A banalidade da mentira
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A banalidade da mentira
A CPI está sendo útil para que os brasileiros se convençam de que estão sendo governados por um grupo político que milita ferozmente contra a verdade
O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello mentiu várias vezes em seu depoimento à CPI da Pandemia. Em dois dias de oitiva, o general intendente, mesmo estando sob juramento, inventou respostas para questões sobre os mais variados temas – o relator da comissão, senador Renan Calheiros, apontou nada menos que 14 ocasiões em que Pazuello “mentiu flagrantemente” e “ousou negar suas próprias declarações”.
O repertório de imposturas é vasto. As mais relevantes dizem respeito à negociação para a compra de vacinas. O ex-ministro negou o que está fartamente documentado – que o governo ignorou ou boicotou diversas ofertas de imunizantes.
Pazuello chegou a dizer que o presidente Jair Bolsonaro “nunca” lhe deu ordem para interromper as conversas com o Butantan para a aquisição da Coronavac, fabricada pelo instituto paulista em parceria com a China. Confrontado com a lembrança de que Bolsonaro publicamente, e de maneira enfática, disse que jamais compraria a “vacina chinesa”, o ex-ministro teve a ousadia de argumentar que essa declaração do presidente não constituía uma ordem para cancelar a compra da Coronavac, e sim apenas uma “posição do agente político (Bolsonaro) na internet”.
Aos fatos. A primeira proposta do Butantan ao governo federal foi feita em julho do ano passado. Somente no dia 19 de outubro, o Ministério da Saúde assinou com o instituto um protocolo de intenções para adquirir 46 milhões de doses da Coronavac. O entendimento foi anunciado numa reunião de Pazuello com governadores no dia seguinte. Ato contínuo, Bolsonaro informou que havia mandado cancelar o protocolo: “Já mandei cancelar. O presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade”. Depois, gravou um vídeo com Pazuello em que o intendente declarou sobre o assunto: “Um manda, o outro obedece”. Mais claro, impossível.
Pazuello ofendeu a inteligência alheia a respeito de diversos outros temas, do desabastecimento de oxigênio em Manaus que resultou em muitas mortes até a campanha irresponsável pelo uso de remédios sem eficácia. O ex-ministro tinha um habeas corpus para se manter calado, de modo a não produzir provas contra si mesmo, mas aparentemente preferiu mentir o tempo todo, produzindo inúmeras provas de que a mendacidade é o que melhor traduz o governo Bolsonaro.
Isso já havia ficado evidente no depoimento do ex-chanceler Ernesto Araújo, quando ele teve a coragem de negar que ajudou a criar inúmeras rusgas com a China – nosso principal parceiro comercial e origem dos insumos para a fabricação da vacina responsável por 80% da imunização no Brasil até este momento. A senadora Kátia Abreu chamou Araújo, muito apropriadamente, de “negacionista compulsivo”.
Assim, a CPI está sendo extremamente útil para que os brasileiros afinal se convençam de que estão sendo governados não apenas por mitômanos, mas por um grupo político que milita ferozmente contra a verdade. A mentira não é acidental ou circunstancial. Não é contada para escapar de situações constrangedoras ou para enganar eleitores na disputa por votos. É a essência da estratégia bolsonarista de destruição dos alicerces da democracia.
Não é possível alcançar consensos democráticos e formular políticas públicas realistas num ambiente em que o embuste é a norma e quando o debate público é travado com base em mentiras escandalosas produzidas por quem tem máxima autoridade política, como o presidente da República e seus ministros. Como informou singelamente o próprio ex-ministro Pazuello, as palavras do presidente Bolsonaro ditas em público são apenas “coisa de internet” – portanto, não devem ser levadas a sério.
Ou seja, a Presidência é ocupada hoje por um animador de auditório, que, de novo segundo o intendente Pazuello, “diz o que vem à cabeça”, para êxtase de seus fanáticos seguidores. E, ao contrário de ser cômico, esse comportamento é trágico. O quase meio milhão de mortos pela pandemia e a indiferença de parte da sociedade com a perda de 2 mil vidas por dia são o resultado da progressiva desmoralização da verdade. Fonte: https://opiniao.estadao.com.br
Receitas que viralizam no TikTok
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Aplicativo revolucionou não só o mundo do entretenimento como transformou-se em poderosa ferramenta de vendas
Ontem descobri as mil e uma utilidades de dois ingredientes que eu nem sabia que eram ingredientes: Bis e Oreo. Aprendi no TikTok ! Parece mágica: em segundos, o Luciano do Valle (@lucianodvs, 7,9 milhões de seguidores) transforma Oreos em sorvete, num vídeo, e em bolo, noutro. Com o jovem Gabriel Bernardes (@Downlicia, um milhão de seguidores) aprendi receitas de pipoca e chocolate quente que levam Bis, socado ou em cubos.
Nutella, margarina…. porcarias industrializadas viram doces num piscar de olhos em vídeos postados por influencers no TikTok — enganam-se os desantenados que pensam que a plataforma só serve para adolescentes replicarem dancinhas. Coreografias dominam, sim, mas também ganha-se fortunas postando comes e bebes. Rafael Licks, o @cheflicks (2,2 milhões de seguidores) sensualiza, dá tapões em um salmão cru e frita bife vendado, arrebatando centenas de milhares de likes (e de reais ?).
Desde 2018, o TikTok revolucionou não só o mundo do entretenimento como transformou-se em poderosa ferramenta de vendas. Em dois anos ganhou bilhões de usuários — inclusive adultos como o Maxi Riedel, CEO da Riedel, marca austríaca de taças de cristal, e o casal foodie Ana Lembo e Zé Soares (@dopaoaocaviaroficial, 199,2 mil seguidores)
como Dunkin’ e Wendy’s encorajam seus funcionários a se tornarem tiktokers : o impacto de posts autênticos é bem maior do que o dos superproduzidos. Quando uma receita viraliza — caso da #fetapasta, massa com molho de tomatinhos cereja e feta—, vendas explodem. A demanda pelo queijo cresceu a ponto de esgotar os estoques em diversos mercados americanos.
Nestlé, iFood e outras gigantes pagam caro por posts. Publicitária me garante que os maiores tiktokers do Brasil, como a Maísa (14,6 milhões de seguidores) não postam por menos de R$ 1 milhão. Fofa, ela, de pérolas e bustiê de plumas, tomando um sorvete da rede paulista Chiquinho… Conclusão? Estou virando obsoleta em três, dois… um! Fonte: https://oglobo.globo.com
Conflito Palestina-Israel: 62 crianças mortas na última semana
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A morte de crianças no conflito entre Israel e palestinos "é sinal de que não se quer construir o futuro, mas se quer destruí-lo", disse com veemência o Papa no domingo, no tradicional encontro dominical na Praça São Pedro.
Vatican News
Preocupado com a escalada na violência no Oriente Médio, o Papa Francisco no Regina Coeli do domingo, 16 de maio, afirmou ser “terrível e inaceitável” a morte de crianças:
Nestes dias, violentos confrontos armados entre a Faixa de Gaza e Israel se impuseram, e correm o risco de degenerar em uma espiral de morte e destruição. Numerosas pessoas foram feridas e muitos inocentes morreram. Entre eles estão as crianças, e isto é terrível e inaceitável. A morte delas é sinal de que não se quer construir o futuro, mas se quer destruí-lo.
Os mortos palestinos deste o início do conflito são 212. Somente no domingo os mortos na Faixa de Gaza foram 42, incluindo 8 crianças e 2 médicos. Os palestinos feridos até agora são 1.400. Já em Israel, dez pessoas morreram, entre as quais duas crianças, e 294 israelenses ficaram feridos, vítimas de disparos de foguetes.
A diretora geral do UNICEF, Henrietta Fore, divulgou uma declaração onde reitera o apelo pelo fim imediato da violência. "De acordo com as últimas notícias recebidas, desde 10 de maio, 60 crianças foram mortas na Faixa de Gaza, sendo duas em Israel. O assassinato de crianças é uma violação grave de seus direitos. O medo e a destruição estão aumentando em ambos os lados."
Ela recorda que em Gaza foram destruídas, escolas, casas e escritórios e famílias inteiras tiveram que abandonar a área. Em Israel, foguetes lançados pelo Hamas danificaram escolas, casas e edifícios. A situação em Gaza é terrível. Mais de 52 mil pessoas foram deslocadas, buscando abrigos em 48 escolas. Outras 41 escolas foram danificadas.
“Violência, matança e ódio devem parar, diz Henrietta Fore. Os direitos humanos internacionais e o direito humanitário devem ser respeitados. Os civis e a infraestrutura civil devem ser protegidos. A única solução é uma solução diplomática - para o bem de todas as crianças e seu futuro."
*Atualizada em 18/05, às 10h30. Fonte: https://www.vaticannews.va
Pandemia e lição de casa
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Por Fernando Gabeira
Já estamos um pouco cansados de falar da pandemia. Quem caiu, quem não caiu, amigo entubado, amigo extubado, CoronaVac, AstraZeneca, vozes abafadas pelas máscaras, CPIs, mentiras e gravações.
Mas a Humanidade tem de enfrentar seus erros e fazer a lição de casa, pois, nas condições de crise ambiental, novas pandemias podem nos atacar.
Um passo importante foi a comissão especial criada pela OMS, que divulgou seu relatório. Nele, o grupo liderado pela ex-primeira-ministra da Nova Zelândia Helen Clark aponta os erros da própria OMS, que perdeu um mês antes de decretar a emergência.
Governos locais — com seu negacionismo, isso conhecemos bem —também foram responsáveis por políticas destruidoras.
Em outras palavras, a tragédia que o mundo vive hoje poderia ter sido evitada. Comissões internacionais como essa são importantes para despertar uma nova consciência. No final da década dos 60, o Clube de Roma publicou um relatório de personalidades políticas alertando para a produção e o consumo insustentáveis. Isso foi um marco.
No meu entender, existe uma lição implícita na pandemia, já absorvida no século XIX por Humboldt. Ao escalar a montanha do vulcão Chimborazo, ele compreendeu algo que já estava amadurecendo em seu pensamento: os elementos da natureza são interligados, ela é uma rede viva e, portanto, vulnerável.
Lição semelhante pode ser transplantada para a política internacional num caso de pandemia. Estamos todos no mesmo barco. Ninguém estará a salvo enquanto todos não estiverem a salvo.
Daí meu apoio à quebra das patentes, mesmo sabendo que o efeito imediato da medida não é tão promissor quanto a distribuição de vacinas por países que têm mais do que necessitam para vacinar sua população.
Essa noção de interdependência deve ser levada também para o plano interno, em que, sem solidariedade, dificilmente atravessaremos a crise.
O governo brasileiro fez tudo errado. Negou a pandemia, resistiu à vacina e contribuiu para que tivéssemos um número absurdo de mortes.
Como se não bastasse isso, o desmatamento na Amazônia atinge números recordes, o Congresso acaba com as leis que definem o licenciamento ambiental.
O processo de destruição da natureza será mais acentuado no Brasil, sem falar no aumento da pobreza, por remarmos contra a corrente mundial que defende a sustentabilidade.
O governo e o Congresso não respeitam o alerta sobre uma exploração sustentável da natureza. E muito menos os conselhos para preservar vidas durante uma pandemia.
Simultaneamente, portanto, criam as bases de uma nova pandemia e estabelecem a política negacionista de um sacrifício humano ainda maior.
A única esperança, se isso merece o nome de esperança, é que não conseguirão destruir tudo nem matar todos os brasileiros até 2022.
É simples: ou deixam o poder, ou acabam com o Brasil. Fonte: https://blogs.oglobo.globo.com
Governo do Amapá registra duas mortes por sarampo no Estado
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São os primeiros óbitos por causa da doença em 20 anos
Duas crianças morreram vítimas de sarampo, sendo uma na capital, Macapá, e outra, em
uma aldeia indígena, no município de Pedra Branca do Amapari, região central do Amapá.
No caso da capital, o óbito ocorreu no dia 28 de março; a criança, menor de 7 meses, do sexo feminino, começou a apresentar os primeiros sintomas no dia 24 de fevereiro; ela não estava vacinada.
Já a criança indígena que veio a óbito tinha 4 meses - ainda fora da faixa etária de vacinação.
Eram duas irmãs gêmeas, sendo que uma faleceu no dia 19 de abril e a outra no dia 1 de maio.
As duas mortes estavam sob investigação, e o resultado foi que apenas a menina que faleceu no dia 19 de abril teve confirmação de sarampo.
A irmã dela deu positivo para dengue como causa da morte e não sarampo. Fonte: https://www.band.uol.com.br
Ainda marchando por igualdade
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Ainda marchando por igualdade
Por Flávia Oliveira
Trinta e três anos atrás, organizações do movimento negro brasileiro fizeram história no centenário da Lei Áurea. O Brasil caminhava para a redemocratização, os ativistas marchavam contra a farsa da abolição. Fazia cem anos que o país decretara o fim da escravidão, mas a liberdade tardava. Ontem, momento agudo da pandemia, do retrocesso em direitos e da brutalidade pelo Estado, mobilizados pela Coalizão Negra por Direitos, manifestantes voltaram às ruas contra a violência policial, a fome, a letalidade da Covid-19. De 1888 até hoje, pretos e pardos ainda padecem das mazelas nacionais, evidência de que o tempo passa, o racismo, não.
Ainda ontem, os repórteres Nicolás Satriano e Henrique Coelho, do portal G1, revelaram boletins de atendimento de cinco dos 27 mortos na mais letal operação policial da História do Rio de Janeiro, há uma semana, na comunidade do Jacarezinho — a 28ª vítima foi o inspetor André Leonardo de Mello Frias. A emergência do Hospital Evandro Freire, na Ilha do Governador, atestou faces dilaceradas, ferimentos por arma de fogo em membros inferiores, desvios ósseos em membros superiores. Sem identificação, os cadáveres foram descritos como homem negro I, II e III, homem pardo I e II.
Todos os mortos pela polícia fluminense no Jacarezinho eram pretos ou pardos. “Pode ser a prova mais evidente do racismo institucional da história contemporânea”, comentou o advogado Daniel Sarmento, que assina pelo PSB a ADPF 635, ação que levou o Supremo Tribunal Federal a proibir, em junho de 2020, operações policiais em favelas do Rio durante a pandemia. No estado, em 2019, 86% dos mortos por intervenção de agentes da lei eram negros, apurou a Rede de Observatórios de Segurança no relatório “A cor da violência policial”. Em Pernambuco, a proporção bateu 93%, na Bahia, 97%.
Jovens e homens negros estão no topo das estatísticas de homicídios; mulheres negras, de feminicídio. Três em cada quatro brasileiros pobres ou miseráveis são pretos ou pardos, segundo a Síntese de Indicadores Sociais 2020, do IBGE. Mulheres negras, 28,7% da população, equivalem a 39,8% dos brasileiros indigentes e a 38,1% dos pobres.
Dez anos atrás, o IBGE publicou pesquisa em que brasileiros de cinco estados revelavam percepções sobre desigualdade racial no país. Os entrevistados respondiam em que áreas da sociedade a cor da pele importava como fator de privilégio ou de exclusão. No topo, o mercado de trabalho, com 71% de citações; em segundo, o sistema de polícia e Justiça, com 68,3%.
O Instituto Locomotiva, no início deste mês, divulgou levantamento sobre o tema. Em 2021, 76% dos brasileiros ainda consideram que pessoas negras são discriminadas no mercado de trabalho. Mais da metade dos trabalhadores (57%) já testemunharam algum ato de preconceito ou humilhação contra negros; entres os autodeclarados pretos ou pardos, a proporção bateu 67%. Segundo o IBGE, autodeclarados brancos ganham em média 69% mais que pretos e pardos pela hora trabalhada. Homens brancos têm os maiores salários, mulheres negras, os menores. Negros são maioria entre desempregados, informais e trabalhadoras domésticas.
No Brasil da pandemia, as desigualdades se escancararam. A crise socioeconômica, gravíssima, é pior entre os negros. O atraso escolar que assombra crianças e adolescentes negras, moradores das periferias e dos rincões, é avassalador. Em 2019, antes da Covid-19, o IBGE já anotara que um jovem branco de 18 a 24 anos tinha o dobro de chance de um preto ou pardo de frequentar ou ter concluído o ensino superior. Faltam negros nos espaços de poder político, econômico, corporativo, militar.
A democracia brasileira carece de representatividade. E dela depende a equidade. Cento e trinta e três anos depois da assinatura da Lei Áurea, os negros brasileiros ainda marcham por liberdade, justiça, oportunidades. O 13 de Maio foi um marco legal, mas não transformou inteiramente um país, marcado pelo racismo estrutural, de cabo a rabo. Por isso, é comum assinalar o 14 de Maio, dia seguinte à canetada da princesa, como símbolo de mudanças nunca vindas. Até hoje.
O aniversário da Lei Áurea tornou-se efeméride dedicada à reflexão crítica sobre o significado da abolição. De um lado, reivindica o protagonismo dos negros na luta pelo fim da escravidão, historicamente eclipsado por Isabel. De outro, elenca barreiras a ser eliminadas, direitos a ser conquistados.
Mas 13 de maio também é dia de homenagear, nos rituais de umbanda, os Pretos Velhos, entidades que são antepassados a interagir com os vivos. Daí a internet pontuada de adoração às Almas Santas e Benditas (ou simplesmente às Almas), feijoada na mesa, café preto no copo, vela acesa. É agradecimento aos Vovôs e às Vovós que, cativeiro na memória, afeto na essência, seguem zelando por nós. Fonte: https://blogs.oglobo.globo.com
Discursos de ódio nas redes digitais
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Com as redes sociais foram criadas condições para a proliferação da intolerância
A liberdade de expressão é um valor fundamental da democracia, mas não é absoluto. Expressões que atentem contra a própria liberdade de expressão ou outras liberdades fundamentais não podem ser toleradas. Como constatou o filósofo Karl Popper, a tolerância contém um aparente paradoxo: para que uma sociedade se mantenha tolerante, ela não pode tolerar a intolerância. O problema foi intensificado com a emergência das redes sociais.
O equilíbrio entre a liberdade de expressão e o combate à intolerância nas redes foi tema de um estudo do projeto Digitalização e Democracia da Fundação Getulio Vargas (FGV), com o propósito de subsidiar estratégias de enfrentamento aos desafios derivados do ambiente virtual.
A definição do discurso de ódio em si já é um problema de monta. Em sentido amplo, abrange desde ofensas como calúnia, injúria e difamação até o mero insulto. Em sentido estrito, são discursos que incitam à violência.
O Guia de análise de discurso de ódio da própria FGV define discursos de ódio como “manifestações que avaliam negativamente um grupo vulnerável ou um indivíduo enquanto membro de um grupo vulnerável, a fim de estabelecer que ele é menos digno de direitos, oportunidades ou recursos do que outros grupos e indivíduos membros de outros grupos, e, consequentemente, legitimar a prática de discriminação ou violência”. A definição é relevante, por especificar um elemento distintivo em relação às meras manifestações depreciativas: a restrição de direitos, tanto pelo estímulo à discriminação quanto à agressão física.
Os discursos de ódio não foram inventados pelas redes digitais – eles são tão antigos quanto a humanidade –, mas elas criam condições inusitadas para a sua proliferação.
Do ponto de vista do comportamento dos usuários, a anonimidade remove barreiras de responsabilização e diminui a possibilidade de confronto entre o agressor e a vítima. Essa invisibilidade (a não presença visual do agressor e da vítima) facilita as agressões. Ao contrário das mídias tradicionais – pense-se, por exemplo, no tempo e dinheiro despendidos para produzir, imprimir e circular um panfleto –, as mídias digitais facilitam a hostilidade impulsiva, massiva e sem barreiras geográficas.
Do ponto de vista dos veículos, as condições também são peculiares: por um lado, as redes digitais não produzem conteúdo, e, portanto, não são responsabilizadas, como as mídias tradicionais, pelas manifestações dos usuários; por outro lado, não são espaços de discussão totalmente públicos e neutros, mas espaços privados, regulados por empresas que inclusive obtêm lucros com a interação dos usuários. Seus algoritmos, por exemplo, são programados não para promover mensagens verdadeiras ou virtuosas, mas sim as que geram mais visibilidade, funcionando como “câmaras de eco” – inclusive do ódio.
Tais características tornam mais complexo o debate entre pesquisadores, legisladores e a indústria de tecnologia em torno do combate ao discurso de ódio sem prejuízo à liberdade de expressão.
Alguns consensos parecem estar em vias de consolidação. Um deles é reduzir o alcance de perfis não verificados. Outro é reduzir o estímulo às performances públicas em favor de comunicações autênticas, por exemplo, restringindo a relevância de “likes” e “compartilhamentos” para a propagação das publicações, de modo que elas possam ser avaliadas pelos seus próprios méritos. A informação também pode ser qualificada por meio de mais mecanismos que alertem os usuários sobre conteúdos potencialmente tóxicos. Atualmente, há muito pouca transparência em relação aos algoritmos empregados pelas redes. Isso sugere a criação de grupos independentes de especialistas para auditarem os algoritmos de acordo com diretrizes de interesse público.
Seja pela autorregulação das próprias mídias digitais (um modelo privilegiado nos EUA), seja pela regulação do Estado (modelo privilegiado na Europa), o fato é que será preciso minimizar as condições que facilitam e estimulam o discurso de ódio. Fonte: https://opiniao.estadao.com.br
Zeus: Alienado ou Politizado?
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A Palavra do Frei Petrônio, com Frei Petrônio de Miranda, O. Carm- direto do Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ- comenta os fatos e acontecimentos da semana. Convento do Carmo de Angra, 8 de maio-2021. NOTA: Número de mortos em operação no Jacarezinho sobe para 29, diz polícia; só 3 foram identificados
Neste sábado (8), Polícia Civil do RJ afirmou ao G1 que ‘28 criminosos e o inspetor de polícia André Leonardo de Mello Frias morreram na operação’.
Subiu para 29 o número de mortos na operação no Jacarezinho da última quinta-feira (6).
Ao G1, a Polícia Civil do RJ informou neste sábado (8) que “28 criminosos e o inspetor de polícia André Leonardo de Mello Frias morreram na operação”.
Até esta sexta-feira (7), a polícia falava em 27 criminosos mortos, além de Frias.
Até a última atualização desta reportagem, mais de 48 horas depois do início da operação, a polícia ainda só tinha divulgado o nome de 3 mortos. Fonte: https://g1.globo.com. Divulgação: www.instagram.com/freipetronio
Zeus: Uma Prece pelo Jacarezinho
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A Palavra do Frei Petrônio, com Frei Petrônio de Miranda, O. Carm- direto do Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ- faz uma prece pelas almas das vítimas de Jacarezinho/RJ. Sexta-feira, de maio-2021. NOTA: A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou nesta sexta-feira (7) que a operação quinta-feira no Jacarezinho, Zona Norte do Rio, terminou com 28 mortos - 27 suspeitos mais o inspetor que foi baleado por criminosos. Até a tarde desta quinta acreditava-se que foram 25 mortos no total, contando o policial. Ainda não foi explicada a razão da diferença na contagem. Fonte: https://g1.globo.com www.instagram.com/freipetronio
O Brasil com fome
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O Brasil com fome
A experiência da pandemia exigirá a reconstrução do sistema de proteção alimentar. Esse trabalho começa agora. Mas, antes de reconstruir, é preciso doar
A crise econômica e política que o Brasil amarga há anos foi agravada em 2020 pela pandemia e redobrada pela incompetência e desídia do governo federal. Em 2021, no pico da pandemia, o País enfrenta uma nova crise: a fome.
Segundo a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, no fim de 2020, 55,2% dos domicílios, abrigando 116,8 milhões de brasileiros, sofriam algum grau de insegurança alimentar. Desses, 19,1 milhões (9% da população) padeciam de insegurança grave, ou seja, passavam fome. Uma pesquisa da Universidade Livre de Berlim mostra um quadro ainda mais tétrico, com 59% dos domicílios em insegurança alimentar e 15% em situação grave.
A violência da pandemia atingiu um sistema de segurança alimentar já vulnerável. Em 2014, o País havia pela primeira vez saído do Mapa da Fome das Nações Unidas, que inclui países nos quais mais de 5% da população consome níveis insuficientes de calorias. Esse foi o resultado de programas como o Bolsa Família ou o Fome Zero, mas também de políticas como o plano de segurança alimentar, a estruturação de conselhos regionais ou o fortalecimento dos programas de alimentação escolar.
Mas entre 2013 e 2018, segundo o IBGE, a insegurança alimentar grave cresceu 8% ao ano. Entre 2018 e 2020, o aumento da fome foi de 27,6%. O investimento federal no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) caiu de R$ 1,1 bilhão em 2012 para R$ 232 milhões em 2018. A merenda, que chegou a receber R$ 4,7 bilhões em 2010, foi reduzida para R$ 3,9 bilhões em 2019.
Esse sistema já precário foi atropelado pela pandemia. O preço médio da cesta básica em São Paulo saltou de R$ 862 em abril de 2020 para R$ 1.014 em 2021. Nem todos os municípios mantiveram a merenda, o que agravou as dificuldades. Se a média nacional de insegurança alimentar, conforme a Universidade de Berlim, é de 59%, nos domicílios com crianças de até 4 anos esse número salta para 71%; e nos domicílios com jovens entre 5 e 17 anos, para 63%. No ano passado, conforme o Portal da Transparência, foram destinados R$ 168,2 milhões ao PAA, dos quais apenas R$ 27,16 milhões foram executados. Para este ano o governo propôs um orçamento de R$ 101,7 milhões.
Além de robustecer o financiamento, é urgente reconstituir a Câmara Interministerial de Segurança Alimentar, a quem cabe elaborar e coordenar a Política de Segurança Alimentar. Também é preciso fortalecer a atuação dos Equipamentos de Segurança Alimentar e fomentar a criação dos comitês subnacionais para o combate à fome. Os governos subnacionais podem mobilizar equipamentos públicos como escolas, centros comunitários ou restaurantes populares.
Se a média nacional de insegurança alimentar para as cidades é de 55,7%, no campo é de 75%. Por isso, é crucial elaborar estratégias de acesso ao financiamento para a agricultura familiar.
Vale lembrar que, segundo o Banco Central, com o auxílio federal e a arrecadação superior ao esperado, Estados e municípios fecharam 2020 com um superávit primário de R$ 43 bilhões. Muitos têm realizado programas para complementar o auxílio emergencial federal, mas, diante da fome, é preciso fazer mais.
No meio da calamidade, contudo, não basta cobrar políticas públicas. Toda pessoa, física ou jurídica, precisa se engajar para colocar cestas básicas nos lares de famílias com fome. Em indicadores globais, o nível da filantropia brasileira é historicamente medíocre. Nos primeiros meses da pandemia, houve um salto expressivo em doações. Mas, desde o segundo semestre, os números caíram dramaticamente. “As pessoas não estão enxergando a fome”, disse Gilson Rodriguez, presidente nacional do G10 Favelas. “Vivemos em um Brasil de fome, em que uma parte faz ‘home office’ e a outra passa fome dentro de casa.”
Tal como o sistema de saúde e de proteção social em geral, a experiência da pandemia exigirá uma reconstrução do sistema de proteção alimentar. Esse trabalho começa agora. Mas, antes de reconstruir o que quer que seja, é preciso impedir que os construtores morram de fome. É hora de doar. Fonte: https://opiniao.estadao.com.br
De Watergate à pandemia, a cobertura jornalística em filmes e séries; veja lista
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Às vésperas do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, confira uma lista de produções disponíveis em streaming que têm as redações como cenário
O Globo
Cena do filme Spotlight. Os atores Michael Keaton e Mark Ruffalo tornaram célebres os jornalistas do Boston Globe que revelaram o acobertamento de abusos sexuais pela cúpula da Igreja Católica Foto: Reprodução
A tela em que estão inscritas estas palavras pode até ser frágil e virtual, mas insere, de maneira perene, fatos determinantes na História. Às vésperas do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, vale lembrar casos importantes trazidos à tona por jornalistas — de revelações do mundo político à investigação de crimes hediondos e bizarrices do comportamento humano. A seguir, confira uma lista de filmes, séries e documentários que têm as redações jornalísticas como pano de fundo, e que seguem disponíveis em plataformas de streaming.
FILMES SOBRE JORNALISTAS E CASOS REAIS DA IMPRENSA; VEJA LISTA
‘Todos os homens do presidente’
Adaptação cinematográfica do livro homônimo de Bob Woodward e Carl Bernstein, o filme estrelado por Robert Redford e Dustin Hoffman reconstitui o escândalo de Watergate, revelado por uma das mais famosas investigações jornalísticas no mundo. Responsável pela renúncia do então presidente dos EUA Richard Nixon, o caso trouxe à tona uma complexa rede de espionagem e sabotagem dentro da Casa Branca contra políticos do Partido Democrata. O longa dirigido por Alan J. Pakula, que venceu quatro categorias no Oscar, entre elas a de Melhor Roteiro Adaptado, completa 45 anos com um clássico atual. YouTube, Looke, AppleTV e Google Play.
‘O voyeur’
O documentário inspirado no livro-reportagem homônimo de Gay Talese, ícone máximo do novo jornalismo americano, mostra a história de um homem que se tornou proprietário de um motel, nos EUA, para bisbilhotar a vida alheia, escrevendo relatórios minuciosos sobre o comportamento sexual dos hóspedes. A obra gerou polêmica à época do lançamento, e o próprio Talese admitiu determinados deslizes cometidos durante a investigação. Inegável, porém, dizer que o filme é uma pérola intrigante. Netflix.
‘Histórias de arcanjo’
O documentário dirigido por Guilherme Azevedo é um retrato afetivo sobre Tim Lopes, jornalista assassinado por um bando de traficantes em 2002, no Rio, quando fazia uma reportagem sobre abuso de menores e tráfico de drogas em um baile funk no bairro da Penha. A produção descortina causos pitorescos para recompor o perfil irreverente do repórter movido pela aventura, e que algumas vezes se disfarçou para dar prosseguimento a determinadas investigações. Globoplay.
‘The Post: a guerra secreta’
Em 1971, o governo americano fez o possível e o impossível para impedir a publicação de uma série de reportagens do “Washington Post” com documentos secretos sobre a Guerra do Vietnã. O caso é reconstituído num dos mais recentes filmes de Steven Spielberg, de 2018, e que tem os medalhões Tom Hanks e Meryl Streep no elenco. A atriz, aliás, foi indicada ao Oscar pelo papel — a produção também concorreu na categoria Melhor Filme. Now.
‘Cercados’
Produção recente, lançada no fim de 2020, o documentário dirigido por Caio Cavechini (de “Marielle: o documentário”) mostra a rotina de profissionais da imprensa na cobertura da pandemia de Covid-19. A narrativa escancara os bastidores do jornalismo brasileiro, como uma reunião de pauta do “Jornal Nacional”, e expõe os percalços de produtores e repórteres diante do negacionismo do governo Bolsonaro. Globoplay.
‘Spotlight: segredos revelados’
Vencedor do Oscar de Melhor Filme e Melhor Roteiro Original em 2016, o longa de Tom McCarthy se baseia numa história real para mostrar como uma equipe de repórteres investigativos revelou uma série de crimes de abusos sexuais cometidos por padres nos EUA. Integram o elenco do thriller de ritmo firme, sem romantismo ou apelos emotivos, nomes como Mark Ruffalo, Rachel McAdams e Michael Keaton. Now.
‘The Newsroom’
A série de Aaron Sorkin (de “A rede social”) é definida pelo próprio como “uma declaração de amor ao jornalismo”. Em três temporadas, a elogiada produção encerrada em 2014 acompanha o dia a dia na redação de um telejornal, e tem Jeff Daniels como protagonista. HBO Go.
‘Resistir é preciso’
A série produzida pela TV Brasil em 2014, e narrada pelo ator Othon Bastos, conta a história da imprensa alternativa que lutou contra a ditadura militar no Brasil, como as publicações O PifPaf, O Pasquim e Opinião. Os dez episódios estão disponíveis gratuitamente no YouTube.
‘O jornal’
A produção de 1994, com Glenn Close, Michael Keaton e Robert Duvall no elenco, retrata o ambiente das redações com olhar bem-humorado, algo que resvala para a comédia, com um tom crítico em certos momentos. A história dirigida por Ron Howard mostra o editor de um pequeno jornal em Nova York dividido entre aceitar um novo emprego dos sonhos e ir atrás de uma história bombástica que pode lhe render fama na área. YouTube.
‘Conspiração e poder’
O filme estrelado por Cate Blanchett e Robert Redford, sob direção de James Vanderbilt, recompõe os bastidores de um dos maiores dramas do jornalismo americano na era Bush. O longa de 2016 reproduz, com realismo, uma investigação baseadas em denúncias contra o então presidente dos EUA, e que acabam sendo postas à prova. Looke. Fonte: https://oglobo.globo.com
Zeus e seu corona: Xô seu corona!
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Xô, seu corona!
Letra e música, Frei Petrônio de Miranda, O. Carm
Convento do Carmo, Angra dos Reis/RJ. 7 de abril-2020
(Se alguém desejar gravar vídeos, áudios, fazer animação, fiquem à vontade! Vamos juntos combater o “seu corona” e lutar pela vida)
1-Seu corona, seu corona, pra onde você vai. Seu corona, seu corona, nesta casa você não cai. Não cai!
Xô seu corona, xô seu corona, nesta casa você não cai. Não cai!
2-Seu corona saiu da China, e começou a viajar, com água e sabão, nas minhas mãos ele não vai ficar.
3-Os políticos do Brasil, do seu corona começaram a gostar, desviaram o dinheiro da saúde, e os doentes começaram a gritar.
No Dia da Liberdade de Imprensa, perguntar é preciso
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Por Joaquim Ferreira dos Santos
Hoje é o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa | Divulgação – Internet
“Você é freelancer?”, me inquiriu Grande Otelo.Eu entrevistava o ator, glória das artes nacionais, e o assunto era o passado das escolas de samba. Otelo, também compositor, era parceiro de Herivelto Martins no clássico “Praça XI”, e eu queria saber detalhes sobre as gambiarras que as escolas carregavam para iluminar os desfiles pioneiros naquele canto do Rio. Foi aí que ele deixou de lado o sorriso de comediante e botou o “freelancer” no meio. Eu ainda redargui que não, orgulhoso da carteira profissional recém assinada pelo jornal. Mesmo assim, Otelo completou irônico:
“Pois, meu filho, isso é pergunta de freelancer!” – e se recusou a responder.
Décadas depois eu continuo sem saber o que seria uma pergunta de “freelancer”, mas seja o que fosse, fosse o que seria, eu estou me lembrando dela porque hoje é o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa e eis a ocasião propícia para dizer que não só toda maneira de amor vale a pena, mas toda maneira de perguntar mais ainda.
Semana passada, a uma repórter que queria uma explicação sobre sua foto com a expressão miliciana “CPF cancelado”, o presidente da República também desdenhou e classificou a pergunta de “idiota”. Mais do que perguntas de “freelancer”, perguntas idiotas são fundamentais para explicar o Brasil 2021.
Tem ainda a pergunta que não quer calar, a pergunta de um milhão de dólares, a pergunta de algibeira. Na rotina cotidiana de não sair de casa sem elas, o cartão de crédito que a sociedade lhe deu, o jornalista parte de um dos princípios basilares desse Dia Mundial da Liberdade de Imprensa – a certeza de que perguntas não ofendem. Já uma resposta ofensiva vai para a conta do entrevistado, e pode ser o lead da matéria.
Uma vez fui entrevistar um coronel da PM, atrás de informações para compor o perfil de um general que assumiria o Ministério do Exército. Eu precisava de detalhes da personalidade, o lado humano do novo ministro. O que ele gosta fora da caserna?, perguntei. “Escreve aí”, mandou o militar, com a autoridade característica. “O general não gosta de homem com cabelo comprido feito o seu”. Era 1974. Ditadura. Sorri verde e amarelo.
É uma profissão de risco, mesmo para quem se especializou nas amenidades do fait-divers das coisas culturais. Um dia, depois de ler uma crítica adversa, o cantor Fagner mandou me avisar que ao primeiro encontro não faria perguntas e me encheria de porrada. Como se sabe, é um homem nordestino, aquele que antes de tudo é um forte, e graças ao Padim Ciço nunca mais eu e Fagner nos vimos.
O repórter Gabriel García Márquez dizia que, acompanhado de ética como o zumbido acompanha o besouro, ao jornalismo tudo é permitido. Eu estava ungido pelo mais ético desses zumbidos quando perguntei ao John Travolta, ainda não catapultado de volta ao sucesso por Tarantino, como ele definia o fracasso. Travolta magoou. Levantou-se, cumprimentou-me respeitosamente e bateu em retirada. Sua não-resposta salvou a entrevista.
A liberdade de imprensa começa pelo direito a perguntas e é bom que seja celebrada na semana em que a CPI da Covid fará um monte delas para investigar quem matou 400 mil pessoas. Um dia, no tempo da delicadeza, telefonei para Carlos Drummond de Andrade: “O que o senhor acha do biquíni asa delta?”. “Ah, meu caro, quem me dera sabê-lo”, respondeu, sem entrar no mérito se a pergunta era freelancer, idiota ou os dois tipos juntos. Poetas e repórteres sabem – perguntar é preciso, viver também. Fonte: https://blogs.oglobo.globo.com
Páscoa: Reflexão do 5º Domingo
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A liturgia do 5º Domingo da Páscoa convida-nos a refletir sobre a nossa união a Cristo; e diz-nos que só unidos a Cristo temos acesso à vida verdadeira.
O Evangelho apresenta Jesus como "a verdadeira videira" que dá os frutos bons que Deus espera. Convida os discípulos a permanecerem unidos a Cristo, pois é d'Ele que eles recebem a vida plena. Se permanecerem em Cristo, os discípulos serão verdadeiras testemunhas no meio dos homens da vida e do amor de Deus.
A primeira leitura diz-nos que o cristão é membro de um corpo - o Corpo de Cristo. A sua vocação é seguir Cristo, integrado numa família de irmãos que partilha a mesma fé, percorrendo em conjunto o caminho do amor. É no diálogo e na partilha com os irmãos que a nossa fé nasce, cresce e amadurece e é na comunidade, unida por laços de amor e de fraternidade, que a nossa vocação se realiza plenamente.
A segunda leitura define o ser cristão como "acreditar em Jesus" e "amar-nos uns aos outros como Ele nos amou". São esses os "frutos" que Deus espera de todos aqueles que estão unidos a Cristo, a "verdadeira videira". Se praticarmos as obras do amor, temos a certeza de que estamos unidos a Cristo e que a vida de Cristo circula em nós.
LEITURA I - At 9,26-31
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias,
Saulo chegou a Jerusalém e procurava juntar-se aos discípulos.
Mas todos os temiam, por não acreditarem que fosse discípulo.
Então, Barnabé tomou-o consigo, levou-o aos Apóstolos
e contou-lhes como Saulo, no caminho,
tinha visto o Senhor, que lhe tinha falado,
e como em Damasco tinha pregado com firmeza
em nome de Jesus.
A partir desse dia, Saulo ficou com eles em Jerusalém
e falava com firmeza no nome do Senhor.
Conversava e discutia também com os helenistas,
mas estes procuravam dar-lhe a morte.
Ao saberem disto, os irmãos levaram-no para Cezaréia
e fizeram-no seguir para Tarso.
Entretanto, a Igreja gozava de paz
por toda a Judeia, Galileia e Samaria,
edificando-se e vivendo no temor do Senhor
e ia crescendo com a assistência do Espírito Santo.
AMBIENTE
A seção de At 9,1-31 é dedicada a um acontecimento muito importante na história do cristianismo: a vocação/conversão de Paulo. Tal fato é o ponto de partida para o caminho que o cristianismo vai percorrer, desde os limites geográficos do mundo judaico, até ao coração do mundo greco-romano.
A primeira parte da seção (cf. At 9,1-9) apresenta os acontecimentos do "caminho de Damasco" e o decisivo encontro de Paulo com Jesus ressuscitado; a segunda (cf. At 9,10-19a) descreve o encontro de Paulo com a comunidade cristã de Damasco; a terceira (cf. At 9,19b-25) fala da atividade apostólica de Paulo em Damasco; e, finalmente, a quarta (cf. At 9,26-30) mostra a forma como Paulo, depois de deixar Damasco, foi recebido pelos cristãos de Jerusalém.
A maior parte dos autores pensa que a conversão de Paulo aconteceu por volta do ano 36. Depois da sua conversão, Paulo ficou três anos em Damasco, colaborando com a comunidade cristã dessa cidade. Após esse tempo, a oposição dos judeus forçou Paulo a abandonar a cidade. Uma vez que as portas da cidade estavam guardadas, os cristãos desceram Paulo pelas muralhas abaixo, dentro de um cesto (cf. At 9,23-25). Depois, Paulo dirigiu-se para Jerusalém. A chegada de Paulo a Jerusalém deve ter acontecido por volta do ano 39 (cf. Gal 1,18).
O texto que nos é proposto é a quarta parte desta seção dedicada a Paulo e refere-se à estadia de Paulo em Jerusalém, depois de ter abandonado Damasco (inclui, além disso, num versículo final, um breve sumário da vida da Igreja: é um dos tantos sumários típicos de Lucas, através dos quais ele faz um balanço da situação e prepara os temas que vai tratar nas secções seguintes).
ATUALIZAÇÃO
O cristão não é um ser isolado, mas uma pessoa que é membro de um corpo - o corpo de Cristo. A sua vocação é seguir Cristo, integrado numa família de irmãos que partilha a mesma fé, percorrendo em conjunto o caminho do amor. Por isso, a vivência da fé é sempre uma experiência comunitária. É no diálogo e na partilha com os irmãos que a nossa fé nasce, cresce e amadurece e é na comunidade, unida por laços de amor e de fraternidade, que a nossa vocação se realiza plenamente. A comunidade, contudo, é constituída por pessoas, vivendo numa situação de fragilidade e de debilidade... Por isso, a experiência de caminhada em comunidade pode ser marcada por tensões, por conflitos, por divergências; mas essa experiência não pode servir de pretexto para abandonar a comunidade e para passar a agir isoladamente.
A dificuldade da comunidade de Jerusalém em acolher Paulo (e que é compreensível, do ponto de vista humano) pode fazer-nos pensar nesses esquemas de fechamento, de preconceito, de instalação, que às vezes caracterizam a vida das nossas comunidades cristãs e que as impedem de acolher os desafios de Deus. Uma comunidade fechada, com medo de arriscar, é uma comunidade instalada no comodismo e na mediocridade, com dificuldade em responder aos desafios proféticos e em descobrir os caminhos nos quais Deus se revela. Há, neste texto, um convite a abrirmos permanentemente o nosso coração e a nossa mente à novidade de Deus. Como é a nossa comunidade? É uma comunidade fechada, instalada, cheia de preconceitos, criadora de exclusão, ou é uma comunidade aberta, fraterna, solidária, disposta a acolher?
Barnabé é o homem que questiona os preconceitos e o fechamento da comunidade, convidando-a a ser mais fraterna, mais acolhedora, mais "cristã". Faz-nos pensar no papel que Deus reserva a cada um de nós, no sentido de ajudarmos a nossa comunidade a crescer, a sair de si própria, a viver com mais coerência o seu compromisso com Jesus Cristo e com o Evangelho. Nenhum membro da comunidade é detentor de verdades absolutas; mas todos os membros da comunidade devem sentir-se responsáveis para que a comunidade dê, no meio do mundo, um verdadeiro testemunho de Jesus e do seu projeto de salvação.
O encontro com Jesus ressuscitado no "caminho de Damasco" constituiu, para Paulo, um momento decisivo. A partir desse encontro, Paulo tornou-se o arauto entusiasta e imparável do projeto libertador de Jesus. A perseguição dos judeus, a oposição das autoridades, a indiferença dos não crentes, a incompreensão dos irmãos na fé, os perigos dos caminhos, as incomodidades das viagens, não conseguiram desencorajá-lo e desarmar o seu testemunho. O exemplo de Paulo recorda-nos que ser cristão é dar testemunho de Jesus e do Evangelho. A experiência que fazemos de Jesus e do seu projeto libertador não pode ser calada ou guardada apenas para nós; mas tem de se tornar um anúncio libertador que, através de nós, chega a todos os nossos irmãos.
A Igreja é uma comunidade formada por homens e mulheres e, portanto, marcada pela debilidade e fragilidade; mas é, sobretudo, uma comunidade que marcha pela história assistida, animada e conduzida pelo Espírito Santo. O "caminho" que percorremos como Igreja pode ter avanços e recuos, infidelidades e vicissitudes várias; mas é um caminho que conduz a Deus, à realização plena do homem, à vida definitiva. A presença do Espírito dirigindo a caminhada dá-nos essa garantia.
EVANGELHO - Jo 15,1-8
MENSAGEM
Para definir a situação dos discípulos face a Jesus e face ao mundo, Jesus usa a sugestiva metáfora da videira, dos ramos e dos frutos... É uma imagem com profundas conotações vétero-testamentárias e com um significado especial no universo religioso judaico.
No Antigo Testamento (e de forma especial na mensagem profética), a "videira" e a "vinha" eram símbolos do Povo de Deus. Israel era apresentado como uma "videira" que Jahwéh arrancou do Egito, que transplantou para a Terra Prometida e da qual cuidou sempre com amor (cf. Sal 80,9.15); era também apresentado como "a vinha", que Deus plantou com cepas escolhidas, que Ele cuidou e da qual esperava frutos abundantes, mas que só produziu frutos amargos e impróprios (cf. Is 5,1.7; Jer 2,21; Ez 17,5-10; 19,10-12; Os 10,1). A antiga "videira" ou "vinha" de Jahwéh revelou-se como uma verdadeira desilusão. Israel nunca produziu os frutos que Deus esperava.
Agora, Jesus apresenta-Se como a verdadeira "videira" plantada por Deus (vers. 1). É Jesus que irá produzir os frutos que Deus espera. E, de Jesus, a verdadeira "videira", irá nascer um novo Povo de Deus. Hoje, como ontem, Deus continua a ser o agricultor que escolhe as cepas, que as planta e que cuida da sua vinha.
ATUALIZAÇÃO
Jesus é "a verdadeira videira", de onde brotam os frutos da justiça, do amor, da verdade e da paz; é n'Ele e nas suas propostas que os homens podem encontrar a vida verdadeira. Muitas vezes os homens, seguindo lógicas humanas, buscam a verdadeira vida noutras "árvores"; mas, com frequência, essas "árvores" só produzem insatisfação, frustração, egoísmo e morte... João garante-nos: na nossa busca de uma vida com sentido, é para Cristo que devemos olhar. Temos consciência de que é em Cristo que podemos encontrar uma proposta de vida autêntica? Ele é, para nós, a verdadeira "árvore da vida", ou preferimos trilhar caminhos de auto-suficiência e colocamos a nossa confiança e a nossa esperança noutras "árvores"?
Hoje, Jesus, "a verdadeira videira", continua a oferecer ao mundo e aos homens os seus frutos; e fá-lo através dos seus discípulos. A missão da comunidade de Jesus, que hoje caminha pela história, é produzir esses mesmos frutos de justiça, de amor, de verdade e de paz que Jesus produziu. Trata-se de uma tremenda responsabilidade que nos é confiada, a nós, os seguidores de Jesus. Jesus não criou um gueto fechado onde os seus discípulos podem viver tranquilamente sem "incomodarem" os outros homens; mas criou uma comunidade viva e dinâmica, que tem como missão testemunhar em gestos concretos o amor e a salvação de Deus. Se os nossos gestos não derramam amor sobre os irmãos que caminham ao nosso lado, se não lutamos pela justiça, pelos direitos e pela dignidade dos outros homens e mulheres, se não construímos a paz e não somos arautos da reconciliação, se não defendemos a verdade, estamos a trair Jesus e a missão que Ele nos confiou. A vida de Jesus tem de transparecer nos nossos gestos e, a partir de nós, atingir o mundo e os homens.
No entanto, o discípulo só pode produzir bons frutos se permanecer unido a Jesus. No dia do nosso Baptismo, optámos por Jesus e assumimos o compromisso de O seguir no caminho do amor e da entrega; quando celebramos a Eucaristia, acolhemos e assimilamos a vida de Jesus - vida partilhada com os homens, feita entrega e doação total por amor, até à morte. O cristão tem em Jesus a sua referência, identifica-se com Ele, vive em comunhão com Ele, segue-O a cada instante no amor a Deus e na entrega aos irmãos. O cristão vive de Cristo, vive com Cristo e vive para Cristo.
O que é que pode interromper a nossa união com Cristo e tornar-nos ramos secos e estéreis? Tudo aquilo que nos impede de responder positivamente ao desafio de Jesus no sentido do O seguir provoca em nós esterilidade e privação de vida... Quando conduzimos a nossa vida por caminhos de egoísmo, de ódio, de injustiça, estamos a dizer não a Jesus e a renunciar a essa vida verdadeira que Ele nos oferece; quando nos fechamos em esquemas de auto-suficiência, de comodismo e de instalação, estamos a recusar o convite de Jesus e a cortar a nossa relação com a vida plena que Jesus oferece; quando para nós o dinheiro, o êxito, a moda, o poder, os aplausos, o orgulho, o amor próprio, são mais importantes do que os valores de Jesus, estamos a secar essa corrente de vida eterna que deveria correr entre Jesus e nós... Para que não nos tornemos "ramos" secos, é preciso renovarmos cada dia o nosso "sim" a Jesus e às suas propostas.
A comunidade cristã é o lugar privilegiado para o encontro com Cristo, "a verdadeira videira" da qual somos os "ramos". É no âmbito da comunidade que celebramos e experimentamos - no Baptismo, na Eucaristia, na Reconciliação - a vida nova que brota de Cristo. A comunidade cristã é o Corpo de Cristo; e um membro amputado do Corpo é um membro condenado à morte... Por vezes, a comunidade cristã, com as suas misérias, fragilidades e incompreensões, decepciona-nos e magoa-nos; por vezes sentimos que a comunidade segue caminhos onde não nos revemos... Sentimos, então, a tentação de nos afastarmos e de vivermos a nossa relação com Cristo à margem da comunidade. Contudo, não é possível continuar unido a Cristo e a receber vida de Cristo, em ruptura com os nossos irmãos na fé.
O que são os "ramos secos"? São, evidentemente, aqueles discípulos que um dia se comprometeram com Cristo, mas depois desistiram de O seguir... Mas os "ramos secos" podem também ser aquelas pequenas misérias e fragilidades que existem na vida de cada um de nós. Atenção: é preciso "limpar" esses pequenos obstáculos que impedem que a vida de Cristo circule abundantemente em nós. Chama-se a isso "conversão".
Como podemos "limpar" os "ramos secos"? Fundamentalmente, confrontando a nossa vida com Jesus e com a sua Palavra. Precisamos de escutar a Palavra de Jesus, de a meditar, de confrontar a nossa vida com ela... Então, por contraste, vão tornar-se nítidas as nossas opções erradas, os valores falsos e essas mil e uma pequenas infidelidades que nos impedem de ter acesso pleno à vida que Jesus oferece.
*Leia a reflexão na íntegra. Clique ao lado no link- EVANGELHO DO DIA.
Cachorro chora e acompanha velório da dona ao lado do caixão em Camaçari, na Bahia
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Toy chegou filhote na casa da idosa e ganhou o coração da família. Amigo conta que o animal acompanhava a idosa para ir ao Salão do Reino e no supermercado. Luzinete Lopes Diniz morreu depois de ter um infarto.
Por João Souza, G1 Bahia
Um cachorro acompanhou o velório da dona dele, que morreu após um infarto, na cidade de Camaçari, na região metropolitana de Salvador. O animal, chamado de 'Toy' , estava com Luzinete Lopes Diniz desde que era filhote e chamou a atenção dos presentes, pois chorava bastante e não saía do local.
O velório de Luzinete Lopes Diniz aconteceu na casa onde ela morava, no bairro do Mangueiral, na quarta-feira (28). O momento foi de despedida para a família e para o cachorrinho 'Toy', que no início do funeral não deixava ninguém se aproximar do caixão.
"Ele ficava do lado, sempre chamando ela, arranhando o caixão. Queria entrar no caixão quando estávamos colocando o corpo dela ", contou Jailson Santos, dono da funerária Almeida Camaçari, que trabalhou no velório e é amigo da família de Luzinete Diniz.
Ao G1, Jailson contou que Luzinete e Toy sempre tiveram uma amizade muito grande. Era o cachorro que acompanhava a idosa, que era Testemunha de Jeová, quando ela frequentava o Salão do Reino. "Ele levava ela para o salão e esperava ela sair. Ia no supermercado, era como se fosse um filho mesmo", disse.
Por essas e outras, Toy era tratado como um membro da família. O cachorro foi adotado por Luzinete Diniz quando ainda era filhote e se acostumou com o carinho da tutora.
"Ele estava com ela desde bebezinho. Ela tinha ele como filho, tratava como filho", contou o amigo da família.
Segundo Jailson Santos, Luzinete Lopes Diniz teve um derrame cerebral há alguns meses, mas se recuperou. Com problemas cardíacos, ela morreu depois de ter um infarto.
O enterro dela aconteceu no Cemitério do distrito de Parafuso, na cidade de Camaçari. Horas depois, Jailson Santos escreveu um texto nas redes sociais contando como foi presenciar a despedida de Toy e Luzinete.
"O dia hoje amanheceu triste com o falecimento de dona Luzinete, Testemunha de Jeová, como era conhecida, pessoa muito querida. E o que mais estou impressionado é com o desespero desse cachorro da família, parecendo que estava entendendo que a dona estava falecida, chorando como se fosse uma pessoa quando perde um ente querido, não queria deixar ninguém chegar próximo ao caixão", registrou o amigo da família nas redes sociais. Fonte: https://g1.globo.com
O que fazer para parar de contar cadáveres
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Por Vera Magalhães
Vítimas da Covid-19 no cemitério de Nossa Senhora Aparecida, em Manaus. Como evitar que essa visão se espalhe pelo Brasil? | Michael Dantas/ AFP
Há 13 meses, nós, brasileiros, contamos cadáveres. Fazemos isso com as estatísticas dos mortos por Covid-19 e no seio de nossas famílias e círculos de amizade. Não precisava ser desta maneira. Muitos dos 400 mil “CPFs cancelados” na pandemia, no linguajar chulo e desrespeitoso chancelado pelo presidente da República, poderiam estar ativos se tivéssemos um governo decente. Não digo nem competente ou eficiente. É um mínimo de decência que falta a Jair Bolsonaro e a seu escrete mortífero.
O que fazer para atenuar essa rotina de empilhar corpos, retroceder em todas as áreas da vida nacional, adiar o futuro e colecionar traumas? É preciso agir imediatamente, em todas as frentes possíveis. É preciso responsabilizar Bolsonaro, Eduardo Pazuello e a cadeia de comando de ambos em todas as pastas que tenham contribuído, por ação e omissão, para atrasar nossa resposta ao vírus e desmontar nossa estratégia de enfrentamento.
O Sistema Único de Saúde, a despeito de seus problemas crônicos de financiamento e atendimento, tem capilaridade única no mundo, experiência em lidar com epidemias e profissionais de saúde pública treinados, que estão mostrando, mesmo diante de toda a adversidade, abnegação, garra, fibra e compromisso com a vida.
O Plano Nacional de Imunização é um edifício de glórias para o Brasil, que nos fez erradicar doenças ao longo de décadas e mostra incrível capacidade de realizar campanhas de imunização em massa.
Obrigar os responsáveis pelo mau uso do SUS e o desmonte do PNI a responder na Justiça é algo para já. Pode ser feito pelo inquérito conduzido no Supremo Tribunal Federal e pela CPI da Covid. Ambos têm instrumentos para solicitar documentos, perícias, levantar gastos, ouvir a cadeia de servidores do Ministério da Saúde, estados e municípios e apontar quem são os CPFs que têm de virar réus. Isso é tarefa de agora, não de depois, senhores Arthur Lira e Rodrigo Pacheco. Se Vossas Excelências acharam que poderiam postergar uma resposta ao morticínio de brasileiros aos milhares, enquanto negociam suas emendas e projetos de interesse de pequenos grupos, só por terem ascendido ao comando do Congresso com o apoio do Planalto, a resposta é não.
Além de responsabilização, é preciso exigir de Bolsonaro, enquanto ele continua ocupando a Presidência como o pior ser humano, eleito ou biônico, que já passou por lá, que pare de cometer desatinos retóricos e administrativos diários e cumpra seu dever constitucional de proteger a vida de seus concidadãos.
Isso significa destinar todos os recursos — orçamentários, diplomáticos, de logística, administrativos e políticos — para a compra imediata de vacinas em quantidade suficiente para imunizar ao menos 70% da população apta a recebê-las. Para isso, o Ministério da Saúde tem de ser instado (pelo Congresso, pelo Supremo) a fornecer um calendário realista de chegada de vacinas, distribuição e aplicação. Isso não pode ficar para 2022. Para isso existe a Justiça, para isso existe um Congresso que tem de estar disposto a votar recursos emergenciais para a compra de imunizantes.
A terceira frente de ação cabe à sociedade. Não é compreensível a letargia com que, a cada número redondo de pessoas que se foram, colocamos tarjas pretas em nossos perfis nas redes sociais e seguimos, entre negacionistas, meio comprometidos com as medidas sanitárias ou discípulos do Átila, mas sem exercer nosso dever cívico de dar um basta a essa gestão desastrosa, única no mundo em sua conjugação de pestilência verbal, inação administrativa e incompreensão histórica do que se passa no planeta. Até quando assistiremos a esse horror e admitiremos que o presidente siga em marcha batida ao precipício, levando cada um de nós de carona? Fonte: https://blogs.oglobo.globo.com
Contra o seu corona: Xô, seu corona!
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Xô, seu corona!
Letra e música, Frei Petrônio de Miranda, O. Carm
Convento do Carmo, Angra dos Reis/RJ. 7 de abril-2020
(Se alguém desejar gravar vídeos, áudios, fazer animação, fiquem à vontade! Vamos juntos combater o “seu corona” e lutar pela vida)
1-Seu corona, seu corona, pra onde você vai. Seu corona, seu corona, nesta casa você não cai. Não cai!
Xô seu corona, xô seu corona, nesta casa você não cai. Não cai!
2-Seu corona saiu da China, e começou a viajar, com água e sabão, nas minhas mãos ele não vai ficar.
3-Os políticos do Brasil, do seu corona começaram a gostar, desviaram o dinheiro da saúde, e os doentes começaram a gritar.
Quer pra você?...
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QUER PRA VC?!!! .... Rsss. As Aventuras de Zeus e Mila no Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. Quarta-feira, 28 de abril-2021.
#Tempodecuidar: A nossa campanha em favor dos pobres continua em Angra dos Reis/RJ. Contatos para doação- Whatsapp (Doação de Cestas Básicas). Frei Petrônio de Miranda. (21) 98291-7139.
Conceição Fonseca: (24) 97404-1826 www.instagram.com/freipetronio
Zeus: In Memoriam
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DONA MARIA APARECIDA DANHER... As nossas preces para alma de Maria Aparecida Danher, 110 Anos- A irmã carmelita da Ordem Terceira do Carmo mais idosa- falecida ontem na cidade de Angra dos Reis/RJ. www.instagram.com/freipetronio
NOTA DE FALECIMENTO: Angra dos Reis em luto
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As nossas orações... Acabou de falecer nesta noite de terça-feira 26 de abril-2021, em Angra dos Reis/RJ a senhora, Maria Aparecida Danher, 110 Anos- A irmã carmelita da Ordem Terceira do Carmo mais idosa. As nossas orações para sua alma e a família Danher. Com carinho; Frei Petrônio e Frei Marcelo, Carmo de Angra.
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