do bispo, concreta e sem falsas pretensões, usando "extrema franqueza". Revendo as reflexões que mais o marcaram, o Papa enfatiza a relação imprescindível com o Senhor que o bispo deve ter essencialmente na oração, a peculiaridade de ser um "homem de misericórdia", o fato de que ele deve agir como um "médico em um hospital de campo" e não deve negligenciar a relação com os jornalistas.

Este é um ponto que ele considera tão importante quanto o arcebispo de Milão. "Mesmo que alguns erros possam acontecer", diz Francisco, "devido a seu despreparo, o bispo deve saber que 'o importante é conduzir o barco em direção ao porto, comunicar-se verdadeiramente com o povo, saber entrar em uma relação quase pessoal com a ajuda da mídia'.

Especialmente em vista dos trabalhos sinodais atuais, Francisco enfatiza a necessidade de que o bispo, assim como Martini escreve, manifeste a comunhão com os outros bispos e com o Papa, e toda a paternidade espiritual para com os sacerdotes. E ele convida à reflexão sobre a necessidade de meios simplificados e rápidos de receber opiniões. Ciente de que não existe um pastor "standard" para todas as Igrejas, Francisco descreve brevemente o bispo como "aquele que vela, apoiando pacientemente os processos pelos quais o Senhor leva avante a salvação de seu povo". E recorrendo mais uma vez à metáfora do cheiro das ovelhas, ele acrescenta:

 

"Não basta vigiar, é preciso ter a mansidão, a paciência e a constância da caridade (Papa Francisco)".

 

Martini e Francisco, homens de escuta fraterna e universal

Nas palavras da irmã Nicla - que viveu recentemente a experiência sinodal em Praga n etapa continental europeia, onde a delegação italiana da qual ela fazia parte expressou sua voz fazendo muito uso do legado de Martini - o contínuo paralelismo entre Martini e Bergoglio se traduz em destacar como ambos "são bispos que recordam, a cada hora, a terra de origem e de realização, com a vitalidade dos homens em constante busca. Vitalidade que se torna um discernimento vigilante, um guia para escolher o essencial em cada circunstância". Ambos nos convidam a levar a sério o fato de nos tornarmos vizinhos, promovendo uma fraternidade que não só é desejada, mas possível. Ambos convidam "a escutar com o ouvido do coração" os pobres, prisioneiros, intelectuais, crentes e não crentes, jovens, evitando qualquer miopia particularista e sem recorrer precipitadamente, aponta a religiosa, a respostas pré-embaladas. Ambos se fazem intercessores pela paz.

 

Bizzeti: Martini em diálogo com as novidades da história e das pessoas

A apresentação do livro foi selada por monsenhor Paolo Bizzeti SJ, Vigário Apostólico da Anatólia, que compartilhou seu testemunho de uma região ferida, onde o exercício da autoridade episcopal tem que lutar, por um lado, com escassos recursos humanos e materiais e, por outro, com uma variedade de ritos e "modelos" de bispos que "devem necessariamente interpelar", também na ótica de realizar um efetivo caminho ecumênico. Bizzeti recorda sua relação com o cardeal Martini: desde o tempo em que era reitor do Pontifício Instituto Bíblico ("um homem tradicional, no melhor sentido do termo"), até a época da 32ª Congregação da Companhia de Jesus ("um homem que, embora já muito estruturado, se questionava, não se afastava de enfrentar as novidades da época"); desde o tempo em que em Milão reconhecia com extrema lucidez a complexidade do ministério e os inevitáveis limites a ele associados, até o período, finalmente, de Jerusalém, quando uma séria reflexão sobre o mistério da morte o ocupava e o preocupava.

Bizzeti também enfatiza a abertura total com que Martini concebeu e viveu sua missão pastoral: relações com judeus, com várias Igrejas locais, com não-crentes, em um estilo que nunca foi impositivo. Porque, de fato, trata-se de levar em conta constantemente o fato de que, ao mesmo tempo em que se impõe, espalharia o rebanho, por outro lado - nas palavras de Inácio de Antioquia - "onde está o bispo, aí está a Igreja". O importante é tirar o bispo de seu nicho, como escreve Martini, e vê-lo em contato com o povo. Mais sinodal do que isso... Fonte: https://www.vaticannews.va

Jovem encontrado no rio Iguaçu após se jogar da ponte dos Arcos em União da Vitória era seminarista

Já foi identificado pelo Instituto Médico Legal – IML de União da Vitória o corpo encontrado nas águas do rio Iguaçu após se jogar da ponte dos Arcos. Se trata de Vanderson Daniel Openkovski.

Vanderson tinha 20 anos e era natural de Rebouças. Ele estava cursando o 1º ano de Teologia no Seminário Diocesano de União da Vitória.

O jovem se jogou nas águas do rio Iguaçu na tarde de quinta-feira, sendo que após quatro dias de buscas, seu corpo foi encontrado nesse domingo, dia 26, na região de Porto Vitória. Fonte: https://canal4.tv.br


O Corpo de Bombeiros de União da Vitória foi acionado por volta das 10h40 deste domingo, 26, em Porto Vitória depois que populares avistaram um corpo boiando no Rio Iguaçu.
A equipe realizou buscas pelo local, no período da tarde, por volta das 15h40 o corpo foi localizado. A vitima é um jovem de 20 anos identificado como Vanderson Daniel Openkovski.
Vanderson era aluno no 1º ano de Teologia no Seminário Diocesano de União da Vitória, ele era natural de Rebouças.

 

A Diocese emitiu uma nota sobre o falecimento:


A Diocese de União da Vitória noticia com profundo pesar o falecimento do Seminarista Vanderson Daniel Openkovski.

Natural da cidade de Rebouças, Vanderson tinha 20 anos de idade e estava cursando o 1º Ano de Teologia, no Seminário Diocesano, em União da Vitória.

Unidos na fé, com seus pais, demais familiares e amigos, pedimos ao Espírito Santo Consolador, que fortaleça o coração de todo nós, que neste momento de luto, sofremos com a perda do Seminarista Vanderson. Fonte:

https://www.facebook.com/jornalidealnews

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A publicação da Diocese de União da Vitória noticiou e lamentou na madrugada desta segunda-feira (27/02), por volta de 1h, o falecimento de Vanderson Daniel Openkovski, seminarista natural de Rebouças.

A informação foi divulgada algumas horas depois de um corpo ter sido encontrado no rio Iguaçu, sem a relação confirmada oficialmente entre as duas situações. O seminarista será sepultado na manhã desta segunda-feira, em Rebouças. Fonte: https://www.facebook.com/portalculturasulfm

 

A família Rcc Diocese União da Vitória está de Luto pelo falecimento do Seminarista Vanderson Daniel Openkovski.

O mesmo era participante do Grupo de Oração Beata Helena Guerra no seminário Rainha das Missões e filho do ex- coordenador Diocesano da RCC Vanderlei Openkovski.
Nos unamos a família e amigos nesse momento de dor e rezemos pela sua alma e descanso eterno.
"Eu sou a Ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá." Jo 11, 25. Fonte: https://www.facebook.com/rccuniao

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Rapaz se joga de ponte e é levado pelas águas do Iguaçu, em União da Vitória

 

Bombeiros estão realizando varredura superficial no Rio Iguaçu, em busca do desaparecido.

 

Por volta das 16h desta quinta-feira (23), um rapaz foi visto se jogando da Ponte dos Arcos em União da Vitória. Um popular, que viu a cena, acionou imediatamente o Corpo de Bombeiros, que realiza buscas nesse momento.

Ainda não se tem informação da identidade do homem, porém testemunhas dizem que aparentava ser jovem, teria subido no topo dos arcos e se jogado de costas, sendo levado pelas águas do Rio Iguaçu.

Em grupos de WhatsApp, o popular que viu o ato e acionou os bombeiros diz que “Já na hora que vi o cidadão se jogando liguei para os bombeiros, infelizmente o rapaz não fez intenção nenhuma de se salvar, simplesmente descia sem sequer agitar os braços”.

Bombeiros fazem buscas superficiais, porém se chover as buscas precisarão ser suspensas. Fonte: https://canoinhasonline.com.br

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 Descanse em paz menino! E que Deus conforte a família.

Ao mesmo tempo é necessário e urgente buscar estratégia de debate na igreja sobre saúde mental. É preciso repensar como Igreja uma ajuda no âmbito de saúde mental desde a dimensão psicológica aos religiosos sejam (padres e seminaristas).

É preciso falar de saúde mental na igreja. Existe muitas pessoas tóxicas nesse ambiente.

Só rezar não soluciona os problemas. O pietismo vazio não ajuda em nada. Muito pelo contrario, leva a situações muito doloroso.

Não se pode só lamentar e depois esquecer.

A saúde mental precisa estar na agenda de formação em todos os sentidos. É preciso ser mais humano com o humano!

Daniel Andres Baez Brizueña. Fonte: https://www.facebook.com/danan1011

 

Um empresário de Ancara ofereceu uma casa para Mesut Hancer e propôs contratá-lo como funcionário administrativo em sua rede de televisão privada

 

Por AFP — Ancara

O momento de um pai segurando a mão da filha morta, registrado por um fotógrafo da AFP, foi uma das imagens que deram a volta ao mundo após o terremoto devastador de 6 de fevereiro na Turquia e na Síria.

Quase três semanas depois desta catástrofe que deixou mais de 44 mil mortos na Turquia, Adem Altan, o repórter fotográfico que registrou a imagem, voltou a se encontrar com o turco Mesut Hancer.

Pai de quatro filhos, entre eles a adolescente Irmak, que morreu aos 15 anos sob os escombros de um imóvel de oito andares, Hancer deixou recentemente a cidade de Kahramanmaras, no sudeste da Turquia, e foi morar na capital, Ancara.

— Também perdi minha mãe, meus irmãos e meus sobrinhos no terremoto. Mas não há nada comparável a enterrar um filho — explica o homem, na faixa dos 40 anos. — É uma dor indescritível.

Sua família tenta agora reconstruir a vida longe da arrasada Kahramanmaras, localizada perto do epicentro do tremor de magnitude 7,8, que também sacudiu o norte da Síria, causando quase 6 mil mortes no país. No total, o desastre matou mais de 50 mil pessoas.

A foto de Hancer, petrificado de dor e indiferente ao frio e à chuva, vestindo um casaco impermeável laranja, simbolizou a tragédia vivida por milhares de pessoas e gerou uma onda de solidariedade.

Um empresário de Ancara ofereceu-lhe uma casa e propôs contratar Hancer como funcionário administrativo em sua rede de televisão privada.

 

Filha é retratada como um anjo

Na sala de estar de sua casa nova, ele pendurou um quadro, presente de um artista, no qual Irmak é retratada com asas de anjo ao lado do pai.

— Não consegui soltar sua mão. Minha filha dormia como um anjo em sua cama — explica o pai, separado violentamente de um de seus filhos.

Quando o terremoto ocorreu, às 4h17 locais de 6 de fevereiro (22h17 do dia 5, horário de Brasília), Hancer trabalhava em sua padaria.

Imediatamente, ligou para a família e soube que sua casa tinha sofrido danos, mas não tinha desmoronado, e que sua mulher e que três de seus quatro filhos estavam sãos e salvos.

Mas a família não tinha notícias da filha caçula, Irmak, que naquela noite dormiu na casa da avó para passar mais tempo com as primas de Istambul, que tinham ido visitá-los.

Então, Hancer, muito preocupado, foi rapidamente para a casa da mãe e ali se deparou com o imóvel transformado em uma montanha de escombros. Em meio às ruínas, encontrou o corpo da filha.

Nenhuma equipe de socorristas apareceu na área nas 24 horas que se seguiram à catástrofe.

Hancer e outros moradores tiveram que se virar para tentar encontrar seus familiares e conhecidos debaixo dos escombros.

Ele tentou retirar o corpo da filha morta, erguendo blocos de concreto com as mãos. Mas era uma tarefa impossível.

Desesperado, frustrado e tomado por uma profunda tristeza, sentou-se ao lado do cadáver de Irmak.

— Peguei a mão dela, acariciei seu cabelo e beijei suas bochechas — lembra.

Minutos depois, viu o repórter fotográfico que retratava as consequências do terremoto.

— Faça fotos da minha filha — murmurou com a voz embargada por uma dor difícil de esquecer. Fonte: https://oglobo.globo.com