17º Domingo do Tempo Comum (Mt 13, 44-52): O Tesouro escondido... A Pérola.
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Comentário do Frei Petrônio de Petrônio, Padre Carmelita e Jornalista/RJ.
Como compreender o Evangelho do 17º Domingo do Tempo Comum (Mt 13, 44-52) na era digital e da lucratividade da religião? Hoje, o nome JESUS, DEVOÇÃO, NOSSA SENHORA... É rentável, gera lucro... Escolher o reino, digo, a vocação sacerdotal ou religiosa é muitas vezes- quase sempre- ter o futuro garantido em uma ordem religiosa, comunidade de vida, diocese, arquidiocese ou congregação. E como não falar dos Padres e Pastores midiáticos PopStar que, em nome de Jesus- e da religião- tem a sua lucratividade diária? Aliás, alguns (as) são patrocinados pela grande mídia ou pela “TV Católica” que constroem verdadeiros impérios da comunicação em nome de Jesus Cristo. E mais! O que dizer de algumas instituições que em nome dos pobres e de Jesus Cristo aumentaram a sua conta bancária? Será de fato o Jesus do Evangelho desse domingo? Para não radicalizar, acho que a palavra VALOR é o caminho para o olhar desse domingo. Mesmo sabendo que o JESUS DE HOJE GERA LUCRO, usamos dos bens adquiridos EM NOME DE JESUS para construir pontes onde os marginalizados e esquecidos da sociedade possam passar ou construímos muros?
Quais são os nossos valores?
A liturgia deste domingo convida-nos a refletir nas nossas prioridades, nos valores sobre os quais fundamentamos a nossa existência. Sugere, especialmente, que o cristão deve construir a sua vida sobre os valores propostos por Jesus.
A primeira e mais importante questão abordada neste texto é a das nossas prioridades. Para Mateus, não há qualquer dúvida: ser cristão é ter como prioridade, como objetivo mais importante, como valor fundamental, o Reino.
O cristão vive no meio do mundo e é todos os dias desafiado pelos esquemas e valores do mundo; mas não pode deixar que a procura dos bens seja o objetivo número um da sua vida, pois o Reino é partilha. O cristão está permanentemente mergulhado num ambiente em que a força e o poder aparecem como o grande ideal; mas ele não pode deixar que o poder seja o seu objetivo fundamental, porque o Reino é serviço.
O cristão é todos os dias convencido de que o êxito profissional, a fama a qualquer preço são condições essenciais para triunfar e para deixar a sua marca na história; mas ele não pode deixar-se seduzir por esses esquemas, pois a realidade do Reino vive-se na humildade e na simplicidade.
O cristão faz a sua caminhada num mundo que exalta o orgulho, a auto-suficiência, a independência; mas ele já aprendeu, com Jesus, que o Reino é perdão, tolerância, encontro, fraternidade… O que é que comanda a minha vida? Quais são os valores pelos quais eu sou capaz de deixar tudo? Que significado têm as propostas de Jesus na minha escala de valores?
Comentário de Johan Konings, SJ
Renunciar não está na moda, é contrário à economia do mercado, ao consumo irrestrito... O Evangelho, porém, mostra a atualidade eterna da renúncia. E para entender isso melhor, a liturgia nos lembra primeiro o exemplo de Salomão. Quando Deus o convidou para pedir o que quisesse, ele não escolheu poder e riqueza, mas, sim, sabedoria, para julgar com justiça (1ª leitura).
Comentário de Enzo Bianchi, Monge italiano fundador da Comunidade de Bose.
A parábola é simples, muito compreensível, porque “a outra coisa” significada pelo tesouro é justamente o reino dos céus, a única realidade que justifica a venda de tudo o que se tem para poder tomar parte nele, como Jesus afirma mais adiante, dirigindo-se a um jovem rico: “Vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me” (Mt 19, 21). Do mesmo modo, aqui Jesus revela ao ouvinte da época, assim como a nós hoje, que o reino de Deus é o tesouro que não tem preço, e, justamente por isso, a fim de adquiri-lo, é preciso se despojar de todos os bens, as riquezas, as propriedades.
De fato, se estas são uma presença na vida do ser humano e reinam sobre ele, impedem precisamente que Deus reine (Mt 6, 24: “Não podeis servir a Deus e a riqueza”. Além disso, ainda no Sermão da Montanha, Jesus tinha advertido com clareza: “Não ajuntem riquezas aqui na terra, onde a traça e a ferrugem corroem, e onde os ladrões assaltam e roubam. Ajuntem riquezas no céu, onde nem a traça nem a ferrugem corroem, e onde os ladrões não assaltam nem roubam. De fato, onde está o seu tesouro, aí estará também o seu coração” (Mt 6, 19-21).
Comentário de Ana Maria Casarotti, Missionária de Cristo Ressuscitado.
No encontro que Francisco teve no ano de 2016 com 200 pobres, deficientes e doentes na Sala Paulo VI, assegurou-lhes que eles são o tesouro da Igreja. Exortou-os a “conservar a coragem e, em meio à angústia, conservar a alegria e a esperança”. “Estejam seguros de que a provação e o sofrimento não durarão para sempre, porque nós acreditamos em um Deus que repara todas as injustiças, que consola todas as penas e sabe recompensar aqueles que confiam Nele”. “O tesouro da Igreja são os pobres, disse o diácono romano São Lorenzo”, afirmou o Papa de maneira improvisada. É “uma missão que somente vocês, desde sua pobreza, serão capazes de realizar”.
São Lorenzo e o tesouro da Igreja: Uma história piedosa.
No ano 257, (século III), num dos tempos das perseguições do Império Romano, o imperador Valeriano decretou a perseguição aos cristãos. E, a 6 de agosto do ano seguinte, o Papa Sisto II foi detido e decapitado, juntamente com quatro dos seus companheiros diáconos, com exceção de Lourenço, diácono. De acordo com a tradição, quando Sisto era conduzido ao local da execução, Lourenço ia junto a ele e chorava, clamando: “Aonde vai sem o seu diácono, pai?”. O Pontífice respondeu-lhe que não o abandonava e que, dentro de três dias, o diácono teria igual sorte.
Após a execução de Sisto, o imperador intimou, através do prefeito Cornelius Saecularis, a Igreja a declarar as suas riquezas. Chamado à presença do prefeito, Lourenço solicitou um prazo, passado o qual tudo entregaria, mas adiantando que a Igreja era muito rica e que a sua riqueza ultrapassava a do imperador. O prefeito concedeu um prazo de 3 dias. E Lourenço reuniu os cegos, coxos, aleijados, toda a sorte de enfermos, as crianças e os idosos – enfim, as pessoas que eram auxiliadas pela Igreja e os fiéis cristãos – e anotou-lhes os nomes.
Passado o prazo imperialmente prescrito, Lourenço levou ao imperador aqueles nomes e um conjunto significativo daquela ordem de pessoas e gritou a frase que lhe valeu a morte: “Estes são o tesouro da Igreja”. Furioso e indignado, o imperador mandou prendê-lo para ser queimado vivo em cima de uma grelha sobre um braseiro ardente. A tradição diz que o mártir conservou o seu bom humor, mesmo durante a execução, dizendo aos verdugos: “podeis virar-me agora, pois este lado já está bem assado”.
Diz Santo Agostinho que o grande desejo que Lourenço tinha de se unir a Cristo fez com que esquecesse os tormentos da tortura e que Deus operou muitos milagres em Roma por sua intercessão. (LEIA A REFLEXÃO NA ÍNTEGRA. CLIQUE AO LADO- EVANGELHO DO DIA)
PADRES EXCOMUNGADOS: Igreja de São Carlos envia nota sobre excomunhão de padres
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Nota de Esclarecimento
Na manhã de ontem, 25 de julho, a Assessoria de Imprensa da Diocese de São Carlos, publicou um comunicado no qual informava a todos a excomunhão de dois padres e da suspensão de outro.
Para o bem da igreja e a unidade entre os homens e mulheres de bem, vimos esclarecer alguns pontos que do comunicado de ontem, 25.
Embora o termo seja forte é preciso ser visto em sua amplitude. Excomunhão é um termo técnico da instituição Igreja Católica Apostólica Romana que, como o próprio termo diz (ex – comunhão), significa estar fora da comunhão com a Igreja.
A causa que resultou na consequência da excomunhão dos dois padres foi o fato de se ausentarem da função de padres da Igreja Católica Apostólica Romana, vinculando-se a uma denominação confessional ortodoxa.
De acordo com as atitudes destes padres o Código de Direito Canônico (cân. 1364) prevê a excomunhão latae sententiae , ou seja, “automática”, mas para ser pública e ter efeitos externos deve ser “declarada”, desta forma, oficialmente reconhecida.
Informamos, ainda, que os padres contraíram o casamento, incorrendo no delito de concubinato de acordo com o Código de Direito Canônico (cân. 1394-1395).
Em vista disto, os padres estão totalmente afastados, oficialmente, de seus ofícios, sendo impedidos de presidir ou concelebrar quaisquer sacramentos e/ou sacramentais (Cân 1336 §1, nº 1,2 e 3), se o fizer será sem a autoridade e a comunhão apostólica, sem o devido reconhecimento da Igreja Apostólica Romana.
Pe. Alexandre da Silva Pera se ausentou de suas funções na Igreja Católica Apostólica Romana no ano de 2011 e Pe. José Eduardo Firmino a partir agosto de 2015.
De forma alguma a Igreja quer promover a discórdia e a disputa com outras denominações religiosas, apenas se fez necessário comunicar, tal como ontem publicamos, para que os fiéis tenham ciência de que estes padres não ministram mais sacramentos e/ ou sacramentais em nome da Igreja Católica Apostólica Romana. De igual forma, o objetivo não é diminuir as pessoas envolvidas, nem, tampouco, condená-las socialmente, esta decisão os deixa livres para realizarem suas escolhas e seguirem seus caminhos.
A preocupação pastoral do Bispo Diocesano, juntamente com o Governo da Diocese, os leva a tornar público aos seus fiéis quais padres exercem seu ministério em nome da Igreja Católica Apostólica Romana, evitando confusões e equívocos. O decreto de excomunhão se encontra arquivado em nossa Cúria Diocesana com cópia enviada aos referidos padres.
Nosso Setor de Assessoria e Imprensa se coloca a disposição para o esclarecimento de quaisquer dúvidas advindas desta declaração. Nosso telefone: (16) 3362-4480 – ramal 4426; nosso e-mail: comunicaçãEste endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
Para eventuais dúvidas canônicas nosso Tribunal Eclesiástico se coloca à disposição para esclarecê-las através do telefone: (16) 3362-4480 – ramal 4484; e-mail: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
Padre Robson Caramano
Assessor de Imprensa da Diocese de São Carlos
PADRES EXCOMUNGADOS: Após excomunhão, Diocese diz não promover a discórdia e disputa com outras igrejas
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Dois padres teriam se ausentado de suas funções na Igreja em 2011 e 2015
Após emitir um comunicado de que dois padres teriam sido excomungados e outro suspenso da Igreja Católica pela Diocese de São Carlos, a assessoria de imprensa da Diocese publicou um comunicado nesta quinta-feira (27) esclarecendo os motivos da decisão. De acordo com o texto, o padre Alexandre da Silva Pera se ausentou de suas funções na Igreja Católica Apostólica Romana em 2011 e o padre José Eduardo Firmino em 2015.
Segundo a nota, embora o termo “excomunhão” seja forte, ele diz respeito apenas à estar fora da comunhão com a Igreja. “A causa que resultou na consequência da excomunhão dos dois padres foi o fato de se ausentarem da função de padres da Igreja Católica Apostólica Romana, vinculando-se a uma denominação confessional ortodoxa”, explicou o texto.
A Igreja afirma que os padres teriam se casado, o que configura um delito de concubinato de acordo com o Código de Direito Canônico. Por conta disso, os sacerdotes estão oficialmente afastados e impedidos de presidir ou celebrar quaisquer sacramentos e sacramentais. Caso eles o façam, isso acontecerá sem a autoridade e a comunhão apostólica e sem o devido reconhecimento da Igreja Apostólica Romana.
“De forma alguma a Igreja quer promover a discórdia e a disputa com outras denominações religiosas, apenas se fez necessário comunicar, tal como ontem publicamos, para que os fiéis tenham ciência de que estes padres não ministram mais sacramentos e/ ou sacramentais em nome da Igreja Católica Apostólica Romana. De igual forma, o objetivo não é diminuir as pessoas envolvidas, nem, tampouco, condená-las socialmente, esta decisão os deixa livres para realizarem suas escolhas e seguirem seus caminhos”, afirmou o comunicado. Fonte: www.acidadeon.com
PADRES EXCOMUNGADOS: Dois padres são excomungados e um suspenso da Diocese de São Carlos
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Um cisma na Igreja Católica na Diocese de São Carlos. Dois padres foram excomungados. A pagina oficial da diocese publicou que os padres Alexandre Pêra e José Eduardo Firmino, estão fora da Igreja. Já padre Mario Donizete Floriano Teixeira foi suspenso das suas funções.
A carta da diocese afirma que Padre Alexandre Pera (que exercia as funções em Araraquara) e Padre José Eduardo Firmino (era padre em Jaú) encontram-se fora dos caminhos da Igreja Católica Apostólica Romana e por isso estão impedidos de celebrar missas, fazer casamentos e ministrar todos os sacramentos.
O cisma se agrava com a suspensão do padre Mário Donizete (padre em Barra Bonita), que segundo a Diocese de São Carlos, acolheu o pedido de suspensão “por cautela” das funções sacerdotais do padre. Assim Padre Mario está impedido de exercer a sua função.
Uma discussão entre o padre Luiz Botelho e o padre Alexandre Pera chama a atenção. O bate boca acontece na página oficial da Diocese de São Carlos no Facebook. Pera escreveu: “QUE GRANDE BESTEIRA E PERCA DE TEMPO. SOU DA IGREJA ORTODOXA. NÃO PRECISO DO NOME DA IGREJA ROMANA E APÓS SAIR DA MESMA, NUNCA ME APRESENTEI COMO PADRE ROMANO. QUE FEIO A PALAVRA EXCOMUNGADO. …IDADE MÉDIA DE VOLTA OU NUNCA SAIU DA IGREJA. …DEUS ABENÇOE A DIOCESE DE SÃO CARLOS... E DEUS É POR NÓS, QUEM SERÁ CONTRA NÓS. …SÓ QUEM NÃO TEM O QUE FAZER…
A IGREJA ROMANA VIVE EM COMUNHÃO COM OS ORTODOXOS? SÓ O PAPA?
ESTOU COM O PAPA FRANCISCO”.
Rebatendo a postagem, o padre Luiz Botelho retrucou: “Quando você foi ordenado por que respondeu sim e jurou publicamente cumprir e obedecer as promessas e normas da Igreja Católica?
Luiz Botelho Será que agora você prega um Deus diferente daquele que a Igreja revelou à você? Porque “cuspir” no prato que muitas vezes saciou sua fome? A Igreja não abandonou você, foi você que a desprezou e a abandonou. Igrejas têm plena comunhão com a Igreja Católica, mas não se trata disso. Você poderia ter verificado isso anteriormente, pedido para fazer essa “transição”, se fosse.o caso. Pena que você viveu esse tempo todo entre nós, estudou, pregou e não conheceu a riqueza dessa mãe Igreja que sustentou você. Uma pena”.
A discussão pública mostra uma fragilidade das relações. O Notícias do Front solicitou ao padre responsável pelo vicariato de Comunicação da Diocese uma entrevista com o bispo Dom Paulo Cezar e aguarda resposta. O Notícias do Front também entrou em contato, via facebook, com os padres excomungados e suspenso e aguarda posicionamento.
Dois padres são excomungados pela Diocese de São Carlos, São Paulo.
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Além deles, outro clérigo foi suspenso e impedido de exercer a função
Dois padres foram excomungados da Igreja Católica pela Diocese de São Carlos. Segundo um comunicado oficial, os padres Alexandre Pera (de Araraquara) e José Eduardo Firmino (de Jaú) “encontram-se fora da comunhão da Igreja Católica Apostólica Romana”. Além disso, o padre Mario Donizete Floriano Teixeira (de Barra Bonita) foi suspenso e está impedido de exercer a função de clérigo.
Segundo o comunicado, caso os padres Alexandre da Silva Pera e José Eduardo Firmino exerçam a condição de clérigos, os sacramentos realizados por eles serão considerados ilícitos e os matrimônios inválidos e ilícitos. Fonte: www.acidadeon.com
OLHAR DO DIA: 2 Padres São excomungados e 1 afastado dos ministérios sacerdotais.
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PADRES EXCOMUNGADOS: Padre Alexandre da Silva Pera e Padre José Eduardo Firmino.
PADRE AFASTADO DO MINISTÉRIO SACERDOTAL: Padre Mario Donizette Floriano Teixeira.
Quarta-feira 26. São Joaquim e Sant’Ana, avós de Jesus
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A Igreja celebra hoje a memória de São Joaquim e Sant’Ana, pais da Virgem Maria e avós de Jesus. Em hebraico, Ana exprime “graça” e Joaquim equivale a “Javé prepara ou fortalece”. Em razão desta data, comemora-se também o Dia dos Avós.
Ambos os santos, chamados padroeiros dos avós, foram pessoas de profunda fé e confiança em Deus. Segundo a tradição, o casal já estava com idade avançada e ainda não tinha filhos e a esterilidade causava sofrimento e vergonha, pois para o judeu não ter filhos era sinal da maldição divina. Joaquim e Ana que viviam uma vida de fé e de temor a Deus foram, então, abençoados com o nascimento de Maria.
“São Joaquim e Sant’Ana são representantes da fé que espera a realização das promessas de Deus, representam o povo da Antiga Aliança”, destaca o bispo de Santo André (SP) e presidente da Comissão Episcopal pastoral para Doutrina da Fé, dom Pedro Carlos Cipolini
Os Santos também são lembrados por terem educado Nossa Senhora no caminho da fé, alimentando seu amor pelo Criador e preparando-a para sua missão. Essa formação, influenciou profundamente na educação de Jesus.
Quando esteve no Brasil para a Jornada Mundial da Juventude em 2013, o Papa Francisco celebrou a data e destacou que “São Joaquim e Sant’Ana fazem parte de uma longa corrente que transmitiu o amor a Deus, no calor da família, até Maria, que acolheu em seu seio o Filho de Deus e o ofereceu ao mundo, ofereceu-o a nós. Vemos aqui o valor precioso da família como lugar privilegiado para transmitir a fé!”.
A festa de São Joaquim e Sant’Ana destaca a importância dos avós na vida da família, principalmente, na transmissão da fé que é essencial para qualquer sociedade. Os avós de Jesus ajudam a cultivar os valores da perseverança e confiança em Deus e também a nossa colaboração na obra da redenção.
Dom Cipolini destaca que São Joaquim e Sant’Ana são “fonte de inspiração na vida cotidiana pois nos ensinam a esperar o tempo de Deus”.
A princípio, apenas santa Ana era comemorada e, mesmo assim, em dias diferentes no Ocidente e no Oriente. Só em 1913 a Igreja determinou que os avós de Jesus Cristo deviam ser celebrados juntos, no dia 26 de julho. É muito antiga a devoção a São Joaquim e Sant’Ana, sobretudo no Oriente. A liturgia de São João Crisóstomo refere-se a eles como “os santos avós de Deus: Joaquim e Ana”. Fonte: cnbb.net.br
A bancada evangélica representa de fato seus fiéis?
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Na última sexta-feira (21) foi realizado o debate “Evangélicos, Igrejas Evangélicas e Política”, que fez parte do ciclo de conversas Novos Fenômenos da Realidade Política, promovido pela Fundação Perseu Abramo (FPA), Friedrich Ebert Stiftung (FES) e Instituto Pólis. A reportagem é de Marcelo Santos, publicada por Rede Brasil Atual, 23-07-2017.
Foram apresentados no evento alguns resultados da pesquisa sobre políticas elaborada durante a Marcha para Jesus, realizada em 15 de junho, em São Paulo. “A nossa hipótese de partida é de que existia um descolamento do campo evangélico religioso do campo evangélico político” explicou a pesquisadora Esther Solano, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Segundo ela, apesar de a bancada evangélica no Congresso Nacional ser expressivamente neoliberal e a favor do Estado Mínimo, a imensa maioria dos adeptos da linha religiosa é contra as reformas defendidas pelo atual governo.
Entre os 527 entrevistados que participaram da pesquisa, feita por meio de questionário com perguntas fechadas, a maior parte (66%) afirmou não ter preferência de linha política, seja de esquerda, centro ou direita. Sobre os partidos, 81,6 % afirmaram não possuir preferência partidária. Quando a pergunta foi se eram identificados como conservadores, 45% se identificaram como ‘muito conservadores’ e 34% como ‘pouco conservadores’.
Esther ainda destacou que quando questionados se confiavam nos partidos, apenas 7% disse confiar no PSDB, e 6% no PT. “Os partidos que teoricamente representam os evangélicos, como no caso do PSC, que tem o pastor e deputado federal Marco Feliciano, e o PRB, de Marcelo Crivella, tiveram 1,2% e 0,4% de confiança dos entrevistados. Ou seja, praticamente zero”, relatou.
Quando questionados se confiavam ou não em determinados políticos, 57% afirmaram não confiar em Bolsonaro, 53 % não confiam em Marcelo Crivella e 57% não demonstraram confiança em Marina Silva. “Baixíssima confiança nos partidos evangélicos e nos representantes evangélicos”, avaliou Esther.
O professor Marcio Moretto, da Universidade de São Paulo (USP), lembrou que alguns resultados coletados durante a Marcha para Jesus foram “surpreendentemente progressistas”. Questões como sobre se a escola deveria ensinar as pessoas a respeitar os gays teve o apoio de 77%. Já 70% entendem que ‘cantar uma mulher na rua é ofensivo’ e 64% dos que foram ouvidos durante o evento evangélico concordaram que ‘não se deve condenar uma mulher que transe com muitas pessoas’ e 90% discordam que o ‘lugar da mulher é em casa, cuidando da família’. “Principalmente nas pautas em relação ao direito das mulheres, com exceção do aborto, eles se mostraram mais progressistas do que se poderia imaginar.”
Moretto reforçou que mesmo em questões mostrando que 33% não concordam com a afirmação de que ‘pessoas do mesmo sexo não constituem família’ e apenas 35% entenderem que ‘dois homens devem poder se beijar na rua sem serem importunados', "é bom lembrar que se trata de pessoas que estão dentro do campo evangélico e que se definem como conservadores".
Já o pesquisador e professor Leandro Ortunes, do grupo de estudos de Mídia, Religião e Cultura (Mire), da Universidade Metodista de São Paulo, comparou dados levantados durante os eventos evangélicos de 2016 e 2017 e, com base neles, elencou algumas hipóteses para a vitória de João Doria (PSDB) nas eleições paulistanas do último ano. “Será que o discurso do ‘João Trabalhador’ não faz mais sentido para os evangélicos? Para os microempreendedores, por conta do ‘mérito’, do trabalho... Será que os discursos de luta de classes, de revolução, ecoam no mundo evangélico ou eles querem ser empreendedores?", questionou. "Isso porque existe uma teologia por trás. A ‘Teologia da Prosperidade’ ensina que você é capaz de conquistar bens materiais através do seu trabalho”.
A quem interessa a generalização sobre os evangélicos?
Para a antropóloga Regina Novaes, pesquisadora do CNPq, é preciso ter em mente a pergunta sobre ‘a quem interessa generalizar sobre os evangélicos’. “Há interesses daqueles que falam em nome dos evangélicos e vimos como há diferenças entre eles. Há interesses também, numa conjuntura como a atual, de juntar conservadorismos que não atuam da mesma forma. Conservadorismo ‘político’ é uma coisa; de ‘costumes’ ou ‘econômico’ é outra”.
Para ela, a visibilidade exacerbada de alguns representantes evangélicos, como os pastores midiáticos e a bancada no Congresso, cria a invisibilidade de outros, como os evangélicos mais progressistas (caso da Frente Evangélica pelo Estado de Direito) ou mesmo os que não concordam com as reformas neoliberais e a ideia do Estado Mínimo, que são a maioria, de acordo com os levantamentos. “Precisamos desconstruir a ideia da polarização. Se há pontos que nos unem, esses pontos devem ser colocados acima da pauta.”
O evento foi mediado por Joaquim Soriano, da Fundação Perseu Abramo, e teve apresentação de Altair Moreira (Pólis) e Thomas Manz (FES). “Temos debatido sobre a base de um mapa político que parece ter origens nos anos 1990 e cujo data de validade já venceu. Isso parece mais verdade para a esquerda, deslocada de seu tempo. Então, precisamos fazer um esforço para nos reconectar com a realidade, reconstruir esse mapa político e abordar melhor as questões políticas e sociais”, avaliou Thomas.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Francisco apela à moderação e ao diálogo em Jerusalém
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Cidade do Vaticano (RV) – Hoje, domingo, dia 23 de Julho de 2017, às 12 horas de Roma, o Papa Francisco procedeu a habitual recitação mariana do Ângelus na Praça de S. Pedro repleta de fiéis e peregrinos provenientes das diversas partes da Itália e do mundo inteiro justamente para assistir à esta cerimônia mariana.
A página evangélica de hoje, disse Francisco, propõe três parábolas através das quais Jesus fala às multidões sobre o Reino dos céus. De entre estas três parábolas, o Papa concentra a sua atenção apenas na primeira parábola: a parábola do trigo bom e do joio que, segundo o Santo Padre, ilustra o problema do mal no mundo e põe em evidência a paciência de Deus. A narração se desenvolve num campo com dois protagonistas opostos. Duma parte, observa o Papa, está o patrão do campo que representa Deus e semeia a boa semente; doutra parte o inimigo que representa o Satanás e espalha, semeia a erva daninha.
Com o decorrer do tempo no meio do trigo cresceu também o joio e diante deste facto o patrão e os seus servos manifestam atitudes diferentes. Os servos gostariam de intervir e cortar o joio, a zizânia, mas o patrão que está principalmente preocupado com a salvação do trigo se opõe à esta iniciativa dizendo: <<Não suceda que, ao arrancardes o joio, arranqueis também o trigo>>. Com esta imagem, disse o Santo Padre, Jesus nos diz que neste mundo o bem e o mal são também interligados, que é impossível separar-lhes e arrancar todo o mal. Só Deus pode fazer isso e o fará no juízo final, no fim dos tempos.
Com a sua ambiguidade e o seu carácter compósito, a situação presente é o campo da liberdade dos cristãos, na qual se realiza o difícil exercício do discernimento. Trata-se portanto de unir com grande fé em Deus e na sua providência, duas atitudes aparentemente contraditórias: a decisão e a paciência. A decisão consiste em querer ser um bom grão de trigo, com todas as próprias forças e portanto distanciar-se do maligno e das suas seduções. A paciência significa preferir a Igreja que é fermento na massa, que não teme de sujar as mãos lavando os panos dos seus filhos, em vez de ser uma Igreja dos “puros” que pretende julgar antecipadamente quem está e quem não está presente no Reino de Deus.
O Senhor, que é a Sapiência encarnada, ajuda-nos hoje a compreender, acrescentou Francisco, que o bem e o mal não podem ser identificados em territórios definidos ou em determinados grupos humanos. Ele nos diz que a linha de confim entre o bem e o mal passa no coração de cada pessoa humana. Somos todos pecadores, recordou ainda o Santo Padre, que dirigindo-se aos presentes na Praça de S. Pedro, pediu que levante a mão quem achar que não seja pecador! Ninguém! Todos portanto, somos pecadores observou o Pontífice.
Jesus com a sua morte na cruz e a sua ressurreição, libertou-nos da escravidão do pecado e nos dá a graça de caminhar numa vida nova; mas com o Baptismo nos deu também a Confissão, porque temos sempre necessidade de ser perdoados pelos nossos pecados. Olhar sempre e exclusivamente o mal que está fora de nós significa não querer reconhecer o pecado que existe também em nós.
Por outro lado, concluiu dizendo Francisco, Jesus ensina-nos uma maneira diversa de olhar o mundo, de observar a realidade. Somos por isso chamados a aprender os tempos de Deus e também do seu olhar: graças à influência benéfica de uma trepidante espera, aquilo que era joio ou parecia tal, pode transformar-se num produto bom. É a perspectiva da esperança.
Que a Virgem Maria nos ajude a colher na realidade que nos circunda não só a sujeira e o mal, mas também o bem e o belo, a desmascarar a obra do Satanás, mas sobretudo, a confiar na ação de Deus que fecunda a história.
Após a recitação Mariana do Ângelus, o Santo Padre partilhou com os fiéis e peregrinos presentes na Praça de S. Pedro as suas preocupações relativa a violência perpetrada nestes dias em Jerusalém. Sinto a necessidade, disse Francisco, de exprimir um vibrante apelo à moderação e ao diálogo e convido todos a unirem-se a mim na oração para que o espírito do Senhor infunda em todos propósitos de reconciliação e de paz.
Em seguida o Papa saudou todos os presentes , de modo particular, disse aos fiéis de Roma e peregrinos provenientes de várias partes do mundo: as famílias, os grupos paroquiais, as associações. Uma saudação especial também aos fiéis de Munster (Irlanda); às Irmãs Franciscanas Elisabettine Bigie; ao grupo coral sinfónico de Enna; aos jovens de Casamassima que desempenham um serviço de voluntariado na cidade de Roma; aos jovens adolescentes participantes do “Cantiere Hombre Mundo” empenhados a testemunhar a alegria do Evangelho nas periferias mais difíceis nos vários continentes do mundo inteiro.
Finalmente, à todos o Papa augurou um bom domingo, exortando-os que não se esqueçam de rezar por Ele. Fonte: http://pt.radiovaticana.va
16º DOMINGO DO TEMPO COMUM: “Deixai que o joio e o trigo cresçam juntos”
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Publicamos aqui o comentário do monge italiano Enzo Bianchi, fundador da Comunidade de Bose, sobre o Evangelho deste XVI Domingo do Tempo Comum, 23 de julho (Mt 13, 24-43). A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis o texto.
Continuamos a leitura do discurso parabólico de Jesus no Evangelho segundo Mateus. Depois da parábola do semeador e da sua explicação, eis outra parábola ainda referente à semeadura. Mas, se na primeira, a ênfase caía nos diversos terrenos nos quais caía o grão bom, aqui, ao contrário, a atenção vai para o objeto da semeadura: boa semente ou má semente.
Em certo ponto da nossa existência, nós também descobrimos a presença do mal: quem o introduziu em nós e ao nosso redor? Por que não o percebemos?
É uma experiência dolorosa também, que requer um discernimento sobre nós e sobre a nossa vida: acolhemos a palavra de Deus, meditamo-la e conservamo-la, também tentamos realizá-la (cf. Mt 13, 22-23), mas eis que aparece o mal como obra das nossas mãos.
É também a experiência da comunidade cristã, da Igreja, que é um corpus mixtum, porque fazem parte dela fortes e fracos, simples e eruditos, justos e pecadores, fiéis e infiéis. Não era assim também a pequena comunidade de Jesus? No seu interior, houve quem traiu, quem renegou, quem era medroso e covarde, quem fugiu...
Quem lê situações como essas se assemelha aos servos da parábola, que, dada a situação do campo, interrogam o dono sobre o trigo semeado; e, sabendo que um inimigo fez a operação de semeadura do joio, propõe extirpar essa erva daninha. Aos seus olhos, tal separação é necessária para que o trigo possa crescer sem ser privado de substâncias vitais e de espaço.
Mas o dono tem outra ótica: a da paciência, da espera paciente de um tempo em que se possa separar a erva daninha da boa semente, sem prejudicar esta última. Ele sabe que, no desejo de erradicar o mal, existe o risco de erradicar ou pelo menos de desestabilizar também o bem. É preciso paciência por parte do dono e, por parte da boa semente, um exercício de mansidão, que aceita ao seu lado a presença de plantas más.
É claro, virá a hora da colheita, do juízo – como Jesus esclarece melhor na explicação da parábola, solicitada pelos discípulos – e, então, haverá a separação, porque o pão será produzido com o trigo bom, enquanto o joio será queimado: mas, enquanto isso, há a necessidade de espera paciente e de mansidão.
A intransigência, a busca da pureza a todo custo, a rigidez de querer uma comunidade composta totalmente por justos são perigosas, porque as fronteiras entre o bem e o mal, entre justiça e injustiça, às vezes, não são tão claras. Essa primeira parábola é uma advertência sobre o nosso estilo de vida eclesial, pedindo aquela paciência que sabe adiar um ato legítimo, mesmo por parte daqueles que são competentes, como os ceifadores, e enviá-lo para a hora que não nos pertence, a do juízo. Sim, para as pessoas que creem, há tentações ao mal justamente quando “veem” o bem: intolerância, partidarismo, integralismos, militância contra... É a tentação do catarismo: somente puros! Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
NOTAS DO FREI PETRÔNIO DE MIRANDA, PADRE CARMELITA E JORNALISTA/RJ:
Qual a nossa concepção sobre o joio e o trigo? Quem é “santo” e quem é “pecador” na comunidade? A história confirma a catástrofe lamentável na tentativa dessa separação. Vejamos:
- Com o objetivo de formar um povo “puro”, o ditador Adolf Hitler, matou mais de 60 milhões de pessoas na Segunda-Guerra Mundial entre 1939 a 1945.
-Um confronto entre supostos invasores de terra e policiais militares e civis terminou em tragédia, com 10 mortos, na fazenda chamada Santa Lúcia, localizada no município de Pau D'Arco, distante cerca de 50 km de Redenção, no sudeste paraense, na manhã de quarta-feira, 24 de maio-2017.
- No dia 3 de abril de 2013 o aposentado Paulo César da Silva, 62, matou a tiros o próprio filho usuário de drogas, Paulo Eduardo Olinda da Silva, 28, no bairro de Bancários, na Ilha do Governador, Zona Norte da cidade da cidade do Rio de Janeiro.
-Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2016 foram assassinados 144 travestis e transexuais no Brasil.
- Portugal e Brasil estão na lista número um na comercialização de escravos para a América. Foram transportados 5,8 milhões de escravos.
Esses dados mostram o erro histórico na tentativa de separar o joio do trigo. Erros que aliás continuam a perpetuar, seja no assassinato de jovens negros, quilombolas, pobres e favelados, ou ainda na morte “silenciosa” por suicídio de adolescentes e jovens por questões sexuais, étnica, religiosa ou social.
Na verdade, queremos mesmo é o trigo que produza 100%! Vivemos em uma igreja, convento, ordem religiosa, congregação, seminário, empresa e sociedade como um todo da produtividade. Quem é “joio” ou não rende, é descartável, jogado no canto, esquecido ou ainda fingimos que tais pessoas não existem- seja os moradores de rua, os sem terras, os drogados, os índios...
O Evangelho desse 16º Domingo do Tempo Comum nos joga contra a parede e nos força a olharmos no espelho da vida. Será que também nós não somos joios? Perguntar não ofende.
Crise dos padres. Aceitar "a inutilidade"
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Padre Francesco Cosentino continua a reflexão sobre a figura e o papel do sacertote hoje, depois das três contribuições do Padre Armando Matteo (cf. Settimananews 4, 10 e 13 de Junho de 2017), "O que resta do padre?", seu primeiro texto (cf. Settimananews, 02 de julho) versava sobre a identidade do sacerdote e dos condicionamentos históricos que o marcaram. Neste artigo, o professor insiste sobre a necessidade do padre de saber fazer conviver na sua pessoa a grandeza da vocação com a fragilidade da sua humanidade.
Padre Francesco Cosentino, 38 anos, é sacerdote desde 2005, da Diocese de Catanzaro-Squillace, professor e diretor de retiros espirituais e encontros, atualmente funcionário da Congregação para o clero e professor da Pontifícia Universidade Gregoriana. Apaixonado pelo discurso sobre Deus, publicou numerosos trabalhos sobre este assunto. O artigo é publicado por Settimana News, 14-07-2017. A tradução é de Ramiro Mincato.
Eis o artigo.
A atual crise afeta a identidade do sacerdote que, portanto, precisa rever seu modelo ministerial e pastoral, retornando à essência da chamada e ao essencial do ministério. Partimos daqui, só para uma breve fotografia e para começar a tocar algum nervo descoberto.
Voltarei a problemática, a alguns dos seus principais aspectos e sobre o tipo de padre que, pelo menos hoje, parece estar em crise, invocando caminhos novos e criativos para repensar esta figura; no entanto, exatamente por partir da convicção de que antes de qualquer "receita" pragmática é preciso reflexão e pensamento – coisa que, no entanto, não convence muito, nem mesmo os padres! - é bom debruçar-se sobre a já mencionada questão da identidade presbiteral. Não se terá sucesso em lidar com a figura do padre se, antes de tudo, as soluções, não partirem da questão da identidade: quem é, realmente, o padre?
Uma "inutilidade" intransponível
A pergunta não quer ser retórica, nem se limita a oferecer alguma meditação de corte espiritual. Ela nasce de uma simples convicção: em relação a crise atual, há razões contingentes e contextuais, como as mudanças socioculturais das últimas décadas, o crescente desinteresse em relação à fé cristã, os novos desafios para a proclamação da fé, ou a queda das vocações que sobrecarregam alguns e aumentam a idade média do clero. Essa crise, no entanto, parece atingir a “totalidade do ser padre", sua identidade profunda e radical, que transcende qualquer aspecto histórico particular.
Ninguém se assuste, porém, se digo que ... a pergunta sobre a crise do padre é estritamente "teológica", isto é, ela realmente não poderá ser de fato resolvida se nos concentramos epidermicamente na análise sociológica ou nas fáceis soluções de tipo pastoral.
Há uma palavra que, acima de tudo, nos representa: a inutilidade.
Nós a sentimos interiormente, quase como um estremecimento, por sua capacidade de fotografar o que experimentamos, a cada momento, em nossa pele, e nos remete, precisamente, ao conteúdo teológico da identidade sacerdotal. Não se trata simplesmente de sentir-se "inadequados" – pois também um médico, em parte, o é, dada a gravidade de certas situações que deve tratar, ou um juiz em relação a uma decisão difícil - e, ainda menos, devemos escorregar em um moralismo depressivo fixado na fragilidade e no pecado. Sempre seremos padres pecadores.
Aqui há muito mais: a inutilidade está inscrita constitucionalmente em cada vocação cristã e, em geral, na experiência de fé: Deus e o homem, Aquele que chama e o chamado, o Mestre e o discípulo, o Evangelho e o coração do homem, nunca estarão no mesmo plano. A revelação de Deus em Jesus Cristo derruba os muros de separação e preenche tais distâncias, mas, no entanto, isso nunca vai significar um cancelamento da "diferença".
Entre Deus e nós ela vai continuar a existir.
É Deus quem envia e sustenta Moisés, quem purifica os lábios de Isaías, quem tranquiliza o jovem Jeremias, quem confia a um pescador impulsivo a orientação da Igreja; todavia, isso não acontece por causa de um "salto" de humanidade, que, de repente, anularia a impureza, ou a juventude ou a impulsividade, mas, - como bem confessará São Paulo – exatamente dentro das fraquezas e nos espinhos da carne.
Portanto, a questão da identidade do padre nos remete às origens da vocação, e àquela "diferença" que sempre assinalará uma lacuna com relação Àquele que nos chamou, e à tarefa que nos foi confiada; trata-se de permanecer sempre em caminho - nunca estacionados e satisfeitos - abertos a forma como o Senhor, mantendo-nos na inutilidade, por vezes, difícil de suportar na carne, nos consolará, nos fortalecerá e nos fará ver, ainda que à distância, "a terra onde corre leite e mel".
Não somos chamados a fazer "tudo"
Cada vez que o próprio ministério nos desloca para outro lugar, nos chama e nos redefine, nos convida a recomeçar a partir do zero, fazendo-nos mudar destinos pastorais e modelos anteriormente adquiridos, nossa identidade sacerdotal muda, evolui, amadurece e se abre a paisagens inéditas. Isso acontecerá enquanto não nos fecharmos rigidamente em esquemas pré-estabelecidos e nos deixarmos interrogar - com grande fadiga - pelo
Espírito e pela vida.
Sobre a insignificância da vida do padre escreveu, com pertinência, Antonio Torresin, afirmando que o ministério sacerdotal "é marcado por uma excedência, por um contraste insuperável que marca a experiência de ser discípulos, da missão e do mandato recebido. Melhor, marca cada chamada, até a do próprio ser humano. Não estamos à altura da tarefa confiada, pois ela nos transcende de modo insuperável, nos esmaga e nos supera: é demais para nós. No entanto, é o que melhor nos corresponde, é aquilo sem o qual nossa humanidade está perdida. Este excesso, que é o ministério, é nossa única salvação; ele não só é o caminho para a santidade, mas a graça para não perder-se. (TORRESIN, A. "Il paradosso del ministero. Quando la missione redifinisce il prete”. Il Regno/Attualità 2/2010, 22).
A inutilidade é experimentada de forma diferente, não só por cada um dos padres - o que é óbvio - mas também segundo as diferentes fases da vida sacerdotal, dos anos de ordenação, das experiências pastorais vividas ao longo da sua história e, não menos importante, dos contextos eclesiais em que nos encontramos.
Sem querer negar algumas problemáticas existentes e novas, que invocam ampla reflexão eclesial, acredito que reconciliar-se com essa inutilidade, acolhê-la e torná-la amiga na vida sacerdotal de todos os dias, e talvez, até mais, formar-se e preparar-se para ela, e a convencer-se dela, poderia ser um primeiro antídoto para a crise e um importante ponto de força para a "resistência" do padre.
Não é talvez verdade que, grandes ou pequenos momentos de crise em nossas vidas, por vezes, dependeram de não termos compreendido que ao padre não é pedido "tudo", que não é chamado a "salvar o mundo" (já feito por Nosso Senhor), que não é e não deveria ser o centro, a fonte e o ápice da comunidade e da ação pastoral? Não será que muitas frustrações, sofrimentos e depressões dependem também de termos superestimado a nós mesmos e nos feito exigências excessivas (ou ao menos em número) para o nosso ministério? http://www.ihu.unisinos.br
20 de julho, Padre Cícero: Há 83 anos morria Cícero Romão Batista, o “Padim Ciço”
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Há 83 anos, no dia 20 de julho de 1934, o Padre Cícero Romão Batista nos deixava para ir ao encontro do Pai celestial.
É celebrado, nesta quinta-feira (20), em Juazeiro do Norte, os 83 anos de morte de Padre Cícero Romão Batista. É celebrado uma missão, em frente ao túmulo do religioso, com estimativa de mais de 30 mil fiéis.
O "santo” mais popular nascido no Nordeste, Padre Cícero Romão Batista, viveu 90 anos e morreu no dia 20 de julho de 1934, na nossa querida, Juazeiro do Norte, CE.
Ele nunca foi ordenado santo pela Igreja Católica mas, para o povo nordestino, nem precisa. Padre Cícero já é santo pelo que fez em vida e pelos milagres atribuídos a ele enquanto estava vivo e após a morte.
Natural do Crato (CE), após se instalar no povoado de Juazeiro do Norte (CE), ele desenvolveu intenso trabalho pastoral com pregação, conselhos e visitas domiciliares, como nunca se tinha visto na região. Dessa maneira, rapidamente ganhou a simpatia dos habitantes, passando a exercer grande liderança na comunidade, ainda no século XIX.
Paralelamente, agindo com muita austeridade, cuidou de moralizar os costumes da população, acabando pessoalmente com os excessos de bebedeira e a prostituição. Restaurada a harmonia, o povoado experimentou, então, os primeiros passos de crescimento, atraindo gente da vizinhança curiosa por conhecer o novo Capelão.
Um fato incomum, acontecido em 1º de março de 1889, o mesmo ano da Proclamação da República, transformou a rotina do lugarejo e a vida de Padre Cícero para sempre. Naquela data, ao participar de uma comunhão geral, oficiada por ele na capela de Nossa Senhora das Dores, a beata Maria de Araújo, ao receber a hóstia consagrada, não pôde degluti-la, pois a mesma transformara-se em sangue.
O fato aconteceu outras vezes, e o povo achou que se tratava de um novo derramamento do sangue de Jesus Cristo e, portanto, era um milagre autêntico. As toalhas com as quais se limpava a boca da beata ficaram manchadas de sangue e passaram a ser alvo da veneração de todos. Mas a Igreja Católica nunca reconheceu oficialmente o fato como um milagre e impôs punições ao Padre Cícero, inclusive o afastamento das funções, entre 1892 e 1916.
No final de 2015, o Vaticano perdoou as punições impostas ao Padre Cícero. A reconciliação é um passo definitivo para a reabilitação de Padre Cícero na Igreja Católica.
CNBB: Facebook reconhece falha e restaura páginas católicas bloqueadas por spam
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Um incidente, dia 18 de julho, causado acidentalmente por uma ferramenta de detecção de spam do Facebook, foi responsável por tirar do ar várias páginas de inspiração católica no Brasil e exterior.
O responsável pela comunicação do Facebook no Brasil, Cesar Bianconi, entrou em contato com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) explicando o incidente e se descupando pelo ocorrido.
“Pedimos nossas sinceras desculpas por qualquer inconveniente”, disse o porta-voz do Facebook, afirmando que todas as páginas já foram restauradas. Fonte: http://cnbb.net.br
“Sempre para a frente, que você é um exemplo”. O telefonema do Papa a um catador de lixo
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O Papa Francisco telefonou para um catador de lixo que perdeu suas duas pernas ao sofrer um acidente de trânsito, enquanto trabalhava, e que agora atua para que se declare um dia para homenagear seus companheiros de trabalho. A reportagem é publicada por Religión Digital, 18-07-2017. A tradução é do Cepat.
O telefonema ocorreu minutos antes das 10, quando Maximiliano Roberto Acuña, o destinatário da comunicação, foi homenageado em um ato na Assembleia Legislativade Buenos Aires, segundo informou La Alameda, a organização não governamental que é presidida pelo deputado Gustavo Vera, amigo pessoal de Jorge Bergoglio.
“Vínhamos no carro para o ato na Assembleia Legislativa e toca o celular, de um número privado. Pensei que era um companheiro de trabalho. A primeira coisa que eu disse é quem fala [? ]. ‘O Papa Francisco’”, relatou Acuña.
O Sumo Pontífice decidiu telefoná-lo, após Vera ter enviado ao Papa, logo cedo, um e-mail contando a história de Acuña. “Sim, sou o Papa Francisco, enviou-me uma carta um companheiro (Gustavo Vera), emocionou-me e recebi muito a força que você tem”, contou Acuña, que junto a Veraluta para que o dia 22 de março seja reconhecido como o Dia do Catador de Resíduos.
Acuña, de 31 anos, vive em Lomas de Zamora, ao sul da Grande Buenos Aires, tem cinco filhos e sofreu a amputação de suas pernas depois que, no dia 22 de março, à noite, um carro bateu no caminho de resíduos, quando este realizava seu trabalho de coleta de lixo pela Cidade. Após o impacto, o condutor fugiu e ainda permanece foragido.
Segundo o relato de Acuña, o Papa lhe prometeu que quando vier a Argentina, irão se conhecer e conversarão. “Sempre para a frente, que você é um exemplo”, disse Francisco a Acuña, que foi homenageado hoje, na Assembleia Legislativa de Buenos Aires, em um ato no qual participaram 400 trabalhadores da coleta de resíduos.
Em sua mensagem ao Papa, Vera contou que Maximiliano não pediu subsídios, nem chorou, mas apenas trabalhou “para continuar mantendo a sua família” e que apesar de todo o sofrimento, “mantém o seu bom humor e é um exemplo de dignidade e amor à vida”.
A associação de caminhoneiros – o ramo dos catadores de resíduos pertence a este sindicato – tornou oficial, em sua convenção coletiva de trabalho, o dia 22 de março como o Dia do Catador de Resíduos.
“É importante destacar que a data escolhida, responde ao acidente que teve um jovem que se encontrava realizando a tarefa de coleta de resíduos. Assim como este jovem, tantos outros milhares de companheiros catadores de resíduos saem à noite para trabalhar para que, no outro dia, a cidade esteja limpa como corresponde. Enquanto alguns se divertem, desfrutam da noite ou descansam, há homens e mulheres que estão trabalhando para que a cidade esteja em condições”, especificou, no projeto de lei, Gustavo Vera.
Por sua parte, o Secretário geral de Caminhoneiros, Hugo Moyano, denunciou, nesta manhã, que “a Justiça, no dia de hoje, não soube apontar quem foi o responsável pelo acidente. Tenho tanta dor na alma que não posso evitar a emoção. Poucos dias após o acidente, pedi para falar com este companheiro que estava internado, por causa do valor que tem, pela força que demonstrou após o acidente que teve. Maxi estava disposto a continuar lutando e isso é muito importante apesar das dificuldades que a vida nos coloca”, destacou o dirigente.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
A história do imposto sobre o sári branco de Madre Teresa de Calcutá
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"Santa Madre Teresa de Calcutá é um símbolo universal, amado pelos fiéis, não crentes e diversamente crentes. É um absurdo que sobre o seu sári branco com barras azuis, agora seja preciso pagar um imposto". É o desabafo indignado do cardeal José Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos ao saber da notícia que o hábito típico das Missionárias da Caridade tornou-se uma marca registrada com direitos autorais, por decisão da Casa Geral de Calcutá. A reportagem é de Orazio La Rocca, publicada pela revista italiana Panorama, 17-07-2017. A tradução é de Luisa Rabolini.
Uma medida jamais adotada para os trajes de religiosos e religiosas da Igreja Católica, que agora vai obrigar o pagamento de uma taxa para aqueles que, por qualquer motivo (humanitário, fotos, filmes, livros) usarem o hábito das Missionárias da Caridade, as irmãs de Madre Teresa de Calcutá, prêmio Nobel da paz, canonizada no ano passado pelo Papa Francisco como símbolo dos pobres do Jubileu da Misericórdia.
"É a primeira vez que ouço algo assim, e não é certamente nenhuma honra à memória da Santa. Uma iniciativa comercial discutível e inoportuna que não deve, absolutamente, continuar. Mas acredito que, apesar da decisão tomada pela sede de Calcutá das Missionárias não terá um resultado prático", argumenta Saraiva Martins que, como prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, foi o signatário dos decretos das virtudes heroicas que abriram as portas para a veneração de Madre Teresa.
No Vaticano, o cardeal não é o único a criticar a iniciativa. Mesmo entre os mais próximos colaboradores do Papa há decepção e irritação. Por isso, não é impossível que algum sinal de ‘pare’ logo seja emitido pelos Sagrados Palácios, para um "copyright que de fato suja a própria imagem da freira e de todas as suas irmãs", lamenta Saraiva Martins.
A operação comercial
Mas no aguardo que o Vaticano, por decisão Papa Francisco, possa intervir, o sári branco com bordas azuis características que cobre a cabeça e o corpo das Missionárias da Caridade é agora uma marca registrada protegida por royalties para qualquer forma de uso.
Um vínculo comercial que agride a opção preferencial pelos mais pobres entre os pobres feita por Madre Teresa, porque o típico hábito indiano, que as Missionárias da Caridade adotaram em todas as partes do mundo desde 1950, recebeu o reconhecimento de "propriedade intelectual" pelas autoridades indianas por solicitação da congregação fundada pela santa em Calcutá.
A notícia foi revelada por AsiaNews, agência de notícias missionária do PIME, citando as palavras de Biswajit Sarkar, representante legal das freiras, que informou que o "Registro de Marcas do Governo da Índia permitiu o registro de copyright" para o sári teresiano.
Uma decisão, esta, tomada no ano passado, em pleno Jubileu da Misericórdiamantida em segredo por razões óbvias. Mas que foi divulgada há poucos dias frente "a perpetração de abuso sobre o hábito", conforme a justificação do representante legal que, de fato, explicou que o processo de reconhecimento começou em 2013; após "um rígido exame dos procedimentos legal", foi concedido em concomitância com a canonização da "Mãe dos Pobres", ocorrida em 4 de setembro de 2016, no Vaticano.
Sarkar explicou ainda que as Missionárias não gostam de "publicidade e que por isso não tinham tornado pública a notícia. Mas uma vez que se assiste a um uso impróprio e sem escrúpulos do hábito, queremos que as pessoas saibam que é uma marca registrada”. Defesa pouco convincente de uma atitude de caráter totalmente comercial que não é agradou em nada a comitiva papal.
Os hábitos religiosos: um valor
Na Igreja jamais tinha acontecido algo similar que, ao que parece, pegou de surpresa até mesmo a Casa Geral italiana das Missionárias da Caridade, onde ninguém sabia da história do copyright sobre os seus sáris. "Não é possível taxar os hábitos religiosos" explicam às Congregações do Vaticano dos Santos e Religiosos, porque são símbolos universais abertos a todos, sobre os quais não é possível colocar restrições visando o lucro.
Desde sempre a veste das ordens religiosas ou dos eclesiásticos revestiu-se de grande importância. E a cada hábito, realizado com base em indicações religiosas próprias de cada ordem, está associado um significado. No caso de Madre Teresa, há o branco que representa a pureza e as barras azuis que lembram a cor de Nossa Senhora e os três votos de pobreza, castidade e obediência.
Mesmo a veste branca do papa tem a sua história: segundo a tradição, o primeiro a usar esse hábito foi o Papa Pio V que, ao subir ao trono papal em 1566, não quis abandonar o hábito branco de sua ordem religiosa, os dominicanos. São Francisco de Assis - relatam as fontes franciscanas - não vestiu um hábito qualquer de sarja, mas teria indicado cuidadosamente a forma do hábito dos Frades Menores, que, aberto, imita a forma de uma cruz ou um "tau".
Voltando para as irmãs, as várias ordens são reconhecíveis justamente pelo hábito ou pelo véu, como as brigidinas, cujo véu é preto com uma cruz branca costurada por cima. As carmelitas no século XVII escolheram como marca distintiva as "alpargatas", as sandálias que usavam os pobres na Espanha. Mais tarde, foram transformas pelo mundo da moda em espadrillas, vendidas hoje não só na Espanha, mas em todo o mundo. Mas isso é outra história, toda comercial com a qual as Carmelitas nada têm a ver. Agora é a vez do sári das Missionárias da Caridade que desperta os apetites de algum "devoto" desprovido de escrúpulos.
Mas o Papa Francisco não vai ficar de braços cruzados, palavra de José Saraiva Martins, o cardeal signatário das virtudes de Santa Madre Teresa de Calcutá, símbolo universal da redenção dos pobres de todo o mundo. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
15 anos após aparição, 'Santa da Janela' ainda atrai peregrinos de todo o Brasil
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Cerca de 150 pessoas se aglomeram em oração na garagem de um sobrado em Ferraz de Vasconcelos, no leste da Grande São Paulo. O espaço não comporta tanta gente e as cadeiras emprestadas por uma igreja da região também ocupam o asfalto da rua Antônio Bernardino Correa.
Na mesinha improvisada como altar, há flores e a imagem de Nossa Senhora de Fátima. Na parede, um Jesus crucificado. Mas o foco das orações é outro - as pessoas estendem suas mãos e direcionam seus olhares e preces para a janela frontal da casa.
É lá que está a imagem que se popularizou há 15 anos como a "Santa da Janela". Desde o dia 14 de julho de 2002, quando moradores do local identificaram a silhueta de uma santa em uma mancha formada na vidraça superior, o local se tornou ponto de peregrinação de pessoas de todas as regiões do país e até mesmo de estrangeiros.
Na última sexta-feira, a BBC Brasil foi até a casa onde a imagem é preservada e presenciou a missa de comemoração dos 15 anos da aparição. O número de pessoas no local era tão grande que a rua foi fechada pelos próprios moradores durante duas horas para evitar acidentes. "É assim todo ano, mas antes vinha muito mais gente. Hoje, só sobraram aqueles que são realmente de fé", diz o comerciante Francisco de Abreu Filho, de 64 anos, que lembra com euforia o fato de ter sido uma das primeiras pessoas a ter visto a imagem no vidro.
"Foi um milagre e ninguém tem dúvida disso, tanto é que essa certeza causou uma comoção nacional", afirma ele. Na época da aparição da imagem, a prefeitura fechou as ruas da região devido ao grande fluxo de pessoas e até instalou banheiros químicos perto da casa. A estimativa é que, na época, o local foi visitado por 180 mil pessoas em questão de poucos meses.
A Igreja Católica afirma, desde o surgimento da imagem, que não se trata de um milagre. A própria família da dona da casa nunca se interessou em abrir um processo formal para que a imagem fosse reconhecida como um símbolo católico.
Peregrinos
A popularidade da "Santa da Janela" decolou após a aparição ser tema de diversos programas de TV com grande audiência na década passada. A mancha na janela, segundo laudos feitos na época por especialistas em vidros, foi causada por um armazenamento inadequado. Mesmo assim, o desenho que lembra o busto de uma santa é considerado por muitos um santuário e até hoje atrai peregrinos que cruzam o país para olhar a imagem bem de perto, fotografar e até tirar uma selfie com a imagem.
"Esses dias, um grupo de 15 mulheres chegou bem cedo aqui. Elas passaram o dia todo cantando e orando na frente da janela e só foram embora quando anoiteceu", diz a cabeleireira Eliete Trizoti da Silva, de 37 anos, que mora em frente da casa da Santa da Janela.
Ela, que é afilhada dos donos da casa da janela com a "santa", conta que toda semana aparecem pessoas de Estados vizinhos para visitar o local. "As pessoas têm fé na imagem. Até quem faz caminhada de manhã para na porta da casa e se benze quando passa pela santa", conta Silva. Todos os anos, Eliete aproveita o grande fluxo de pessoas que vai à missa em homenagem à santa para vender pastéis na garagem de sua casa.
A aposentada Brasilina de Medeiros Gonçalves segura na mão um pastel de palmito. A outra, segura a mão da neta Giovanna, de 7 anos, que leva para rezar quase diariamente o terço na frente da janela. "Eu sempre saio da escola e venho direto", confirma a menina à reportagem da BBC Brasil. Para a avó, o "importante é manter viva a tradição de algo tão lindo que apareceu no bairro. Ela (neta) vai dar continuidade nessa tradição e espiritualidade".
Manter a tradição
O padre Romolo Avagliano Rodrigues, que reza a missa de aniversário da aparição da imagem desde 2010, afirma que, mesmo sem ser reconhecida oficialmente como símbolo católico, a "Santa da Janela" deve ser preservada e lembrada.
"É necessário cultivar essa tradição para manter viva a espiritualidade na alma do povo. A imagem nos relembra a importância de servir a Deus. E justamente para reforçar esse serviço mariano que devemos prestar ao próximo é que essa missa é autorizada pelo nosso bispo", afirmou Rodrigues.
Os donos do local disseram que a marca do vidro não sai, mesmo após limpezas diárias com pano úmido, álcool e detergente. A dona do imóvel, Ana Maria de Jesus Rosa, preferiu não comentar o assunto com a reportagem. Seu marido, Antônio José Rosa, afirmou que ela não gosta de falar sobre o assunto, mas diz que o casal tem orgulho de que a casa seja vista como um santuário e ponto de peregrinação.
"Nós abrimos os portões todos os dias para as pessoas se aproximarem. Vem gente do país inteiro e sempre atendemos todo mundo da melhor forma possível", afirmou. O professor do departamento de ciência da religião na PUC-SP Fernando Altemeyer diz que pessoas religiosas veem essas imagens como "a presença de Deus em suas vidas de sofrimento".
"A igreja pode até dizer que aquilo (a imagem) é uma refração química, mas para o povo isso não tem importância. E essa fé popular não pode ser desprezada. A igreja sabe e por isso não trata essas situações com negação total. Ela sempre diz: atenda os fiéis", disse Altemeyer.
Segundo Altemeyer, todo ano ocorrem cerca de 200 aparições religiosas no Brasil. "Para o povo, são sinais de Deus ou qualquer coisa que o faça sobreviver", afirmou. "O olhar popular tem óculos próprios. Talvez a igreja diga que você tem miopia, mas o povo diz que aquilo que ele vê basta. E eles usam essas visões como vitamina para respostas em suas vidas", conclui.
Nuvens e vozes
Após a missa, a reportagem da BBC Brasil ouviu relatos de pessoas que disseram ter recebido milagres da Santa da Janela. O aposentado Nilson Ferreira de Oliveira, de 58 anos, diz ter solucionado problemas pessoais e de saúde e que inclusive já "abraçou" a Santa da Janela.
"Há sete anos, eu vim aqui e ela estava viva. Eu dei um abraço dela e chorei de alegria porque ela disse que sempre esteve aqui e poucas pessoas deram atenção para ela. Naquele dia, ela colocou a mão na minha cabeça, fez três orações e sumiu. Desde então, tudo o que eu peço para ela sou atendido. E até quando Deus me der saúde eu a visitarei."
O psiquiatra e pesquisador de espiritualidade e saúde da Associação Brasileira de Psiquiatria Alexander Moreira de Almeida diz que é normal que pessoas, impulsionadas pela emoção, enxerguem objetos em formas indefinidas. Ele diz que esse fenômeno é chamado cientificamente de pareidolia.
"Quando estamos cansados ou sob forte emoção, é possível ver formas claras em cenas formadas pelo puro acaso, como em nuvens. Isso também acontece quando estamos sozinhos em casa e ouvimos vozes", afirma.
Almeida, que também é professor na Universidade de Juiz de Fora e faz parte de um grupo mundial de pesquisa sobre o tema, afirma que esse fenômeno também é visto na política, por exemplo. "Há fatos claros que acontecem, mas as pessoas não conseguem admitir que seus políticos erraram porque são fervorosos. Elas continuam acreditando naquilo que tem grande carga emocional para elas, mesmo com comprovações contrárias", afirmou o professor.
Ele explica que se uma pessoa está decidida que algo é uma verdade em si, é muito difícil provar o contrário. "Uma opção é mostrar uma outra possibilidade. Apontar, por exemplo, que é possível manter sua fé sem assumir uma postura tão crédula e trabalhar por um país sem uma postura dogmática. O melhor é expor as pessoas desde jovens às múltiplas possibilidades de um fenômeno, analisar as possíveis causas, a qualidade das informações e formar a opinião." Fonte: http://www.bbc.com
Páginas católicas denunciam ter sido bloqueadas pelo Facebook
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Na rede social Facebook, inúmeras páginas são publicadas para divulgar conteúdos católicos, entretanto, na noite de segunda-feira, muitas delas foram bloqueadas ou excluídas sem um prévio aviso, informaram seus administradores. Entre tais páginas está a fanpage Papa Francisco Brasil, que conta com mais de 4 milhões de seguidores. O seu administrador, Carlos Renê, contou que percebeu “que a página foi tirada do ar por volta das 22h do dia 17 de julho”.
“O único aviso do Facebook foi uma mensagem do topo da página ‘Your Page has been unpublished’ (Sua Página foi removida), dando uma opção para contestação, já fiz isso, mas até agora a página permanece bloqueada”, declarou.
Após o bloqueio de sua página, disse ter visto relatos de que “diversas páginas de inspiração católica também tinham sido desativadas sem nenhuma explicação, bem como o perfil pessoas de alguns administradores”. O próprio perfil de Renê chegou a ficar bloqueado por um tempo, mas “depois voltou”. A página Papa Francisco Brasil, porém, até o fechamento desta matéria ainda está fora do ar.
Outra página católica de grande alcance no Brasil que também ficou fora do ar é Nossa Senhora Cuida de Mim, que em julho ultrapassou os 3 milhões de seguidores. Em seu blog com o mesmo título, informaram que uma decisão inesperada do “Facebook surpreendeu os editores e administradores da página Nossa Senhora cuida de mim: a restrição (exclusão) da página da rede social”.
“Logo após o cancelamento, nosso site, Instagram, Twitter, Google + dentre outras redes sociais ficaram lotadas de mensagens onde fiéis e seguidores perguntavam sobre o que poderia ter acontecido com a página que não estava no ar”. Também ficaram fora do ar as páginas Meu Imaculado Coração triunfará, Essência e Luz, Clássicos da Música Católica, Nossa Senhora, Belezas da Igreja Católica, Virgem Maria e Santas, Ore espere confia, Uma oração e o coração se acalma, God de Portugal, My Mother Mary dos EUA, entre outros.
Na rede social, a página Sou Feliz por ser Católico (a) publicou uma nota de repúdio a esses acontecimentos, na qual pede que “todos os católicos não se calem, enviem mensagem ao Facebook solicitando o retorno das páginas e o respeito ao nosso direito de crença religiosa”.
O mesmo pedido foi feito por Padre Augusto Bezerra, para o qual, “se isso for verdade e as páginas católicas estiverem sendo excluídas, é algo preocupante”. O sacerdote listou 21 páginas católicas que foram bloqueadas ou banidas da rede social nas últimas 24 horas. Fonte: http://www.acidigital.com
Memória dos mártires do campo de concentração de Dachau
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Em 12 de junho passado, com uma missa solene celebrada na Frauenkirche e presidida pelo Bispo Auxiliar Ruppert Graf zu Stolberg, a Arquidiocese de Mônaco da Baviera e Freising celebrou a primeira jornada memorial dos beatos mártires de Dachau.
Nessa localidade, situada a cerca de 15 km ao noroeste de Mônaco, os nacional-socialistas, após a sua tomada do poder em 1933, haviam criado o primeiro campo de concentração que mais tarde tornou-se o modelo para todos os demais. Entre 1933 e 1945, de acordo com dados oficiais, foram aprisionadas ali mais de 200.000 pessoas, a maioria adversários políticos dos nazistas, ciganos Sinti e Rom, bem como acadêmicos, homossexuais, religiosos e religiosas, além dos judeus da Baviera. O número de vítimas é estimado em mais de 30.000. A reportagem é de Antonio Dall'Osto, publicado por Settimana News, 11-07-2017. A tradução é de Luisa Rabolini.
A partir de 1940, com a intensificação da perseguição contra a Igreja, foram condenados nesse acampamento também padres, monges, freiras e laicos católicos militantes, com uma presença maciça de sacerdotes poloneses. Entre os 2.720 ministros de culto registrados como prisioneiros, a grande maioria, 2.579 (94,88%), era católica. Entre outras denominações cristãs também figuraram 109 evangélicos, 22 grego-ortodoxos, 8 veterocatólicos e 2 muçulmanos. Mais da metade não sobreviveu.
O Martirológio romano registrou os nomes de 200 prisioneiros considerados mártires, dos quais 56 - sacerdotes, religiosos e leigos - foram beatificados. Entre eles também o "Anjo de Dachau", como era chamado pelos outros prisioneiros do campo, o padre Engelmar Unzeitig, um missionário de Marianhill, beatificado em 24 de agosto de 2016. Na sentença de sua condenação à morte estava escrito: "defensor dos judeus".
Padre Engelmar era originário de Greifendorf, na atual República Checa, onde nasceu em 1911. Ordenado sacerdote em 1939, aos 28 anos, queria ser missionário em terras distantes. Havia escolhido como o lema de seu sacerdócio: "Se ninguém mais quiser ir, eu vou!"
Ele realizou o seu primeiro ministério na Áustria. Indiferente aos riscos, ele denunciou em suas homilias o regime nazista, e exortou os católicos a permanecerem fiéis a Deus e resistir às mentiras do Terceiro Reich.
Em 1941, ele foi preso e deportado para Dachau, onde foram sentenciados e assassinados mais de 1.000 sacerdotes e religiosos católicos, mas também pastores protestantes e sacerdotes ortodoxos. No campo de extermínio, padre Elgelmar cuidou dos presos, especialmente os russos, aprendendo o seu idioma e ajudando-os materialmente e espiritualmente. Em decorrência de um surto de tifo, os doentes foram abandonados em um galpão onde ninguém pensava em ir: mas ele foi lá, para ajudá-los como podia e, no final, foi infectado e morreu sem receber o mínimo cuidado. Era 22 de março de 1945. No dia anterior ele havia completado 34 anos. Foi sacerdote por apenas seis anos, quatro dos quais passados no campo de concentração nazista.
Em uma carta escreveu: "Em tudo que fazemos, em tudo que queremos, é sempre e somente a graça que nos guia e nos conduz. A graça de Deus Todo-Poderoso nos ajuda a superar qualquer obstáculo. O amor duplica a nossa força, torna-nos ricos em fantasia, felizes e livres. Se apenas as pessoas soubessem o que Deus tem guardado para aqueles que o amam!"
O Cardeal Angelo Amato, que o proclamou "beato" em 24 de setembro de 2016, na Catedral de Würzburg, entrevistado por Sergio Centofanti para a Rádio Vaticana, afirmou: "Padre Unzeitig aparece como uma centelha de verdadeira humanidade na noite escura do terror nazista. Ele mostra que ninguém pode extirpar a bondade do coração do homem. Amando a Deus com todo o seu coração, foi misericordioso e caridoso com aqueles que, como ele, estavam sofrendo com as misérias e humilhações do cativeiro.
Para dar consolo aos prisioneiros russos traduziu grande parte do Novo Testamento para aquele idioma para reavivar sua fé. Com sua presença atenciosa e cheia de bondade dava esperança aos prisioneiros oprimidos e desesperados do campo. Atendeu os doentes mais debilitados, acompanhando-os com afeto maternal até o fim. Com ele a morte tornava-se uma passagem serena rumo à eternidade. O ato supremo de amor foi seu oferecimento voluntário para ajudar e atender os doentes de tifo em Dachau".
Apesar da experiência desumana do cativeiro manteve-se paciente e alegre, tentando manter alto, nos prisioneiros, o sentimento de dignidade e humanidade. A sua condição foi considerada por ele como um status honorário, um privilégio para testemunhar o amor de Cristo. A sua força de espírito despertou admiração e deu a todos o fôlego necessário para continuar a suportar uma situação sem esperança. "Foi o amor personificado", disse a seu respeito o padre Adalberto Balling. Outros o chamam o nosso beato, o mártir da caridade, o Maximiliano Kolbe dos alemães.
Papa Francisco, no Angelus de domingo, 25 de setembro, o dia após a sua beatificação, disse a seu respeito: "Morto pelo ódio à fé no campo de extermínio de Dachau, opôs o amor ao ódio, à ferocidade respondeu com serenidade. O seu exemplo nos ajude a sermos testemunhas da caridade e da esperança, mesmo em meio às provações". Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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