Homem mata esposa e filha a facadas em Pouso Alegre, MG
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Ele também teria tentado matar a outra filha que conseguiu fugir do local e acionar a polícia; homem se matou em seguida.
Por g1 Sul de Minas — Pouso Alegre, MG
Um homem de 47 anos matou a esposa e uma das filhas a facadas em Pouso Alegre (MG) na noite desta sexta-feira (15). Segundo a Polícia Militar, Evandro Donizete Soares também tentou assassinar uma outra filha, que conseguiu fugir. Ela saiu da casa, trancou o portão por fora e acionou a polícia.
"Uma das filhas narrou que estava chegando em casa na companhia de duas pessoas e se deparou com o pai, próximo ao corredor, com uma faca na mão, ensanguentado e muito descontrolado. Ele teria ido em direção a ela, e nesse momento ela trancou o portão e acionou a polícia", disse o tenente da Polícia Militar, Lucas Lopes Martins.
Ainda segundo a PM, a ocorrência foi no bairro Jardim Aeroporto. Quando a equipe chegou ao local, Suzan Flávia Moraes Neves Santos de 44 anos e a filha de 18, Gabriely Aparecida Neves Soares, foram encontradas já sem vida no banheiro. O corpo de Evando Donizete Soares estava pendurado com uma corda no pescoço no fundo da casa.
Segundo a polícia, os vizinhos disseram que não era comum ouvir brigas no local.
"Conversando com alguns populares ali, todos estranharam essa situação, não era corriqueira essa situação de briga lá, aparentemente, uma vizinha disse que no horário aproximado do fato ouviu um pedido de socorro, mas não conseguiu determinar de onde vinha, de quem era, e por não se repetir esse pedido, ela acabou não chamando a polícia, mas a informação era de que não era constante essa situação", disse o tenente.
A filha que conseguiu se salvar também disse que o pai estaria abalado pela perda dos pais e que tinha ciúme excessivo da esposa.
"A solicitante, que é uma das filhas, disse que ele fazia uso de bebida alcoólica e que recentemente ele estaria psicologicamente abalado devido à perda dos pais. Parece que foi em um intervalo curto a perda do pai e da mãe e isso o abalou. Ele também estaria com ciúme excessivo da esposa, informações prestadas pela filha", disse o tenente.
Os corpos das vítimas foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) de Pouso Alegre (MG). Já o corpo do homem será levado para Maria da Fé (MG), sua cidade natal. Fonte: https://g1.globo.com
O que as suas frustrações contam a seu respeito?.
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POR LUCIANAKOTAKA
A grande maioria das vezes nós estabelecemos expectativas irreais em relação às pessoas com as quais convivemos
Desde muito cedo vamos sendo expostos às expectativas de outras pessoas, nossos pais quando receberam o teste positivo de gravidez já começaram a imaginar como seríamos, começando pelo sexo, cor de cabelos, olhos e comportamento. Depois já grandinhos vamos sendo moldados pelas vontades deles, pois como pais temos vários valores que achamos importantes, que aprendemos com a nossa família e no decorrer da nossa vida.
Quando ainda éramos crianças, fomos nos moldando de acordo com o que era esperado de nós, e nesse momento fomos aprendendo a esperar alguns comportamentos de quem vivia ao nosso redor, sejam dos familiares, dos colegas de escola, professores, etc. Ora, se os outros querem que façamos algumas coisas, nós também queremos que os outros façam por nós, concordam? E é nesse processo que aprendemos a criar expectativas a respeito das pessoas dos quais convivemos.
Talvez as expectativas tenham algo bom a acrescentar, mas eu penso que na grande maioria das vezes só nos frustramos, afinal projetamos no outro algo que vem da nossa mente, de nossos desejos, e na maioria das vezes isso provém de necessidades internas que temos. Um exemplo disso se dá na área dos relacionamentos, não importa se é em uma relação de amizade, amorosa ou profissional, estamos o tempo todo esperando algo do outro.
Ao estabelecermos um relacionamento com alguém começamos a projetar muitas de nossas necessidades, como, por exemplo, a nossa carência por afeto. O outro também passa pelo mesmo processo, também irá projetar aquilo que está em falta nele em nós, ou seja, normalmente as suas carências que não necessariamente são as mesmas que as nossas. Agora tudo se complica, pois são duas pessoas com bagagens diferentes que começam a se relacionar.
O conflito começa a se estabelecer justamente quando não percebemos que esse movimento nos remete à carência de afeto que carregamos de nossos pais, e que passamos a buscar em todo tipo de relação com as pessoas das quais interagimos. Um aspecto importante a ser destacado é que na maioria das vezes o outro não está disponível a ocupar esse lugar, e na maioria das vezes não temos uma percepção clara de que essas necessidades precisam ser curadas em nós. É preciso se dispor a olhar para as dores que carregamos, acolher a nossa criança interna e entender com o coração, e não com a cabeça, de que agora é cada um por si mesmo. O outro não tem dever algum de responder as nossas expectativas, cada um tem suas próprias necessidades e também tem questões a serem curadas e resolvidas.
Quando entramos nesse círculo vicioso de esperar que as pessoas ao nosso redor entendam nossas dores, respondam as nossas demandas, estabelecemos relacionamentos tóxicos, pois para dar certo um teria que se submeter ao desejo do outro, e assim anulando a si mesmo. Como ser feliz em uma situação do qual aniquilamos a outra parte? Têm muitas pessoas que vivem essa situação, algumas conseguem se desvencilhar em algum momento, outras se submetem a viver apagadas, abrindo mão dos próprios desejos para responder a algo que não lhe traz alegria.
A questão aqui é o quanto está consciente dessa dinâmica, de como se relaciona com outras pessoas, o que projeta e espera delas. A partir desse olhar mais apurado a respeito de como você funciona é possível conter as expectativas irreais e trabalhar em si mesmo os aspectos que estão em aberto para serem compreendidos e curados, pois a partir desse momento você abrirá as portas para estabelecer relacionamentos mais saudáveis e, possivelmente, mais duradouros. Fonte: https://emais.estadao.com.br
O sábio se basta
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Sempre nos julgamos senhores do mundo, quando somos apenas mais um hóspede dele
O livro era tão pequenininho que nem parecia um livro. Mas quando meu amigo anunciou um presente para mim, me facilitou a identificação do objeto em sua mão: “Trouxe um livro de presente para você.” Enquanto eu lia o que ia na capa bem editada da Auster, ele me explicava: “É um equívoco o que dizem dos cineastas brasileiros, que resistimos ao rodo que os governos querem sempre passar no cinema nacional, em nome dos mesmos ideais esquerdistas com que fazemos os filmes.” Ele apontou para o livrinho que eu abria naquele momento: “O que nós somos está aí: somos estoicos, como Sêneca!”
Em minhas mãos, a bela capa de Zé Luiz Gozzo me dizia o que eram os textos que ela protegia: “Sêneca, cartas selecionadas”, com tradução do latim, seleção e notas de Aldo Dinucci. Meu amigo retomou o livrinho de minha mão, foi a uma página pré-sinalizada e leu com voz de comício no interior: “O estoicismo é um humanismo e a condição prévia para podermos saboreá-lo é sermos humanistas.”
Ele anunciou ter coisa ainda melhor para ler no livrinho. E leu: “Isso é o que há de mais belo e excelso no estoicismo: a visão do humano integrado na natureza, junto com a visão orgânica do cosmos como um grande ser vivo e a compreensão da fraternidade entre todos os humanos, filhos e filhas do cosmos.”
Me surpreendi. A revelação, vista de um jeito mais radical, era a de uma reinvenção do homem contemporâneo. Sempre nos julgamos senhores do mundo, quando, na verdade, somos apenas mais um hóspede dele, como o resto da natureza. Não entendendo nosso lugar no planeta, nos comportamos como se a natureza tivesse apenas que nos servir, estivesse à nossa disposição. Um dia, ela ia começar a protestar, como está protestando com fenômenos climáticos que não sabemos como conter, reações à nossa ferocidade em relação ao meio ambiente.
Percebi que não era bem essa a reação que meu amigo esperava de mim. Ele queria ver meus olhos cuspindo fogo, diante dos absurdos recentes em relação à nossa pobre e ferida atividade.
Como artistas, sempre tivemos dificuldades para explicar aos políticos quem somos e o que queremos. Eles declaram o que seus eleitores querem ouvir; nós, ao contrário, somos mais necessários, temos mais qualidade quando inventamos ideias novas que não estavam na cabeça de ninguém. Por isso, sempre tivemos problemas com os governantes. Mas acabávamos por nos entender, cedendo um pouquinho aqui, forçando a barra um pouquinho ali.
Agora estamos diante de um governo que odeia a cultura porque é ela que, de algum jeito, revela o que eles são e o que pretendem fazer do país. Somos seus principais inimigos, sem possibilidade de conciliação. Somos contra tudo que essa cambada tem feito e ainda quer fazer do Brasil.
Defendi com entusiasmo essas ideias, que eram as mesmas de meu amigo e parceiro, agora com os olhos marejados. Ele me tomou novamente o livrinho da mão, abriu uma página já marcada e leu comovido: “Os estoicos romanos acabaram por formar a ‘oposição estoica’, movimento republicano que se opunha sistematicamente aos tirânicos imperadores romanos”. O próprio Sêneca foi preceptor de Nero e acabou sendo condenado pelo imperador à “morte por livre escolha”. Sêneca cortou os pulsos.
Segundo o livrinho, “o estoicismo nos ajuda a desenvolver a coragem para encarar a realidade, é uma ferramenta para nos ajudar a acessar a realidade”. Meu amigo querido folheou mais umas poucas páginas e leu, com a voz embargada, como se faz ao final de um romance que se aprova: “Se contentus est sapiens. Ou: o sábio se basta. Isso significa, meu caro Lucílio, que o sábio se basta para viver de modo feliz, não para viver.” Fonte: https://oglobo.globo.com
'Aquilo que a sociedade não quer, a gente aproveita', diz morador de rua sobre 'caminhão de ossos' no Rio
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Contra a fome, grupo recorre a veículo com restos de carne
RIO DE JANEIRO
A desempregada Sheila Fernandes, 41, caminhou por uma hora e meia, na manhã desta quinta-feira (30), entre a região central e a zona sul do Rio de Janeiro. Por lá, sua missão era encontrar o caminhão que ficou conhecido por distribuir ossos e restos de carne recolhidos em supermercados da capital fluminense.
“Tudo está muito caro. Venho até aqui porque não tenho mais como comprar carne”, conta Sheila, acompanhada por sua filha.
O caminhão, para surpresa da desempregada, não apareceu durante a manhã. “É a nossa única maneira de comer carne no mês”, relata.
A distribuição de ossos e sobras na zona sul do Rio, em área entre os bairros Glória e Catete, ganhou repercussão nesta semana após reportagem do jornal Extra.
Com a crise econômica, que elevou desemprego e inflação, o caminhão virou a alternativa para quem tem fome e não tem dinheiro suficiente para comprar alimentos. A situação provocou repercussão nas redes sociais e no meio político.
A Folha tentou contato com os responsáveis pelo veículo, mas não obteve retorno.
"Cozinho na panela de pressão, e tempero com alho e cebola. A carne vai soltando do osso", diz Sheila. As refeições costumam ter ainda arroz e feijão e alimentam a desempregada e as outras oito pessoas de sua família, que vive em uma ocupação.
Sheila está sem emprego há cerca de dois anos. Sua última vaga foi em uma lavanderia. Mas, devido à crise, ela ressalta que aceitaria trabalhar em áreas diversas.
Enquanto não encontra emprego, os recursos do Bolsa Família ajudam a manter despesas básicas. “Estou buscando trabalho, correndo atrás, mas está muito difícil.”
O morador de rua Marcelo de Souza Lima, 48, também faz parte do grupo que busca ossos e sobras de carne para alimentação. Lima relata que começou a ir até o ponto de distribuição entre um ano e meio a dois anos atrás.
Segundo ele, era comum pessoas buscarem os ossos para dá-los a cachorros. Com a pandemia e o aumento da fome, as sobras passaram a ser mais usadas para alimentação das próprias pessoas, diz.
“O cachorro agora tem duas patas”, afirma o morador, que vende água de coco na praia. “Aquilo que a sociedade não quer, a gente aproveita”, acrescenta.
As sobras de carne também viraram alternativa para Joel Souza Costa, 54, nas últimas semanas. O morador de rua, que diz fazer bicos como pedreiro, lamenta a crise gerada pela Covid-19.
“Com uma pandemia dessa, a gente não está podendo jogar nada fora. Não seria digno jogar [as sobras de carne] fora”, afirma.
No estado do Rio, 32,2% da população vivia com algum nível de insegurança alimentar em 2018, antes da crise sanitária, conforme o centro de estudos FGV Social. O quadro era o mais delicado entre os estados do Sudeste e do Sul.
Com a pandemia, trabalhadores perderam renda, o que complicou a situação, ressalta o economista Marcelo Neri, diretor do FGV Social. Segundo ele, a melhora do setor de serviços, que tem grande peso na economia local, pode até ajudar nos próximos meses, embora o cenário seja “bem preocupante”.
Questionada sobre as ações para enfrentar a fome na pandemia, a Prefeitura do Rio afirmou que já repassou R$ 93 milhões por meio do Auxílio Carioca, atingindo cerca de 670 mil pessoas. O programa, anunciado em março de 2021, busca minimizar os efeitos da Covid-19 e contempla famílias em estado de vulnerabilidade social.
A prefeitura relata ainda que, entre outras ações, visita áreas pobres da cidade e oferece atendimentos técnicos, incluindo orientações trabalhistas e inscrições em cursos de qualificação profissional.
Segundo a prefeitura, que cita dados do Cadastro Único, o Rio tinha quase 310,5 mil famílias em situação de extrema pobreza (renda per capita de até R$ 89) e outras 58,5 mil em situação de pobreza (de R$ 89,01 a R$ 178) até agosto de 2021.
O desespero em busca de comida não é uma exclusividade carioca. Durante a crise sanitária, cidades como Cuiabá (MT) também registraram filas em busca de doações de restos de ossos de boi. Os resquícios de carne acabam virando prato principal na casa de quem sofre com dificuldades financeiras.
Como mostrou reportagem da Folha em julho, nem o feijão com arroz escapou da alta da inflação e do desemprego na pandemia. A aceleração de preços e a renda em queda mudaram o cardápio dos brasileiros mais pobres, que se viram obrigados a optar por produtos mais baratos.
Moradores da periferia passaram a recorrer até a pé de frango contra a escassez de comida.
Em 2020, a fome atingiu 19 milhões de brasileiros, conforme dados do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, conduzido pela Rede Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional). O levantamento foi divulgado em abril.
Em conjunto, desemprego e inflação reduzem o poder de compra da população, sobretudo entre os mais humildes.
Dados compilados pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) ajudam a entender o cenário. Para as famílias com renda mais baixa, a inflação acumulada em 12 meses até agosto alcançou 10,63%, a maior marca entre as seis faixas de rendimento pesquisadas.
A taxa de desemprego no Brasil recuou para 13,7% no trimestre encerrado em julho, informou nesta quinta-feira (30) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Apesar da melhora, o país ainda tem 14,1 milhões de pessoas em busca de algum tipo de trabalho.
No mundo, cerca de 118 milhões de pessoas começaram a passar fome em 2020, indicou relatório da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) publicado em julho. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Dia Mundial Contra a Raiva: saiba como a doença afeta pets e humanos
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Lívia Marra
Uma das zoonoses que causa preocupação mundial, a raiva depende da vacinação de animais para ser mantida sob controle e, assim, assegurar também a saúde dos humanos.
“Apesar de ser bastante conhecida, a raiva continua fazendo vítimas e ainda é uma ameaça em 150 países, sendo 59 mil mortes por ano em pessoas que acontecem em todo o mundo”, diz Daniela Baccarin, médica-veterinária e gerente de produto pet da MSD Saúde Animal.
Os principais transmissores são morcegos, gambás e macacos, que contaminam cães, gatos e homens. Animais domésticos podem ser infectados, por exemplo, ao caçar um morcego ou brigar na rua com um bichinho doente. A transmissão ao homem ocorre por meio de mordidas, arranhões ou lambedura.
Os registros são mais comuns em áreas rurais, o que não isenta o tutor em regiões urbanas de manter atualizada a carteirinha de vacinação do bichinho. A imunização contra a raiva é obrigatória —o pet pode ser exposto ao risco durante um passeio e o comprovante da vacina pode ser exigido em viagens e hotéis.
Para conscientizar sobre a importância da prevenção, o Dia Mundial Contra a Raiva é lembrado em 28 de setembro.
TRANSMISSÃO E SINTOMAS
A principal forma de contaminação é o contato com a saliva de um animal infectado, por meio de mordidas, arranhaduras e lambeduras. O vírus afeta o sistema nervoso central, causando inflamação no encéfalo, encefalite e outros danos neurológicos fatais.
O período de incubação varia de alguns dias a vários meses. Os sintomas dependem de acordo com o estágio progressivo da doença.
Além de salivação excessiva, pets também podem apresentar febre, náuseas, irritabilidade, paralisia e convulsão.
“Qualquer sinal diferente que o cachorro apresente é importante encaminhá-lo ao veterinário, que poderá realizar o diagnóstico correto, com exame como testes laboratoriais ou saliva, bem como indicar os cuidados adequados”, afirma a veterinária.
Após o surgimento dos sintomas, não há cura para os animais. Em humanos, a letalidade é próxima a 100%. No Brasil, apenas dois pacientes sobreviveram.
A pessoa que for mordida ou arranhada por animal que não seja conhecido ou não esteja vacinado deve procurar atendimento médico.
Nos humanos, a doença pode provocar febre, tontura, dor de cabeça, mal estar, formigamento, pontadas ou sensação de queimação no local da mordida. Com o avanço, acometerá o sistema nervoso central, provocando dificuldade para deglutir, paralisia, convulsão, evoluindo para coma e morte.
Em caso de morcegos encontrados em residências, a orientação é jogar um balde ou toalha sobre ele e acionar órgãos competentes para a remoção.
PREVENÇÃO
A doença é considerada controlada no Brasil. Mas a prevenção, por meio da vacina em cães e gatos, é a única forma de evitar a raiva.
“Os tutores precisam ficar atentos ao período de vacinação do animal. Algumas cidades possuem campanha de vacinação, mas se não houver campanha na cidade do tutor, é só procurar uma clínica veterinária. O importante é fazer a principal lição de casa, vacinar”, diz Daniela.
Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), ao menos 70% dos cães devem ser vacinados em massa todos os anos para eliminar a transmissão da raiva.
Devem ser imunizados cães e gatos a partir dos três meses de vida, exceto doentes. A veterinária afirma que o especialista deve definir a aplicação do imunizante de acordo com o perfil do cão ou gato, que pode variar por diferentes fatores, como a região em que o animal mora. Fonte: https://bompracachorro.blogfolha.uol.com.br
CNN Brasil demite Alexandre Garcia por defesa do kit Covid
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Anúncio foi feito após o jornalista dizer que tratamento precoce 'salvou vidas'
A CNN Brasil anunciou nesta sexta-feira (24) que decidiu rescindir o contrato de Alexandre Garcia, 80, que era comentarista do quadro Liberdade de Opinião, do programa Novo Dia. Em comunicado, o canal informa que pesou o fato de o jornalista ter defendido no ar tratamentos sem eficácia comprovada contra a Covid.
"A decisão foi tomada após o comentarista reiterar a defesa do tratamento precoce contra a Covid-19 com o uso de medicamentos sem eficácia comprovada", diz comunicado. A emissora diz que o quadro dele continuará no ar, mas não diz quem será seu substituto.
O texto distribuído pela assessoria de imprensa do canal também diz que a CNN Brasil "reforça seu compromisso com os fatos e a pluralidade de opiniões, pilares da democracia e do bom jornalismo". O jornalista ainda não se pronunciou.
No programa da manhã desta sexta-feira, Alexandre Garcia afirmou que "remédios sem eficácia comprovada salvaram milhares de vidas". O comentário foi feito enquanto ele falava das denúncias contra a operadora de saúde Prevent Senior, alvo de investigações no MP, na Polícia Civil e na CPI da Covid.
A empresa supostamente pressionou seus médicos conveniados a tratar pacientes com substâncias do "kit covid", como a cloroquina.
"Essa questão de eficácia comprovada a gente só vai saber daqui uns três anos", argumentou Garcia. "Agora tudo é tudo é experimental."
Ao final do quadro, a apresentadora Elisa Veeck desmentiu Garcia. "A CNN ressalta que não existe um tratamento precoce comprovado cientificamente para prevenir a Covid-19", disse. "O que a ciência mostra é que a prevenção, com o uso de máscaras e a vacinação, são as únicas maneiras de combater a pandemia."
Ela também reforçou que as opiniões dos comentaristas não refletiam a posição da emissora. Fonte: https://f5.folha.uol.com.br
Por que a extrema direita brasileira elegeu Paulo Freire seu inimigo
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"O objetivo da pedagogia freireana é fazer com que cada uma e cada um aprendam a dizer a própria palavra" (DW)
Para especialistas, é da natureza da pedagogia freireana incomodar, justamente porque ela propõe ensino libertador e baseado na formação crítica do aluno
Em dezembro de 2003, o então ministro da Educação Cristovam Buarque inaugurou, na frente da sede do Ministério, em Brasília, um monumento em homenagem ao educador Paulo Freire (1921-1997). O pedagogo era então aclamado como uma personalidade importante da história intelectual do país - nove anos mais tarde, uma lei federal o reconheceria como patrono da educação brasileira.
Em 2019, Abraham Weintraub comandava o mesmo Ministério no primeiro ano da gestão do presidente Jair Bolsonaro. Diante dos maus resultados obtidos pelo país no ranking Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), ele chamou o monumento a Freire de "lápide da educação" e afirmou que o pedagogo "representa esse fracasso total e absoluto".
O próprio Bolsonaro já criticou Paulo Freire, e em mais de uma oportunidade. Numa das ocasiões, referiu-se a ele como "energúmeno". É um discurso recorrente: nos últimos anos, a extrema direita brasileira tem usado Paulo Freire, cujo centenário de nascimento é celebrado neste 19 de setembro, como bode expiatório para a baixa qualidade do sistema educacional brasileiro.
De acordo com especialistas ouvidos pela DW Brasil, o que incomoda reacionários e também alguns conservadores é o fato de a pedagogia freireana ser essencialmente política. "A essência da obra de Freire é totalmente política, no sentido nobre do termo, não no sentido da política partidária", diz o sociólogo Abdeljalil Akkari, da Universidade de Genebra, na Suíça. "Por isso em todas as regiões do mundo, sua obra é lembrada como algo muito interessante para refletir sobre o futuro da educação contemporânea".
"O objetivo da pedagogia freireana é fazer com que cada uma e cada um aprendam a dizer a própria palavra, ou seja, tenham a capacidade de ler o mundo e se expressar diante do mundo. É a pedagogia da autonomia, da esperança: libertadora no sentido de as pessoas terem as capacidades de se libertarem das opressões que buscam calá-las", diz o educador Daniel Cara, professor da Universidade de São Paulo e dirigente da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
Professor do curso de pedagogia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Ítalo Francisco Curcio acredita que parte dessa controvérsia seja por desconhecimento do que é, enfim, o método Paulo Freire. "A maior parte dos que dizem rejeitá-lo nem é especialista em educação, acaba repetindo frases apregoadas por líderes com os quais se identifica", comenta. "Isso é muito ruim. Quem padece é a própria população, desde a criança até o adulto".
Diálogo em vez de lógica bancária
Paulo Freire desenvolveu sua pedagogia no início dos anos 1960. Em 1963 ele trabalhou na alfabetização de adultos no Rio Grande do Norte - e conseguiu resultados muito eficientes com sua abordagem. Em linhas gerais, ele defendia que a educação não poderia obedecer a uma "lógica bancária", em que o conhecimento era simplesmente depositado na cabeça dos alunos. Clamava por um ensino baseado no diálogo, em que professor e estudante constroem o conhecimento em conjunto.
Por princípio, é uma pedagogia inclusiva. E saberes específicos, de acordo com contextos particulares, são valorizados. "Ele ressaltou no meio educacional, especialmente na formação de professores e gestores escolares, que é imprescindível considerar os conhecimentos e saberes que o educando já possui, ao ser recebido como aluno. É célebre sua frase: 'Ninguém ignora tudo, ninguém sabe tudo'", diz Curcio.
"Seu método não fala em ideologias, mas em formas de ensinar e aprender. Não é um instrumento proselitista", acrescenta. "Quem faz proselitismo é a pessoa, por meio de seus atos e discursos, e não o método. Eu posso utilizar uma faca tanto para cortar o pão ou a carne e me alimentar, quanto para matar alguém".
O educador Cara argumenta que Freire não é bem aceito pela extrema direita justamente porque sua filosofia não admite a doutrinação. "O sectarismo do autoritarismo impede o reconhecimento de uma pedagogia verdadeiramente libertadora", afirma. "Então, Freire se tornou inimigo dos ideólogos de direita porque busca uma pedagogia libertadora, enquanto o modelo tradicional é uma pedagogia opressora".
"Quando a extrema direita chegou ao poder no Brasil, precisava agir no campo da educação. E a figura de Freire se mostrou fácil de ser atacada, porque era algo comum nas comunidades educacionais do Brasil", diz Akkari.
Para o professor, conservadores tendem a acreditar que os problemas educacionais podem ser corrigidos com base em aspectos instrumentais, ou seja, mais tecnologia, equipamentos e carga horária, e não com uma mudança de abordagem. Além disso, existe um tabu sobre politização e formação crítica - ele lembra o movimento Escola Sem Partido, criado nos anos 2000 e que ganhou notoriedade no país após 2015.
Paulo Freire é o oposto de tudo isso: sua obra é baseada na formação crítica do aluno. "Ele é o pedagogo da politização da educação", define Akkari.
Mazelas do ensino
Outro mito que os especialistas combatem é o de atribuir à Paulo Freire a culpa pelos problemas educacionais brasileiros. O principal argumento contrário, ressaltam eles, é que a pedagogia dele nunca foi implementada de modo amplo e irrestrito no Brasil. E há ainda o aspecto oposto: o método freireano é muito disseminado em países que costumam se destacar em avaliações educacionais, como a Finlândia.
"Não faz o menor sentido culpar o Paulo Freire pelas mazelas educacionais brasileiras. Ele não é responsável pelo subfinanciamento da educação, pelos péssimos salários dos professores, pelo fato de que o Brasil só passou a colocar a educação como questão nacional a partir dos anos 1930. E, na prática, mesmo em governos alinhados à esquerda não se fez uma pedagogia freireana no país", diz Cara. "Até porque é uma pedagogia que demanda investimentos sólidos em formação e um replanejamento de todo o sistema de ensino".
Akkari observa que essa negação de Paulo Freire por um viés ideológico só ocorre no Brasil. "Se você observar o resto do mundo, a obra dele é consensual", diz.
Isso fica claro no amplo reconhecimento que Paulo Freire recebeu. Em vida, foi homenageado por pelo menos 35 universidades de todo o mundo - entre as quais as de Massachusetts e a de Illinois, nos Estados Unidos; a de Genebra, na Suíça; a de Estocolmo, na Suécia; a de Bolonha, na Itália; e a de Lisboa, em Portugal. O brasileiro também foi reverenciado pela Unesco, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciências e Cultura, com o Prêmio Educação para a Paz, em 1986.
"Particularmente, entendo que, por ele ter se tornado uma celebridade internacional, identificado historicamente com uma educação socializante, acaba incomodando algumas pessoas que vêm em sua obra alguma possibilidade de doutrinação", avalia Curcio. "E isso faz com que pessoas que desconhecem o método acabam por dispensar-lhe a mesma conotação".
Curcio ressalva que Paulo Freire não é criticado pela direita, "mas por certas pessoas de direita". Denominando a si mesmo conservador e mencionando que tem muitos amigos educadores também conservadores, ele afirma que, mesmo que haja críticas ao método Paulo Freire, é dispensado "o mais profundo respeito pelo trabalho dele", que continua sendo estudado. "É apenas uma questão de identificação. Não de rejeição ou abominação", diz. Fonte: https://domtotal.com
Centenário de Paulo Freire: por que celebrar o legado do educador?
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Paulo Freire deu uma grande contribuição à educação para a justiça social e à concepção dialética da educação. (Arte: Instituto Paulo Freire)
As ideias de Paulo Freire continuam válidas não só porque precisamos ainda de mais democracia, mas porque os sistemas educacionais encontram-se frente a novos e grandes desafios
Moacir Gadotti*
Desde o ano passado, celebrações em torno dos cem anos de Paulo Freire estão sendo realizadas em diferentes partes do mundo. Alguns poderiam perguntar: por que celebrar o centenário de Paulo Freire? A pergunta procede, pois ele não gostava de homenagens. Costumava dizer, quando recebia homenagens, e foram muitas, que as recebia porque tinha certeza de que elas só aconteciam em função das causas que defendia.
Ele deixou marcas profundas em muitas pessoas e profissionais de diferentes áreas. Não apenas pelas suas ideias, mas, sobretudo, pelo seu compromisso ético-político. Entretanto, não deixou discípulos como seguidores de ideias. Deixou mais do que isso. Deixou um espírito. “Para me seguir não devem me seguir”, dizia ele. Pedagogia do Oprimido teve grande repercussão porque expressava o que muita gente já tinha em mente em seus sonhos e utopias, um mundo de iguais e diferentes, e ressoou nos mais diversos ambientes. Sua filosofia educacional cruzou as fronteiras das disciplinas, das ciências e das artes para além da América Latina, criando raízes nos mais variados solos.
Para nós, do Instituto Paulo Freire, ele continua sendo a grande referência de uma educação como prática da liberdade e de uma educação popular. Muitas das mensagens recebidas no Instituto Paulo Freire, em São Paulo, logo depois do dia 2 de maio de 1997, data de seu falecimento, dizem textualmente: “Minha vida não seria a mesma se eu não tivesse lido a obra de Paulo Freire”; “O que ele escreveu ficará no meu coração e na minha mente”. Essas mensagens revelaram o impacto na vida de tantas pessoas de muitas partes do mundo.
Não há dúvida de que Paulo Freire deu uma grande contribuição à educação para a justiça social e à concepção dialética da educação. A pedagogia autoritária e seus teóricos combatem suas ideias justamente pelo seu caráter emancipatório e dialético. Seja como for, aceitemos ou não as suas contribuições pedagógicas, ele constitui um marco decisivo na história do pensamento pedagógico mundial.
As ideias de Paulo Freire continuam válidas não só porque precisamos ainda de mais democracia, mais cidadania e de mais justiça social, mas porque a escola e os sistemas educacionais encontram-se, hoje, frente a novos e grandes desafios. E ele tem muito a contribuir para a reinvenção da educação atual. Essa reinvenção da educação passa pela recuperação dos educadores como agentes e sujeitos do processo de ensino-aprendizagem e da prática educativa. A reinvenção da educação só pode ser obra de um esforço coletivo, colaborativo, plural, não sectário, pensando numa transição gradual para outras formas de conceber os sistemas educacionais, seu planejamento, sua gestão e monitoramento, seus parâmetros curriculares, se quisermos dar uma contribuição significativa para a construção de novas políticas públicas de educação.
Paulo Freire defendia o saber científico sem desprezar a validade do saber popular, do saber primeiro. Dizia que não podemos mudar a história sem conhecimentos, mas que tínhamos que educar o conhecimento para colocá-lo a serviço da transformação social. Educar o conhecimento pelo entendimento da politicidade do conhecimento; entender o sentido histórico e político do conhecimento.
A utopia é uma categoria central do pensamento de Paulo Freire. Por isso, ele se opôs diametralmente à educação neoliberal, pois o neoliberalismo “recusa o sonho e a utopia”, como afirma na sua Pedagogia da Autonomia. O neoliberalismo não só recusa o sonho e a utopia. Ele também recusa o saber dos docentes, reduzindo-os a meros repassadores de informações como máquinas de reprodução social, excluindo-os de qualquer participação no debate sobre os fins da educação. A educação neoliberal não se pergunta sobre as finalidades da educação, investindo toda a energia nos meios e, particularmente, na eficácia e na rentabilidade, quantificadas milimetricamente por um certo tipo de avaliação. Sabemos avaliar com perfeição, sem nos perguntar sobre o que estamos avaliando.
Para essa concepção de educação, os docentes não têm conhecimento científico; seu saber é inútil. Por isso, não precisam ser consultados. Eles só precisam conhecer receitas sem se perguntar por que ensinam isto e não aquilo. Eles só servem para aplicar novas tecnologias: a sala de aula perde sua centralidade e a relação professor-aluno entra em declínio em favor da relação aluno-computador.
Portanto, há razões para celebrar o centenário de Paulo Freire.
E, como nossa celebração não é uma pura homenagem, nossa proposta de celebração do centenário de Paulo Freire é, também, um convite para um compromisso com uma causa. Nossas celebrações têm um sentido estruturante, um sentido propositivo e prospectivo. Para nós, celebrar não é esperar que o amanhã chegue a nós. É fazer, desde já, o amanhã que desejamos ver realizado. Não é pura espera. É esperançar. Entendemos o centenário de Paulo Freire como um espaço-tempo de articulações, como um processo formativo e de mobilização com vistas à transformação da realidade.
A práxis de Paulo Freire opôs-se ao neoliberalismo e hoje, ao celebrar o centenário, estamos também nos contrapondo à ofensiva ideológica neoconservadora e fortalecendo o pensamento crítico freireano, promovendo ações e projetos alternativos à mercantilização da educação.
Para nós, celebrar Paulo Freire é lutar para democratizar a escola e educar para e pela cidadania. Trata-se, portanto, de lutar por uma escola que forme o povo soberano, o povo que pode mudar o rumo da história, uma escola transformadora, uma escola que emancipa. Paulo Freire nos dizia que essa escola, a escola cidadã, era uma escola de companheiro, de comunidade, que vive a experiência tensa da democracia.
Por isso, saudamos com muito entusiasmo essas celebrações em torno do centenário de Freire. O que se destaca nelas é a defesa da educação pública e popular e a luta contra o neoliberalismo e a mercantilização da educação.
Em tempos como o que estamos vivendo hoje, de retrocessos sociais e políticos e de um neoconservadorismo crescente, precisamos de referenciais como os de Paulo Freire, para nos ajudar a encontrar o melhor caminho de resistência e luta nessa travessia.
Nossa resposta a esses tempos obscuros é celebrar Freire.
*Moacir Gadotti é professor aposentado da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo e presidente de honra do Instituto Paulo Freire. Artigo publicado pelo Jornal da USP, 17-09-2021.
Fonte: https://domtotal.com
A diversidade valorizada
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Valorizar a realidade do outro é o movimento mais revolucionário dos nossos tempos.
*Mário Antonio Sanches, O Estado de S.Paulo
A humanidade, como um todo, às vezes parece um ébrio que avança cambaleante, que titubeia à esquerda, deambula à direta, retrocede meio passo e, aos poucos, avança imprecisamente. Talvez se assemelhe melhor a um infante, quiçá a um bebê, que, inseguro, busca firmar seus passos e a quem a queda se apresenta não como mandatária, mas como experiência.
Todos nós, relutantes e amedrontados, transformamos a nossa realidade num lar, onde nos aconchegamos, repousamos e alardeamos ser este o nosso espaço possível, o único seguro. Fora deste “nosso lar” nada existe – e, se existir, é perigoso, é uma ameaça que precisa ser eliminada.
Mas será que para trombetear que nosso lar é acolhedor precisamos exorcizar os lares alheios? Quando guturalmente explicitamos que nosso espaço é possível, estamos negando que outros existam? Cada pessoa se depara com algo que gostaria de negar, precisa ver o que não gostaria de reconhecer e é colocada próxima daquilo de que gostaria de manter distância: o outro, a outra.
O “outro” impõe sua existência, está às vistas, circula na proximidade. Como vamos lidar com isso? Ou, ainda, como estamos percebendo este outro, esta outra? A realidade do outro e da outra não é mono, mas polissêmica; não é rotina, mas festejo; não é única, mas diversa. Assim, a diversidade se introduz como hóspede inoportuna, com galhardia imprópria. Desfila a si mesma, desarticulando nossa insegura e medrosa rotina.
O momento exige que o infante ébrio firme seus passos, encare o percurso, sorria desafiante e acalente um sonho. Deve-se festejar a diversidade, não apenas suportar sua presença; torná-la laudável, não um infortúnio imposto; anunciá-la abertamente, não a tratando como hóspede indesejada. Para isso, uma transformação se impõe e é preciso pôr em prática um vasto e generoso escambo, ir para a vida disposto a trocar o resultado pela paz interior, o falo pelo afeto, o linear pelo cíclico, a lógica pelo fenômeno, a colheita pelo plantio, a certeza pela dúvida, a razão pela vivência.
A diversidade elogiada se revela sorrateira e cativante nas suas múltiplas dobras, num convite claro para que a humanidade visualize a si mesma, encare-se como totalidade e não exclua de si a sua essência: o diverso. Negar a diversidade é impossível, por isso é que pessoas e povos com projetos de dominação forjam teorias – com alcunha de ciência ou nome de algum deus – que fazem classificações de “superiores” e “inferiores”. Desta forma, o modo de lidar com a diversidade se torna sutil e perverso. Seria, por acaso, tão difícil perceber que dizer que o “outro” é inferior carrega a lógica da dominação?
O relato sobre a diversidade laudável se torna extenso, mas também pode ser sucintamente apresentado, desde que sejam abandonados esquemas mentais de negação do(a) outro(a). Se esse passo for dado, a diversidade surge resplandecente, como joia desejada, que contabiliza para o tesouro da humanidade.
Invertendo esse sonho, a pobreza se torna nosso legado, pois, quando uma cultura desaparece, junto some uma maneira de interpretar a realidade; quando um idioma para de ser falado, cessa junto um jeito de expressar a palavra “mundo”; quando uma religião finda, empobrecem as sendas da humanidade na busca pelo sagrado; quando uma etnia é ocultada, é o olhar de todos que fica embaçado; quando uma expressão de gênero é perseguida, a humanidade revela sua própria infelicidade. Por fim, quando um humano é discriminado por aqueles que detêm o poder, todos correm riscos, pois o poder muda de mãos, mas a sua lógica, nunca.
Passamos de uma pauta pessoal para uma pauta política e coletiva, porque, quando se acalenta que um simples fragmento de diversidade possa ser excluído, dá-se a dica e a permissão para nossa própria exclusão. Sim, negar a diversidade é a mais sutil e astuta agenda dos ditadores de plantão. Os regimes autoritários não podem permitir que o diverso exista, já que cultuam a si mesmos. Eles precisam suplantar o outro, para fazer reluzir a própria egolatria. Preferem o espelho à janela e, mesmo com olhos abertos, só enxergam a própria face.
Valorizar a diversidade é o movimento mais revolucionário dos nossos tempos, o mais democrático dos impulsos, a empreitada mais transformadora. Valorizar a diversidade é raciocinar a partir da premissa de que todos contam. O pão acumulado em uma mesa e que falta na mesa do outro é injusto; o religioso que se apresenta como o único representante do sagrado é mentiroso; o modelo de família trazido como o único verdadeiro é falso; o líder que se apregoa como a única opção é um usurpador; a etnia que se infla de superior é insegura; o padrão de afeto que precisa se impor é decepcionante.
Que a diversidade ecoe em nossos ouvidos como a música predileta. Que ela ocupe nossos pensamentos como nossos melhores sonhos. E que, vigilantes, possamos escrutinar nosso cotidiano, para que nunca, nem no menor aceno, possamos afastá-la. Em última instância, a diversidade é o reflexo da vida, que misteriosamente desliza à nossa frente em muitas formas, desvelando seu mistério.
*PÓS-DOUTOR EM BIOÉTICA, DOUTOR EM TEOLOGIA, MESTRE EM ANTROPOLOGIA SOCIAL, PROFESSOR DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ (PUCPR) E COORDENADOR DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOÉTICA DA PUCPR. Fonte: https://opiniao.estadao.com.br
A Rede Globo está entre a cruz e a caldeirinha
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A Rede Globo está entre a cruz e a caldeirinha
Grupo desmonta o elenco para tentar ficar no azul das contas
Talvez pior do que colunistas de política sejam os colunistas de mídia e TV. Estes escrevem qualquer coisa, citam fontes inexistentes e criam fábulas como se fossem enredos de novelas reais. Recusam-se a enxergar o que está a olhos vistos.
A última desta turma é sobre a saída de Tiago Leifert da Globo. Todos embarcaram na história em que ele decidiu procurar “novos caminhos” depois de 15 anos na emissora. Antes disso, venderam a balela de que Faustão pendurou as chuteiras porque queria novos desafios.
Tudo mentira. Faustão pediu o boné porque propuseram cortar seus ganhos num momento em que a Globo luta para sair do vermelho. Com o cofre cheio, Faustão foi cuidar da vida.
Com Leifert foi um pouco diferente. Uma das poucas novidades da emissora, sempre foi tratado como um stand by. Para quem é mais velho e conhece futebol, é como se fosse um Fedato do Palmeiras ou um Lima do velho Santos. Fica no banco de reservas para as eventualidades.
Mas se deu bem. Além das costas quentes, exibiu talento onde se meteu. É inegável que mostrou empatia, apareceu como um personagem simpático e conquistou admiradores. Inimigos então...
Leifert certamente sonhava em ser sucessor de Faustão, ou daquele Caldeirão insuportável, ou algum programa permanente como The Voice. Para isso, porém, teria que cortar salários seguindo as diretivas de Jorge Nóbrega, o novo manda-chuva da vênus platinada.
Uma criatura que conhece tanto de televisão e mídia como um jardineiro entende de eletrônica e stream.
A Rede Globo vive uma encruzilhada. Basta ver os intervalos comerciais. A maior parte é preenchida de calhaus da própria programação que explica a aparente “oposição” de sua grade jornalística.
Quem enxerga um pouco mais longe vai tratando de desembarcar de um barco indo a pique. Ou prestes a virar de lado como tem sido a história do grupo. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
As redes no 7 de Setembro
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Por Pedro Doria
As redes sociais viverão seu primeiro teste pesado no próximo 7 de Setembro. Em 6 de janeiro, quando o Congresso americano estava reunido para homologar a eleição de Joe Biden, o então presidente Donald Trump incitou a invasão do Capitólio. Trump vinha mentindo descaradamente nas redes, acusando fraudes eleitorais onde não havia — e todo espaço lhe foi permitido para que atacasse a democracia como se não houvesse consequência. Quando o Vale do Silício descobriu que palavras têm consequências no mundo real, que palavras radicalizam pessoas e podem levar à implosão de democracias, Trump foi expurgado das principais redes. Pois agora será a vez de Jair Bolsonaro.
Bolsonaro tem tido espaço no Facebook, no Twitter e no YouTube para atacar sem qualquer traço de prova o processo eleitoral brasileiro. Mais recentemente, as redes que dão sustento ao presidente têm também incitado policiais militares à radicalização política. Um levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelou que 27% dos PMs frequentam ambientes bolsonaristas radicais nas redes. Dentre os oficiais PMs, o que é mais preocupante, 23% estão nesses ambientes radicais. Um quarto. É muito. É inaceitável numa democracia.
São cidadãos armados, que, no exercício da função, não podem demonstrar preferência política, sendo incitados por um presidente da República que trata o atual ambiente político como uma guerra e prega o armamento da população.
É um erro, porém, nos limitarmos a Face, Twitter, YouTube ou mesmo ao WhatsApp. O ambiente não é o mesmo que era em 2018. A chinesa TikTok cresceu violentamente nos últimos meses e vem se tornando a principal rede social no Brasil. Não é, infelizmente, estudada ainda o suficiente na academia para termos uma noção de como anda seu pulso na radicalização.
Mas sabemos de outra rede que, para o bolsonarismo raiz, vem substituindo o WhatsApp. É o russo Telegram. Se já é difícil pressionar os americanos do Facebook, donos do zap, quanto mais esse app de mensagens cujo proprietário é russo e cujo centro de operações fica em Dubai. Segundo um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) divulgado em junho, 92,5% dos usuários preocupados com política no Telegram estão em canais bolsonaristas — dá aproximadamente 1,5 milhão de pessoas. De janeiro ao final do primeiro semestre, o volume de mensagens trocadas por ali foi catapultado em mais de 500%.
Nesses novos ambientes, estão protegidos até da tímida, porém existente, autorregulação das empresas americanas.
O presidente Jair Bolsonaro não está bem. Precisaria de Congresso e do Supremo para erguer um Orçamento capaz de lhe permitir aumentar o Bolsa Família e distribuir um Vale Gás. Sua relação com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, está cada vez pior. Com o Supremo, nem se fala. A perspectiva de apagões se aproxima. A inflação galopa. Enquanto o mundo vê crescimento econômico, o Brasil está em queda. Seguimos com mais de 14 milhões de desempregados pelos números do IBGE. Para não falar no mais de meio milhão de mortos pela Covid-19 e na campanha de vacinação precária pela falta de movimento do Planalto para comprar os imunizantes quando havia tempo de sobra.
Bolsonaro não radicaliza por ser forte. Ele radicaliza por estar fraco. Enquanto tiver livre espaço de ação nas redes sociais, haverá quem o ouça. Muitos dos que o ouvem são cidadãos armados — daqueles sem farda, também daqueles com farda. É um barril de pólvora. O presidente está tentando acender o pavio. Fonte: https://blogs.oglobo.globo.com
Cifrões ocultam ensaio de golpe
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Bolsonarismo quer sequestrar festejos da Independência, como fez com a Bandeira
Flávio Tavares, O Estado de S.Paulo
03 de setembro de 2021 | 03h00
Vivemos hoje, no Brasil, momentos e situações tão terrivelmente insólitas que o bom senso e a razão jamais poderiam prever. De um lado, uma minoria enlouquecida prega a violência de forma aberta pelas chamadas redes sociais com a aprovação tácita do presidente da República. Munidos de invencionices e mentiras, buscam uma situação de “crise institucional” reivindicando até o “fechamento” do Supremo Tribunal Federal. Em verdade, pretendem dar “plenos poderes” ao atual presidente da República e torná-lo ditador constitucional.
De outra parte, essa pregação é a forma encoberta de obter milionários lucros financeiros, como demonstrou o corregedor do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Salomão, ao mandar congelar as receitas das chamadas redes sociais bolsonaristas.
No YouTube, os canais dedicados a ofender os críticos do presidente da República (e a santificar o que ele diz ou faz) tiveram receitas anuais de R$ 15 milhões a partir de 2019. A Procuradoria-Geral da República contabilizou ainda outros R$ 5,7 milhões obtidos a cada ano por canais menores, mas similares em conteúdo agressivo, de junho de 2018 a maio de 2020.
O cerne de tudo provém do “gabinete do ódio” instalado no Palácio do Planalto. Nada é mais convincente do que uma mentira elaborada com rigor, em que cada detalhe é pensado para atingir um fim maldoso e destrutivo. Em contraposição, a verdade é aquilo que é. Não há “botox” que retoque o rosto do dia a dia político.
As tais “redes sociais” deram status à mentira. Prometem revelações “secretas ou desconhecidas” e, assim, têm milhões de seguidores ávidos por saber o que se oculta. O canal oficial de Bolsonaro tem 3,5 milhões de inscritos. Os investigados agora pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), outros 10,1 milhões.
Essas centrais de invencionices são alimentadas com propaganda paga e doações dos fanatizados usuários, passando a ser rentáveis, mesmo que nada produzam. A não ser fantasiar ou mentir, como no caso das urnas eletrônicas. Ou chamar a covid-19 de “gripezinha”, desmobilizando a população dos cuidados com a pandemia.
Neste 7 de Setembro, o bolsonarismo quer sequestrar para si os festejos da Independência, tal qual fez com a Bandeira. Indago: não estarão, assim, impondo o pensamento único das ditaduras, em que o povo é mero papagaio repetidor do que diz o poderoso chefão?
O presidente da República ressuscitou a “guerra fria” e deu aparência de vida a um cadáver putrefato, revivendo a paranoia do anticomunismo. Com isso ressuscita (com outra roupagem) o episódio de 60 anos atrás, quando da renúncia do presidente Jânio Quadros, no final de agosto de 1961. Os três ministros militares anunciaram, então, que o vice-presidente João Goulart não podia assumir por se encontrar na China comunista e ter elogiado as “comunas populares”. Goulart fora à China em missão oficial, enviado por Jânio.
O golpe de Estado já se havia consumado ao longo do País, quando o então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, se rebelou em armas “em defesa da Constituição”. Parecerá estranho “rebelar-se” para defender a Constituição, mas assim ocorreu. O governador gaúcho formou uma cadeia de rádio que penetrou nos lares e nos quartéis e a mobilização popular derrotou o golpe de Estado. Por fim, Goulart assumiu a Presidência, em 7 de setembro de 1961.
Hoje, 60 anos depois, a ideia do golpe de Estado ressurge como fantasma, alimentado pelo próprio presidente da República. E o 7 da Setembro passa a ser a data escolhida para exibir a baderna.
É estranho, insólito e absurdo que o presidente da República oficialize a baderna e outorgue “status” aos baderneiros, incitando-os, mesmo indiretamente, a invadir os prédios do Supremo Tribunal e do Congresso. Não há lugar no mundo em que o governante sugira que os habitantes comprem fuzis, e não alimentos, como o fez Bolsonaro dias atrás, nas conversas no “cercadinho” do Palácio da Alvorada.
O apego de Bolsonaro às armas tem aparência de amor orgástico. Já em 2018 o então candidato presidencial, com a mão direita ou o braço, imitava um revólver ou um fuzil, mas não apresentava planos concretos de administração. Depois, na Presidência, isentou de taxas a importação de armas e munições. Jamais se preocupou, porém sem isentar também remédios e equipamentos hospitalares vindos do estrangeiro.
O insólito e absurdo se renova a cada dia, num chocante dilúvio de insensatez. Agora, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal anunciam que vão se retirar da Federação Brasileira de Bancos porque essa entidade sugeriu que a Fiesp coordenasse o manifesto pedindo a pacificação nacional e a harmonia entre os Poderes da República.
Pergunto: transformaram-se os dois bancos oficiais em tementes serviçais das aspirações de Bolsonaro em fomentar o caos político e, assim, criar um golpe branco? Será o velho 1961 com farda nova?
JORNALISTA E ESCRITOR, PRÊMIO JABUTI DE LITERATURA 2000 E 2005, PRÊMIO APCA 2004, É PROFESSOR APOSENTADO DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA. Fonte: https://opiniao.estadao.com.br
Grito dos Excluídos: voz aos que tiveram o direito à vida negado por Bolsonaro
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Em sua 27ª edição consecutiva, mobilização ocupa as ruas nacionalmente no próximo dia 7 de setembro para lutar saúde, comida, moradia, trabalho, renda, impeachment e “contra esse governo que não nos representa”
Lema da 27ª edição do Grito dos Excluídos, apresentado nesta quinta (26), será "vida em primeiro lugar" sob o tema "na luta por participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda já"
São Paulo – Diante das mais de 576 mil vítimas de covid-19 que tiveram o direito à vida negado e da devastação de conquistas sociais promovidas pelo governo Bolsonaro, a 27ª edição do Grito dos Excluídos ocupa as ruas no próximo de 7 de setembro, por todo o país, para lembrar que a “vida deve estar em primeiro lugar”. Esse é o lema deste ano da tradicional mobilização organizada no chamado Dia da Independência, que terá como tema “na luta por participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda já”. O mote foi escolhido pela Confederação Nacional dos Bispos no Brasil (CNBB) e apresentando à imprensa em coletiva nesta quinta-feira (26).
Desde 1995 mobilizando cidadãos em todo o Brasil – em contraponto às manifestações “cívicas” que marcam a data –, o Grito dos Excluídos soma-se novamente à campanha nacional pelo “Fora Bolsonaro” em protesto às vozes de brasileiros que foram “abafadas” pela política negacionista do governo federal. “O grito é sempre atual no sentido de questionar todas as mazelas que estão aí na sociedade. Assim, dizemos que precisamos lutar pela vida e pela vida com dignidade”, destacou dom José Valdeci Santos Mende, bispo da diocese de Brejo, no Maranhão, e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Ação Sócio Transformadora da CNBB.
“Por tudo que é negado, o direito à vida, essa derrubada dos direitos conquistados, a maneira como se encara a vacina – que na verdade deve ser para todos –, a negação da ciência (…), isso não é um governo que nos representa. Precisamos dizer ‘Fora Bolsonaro!’. Assumimos isso como um compromisso para uma sociedade mais justa e mais fraterna”, completou o religioso.
Ato em São Paulo confirmado
Levando às ruas milhares de pessoas em diversas regiões do país, o Grito dos Excluídos completa 27 anos de edições ininterruptas. Mas, neste ano, a manifestação não ocorrerá na Avenida Paulista, em São Paulo. Em vez disso, foi transferida para o Vale do Anhangabaú, na região central. O governador João Doria (PSDB) tenta, no entanto, impedir a realização do protesto, que até o fechamento desta matéria estava confirmado pelos movimentos sociais, sindical e pela Campanha Nacional “Fora Bolsonaro” para a partir das 14h. A coordenação do evento aponta que Doria faz “jogo político” forma de se lançar como “terceira via” nas eleições presidenciais de 2022.
Em razão da pandemia, todos os atos que comporão o Grito dos Excluídos deste ano seguirão os protocolos sanitários de distanciamento, uso de máscaras, de preferência PFF2 e álcool em gel.
As vozes dos excluídos
O coordenador nacional do Grito dos Excluídos e da Associação Rede Rua, Alderon Costa, conclamou a população a aderir concretamente aos protestos. “Neste momento difícil que o Brasil atravessa temos que ‘sair da arquibancada’ e, com todos os cuidados, irmos para as ruas nos juntarmos com as vozes dos indígenas, das periferias, da população em situação de rua, que já são mais de 200 mil em todo o país. Juntar-nos ao grito das mulheres, das pessoas transexuais e travestis, dos trabalhadores (…) que estão cada dia mais perdendo seus empregos, contra a carestia e a inflação.”
Também na coletiva, a liderança do movimento Despejo Zero em Goiânia, Cinthia Nicássia, lembrou que, na pandemia, a desigualdade e o consequente aumento da população sem-teto foram aprofundados por conta das remoções de famílias e comunidades, aumentando também as fileiras da fome. “A pandemia atingiu muitas famílias não somente em saúde e perdas, mas na vida financeira. Muitas famílias foram despejadas por falta de serviço e ficaram em uma situação precária.”
Gritos pelo Brasil
Em Minas Gerais, até o momento, está confirmado o Grito dos Excluídos na Basílica do Senhor Bom Jesus em Congonhas, às 8h30. Em Manaus, a manifestação terá concentração no Largo Mestre Chico, na região central, às 17h. A manifestação na capital manauara será simbólica para o doutor em epidemiologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Jesem Orellana. Ele lembrou que a cidade “entrou negativamente para a história da saúde pública”. O Grito dos Excluídos será, por tudo isso, conforme descreve o pesquisador, fundamental para dar voz à dor de milhares que perderam seus entes asfixiados por falta de oxigênio. “Fruto de uma gestão inconsequente, irresponsável, tecnicamente reprovável tanto em âmbito federal, estadual e municipal”, criticou.
Em meio a tantas tragédias, o Grito dos Excluídos também lembra das vítimas da violência policial. Como as mães do Jacarezinho, comunidade da zona norte do Rio de Janeiro, onde uma operação da Polícia Civil deixou 28 mortos em 6 de maio deste ano. A maior letalidade oficialmente declarada em ações policiais. Entre eles, o filho de uma moradora que precisou deixar a comunidade e grita agora por justiça. “Jogaram ele fora, é assim que fazem com o povo da favela. São 28 corpos, fizeram 28 mães chorar. Esse Estado é genocida sim. E fora Bolsonaro sim”, protestou a mãe, que teve o nome protegido.
Grito da democracia
Contra o racismo, a deputada federal Joenia Wapichana (Rede) também participou da apresentação da 27ª Edição do Grito dos Excluídos, destacando as vozes seculares de resistência dos povos indígenas. Na luta em defesa da Constituição, ao menos 173 povos estão hoje na linha de frente para derrubar a tese do “marco temporal”. Essa interpretação, defendida por ruralistas, pode alterar brutalmente as regras para a demarcação de terras indígenas e abrir os territórios para exploração mineral e agrícola, colocando ainda mais em risco a sobrevivência dos povos originários e com ainda mais desmatamento dos biomas nativos.
Por conta de toda essa união de lutas, a deputada garante que o próximo 7 de Setembro será a grande oportunidade de se ouvir “as vozes que são invisibilizadas e clamam pela participação, inclusão e o exercício dos direitos sociais. Os povos indígenas não estão falando mais do que já está assegurado em nossa Constituição”, lembra Joenia Wapichana. Fonte: https://www.redebrasilatual.com.br
Grito dos Excluídos levará 'Fora Bolsonaro' no dia 7 de setembro ao Centro do Rio
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Quinto grande ato de rua pelo fim do governo Bolsonaro está confirmado para 7 de setembro e também defenderá os serviços públicos e a rejeição da 'reforma' Administrativa
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Está confirmada a realização do ato pelo fim do governo de Jair Bolsonaro no dia 7 de setembro no Centro do Rio de Janeiro. O tradicional Grito dos Excluídos e Excluídas levará às ruas da capital fluminense o grito "Fora Bolsonaro e Mourão".
A concentração para a manifestação será na esquina da Rua Uruguaiana com a avenida Presidente Vargas, a partir das 9 horas. O uso de máscaras é obrigatório, de preferência as de melhor eficácia como a PFF2. Será o quinto grande protesto em pouco mais de três meses - o primeiro ocorreu em 29 de maio de 2021- que defenderá o fim do governo de extrema-direita e neoliberal.
A Associação dos Docentes da UFF (Aduff-SSind), Seção Sindical do Andes-SN, participará e convida a categoria e toda a comunidade da Universidade Federal Fluminense a ajudar na construção dos protestos - que também vão defender a educação pública e gratuita e as liberdades democráticas. Haverá manifestações em todas as regiões do país.
As campanhas contra a 'reforma' do governo para os serviços públicos vão levar aos atos a defesa do arquivamento ou rejeição da Proposta de Emenda Constitucional 32/2021, bandeira que foi incorporada à pauta dos protestos.
A mobilização ocorre num momento que pode ser decisivo para o desfecho da proposta do governo: o relator da PEC-32 na comissão especial da Câmara, Arthur Oliveira Maia (PP-BA), disse que entregará o seu parecer sobre a matéria na segunda-feira (30). A partir daí, o texto pode entrar na pauta de votação da comissão. Já o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que pretende levar a proposta para apreciação em Plenário na primeira quinzena de setembro. Os movimentos contrários à 'reforma' querem intensificar as mobilizações para impedir que isso ocorra.
Defesa da vida, da vacina e de direitos
Também integram as reivindicações das manifestações programadas para o dia 7 de setembro a defesa da vida, com a exigência da aceleração da vacinação e aplicação de medidas sanitárias como testagem e distanciamento, políticas de geração de emprego e auxílio emergencial digno para quem está em situação de vulnerabilidade na pandemia.
Outra exigência que ganhará destaque é a defesa da rejeição da nova 'reforma' Trabalhista, que já passou pela Câmara e agora se encontra no Senado Federal. O projeto elimina direitos e permite a contratação de trabalhadores sem que o empregador tenha que pagar a Previdência Social, o FGTS, férias e as horas extras nas condições previstas nas leis trabalhistas (CLT).
O Grito
O Grito dos Excluídos é um ato tradicional que ocorrerá pela 27ª vez, sempre no dia em que se comemora a Independência do Brasil. Com forte participação dos movimentos sociais, é de certa forma um contraponto aos desfiles oficiais que costumam celebrar os feitos dos governos e autoridades.
Neste ano, além de ganhar uma articulação mais ampla em torno da bandeira "Fora Bolsonaro", ocorrerá no mesmo dia em que bolsonaristas programaram atos em defesa do governo. Os atos da extrema-direita carregam ainda bandeiras como a defesa da intervenção militar e de um golpe de Estado.
Em São Paulo, o governador João Dória (PSDB) tenta proibir a realização da tradicional manifestação do Grito dos Excluídos por ser um protesto contrário ao governo Bolsonaro. O empresário que ocupa o Palácio dos Bandeirantes diz que só permitirá a realização dos atos a favor do presidente, que também defendem o golpe e a ditadura militar. Alega preocupação com a segurança para isso - embora os dois atos estejam programados ara locais distintos. Os movimentos que organizam o Grito dos Excluídos afirmaram que não vão admitir censura e cerceamento da liberdade de expressão e manifestação e que seguirão construindo o ato.
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho
Fonte: aduff.org.br
Família reconhece corpo achado na Marambaia como o de mulher que desapareceu em barco em Angra
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Cristiane Nogueira da Silva, de 48 anos, e o ex-marido, Leonardo Machado de Andrade, de 50, saíram para passeio em 22 de agosto
Paolla Serra e Diego Amorim
RIO — A família reconheceu na manhã desta segunda-feira que o corpo achado na Marambaia, no domingo, é o de Cristiane Nogueira da Silva, de 48 anos. Ela e o ex-marido, Leonardo Machado de Andrade, de 50, destavam desaparecidos desde 22 de agosto após passeio de barco em Angra dos Reis. As tatuagens ajudaram familiares a reconhecer por fotos o corpo de Cristiane. O cadáver será levado para o Instituto Médico-Legal no Centro do Rio. Leonardo segue desaparecido.
Nesta segunda-feira, o Corpo de Bombeiros confirmou que um corpo do sexo feminino foi encontrado numa área pertencente ao Exército e levado para o quartel de Sepetiba, onde a família fez o reconhecimento pelas tatuagens de Cristiane. No domingo, o mar revolto e a intensa chuva que se estenderam ao longo da manhã e tarde na região impediram que os agentes chegassem até o local, acessível apenas por barco ou helicóptero. O professor titular de Medicina Legal da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Nelson Massini, afirmou ao analisar as fotos do cadáver, que ele apresenta características de lesões provocadas pela fauna marinha.
— Animais como siri e caranguejo começam a atacar pelas partes mais moles do corpo, como lábios, pálpebras e mamilos e depois entrar nos orifícios que fazem. É preciso uma análise mais aprofundada para se chegar a causa da morte e o que motivou essas lesões, mas, à princípio, foram feitas dessa maneira — explicou o perito.
Desde o desaparecimento, o filho de Cristiane, Guilherme Brito, pede orações pela mãe e pelo ex-companheiro dela. Os dois estão desaparecidos desde que saíram em um barco para ver o pôr do sol. Num vídeo publicado nas redes sociais, Guilherme afirmou que tem recebido muitas mensagens de apoio. A viagem do casal, que estava separado, era uma tentativa de reconciliação.
— Peço que rezem para o Leonardo também, para ele estar bem, saudável, porque minha mãe, apesar de ser muito forte, não saberia sobreviver na mata, não saberia sobreviver no mar — disse.
O barco em que o casal estava era uma traineira que já havia pertecido a Leonardo. Ele pegou o barco emprestado para que ele e Cristiane fossem à Lagoa Verde assistir ao pôr do sol. Os dois saíram da Praia da Longa, em Ilha Grande. Fonte: https://oglobo.globo.com
Desaparecimento no mar de Angra: polícia faz levantamento da vida de casal para esclarecer sumiço
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Familiares estão sendo ouvidos para contribuir com elementos que possam ajudar a desvendar mistério
Geraldo Ribeiro
Leonardo e Cristiane estão desaparecidos desde domingo Foto: Reprodução
RIO — O delegado Vilson de Almeida Silva, da 166ª DP (Angra dos Reis), que está investigando o desaparecimento de Cristiane Nogueira da Silva, de 48 anos, e seu ex-companheiro Leonardo Machado de Andrade, de 50, disse que está analisando a vida dos dois para tentar entender o que aconteceu com eles. Para isso, está ouvindo familiares das duas partes, para contribuir com elementos que possam ajudar a desvendar o caso. Uma das chaves do mistério, que nesta sexta-feira entra no seu quinto dia, é a embarcação em que estavam e não foi avistada durante as buscas feitas ao longo da semana. O casal está sumido desde a tarde de domingo, depois de ter saído em um passeio de barco na Ilha Grande, em Angra dos Reis.
— Estamos analisando a vida tanto dele (Leonardo) como dela (Cristiane) para tentar entender o que aconteceu. A linha de investigação é o desaparecimento. A gente quer encontrar o barco, mas eu não descarto nenhuma possibilidade. Estou ouvindo os familiares de um e de outro para ver se encontro algum elemento sobre o que aconteceu — disse o delegado, que já ouviu quatro pessoas dos dois lados.
O casal viveu junto por dois anos e estava separado por um período igual, mas ensaiava uma reconciliação. Na semana passada Cristiane aceitou o convite de Leonardo para passar o fim de semana na Ilha Grande, onde ele reside atualmente. O ex-companheiro pediu que um motorista viesse ao Rio buscá-la na sexta-feira e deveria trazê-la de volta na segunda-feira. Na tarde de domingo os dois saíram de barco para apreciar o pôr do sol de uma praia próxima, e desde então não deram mais notícias.
Segundo o filho, ela parecia feliz e comunicou que Leonardo havia comprado presentes para ela levar para os familiares e se despediu com um "até amanhã", dando a entender que retornaria ao Rio no dia seguinte
Segundo o delegado, o Corpo de Bombeiros e a Capitania dos Portos trabalharam nas buscas nesta quinta-feira, sem sucesso, mesmo feito uma varredura completa. As buscas devem continuar nesta sexta-feira.
Os filhos de Cristiane, Guilherme e Pamella Brito montaram um verdadeiro diário virtual, onde desde o começo da semana vão postando todo tipo de informação que possa ser útil na localização da mãe e de seu ex-companheiro. As postagens rarearam, mas a campanha ganhou um novo aliado. O Disque Denúncia divulgou e publicou nas suas redes sociais, um cartaz com fotos dos dois, dando início a uma campanha para ajudar na busca por pistas sobre o que aconteceu com o casal.
Numa das poucas postagens que fez, Guilherme lançou um apelo emocionado por informações que ajudem os bombeiros e a polícia a encontrar sua mãe e o ex-companheiro dela. Em uma rede social, o rapaz disse que recebeu mensagem falando sobre um pedido de ajuda que alguém teria feito no domingo, mas em horário diferente ao que o casal foi visto pela última vez.
— Recebi uma imagem de alguém em Mangaratiba que teria pedido ajuda, no domingo. A questão do horário não bater muito, mas é uma das opções. Não estamos descartando nada. Peço que ajudem da forma que puderem. Compartilhando a foto dela (da mãe e de Leonardo), a imagem dele, de perguntar se conhece alguém de Angra, de Paraty. Qualquer ajuda é muito bem-vinda. Qualquer notícia relevante pode mandar para mim. Estamos olhando tudo — disse Guilherme, visivelmente emocionado.
Nesta quinta-feira, bombeiros de Sepetiba, Paraty, Angra dos Reis, Sepetiba e Mambucaba fizeram buscas por ilhas da Baía de Angra dos Reis e pelo mar, para tentar localizar o casal desaparecido ou a embarcação que era usada por eles. A ação conta com o uso de motos aquáticas e barcos.
— Nossa prioridade é encontrar a embarcação para entender o que está acontecendo nesse desaparecimento — disse o delegado Vilson de Almeida Silva.
As buscas tiveram início ainda no domingo, quando um funcionário de Leonardo começou a perguntar a conhecidos se tinham alguma informação sobre o casal. O delegado disse que diferentes órgãos participam de uma varredura na região à procura da embarcação. Ele acredita que, ao conseguir localizar o barco, possivelmente encontrará o casal ou terá pistas sobre o paradeiro.
Campanha é nova aliada por buscas
O Disque Denúncia pede para quem tiver alguma informação para entrar em contato pelos seus canais oficiais, que são os números 2253-1177 e (21) 98849-6254 (WhatsApp) ou pelo aplicativo Disque Denúncia RJ. Fonte: https://oglobo.globo.com
Família faz apelo para encontrar casal que saiu para ver pôr do sol no mar em Angra e desapareceu
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Embarcação em que os dois estavam ainda não foi encontrada
RIO - Guilherme Brito lançou nas redes sociais um apelo para ajudarem a localizar sua mãe, Cristiane Nogueira da Silva e o ex-padrato Leonardoi Machado de Andrade. Num vídeo postado numa rede social, o rapaz conta que o casal saiu na tarde de sábado para apreciar o pôr do sol de uma das praias de Angra dos Reis e desde então então nao foi mais vistos.
O rapaz conta no vídeo que a mãe viajou para Ilha Grande, onde o ex-padrato está morando atualmente, na sexta-feira e deveria ter retornado na segunda-feira, ao meio dia. Mas, desde o domingo, por volta das 10h, que a família perdeu o contato com ela.
Inicialmente achavam que era por conta de problemas com sinal de telefonia celular, mas um motorista da família enviado ao local para levá-la de volta para o Rio também não a encontrou. Por meio de pessoas que trabalham para Leonardo, descobriu que o casal estava desaparecido desde as 16h30 de domingo.
-Minha mãe não é de ficar sem contato com a gente - disse o rapaz que foi para Angra acelerar as buscas.
Ele contou que acionou as polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e Capitania dos Portos, que ainda não conseguiram localizar o casal nem tiveram informações sobre a lancha. Fonte: https://oglobo.globo.com
Haiti, o bispo de uma das dioceses mais duramente atingidas: "Está faltando tudo"
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O número de vítimas do terremoto que atingiu o país aumentou: 2.189 mortos e 12.000 feridos. O testemunho de dom Pierre André Dumas, bispo de Anse-à-Veau-Miragoâne: habitações, paróquias e casas canônicas foram destruídas. Religiosos e missionários prontos para ajudar: "Eles são o testemunho de que Deus nunca abandona ninguém". A Conferência Episcopal Italiana aloca um milhão de euros.
Federico Piana – Vatican News
Quanto mais o tempo passa, mais dramático se torna o balanço das vítimas do terremoto que devastou o Haiti em 14 de agosto. Os últimos dados divulgados pela Agência de Proteção Civil do país, colocam o número de mortos em cerca de 2.189, enquanto o número de feridos subiu para quase 12.000. As operações de resgate das últimas horas foram complicadas pela passagem da tempestade tropical Grace, mas apesar das dificuldades encontradas por voluntários e forças policiais, 16 pessoas foram encontradas vivas sob os escombros de um antigo prédio da ONU na aldeia de Brefet. E enquanto a Cáritas faz soar o alarme sobre a falta de alimentos e água, a Conferência Episcopal Italiana decidiu destinar um milhão de euros em ajuda, financiada através da taxa 8X1000, e convocou um dia de oração em todas as paróquias italianas para o próximo domingo.
Momento difícil para se viver com fé
"É um momento difícil, um momento de provação que temos que viver com muita fé", disse dom Pierre André Dumas, bispo de Anse-à-Veau-Miragoâne, uma das dioceses mais duramente atingidas no Haiti. "É também um momento", acrescentou o prelado, "em que temos que intervir, ficar perto e escutar as necessidades do povo".
Destruídas sete em cada dez casas
Toda a área da diocese de Anse-à-Veau-Miragoâne foi literalmente arrasada: sete em cada dez casas foram destruídas pelo forte terremoto de magnitude 7,2. "Ainda não temos contato com as pessoas que vivem nas montanhas e em áreas isoladas", disse o bispo. As pessoas agora precisam de tudo, até mesmo de água. É por isso que estamos pedindo a ajuda de outros países.
Igreja local em ajuda aos mais fracos
Dom Dumas disse que os padres de sua diocese, junto com as religiosas e missionários, estão fazendo o melhor possível para ajudar os sobreviventes: "O acompanhamento de meus padres, irmãs e irmãos religiosos é constante", afirmou. "Momentos de solidariedade se alternam com momentos de oração. Além disso, as poucas necessidades básicas que nossa Igreja local recebeu foram imediatamente compartilhadas".
Metade das igrejas arrasadas
A situação das estruturas diocesanas também é dramática: muitas casas canônicas e paróquias foram literalmente arrasadas. Fizemos algumas verificações", explicou dom Dumas, "e percebemos que mais da metade das igrejas não estão mais lá". Mas, apesar de tudo, os padres estão presentes: eles acompanham os fiéis e tentam atender às suas necessidades. Eles estão entre o povo para mostrar que Deus não abandonou seu povo". Fonte: https://www.vaticannews.va
Duas pessoas 'caem de avião' ao tentar fugir de Cabul com a chegada do Talibã
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Por: Fernando Moreira
Duas pessoas caem após tentarem se agarrar a avião que decolara de Cabul Foto: Reprodução
Ao menos duas pessoas "caíram de um avião militar americano" que decolara nesta segunda-feira (16/8) do aeroporto de Cabul (Afeganistão) em tentativa desesperada de fugir do país após a chegada do Talibã à capital, de acordo com vídeos divulgados nas redes sociais. Não há confirmação oficial sobre o caso ou sobre a identidade dos envolvidos. Segundo o jornal britânico "Guardian", ao menos três pessoas teriam caído da aeronave dos EUA. Um vídeo mostra os corpos de três pessoas — dois homens e uma mulher — caídos no chão no complexo do aeroporto Hamid Karzai, acrescentou o diário.
Um tumulto no terminal superlotado de pessoas ávidas para fugir de Cabul causou a morte de ao menos cinco pessoas. Em cenas caóticas que ecoam a queda de Saigon no fim da guerra do Vietnã, homens, mulheres e crianças foram filmados tentando entrar em aviões depois que o Talibã invadiu a capital e tomou o palácio presidencial. Aeronaves dos EUA foram enviadas a Cabul para retirar americanos da cidade.
Segundo o "Sun", duas pessoas caíram de um avião de transporte C-17, da Força Aérea dos EUA, de uma altura de centenas de metros. Eles teriam se agarrado ao trem de pouso ou à fuselagem na lateral da aeronave, de acordo com imagens divulgadas amplamente nas redes sociais. Fonte: https://extra.globo.com
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