Lívia Marra

Uma das zoonoses que causa preocupação mundial, a raiva depende da vacinação de animais para ser mantida sob controle e, assim, assegurar também a saúde dos humanos.

“Apesar de ser bastante conhecida, a raiva continua fazendo vítimas e ainda é uma ameaça em 150 países, sendo 59 mil mortes por ano em pessoas que acontecem em todo o mundo”, diz Daniela Baccarin, médica-veterinária e gerente de produto pet da MSD Saúde Animal.

Os principais transmissores são morcegos, gambás e macacos, que contaminam cães, gatos e homens. Animais domésticos podem ser infectados, por exemplo, ao caçar um morcego ou brigar na rua com um bichinho doente. A transmissão ao homem ocorre por meio de mordidas, arranhões ou lambedura.

Os registros são mais comuns em áreas rurais, o que não isenta o tutor em regiões urbanas de manter atualizada a carteirinha de vacinação do bichinho. A imunização contra a raiva é obrigatória —o pet pode ser exposto ao risco durante um passeio e o comprovante da vacina  pode ser exigido em viagens e hotéis.

Para conscientizar sobre a importância da prevenção, o Dia Mundial Contra a Raiva é lembrado em 28 de setembro.

 

TRANSMISSÃO E SINTOMAS

A principal forma de contaminação é o contato com a saliva de um animal infectado, por meio de mordidas, arranhaduras e lambeduras. O vírus afeta o sistema nervoso central, causando inflamação no encéfalo, encefalite e outros danos neurológicos fatais.

O período de incubação varia de alguns dias a vários meses. Os sintomas dependem de acordo com o estágio progressivo da doença.

Além de salivação excessiva, pets também podem apresentar febre, náuseas, irritabilidade, paralisia e convulsão.

“Qualquer sinal diferente que o cachorro apresente é importante encaminhá-lo ao veterinário, que poderá realizar o diagnóstico correto, com exame como testes laboratoriais ou saliva, bem como indicar os cuidados adequados”, afirma a veterinária.

Após o surgimento dos sintomas, não há cura para os animais. Em humanos, a letalidade é próxima a 100%. No Brasil, apenas dois pacientes sobreviveram.

A pessoa que for mordida ou arranhada por animal que não seja conhecido ou não esteja vacinado deve procurar atendimento médico.

Nos humanos, a doença pode provocar  febre, tontura, dor de cabeça, mal estar, formigamento, pontadas ou sensação de queimação no local da mordida. Com o avanço, acometerá o sistema nervoso central, provocando dificuldade para deglutir, paralisia, convulsão, evoluindo para coma e morte.

Em caso de morcegos encontrados em residências, a orientação é jogar um balde ou toalha sobre ele e acionar órgãos competentes para a remoção.

 

PREVENÇÃO

A doença é considerada controlada no Brasil. Mas a prevenção, por meio da vacina em cães e gatos, é a única forma de evitar a raiva.

“Os tutores precisam ficar atentos ao período de vacinação do animal. Algumas cidades possuem campanha de vacinação, mas se não houver campanha na cidade do tutor, é só procurar uma clínica veterinária. O importante é fazer a principal lição de casa, vacinar”, diz Daniela.

Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), ao menos 70% dos cães devem ser vacinados em massa todos os anos para eliminar a transmissão da raiva.

Devem ser imunizados cães e gatos a  partir dos três meses de vida, exceto doentes. A veterinária afirma que o especialista deve definir a aplicação do imunizante de acordo com o perfil do cão ou gato, que pode variar por diferentes fatores, como a região em que o animal mora. Fonte: https://bompracachorro.blogfolha.uol.com.br