Sete morrem por falta de oxigênio em Coari, diz prefeitura
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O Amazonas vive um caos no sistema de saúde com hospitais lotados e sem oxigênio suficiente para todos os pacientes — o que fez o governo adotar medidas emergenciais para receber o insumo.
Por G1 AM
A prefeitura de Coari, distante 450 km de Manaus pela via fluvial, divulgou uma nota em que afirma que sete pacientes internados no Hospital Regional da cidade morreram por falta de oxigênio, nesta terça-feira (19). Segundo o texto, Coari deveria ter recebido 40 cilindros na segunda-feira (18), mas a aeronave que levaria os cilindros acabou viajando para Tefé (AM) e ficou impossibilitada de retornar, pois o aeroporto não aceita voos noturnos.
O texto culpa falhas de planejamento da Secretaria de Saúde do Amazonas pela falta do insumo, o que prejudicaria as medidas de combate à doença no município. Segundo a nota, 200 cilindros do Hospital Regional de Coari estão retidos pela Secretaria da Saúde, parte deles estaria aguardando o abastecimento. A prefeitura acusa a o governo de distribuir a outra parte a UBSs de Manaus.
O G1 questionou a Secretaria da Saúde do Amazonas sobre as acusações e aguarda posicionamento.
Crise do oxigênio
Com mais de 232 mil casos e 6,3 mil mortes decorrentes da Covid-19, o Amazonas vive um caos no sistema de saúde com hospitais lotados. As unidades de saúde não têm oxigênio suficiente para todos os pacientes, o que fez o governo adotar medidas emergenciais para receber o insumo. O governo da Venezuela é um dos que enviou ajuda ao Amazonas.
A situação é tão dramática que, desde a semana passada, o estado está enviando pacientes para receber atendimento em outros estados. No total, 115 pacientes foram transferidos. O transporte dos passageiros é feito em aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB), que foram adaptadas para essa finalidade. Fonte: https://g1.globo.com
A pior gestão da crise sanitária
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A pior gestão da crise sanitária
Por Míriam Leitão
O comportamento do presidente Bolsonaro durante esta pandemia não foi apenas execrável, foi criminoso. Ele deveria estar hoje respondendo a um processo de impeachment. Brasileiros morreram por causa da sua atitude e de suas decisões. Ele é o chefe do governo e dá o comando. Uma sucessão de erros tem origem em ordem direta do presidente. O Ministério da Saúde demorou a negociar a compra de vacinas e perdeu várias oportunidades de negócio, o Itamaraty deixou de fazer acordos e criou crises bizarras com países como a China.
O ministro Pazuello em mais uma de suas desastrosas entrevistas, mostrou ontem que não sabe qual é o inimigo. “Essa é a nossa guerra”, disse, e não se referia ao vírus, mas sim à imprensa. “A guerra contra as pessoas que estão manipulando o nosso país há muitos anos”. Depois, declarou guerra aos fatos. Negou ter feito o que fez, e falado o que falou, numa tempestade de mentiras desconcertante. Disse que nunca indicou cloroquina, nunca falou em tratamento precoce. Há documentos divulgados por sua gestão, há declarações públicas que desmentem o ministro. Com o governador ao lado, garantiu que atendeu sim ao Amazonas, mas as mortes por asfixia de amazonenses falam por si. Por que mente o ministro Pazuello? Porque o presidente mente.
Ontem Bolsonaro disse “apesar da vacina…” Era “apesar” mesmo que ele queria dizer. Ele torceu contra. Ele comemorou quando um voluntário dos testes clínicos morreu, em novembro. “Morte, invalidez, anomalia. É a vacina que o Dória queria obrigar os paulistanos. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”. A morte foi por suicídio. O presidente usava a tragédia para mentir mais uma vez sobre a vacina que ele sempre viu como uma queda de braço com João Dória.
Se o governador de São Paulo não tivesse dado a ordem firme ao Butantan de que importasse a vacina mesmo antes da aprovação da Anvisa e mesmo diante de todos os ataques do presidente, o Brasil não teria vivido o dia de ontem. Nem teria vivido o domingo, o dia de Mônica Calazans, a enfermeira paulista. O governo federal perdeu várias chances de se abastecer de vacina. Em negociações internacionais, o Brasil pediu menos que precisava ou se atrasou nas conversas. Com erros assim, estamos atrás até de países vizinhos.
A Fiocruz acertou por não se deixar contaminar pelas mensagens truncadas do governo. Terá a capacidade de produzir aqui a vacina, mas neste momento aguarda o lote de dois milhões de doses prontas que está retido na índia. Depois, dependerá do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), que virá da China e que, neste momento, está pendente da burocracia do Escritório de Vacinas da China, um órgão chinês que coordena todas as ações para exportação de imunizantes.
Os canais diplomáticos poderiam fazer tudo isso andar mais rápido, mas eles estão obstruídos. O presidente, o filho do presidente e o Itamaraty fizeram, em várias ocasiões, críticas gratuitas à China. Bolsonaro chegou a dizer que não compraria a vacina da China “porque ela não transmite segurança para a população pela sua origem”. Em novembro, depois de mais um ataque de Eduardo Bolsonaro à China, o ministro Ernesto Araújo, em vez de apaziguar, criticou o embaixador por ele ter reagido à agressão. Agora é da China que necessitamos para receber o IFA da vacina da AstraZeneca.
Ao longo desta pandemia, houve por parte de Bolsonaro palavras sórdidas e omissões. Essas omissões mataram. O ministro da Saúde errou e os erros custam vidas. Quantas? O Brasil tem 10% das mortes por Covid-19 e 2,7% da população global. Estamos desperdiçando vidas aos milhares.
Ontem, Bolsonaro mais uma vez ameaçou o país com ditadura —“se as Forças Armadas quiserem”. Quer provocar uma nova polêmica e desviar a atenção do ponto central: ele deveria estar respondendo a um processo de impeachment. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou que “no futuro” esse tema deve entrar em pauta, mas agora a questão é a pandemia. “Com tantas vidas perdidas, como o caso dramático de Manaus, acho que esse tem que ser o nosso foco”. O erro de Maia é não fazer a correta relação de causa e efeito. O colapso de Manaus não é uma fatalidade. Poderia não ter acontecido se o governo fosse outro. Deixar o presidente no comando está provocando mais mortes. Esse é o foco. Com Alvaro Gribel (de São Paulo). Fonte: https://blogs.oglobo.globo.com
Apesar de tudo, a vacina
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Apesar de tudo, a vacina
O Brasil deve ser o único país onde o início da vacinação representou uma derrota política para o presidente.
Notas & Informações, O Estado de S.Paulo
19 de janeiro de 2021 | 03h00
O Brasil deve ser o único país do mundo onde o início da vacinação da população contra a covid-19 representou uma derrota política para o presidente da República. Foi assim porque Jair Bolsonaro em nenhum momento trabalhou com seriedade para conseguir um imunizante para os brasileiros. Ao contrário. Do alto do cargo que ocupa, fez o que podia e o que não podia para sabotar os esforços dos que lutaram incansavelmente para viabilizar a única solução para uma tragédia que já matou mais de 210 mil pessoas no País e levou milhões ao desemprego e à extrema pobreza.
Apesar das forças contrárias, da negação da realidade e de uma sórdida campanha de desinformação, prevaleceram a ciência, a boa governança e o espírito público dos agentes de Estado. E a Nação assistiu, enfim, ao início da tão ansiada campanha de vacinação.
Dois fatores foram decisivos para que na tarde de domingo passado a enfermeira Mônica Calazans, que trabalha na UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, na capital paulista, se tornasse a primeira brasileira a ser vacinada contra o novo coronavírus, evento que permitiu a seus concidadãos dar um suspiro de alívio e a esperança de que, embora ainda haja um longo caminho a ser percorrido, ao menos agora se vislumbra o fim deste pesadelo.
O primeiro fator foi o empenho do governo do Estado de São Paulo em firmar parceria com o Instituto Butantan e uma empresa farmacêutica internacional, a Sinovac Life Science, da China. Em meados de junho do ano passado, o governador João Doria anunciou o acordo com o laboratório chinês. A partir de então, organizou-se um minucioso processo para que a Coronavac fosse testada no Brasil e, uma vez aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pudesse ser produzida aqui pelo Butantan. Ato contínuo, teve início a campanha de Bolsonaro contra o que chamou de “vacina chinesa do Doria”. Em outubro de 2020, convém lembrar, o presidente chegou a afirmar que o Ministério da Saúde “não compraria a vacina”.
Igualmente determinante para o início da vacinação sem mais delongas foi a postura técnica e republicana dos servidores da Anvisa, que não se dobraram a pressões de natureza política, como se temia, e pautaram sua decisão por critérios rigorosamente científicos. Foi o que se viu durante a minuciosa apresentação da análise da Coronavac e da vacina da Universidade de Oxford e do laboratório AstraZeneca, que será produzida pela Fiocruz.
A Anvisa foi além e negou veementemente a existência de um “tratamento precoce” contra a covid-19, ao contrário do que o presidente e o Ministério da Saúde preconizam aos quatro ventos. Só as vacinas hão de pôr fim às aflições dos brasileiros, afirmou a agência.
Se pressão houve, foi a do tempo. Em apenas nove dias, os técnicos da Anvisa se debruçaram sobre centenas de documentos sobre ambos os imunizantes, concluindo que, em que pesem algumas pendências de dados a serem sanadas pelos laboratórios nas próximas semanas, os benefícios da aplicação imediata das vacinas superam muito os riscos. A transparência da reunião deu ao País a segurança de que nada parece ter escapado ao olhar rigoroso dos técnicos da Anvisa. Melhor assim.
Um importantíssimo passo foi dado com o início da vacinação dos grupos prioritários em São Paulo, primeiramente, e em outros Estados. Mas não se pode perder de vista que o País ainda não tem a quantidade de doses suficiente para vacinar toda a população-alvo, qual seja, os maiores de 18 anos. Cabe ao Ministério da Saúde fazer o que lhe compete e organizar um plano nacional de vacinação digno do nome. Urge garantir os estoques de vacinas e insumos acessórios para que todos os brasileiros que devem ser imunizados o sejam o quanto antes. Apenas com a Coronavac não se atingirá a cobertura vacinal apta a garantir a imunidade necessária para frear o espalhamento do vírus. Fonte: https://opiniao.estadao.com.br
Acidente entre lanchas deixa quatro mortos em Angra dos Reis, incluindo uma criança
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Embarcação colidiu com outra perto das ilhas de Paquetá e Calaca e houve quatro mortes Foto: Reprodução
Após colisão, Marinha e Bombeiros foram acionados e houve resgate de tripulantes
Lucas Altino e Ludmilla de Lima
RIO - Um grave acidente entre lanchas em Angra dos Reis, no início da tarde deste sábado, resultou em quatro mortos, incluindo uma criança de 11 anos. Os Bombeiros afirmaram que, às 12h41, foram acionados por causa da colisão, e a Capitania dos Portos, da Marinha, resgatou 12 pessoas e está colhendo os depoimentos.
Todas as vítimas eram mulheres. Além da criança, faleceram sua mãe e sua avó, e mais uma amiga da família. Os Bombeiros ainda confirmaram quatro feridos, sendo que três com escoriações leves, liberados na hora, e um senhor de 67 anos encaminhado para o Hospital do Frade, em Angra. Já a Marinha respondeu que resgatou 10 pessoas que passam bem e duas que precisaram de atendimento médico, mas sem gravidade.
O Capitão Ricardo Jaques Ferreira, chefe da Capitania dos Portos, afirmou ao GLOBO que foram feitos os contatos às famílias das vítimas.
- Infelizmente foram quatro vítimas fatais. Muito importante entenderem que a segurança no mar é responsabilidade de todos, se todos respeitarem as regras e conhecerem as peculiaridades do mar, haverá sempre espaço para uma diversão segura. Ir para o mar exige conhecer a área que vai se navegar, a previsão do tempo e respeitar o meio ambiente.
O acidente ocorreu nas proximidades da Ilha de Paquetá, na Baía da Ribeira, em Angra dos Reis, após a colisão entre duas lanchas. Em vídeos publicados nas redes sociais, pessoas filmaram as embarcações e citaram que houve uma explosão e muito vazamento de óleo. Uma equipe de resgate da Marinha já teria iniciado os resgates.
Segundo o Corpo de Bombeiros, as vítimas se chamavam Maria Cândida Ayres Gondim Pinheiro, Tatiana Ayres Gondim Pinheiro, Vania Maria Edde, e a identidade da criança não foi revelada. Já José Carlos G. Pinheiro foi encaminhado ao Hospital do Frade e três pessoas foram atendidas na hora, mas liberadas: Carlos A. Meireles, Tomas P. Machado e Luiz A. Lobão.
Procurada, a Marinha do Brasil informou que foram acionadas quatro equipes de Busca e Salvamento e que 10 pessoas foram resgatadas e passam bem, além de duas que precisaram de atendimento médico, mas sem gravidade. Um "inquérito administrativo foi instaurado para apurar as causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente. Após a conclusão, será encaminhado ao Tribunal Marítimo.
Na estrada de acesso à Angra, na Costa Verde fluminense, há intensa circulação de viaturas da Polícia Civil e veículos dos Bombeiros, relatam testemunhas. Fonte: https://oglobo.globo.com
Quanto vale uma vida...
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QUANTO VALE UMA VIDA?... Caos na Pandemia: Sem oxigênio, pacientes morrem asfixiados em Manaus. Por Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. Sexta-feira, 15 de janeiro- 2021.
Caos na Pandemia: Sem oxigênio, pacientes morrem asfixiados em Manaus
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(Foto: Sandro Pereira/FotoArena/Estadão Contéudo/14/01/2021)
Governador Wilson Lima manda polícia proteger hospitais em Manaus e decreta toque de recolher das 19 às 6 horas. Famílias compram cilindros de oxigênio por conta própria para salvar vidas dentro de casa, gastando até R$ 10 mil pelo produto
Manaus (AM) – Era madrugada de quinta-feira (14 de janeiro de 2021), quando a tragédia se iniciou em Manaus. Pacientes começaram a morrer asfixiados por falta de oxigênio dentro dos hospitais públicos 28 de Agosto, Platão Araújo e Getúlio Vargas. Primeiro um, depois outro e, pela estimativa do Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam), talvez entre 20 a 40 amazonenses podem ter vindo a óbito por falta dessa assistência. O número não é preciso por falta de informações do governo do Amazonas, que não respondeu aos pedidos de informação enviados pela reportagem sobre os dados.
O drama humanitário se estendeu para muito além do caos das UTIs Covid. Pela capital, familiares desesperados pelo desabastecimento de oxigênio decidiram ajudar seus parentes internados e os que estão em tratamento dentro de suas casas, comprando cilindros de empresas particulares por até R$ 10 mil. De 1º a 13 de janeiro, 518 pessoas morreram no Amazonas devido ao novo coronavírus. Na terça-feira (13), a Prefeitura Manaus informou um número inédito de sepultamentos em cemitérios públicos: 94. A média normal de enterros, para mortes por várias causas, é de 34.
A falta de oxigênio nos hospitais de Manaus começou na noite de quarta-feira (13) e avançou pela madrugada, segundo o presidente do Simeam, Mário Vianna.
“Falam em 20 a 40 pessoas que morreram na madrugada, mas não temos como precisar. Temos a impressão que as pessoas estão ocultando. Não temos serviço de verificação de óbitos. Não tem acesso a informação. Se eu ligar para a Fundação de Vigilância em Saúde e pedir, não vão me dar”, desabafou o médico.
“O Brasil todo tem que pensar que se não houve uma intervenção [na saúde] e se não houver uma canalização de recursos para o Amazonas, o Brasil pode vivenciar a situação de Manaus. Até porque nós temos mutações virais que podem se disseminar Brasil afora e tornar a situação mais grave”, completou.
No último domingo (10), o Japão detectou uma nova variante do coronavírus em quatro viajantes que estavam no Amazonas. Ela é da mesma cepa responsável pelo primeiro caso de reinfecção no estado e, ao que se sabe até agora, essa mutação é original da região. Mutações identificadas na África do Sul e na Inglaterra estão sendo associadas a um aumento de transmissão.
Numa tentativa desesperada para conter o caos em Manaus, única das 62 cidades a contar com UTIs, o governador Wilson Lima (PSC) determinou que a Polícia Militar (PM) protegesse as portas das unidades de saúde. Teme-se a invasão de pacientes com o novo coronavírus. Nem a chuva forte que caía desde as primeiras horas desta quinta-feira impediu que centenas de pessoas fossem às portas dos hospitais buscar por atendimento ou notícias de seus parentes mortos. Muitos foram hostilizados por policiais.
O clínico-geral José Francisco dos Santos, diretor do Simeam, condenou o uso da força policial. “Você passa a promover que a família passe a agredir o médico. Passa o entendimento de que as pessoas não entrem nos hospitais e nas unidades básicas de saúde, porque o médico ‘não quer’ que ele entre”, criticou. “Elas não entram, porque não tem leitos. Falta oxigênio, falta tudo. Temos que defender a classe médica, pois estamos trocando as nossas vidas em função de outras vidas.”
Duas outras medidas oficiais foram tomadas nesta quinta-feira. Foi decretado o toque de recolher das 19 às 6 horas durante 10 dias (até 23 de janeiro). Como os estoques de oxigênio estão acabando, o governo estadual informou ainda que serão transferidos 235 pacientes de Covid-19 de Manaus para hospitais da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). As unidades estão localizadas nos estados do Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Goiás e Distrito Federal (Leia aqui).
Wilson Lima disse que, para atender a demanda dos hospitais públicos e privados, as fornecedoras White Martins, Carbox e Nitron precisavam entregar 76.500 metros cúbicos (m³) diariamente. No entanto, as empresas só conseguem fornecer 28.200 m³/dia. “Para sanar o déficit de 48.300 m³ diários, a operação está buscando em Fortaleza e São Paulo o insumo para trazer em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB)”, disse. O governador não informou quantas pacientes morreram asfixiados nos hospitais de Manaus.
De acordo com a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS), nesta quinta-feira (14), foram diagnosticados 3.816 novos casos de Covid-19, totalizando 223.360 pessoas contaminadas pelo vírus no estado e 5.930 mortes.
“Minha avó perguntou por que não trouxe o ar dela”, desabafou Francisco Netto
Manaus se transformou em um surreal mercado de venda e aluguel de cilindros e recarga de oxigênio para pessoas que estão em tratamento de Covid-19 dentro de casa ou nos hospitais públicos. O paciente precisa de oxigênio quando apresenta insuficiência respiratória e falta de ar. No tratamento do coronavírus é introduzida a ventilação mecânica no paciente – suporte que ajuda a suprir a carência de oxigênio. Daí a necessidade urgente do abastecimento de cilindros do oxigênio em Manaus.
Com a falta de oxigênio, pelas redes sociais, é possível encontrar propaganda para aluguel e venda dos equipamentos. Em um dos anúncios, era possível até hoje (14), pela tarde, alugar um cilindro de oxigênio entre R$ 4.750,00 a R$ 10.000,00 com carga 50 litros, para 15 dias. Um 1 cilindro pequeno estava custando até 800,00 por dia. A venda estava sendo feita em parcelas de até três vezes no cartão de crédito. “Agora a noite em Manaus acabou o oxigênio, não tem mais nem nas fábricas”, disse um fornecedor à reportagem.
O empresário Francisco da Chagas Netto, 41, disse à Amazônia Real que corre contra o tempo para salvar a avó, Maria de Nazareth Araújo, de 85 anos, e tia, Jacqueline Araújo Cruz, de 48, ambas acometidas pela Covid-19. Em desespero, ele cruza Manaus em busca de um lugar onde possa reabastecer os cilindros de oxigênio que mantêm as duas vivas.
“É complicado. É uma sensação de impotência. Dinheiro não vale bosta nenhuma numa hora dessas. Ninguém te vende”, desabafou Francisco. A avó dele manifestou a doença após o Natal, no domingo 27 de dezembro. “Na segunda-feira, ela sentia os sintomas. Entramos com ivermectina, azitromicina, vitamina D e antigripal. Na sexta-feira (dia 1º de janeiro) a levamos na Upa do Campos Sales. Disseram que ela não tinha critérios de internação e mandaram voltar para casa. Chamamos um médico particular. Ele pediu uma tomografia e exames de sangue. Fizemos a tomo à noite e os exames de sangue pela manhã.”
O resultado do exame foi um baque para toda a família de Chagas Netto. Maria de Nazareth já estava com 80% do pulmão comprometido. A tia de Francisco, Jacqueline, é surda/muda, tem transtorno do espectro autista, além de outras complicações neurológicas. Ela também contraiu o novo coronavírus e já tem 60% de seu comprometimento pulmonar.
“Estamos na luta com as duas. O médico pediu oxigênio urgente. Compramos”, relatou Francisco, que trocou um cilindro de sua oficina de pintura de veículos automotores, por um cilindro medicinal, capaz de suportar 24 horas. Além disso, conseguiu comprar um cilindro menor.
“Contratamos uma fisioterapeuta, compramos o BiPAP. Elas estavam melhorando, mas agora não consigo mais recarregar o cilindro com oxigênio. Com a saturação baixa, não sei o que poderá acontecer”, desesperou-se.
Francisco estava recarregando o cilindro maior por R$ 350 e o menor por R$ 150. “São R$ 500 todos os dias só com oxigênio. A fisioterapia custa R$ 200 para cada uma por dia, já são R$ 400. Os exames custaram R$ 445 para cada um, e a visita diária do médico custa R$ 800 também por dia”, enumerou.
Depois de rodar o dia atrás de oxigênio e voltar de mãos vazias, o empresário Francisco desabou. “É o sentimento de tragédia. Ver quem você ama deitada numa cama, precisando de oxigênio para sobreviver e você não consegue resolver. Aí você vê a sua avó perguntando por que que você não trouxe o ar dela… É muito triste. Triste demais”.
Manaus “Por um respiro”
Ao perceber a situação caótica que as unidades de saúde Manaus se encontram, onde pacientes estão morrendo por asfixia pela falta de oxigênio, pessoas na internet iniciaram uma mobilização social para a compra de cilindros e equipamentos respiratórios por meio de doações e vaquinhas online. A artista manauara Karine Magalhães e outras seis pessoas iniciaram a campanha “Manaus Por Um Respiro”, na tarde desta quinta-feira (14).
“A gente decidiu juntar esse dinheiro para a compra dos cilindros com oxigênio e levá-los até os hospitais, UBS e pessoas que estão se tratando em casa, em internação domiciliar”, disse. As doações servirão também para a compra de reanimador adulto, fluxômetro e umidificador de oxigênio, máscara de alta concentração, máscara VNI e conexões tipo Y.
Segundo Karine, os integrantes da campanha ainda não haviam encontrado um fornecedor que oferecesse o cilindro com oxigênio. A compra estaria sendo feita separadamente. Até as 19h31, a campanha já havia arrecadado R$ 805,00 mas de acordo com levantamento feito pelos integrantes, um cilindro pequeno de oxigênio, está custando R$ 4.000 e um grande, R$ 10.000. “Recebemos ligações de parentes de pacientes que estão internados em hospitais e em casa e estão precisando do oxigênio”, concluiu.
Por que Manaus chegou ao caos?
Para o epidemiologista da Fiocruz da Amazônia, Jesem Orellana, o Amazonas precisa quebrar a cadeia de transmissão do novo coronavírus, pois a atual situação só agrava a demanda de leitos. “A epidemia jamais foi controlada. Na verdade, ela foi largamente negligenciada. Você viu a prefeitura de Manaus ou o governo do Estado fazendo uma campanha de rastreamento de infectados pela covid-19? Nunca fez. Aí que está a omissão na atenção básica, na prevenção. Não adianta abrir leito de hospital para as pessoas morrerem ou estarem ali sequeladas”, criticou.
“O alerta é o seguinte: ‘se não prolongaram esse decreto ou decretarem um lockdown rigoroso na cidade de Manaus, esse esforço que está sendo feito vai ser jogado no lixo, porque ele vai adiantar muito pouco para diminuir a curva do contágio e menos ainda para reduzir a demanda hospitalar’”, disse Orellana.
Manaus chegou aos caos e em crise humanitária por fatores pré-epidemia, explicou o epidemiologista. A capital do Amazonas padece de uma histórica precariedade da infraestrutura médica hospitalar, desde a atenção básica, quando se poderia atuar na prevenção. “A maioria das pessoas que não aderem às medidas vive em condições precárias de habitação. São pessoas que dependem da informalidade”, disse.
Orellana citou o último levantamento do IBGE, que apontou que 53% da população de Manaus vive em condições precárias de moradia. “Esses são fatores pré-pandemia. Os outros fatores da epidemia são o fato de o governo do Amazonas e as prefeituras jamais terem, especialmente Manaus, aderido a campanhas de testagem em massa. (Colaboraram Kátia Brasil e Iris Brasil). Fonte: https://amazoniareal.com.br
SUCESSO DO MOMENTO: Quem é Rita?
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Michelle Obama: 'Teria sido diferente se os invasores do Capitólio fossem negros? Todos sabemos a resposta'
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'As pessoas estão confusas, com raiva ou simplesmente sobrecarregadas. Eu também estou', desabafou Michelle Obama Foto: NYT
Em post no Instagram, a ex- primeira-dama dos EUA chama Trump de 'infantil' e diz que reação à invasão ao Congresso americano foi diferente da recebida pelo movimento Black Lives Matter, que foi 'tratado com força bruta'
A ex- primeira-dama americana Michelle Obama usou sua conta no Instagram para se manifestar sobre a invasão ao Capitólio, ocorrida na quarta-feira (6), mesmo dia em que o estado da Geórgia elegeu dois democratas para o Senado.
Michelle começa falando justamente sobre a eleição na Geórgia:
"Eu acordei ontem feliz com a notícia da vitória do reverendo Raphael Warnock na eleição. Ele será o primeiro senador negro da Geórgia", escreveu Obama para, em seguida, mudar o tom da postagem:
"Em poucas horas, no entanto, o meu coração se entristeceu mais rápido do que posso me lembrar. Como muitos de vocês, eu vi uma gangue — organizada, violenta e louca por ter perdido uma eleição — fazer um cerco ao Capitólio. Eles orgulhosamente portavam a bandeira dos estados confederados" (na Guerra Civil Americana, os estados confederados queriam manter a escravidão de negros. Por isso, sua bandeira é considerada um símbolo racista e incentivador do ódio).
Michelle Obama observa que os invasores saíram livres e que o ataque ao Capitólio foi fruto dos desejos do presidente Donald Trump, a quem chamou de "infantil e "não patriota":
"Quando as autoridades finalmente ganharam o controle da situação, esses desordeiros e membros de gangues foram retirados do prédio sem algemas e livres para seguir. O dia foi o ápice dos desejos de um presidente infantil e não patriota, que não consegue lidar com a verdade de seus fracassos."
Obama segue seu texto questionando o que teria acontecido caso os invasores fossem negros, "como as pessoas que vão todos os domingos à igreja batista Ebenezer". "Teria sido diferente?", questiona.
"Todos sabemos a resposta", afirma ela, que continua:
"As manifestações do movimento Black Lives Matter foram majoritariamente pacíficas — as maiores manifestações já vistas no nosso país, unindo pessoas de todas as classes e raças e encorajando milhões a reexaminarem suas presunções e comportamentos. Apesar disso, cidade após cidade, dia após dia, vimos manifestantes pacíficos serem tratados com força bruta", escreveu a ex primeira-dama.
Para Obama, ver essa diferença de tratamento "machuca". Ela afirma que só será possível virar a página depois de avaliar o que foi visto no Capitólio e depois de lidar com o fato de que milhões de americanos votaram "em quem tão obviamente quer acabar com a nossa democracia."
Michelle Obama defende que chegou o momento de os eleitores de Donald Trump verem a realidade sobre o homem que apoiaram e "publicamente rechaçá-lo e também às ações da turba."
Ela também afirma que as empresas de tecnologia do Vale do Silício, que anunciaram o bloqueio das redes sociais de Trump por tempo indeterminado, o façam permanentemente. "E coloquem em prática políticas para prevenir que sua tecnologia seja usada por líderes de nações como combustível para insurreições."
Michelle Obama encerra seu post afirmando que o trabalho de unificar os Estados Unidos não é de uma pessoa, de um político, de um partido: "Todos temos que fazer a nossa parte." Fonte: https://oglobo.globo.com
A nossa dor multiplicada
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A nossa dor multiplicada
Por Míriam Leitão
O Brasil chegou ontem ao número impensável e inaceitável. Duzentos mil brasileiros perderam a vida na pandemia do Covid-19. O coronavírus mata no mundo inteiro, mata mais nos países cujos governantes desprezam a vida humana, a prudência e a ciência. É o caso aqui. Ontem, o presidente Bolsonaro, em defesa do assunto que ele acha importante, o voto impresso, referiu-se “a tal da pandemia”. A “tal”, que ele ainda subestima, enlutou lares, levou aflição a milhões de brasileiros, lotou os hospitais, os cemitérios e nos colocou no segundo lugar em mortes do mundo.
Ontem foi dia de uma boa notícia, pelo menos. Isso não é pouco no tempo de tanto luto. O Instituto Butantan anunciou que a vacina que desenvolve junto com a Sinovac chinesa completou a fase 3 dos testes clínicos. Segundo o governo de São Paulo, evita 100% dos casos graves e 78% dos casos leves. Ficaram faltando dados, na interpretação de alguns analistas. O mais importante deles é sobre o percentual dos que tomaram a vacina que não contraíram a doença. Não ficou claro para quem acompanhou a coletiva do governo paulista qual é, afinal, a taxa de eficácia na imunização, que é afinal o objetivo de qualquer vacina. Os testes no Brasil foram feitos com o grupo que está mais exposto: o pessoal da saúde. Isso foi realmente um teste bem mais robusto do que o feito na população em geral. O pedido de registro emergencial vai ser feito à Anvisa nesta sexta-feira e já estão no solo brasileiro mais de 10 milhões de doses. Foi o momento de alívio, num dia tenso e triste.
No Ministério da Saúde, o general Pazuello apareceu na entrevista, coisa que não tem feito faz tempo. Chegou agradecendo o trabalho dos jornalistas. Era falso. Ao longo de 62 minutos ele deu um espetáculo de autoritarismo castrense. No tom que os militares de alta patente costumam falar aos recrutas, o ministro repreendeu e deu ordens aos repórteres. “A gente repete, repete, repete e a notícia sai distorcida”, disse. Em seguida, proibiu a imprensa de analisar os fatos. “Me mostrem quando foi que um brasileiro ou a população brasileira delegou aos redatores ou a qualquer um dos senhores a interpretação dos fatos. Nós não queremos a interpretação dos fatos dos senhores.”
Eu interpreto que Pazuello nada sabe de comunicação e entrou em contradição com os fatos várias vezes. Para citar uma. Ele disse que o governo federal comprará 100 milhões de doses da Coronavac, do Butantan, e essa é de fato uma excelente notícia. Mas em seguida afirmou que isso havia sido dito várias vezes, que inclusive foi assinado um memorando de entendimento em outubro.
O ministro deve ter esquecido do episódio constrangedor que envolveu esse memorando. Pazuello assinou no dia 21 de outubro, o protocolo para a compra de 46 milhões de doses. No mesmo dia o presidente Bolsonaro afirmou que não compraria a vacina. “Já mandei cancelar”, disse Bolsonaro sobre o texto assinado pelo ministro. E, como se não fosse humilhação suficiente, o ministro dias depois teve que gravar um vídeo ao lado do presidente dizendo “ele manda, eu obedeço, simples assim”.
O Brasil não chegou à terrível marca de ontem por acaso. Foi construção diária do governo de Jair Bolsonaro. É fruto do negacionismo, da insensibilidade, da incapacidade de gestão. É resultado dos incentivos diários do presidente para que a população não use qualquer medida protetiva e que faça o oposto do que os médicos orientam. Bolsonaro demitiu dois ministros da Saúde. Henrique Mandetta trabalhou para defender a saúde dos brasileiros, fez todos os alertas ao governo, montou uma articulação com estados e municípios e insistiu nas medidas de proteção. Nelson Teich ficou poucos dias no cargo e saiu defendendo o presidente que não o deixou trabalhar. Aí veio Pazuello, que confunde país com batalhão, convencimento com ordem unida, logística com requisições autoritárias. E pensa que pode, numa democracia, determinar como os jornalistas devem exercer seu ofício. Deveria saber que nem na ditadura seus antigos superiores conseguiram calar a imprensa brasileira.
A pandemia é uma tragédia que se abateu sobre a humanidade. Enfrentá-la com um governo inepto multiplicou nossa dor. Como curar feridas de 200 mil mortes? Essa é a pergunta que ronda o Brasil. (Com Alvaro Gribel, de São Paulo). Fonte: https://blogs.oglobo.globo.com
Cantor Genival Lacerda morre aos 89 anos vítima de Covid-19
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Artista estava internado desde o dia 30 de novembro em um hospital do Recife, cidade em que morava
Morreu nesta quinta-feira (7), aos 89 anos, o cantor e compositor paraibano Genival Lacerda, autor de grandes hits do forró, como "Severina xique xique", "Radinho de pilha" e "De quem é esse jegue?". Com Covid-19, ele estava internado desde o dia 30 de novembro na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital no Recife, cidade onde morava.
A informação sobre a morte do cantor foi confirmada pelos filhos do artista, Genival Lacerda Filho e João Lacerda, que fizeram postagens nas redes sociais.
"Hoje perdi um dos maiores amigos de minha vida, amigo da música, de ensinamentos, amigo que na hora de brigar, sempre brigava e minutos depois nem lembrava que brigava, porque não guardava mágua de ninguém. Meu Anjo da guarda, minha Luz, minha vida, hoje ele fez sua última viagem para ficar ao lado do Senhor Deus. Ainda ontem lembro-me de seu sorriso, de apertar sua mão! Agora terei de aprender a viver com sua imagem, e lembranças de um bom pai. Vai na paz meu pai, sempre te amarei, teu João Lacerda Neto", disse o filho do cantor ao publicar uma foto segurando a mão do pai.
Nascido em 1931, na cidade de Campina Grande, Genival já se autodeclarava, em entrevista ao GLOBO em 1998, um medalhão do forró:
— Essa onda de forró pegou bem, pois já está chegando ao Sul. Sou o mais velho representante deste ritmo, mas não encosto o carro, não.
Jackson do Pandeiro
Naquele ano, Genival havia lançado o álbum "Tributo a Jackson do Pandeiro". A homenagem não demonstrava apenas admiração artística, mas tinha ligação familiar: o Rei do Ritmo havia sido seu concunhado.
Foi Jackson do Pandeiro que sugeriu a Genival, aliás, que deixasse Pernambuco na década de 1960 e rumasse ao Rio, onde obteria maior sucesso comercial.
— Conheci muito cedo Jackson. Sua irmã, Severina Gomes, era casada com meu irmão, José Lacerda, e formava com ele a dupla Café com Leite. Quando vim para o Rio, em 1964, foi um grande amigo que me acolheu — contou Genival.
Na Cidade Maravilhosa, o cantor e acordeonista tocou em diversas casas de forró na noite. A previsão de Jackson do Pandeiro se provaria correta em 1975, quando o verso "Ele tá de olho é na butique dela", de "Severina xique xique", conquistou o Brasil. A canção, feita em parceria com João Gonçalves, abria o LP "Aqui tem catimberê", que vendeu mais de 800 mil cópias.
O hit também marcou Genival como o cantor de forró com versos bem humorados e escrachados, rótulo que o acompanhou no restante de sua carreira. Longa, por sinal. Recentemente, já flertando com os 90 anos, ele ainda se apresentava no Recife, onde morava.
A vida e a obra de Genival, através de sua relação com o Nordeste, são contadas no documentário "O rei da munganga", dirigido pela carioca Carolina Paiva e lançado em 2008. No filme, a documentarista acompanha o músico durante uma turnê por grandes cidades da região, e conta ainda com depoimentos de outros astros da música nordestina, como Elba Ramalho e Dominguinhos. Fonte: https://oglobo.globo.com
Após festa interrompida pela polícia, empresário deixa casa de Elba Ramalho em Trancoso
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Elba Ramalho resolveu rescindir o contrato de aluguel de sua casa em Trancoso após ser ver "no olho do furacão" por causa de uma festa para 500 pessoas, que foi interrompida pela polícia. O empresário Guilherme Souza, que estava na residência da artista desde o dia 25 de dezembro e ficaria até o dia 4 de janeiro, acatou o pedido da cantora e deixará o local. Ele ainda pediu desculpas à Elba:
"Era um encontro apenas para os hóspedes da casa, mas infelizmente – com o boca a boca – tomou proporções inaceitáveis. Peço desculpas não só a Elba, mas a toda comunidade de Trancoso e não voltará a acontecer", disse o empresário ao jornal "Correio", em trecho publicado no Instagram da cantora: "Inclusive, diante do ocorrido, estou acatando o pedido da Elba para a rescisão do contrato de locação".
Na manhã de quarta-feira, a cantora foi às redes sociais esclarecer que não tinha nada a ver com o evento. Ela afirmou que está hospedada no Club Med, a quilômetros do local, e sua residência estava alugada.
"É de praxe, todos os anos a gente aluga. Eu não sabia que na casa estava tendo uma festa nessa proporção como aconteceu. No momento, eu estava na missa, fazendo a minha leitura, rezando meu terço, depois fiquei com algumas amigas conversando. Fui comer um sanduíche vegano porque estava com fome e comecei a receber um montão de mensagens e ler as notícias e fui tentando digerir tudo isso", desabafou a artista.
A paraibana, de 69 anos, disse que é a situação é muito chata, já que ela, como artista, tem que dar um bom exemplo aos fãs e é uma pessoa responsável. Elba afirmou que ainda não sabe quem vai responder pela festa.
"A polícia parou a festa que estava acontecendo na minha casa, mas não foi feita por mim, eu não estava presente e nem sabia", declarou a cantora, que completou: "Eu estava até preocupada com o que pudesse acontecer na casa. Ontem, eu passei lá e as pessoas que alugaram não estavam. Falei com os meus funcionários, levei máscaras para eles. Perguntei se estava tudo calmo, tranquilo. Saí e nem conheço direito as pessoas. Sei quem são, mas foi um contrato feito através de uma empresa". Fonte: https://extra.globo.com
2020, o ano em que a ciência encontrou a religião
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Elas precisam ser parceiras num mundo com tantos conflitos e desafios para 202
Cicero Urban, O Estado de S.Paulo
31 de dezembro de 2020 | 03h00
Na primeira vez que a religião se deparou com a ciência, o encontro foi amigável. Afinal, a revolução científica no século 17 foi realizada por cristãos devotos, que diziam estudar a obra de Deus. Cem anos depois, os cientistas da época acreditavam num Deus que havia planejado o universo, mas não se envolvia ativamente no mundo e nas suas criaturas. No século passado, algumas descobertas científicas entraram em conflito com ideias religiosas tradicionais. E agora, no mundo ainda dominado pela covid-19, como se encontram a ciência e a religião: são inimigas, estranhas ou parceiras?
Para Ian Barbour, a ciência preocupa-se com as relações causais entre os fatos, enquanto a religião se preocupa com o propósito de nossa vida. Os dois tipos de perspectivas de mundo são complementares, mas separados por alguns espaços vazios e zonas de conflito. Cientistas, por meio do resultado de suas pesquisas, levantam questões que muitas vezes a ciência não é capaz de responder, e eles estão cientes disso. Alguns teólogos, por seu lado, vêm reformulando ideias tradicionais de Deus, levando em conta as descobertas científicas. Essa postura de ambos estimula um diálogo inteligente e construtivo, já que cada um estaria consciente de suas limitações, longe de uma atitude belicosa de quem tem a posse de todas as repostas.
O que aconteceu, então, em 2020? Que zonas de conflito entre a ciência e a religião vieram à tona e como poderemos delinear um futuro melhor para todos em 2021? A fé ajudou ou atrapalhou a vida das pessoas? E a ciência, como ela se comportou? E, sobretudo, como as duas interagiram e como isso interferiu nas medidas para controlar a pandemia?
Se, de um lado, a pandemia trouxe à tona uma série de injustiças sociais, desemprego, falências em todos os setores e, o mais doloroso de tudo, perdas humanas, irreparáveis, ela também serviu de motor para a inovação e para que diversas áreas sofressem verdadeiras revoluções em poucos meses. Foi neste ano que a ciência mostrou uma capacidade notável de trabalho e de transformação. Em 11 meses, dezenas de candidatas potenciais à vacina foram criadas e algumas delas, depois de passarem por todas as fases dos estudos clínicos, já foram aprovadas para uso em seres humanos. Centenas de milhares de voluntários, milhares de cientistas, parcerias entre a academia, a indústria farmacêutica e a sociedade, milhares de publicações em todas as áreas. Bilhões de dólares foram gastos, num esforço sem precedentes.
Santo Agostinho dizia que, quando havia um conflito entre o conhecimento provado e a leitura ao pé da letra da Bíblia, as Escrituras deveriam ser interpretadas metaforicamente. Alguns, infelizmente, esqueceram-se disso. Fundamentalismos, com interpretações teológicas errôneas e perigosas, põem todos em risco numa pandemia. A religião, quando mal utilizada, quando se espera que Deus nos torne invulneráveis e, por isso, deixamos de tomar cuidados fundamentais, se esquecem dois de seus princípios mais importantes: tratar o próximo como a si mesmo e respeitar cada vida humana. Na pandemia, nos momentos mais cruciais e graves, muitas vezes o que se viu foi a ética da escolha de Sofia: o desespero de profissionais de saúde que tiveram de escolher quem iria viver ou sucumbir ao vírus.
A religião “boa”, bem utilizada, em contrapartida, trouxe conforto e amparo a tantas pessoas. Força para enfrentarmos um período em que a vida, mais do que nunca, precisa ser celebrada todos os dias. Seja ela de origem divina ou fruto da evolução, fruto do acaso ou de um planejamento superior. O papa João Paulo II dizia que a ciência pode purificar a religião do erro e das superstições. A religião pode purificar a ciência da idolatria e dos falsos absolutos. A ciência mal conduzida pode levar a um materialismo dogmático e a reducionismos com implicações éticas sérias. Galileu, em sua defesa, citou um cardeal de sua época, dizendo que “a intenção do Espírito Santo é ensinarmos como se vai para o céu, e não como vai o céu”. Ambos bons exemplos de atitudes de independência entre os postulados científicos e teológicos.
A ciência faz previsões quantitativas, que podem ser testadas experimentalmente. A religião usa linguagem simbólica e se baseia em pressupostos que não podem ser testados pelo método científico. Uma aceita os limites do método científico, a outra transcende o método. O diálogo e o entendimento entre elas torna a vida humana mais ampla e também mais confortável, na medida em que cada uma respeite seu espaço e seus limites. É preciso lembrar que mesmo os cientistas, quando saem dos seus laboratórios e fazem especulações fora das suas especialidades, não são mais sábios do que qualquer outra pessoa.
Em 2020 ciência e religião se encontraram em vários momentos, com conflitos eventuais, mas também como amigas. Ao final, elas não são nem inimigas, nem estranhas morais. Precisam ser parceiras num mundo com tantas divisões e tantos conflitos, e com grandes desafios para 2021. Fonte: https://opiniao.estadao.com.br
No período de Natal, pelo menos seis mulheres foram vítimas de feminicídio no país
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Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, de 45 anos, moradora de Niterói (RJ); Thalia Ferraz, 23, de Jaraguá do Sul (SC); Evelaine Aparecida Ricardo, 29, de Campo Largo (PR); Loni Priebe de Almeida, 74, de Ibarama (RS); Anna Paula Porfírio dos Santos, 45, de Recife (PE); e Aline Arns, 38, de Forquilhinha (SC) — seis mulheres que, até este Natal, viviam suas vidas separadamente, mas agora se encontram nas estatísticas do feminicídio no Brasil.
Na véspera de Natal, Viviane morreu com 16 facadas desferidas pelo ex-marido na frente das três filhas pequenas; Thalia foi morta a tiros pelo ex-companheiro diante dos parentes; Evelaine não resistiu ao ser baleada pelo namorado durante a ceia; Loni recebeu um tiro na cabeça pelo ex-companheiro, que cometeu suicídio, e chegou a ser socorrida, mas não resistiu. Já no dia 25, Anna Paula foi morta a tiros pelo marido dentro de casa, onde também estava a filha de 12 anos; e Aline foi baleada pelo ex-companheiro também no interior da residência por volta das 20h30.
Coordenadora do Núcleo de Gênero junto ao Centro de Apoio Operacional Criminal do Ministério Público de São Paulo (MPSP), a promotora de Justiça Valéria Scarance avaliou que o período das festas de fim de ano é, culturalmente no Ocidente, uma época que provoca reflexão nos indivíduos, o que pode despertar frustrações em homens já violentos, que não conseguem manter autocontrole.
— Período de festa, Natal e Ano Novo, é para nós no mundo ocidental um período de reflexão, de análise da vida, de rever as decisões, as frustrações; é um período muito simbólico. Então homens autores de violência não lidam bem com as suas frustrações, suas perdas, não aceitam que a mulher muitas vezes os contrarie ou mesmo coloque fim ao relacionamento — explicou. — Nesses momentos, esses homens tendem a fazer também essa reavaliação. Se eles não lidam bem com as suas questões, seus sentimentos, se eles já são violentos e não conseguem racionalizar essa dor, eles podem, sim, intensificar essa violência, e isso pode levar à ocorrência de um feminicídio.
No Brasil, feminicídio — tipificado pela Lei 13.104 de 2015 — é definido como um homicídio em contexto de violência doméstica e familiar ou em decorrência do menosprezo ou discriminação à condição de mulher, normalmente praticado por alguém do convívio da vítima, dentro de casa ou em locais onde ela costuma estar.
Por exemplo, uma pesquisa do MPSP, coordenada por Scarance, com dados entre março de 2016 e março de 2017, mostra que as principais motivações para morte de mulheres são o término do relacionamento (45%), ciúmes (30%) e discussões (17%).
A nível nacional, o Atlas da Violência 2020, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), verificou que, entre 2013 e 2018, a taxa de homicídio de mulheres fora de casa diminuiu 11,5%, enquanto as mortes dentro de casa aumentaram 8,3%. O levantamento concluiu que este dado é um indicativo do crescimento de feminicídios.
Além disso, no mesmo intervalo de tempo, houve um aumento de 25% nos assassinatos de mulheres por arma de fogo dentro das residências. Esta taxa, por sua vez, "parece refletir o crescimento na difusão de armas, cuja quantidade aumentou significativamente nos últimos anos", explica o estudo.
No ano de 2020, Scarance explicou que o isolamento social imposto pela pandemia acabou representando um fator que intensificou os casos de violência contra a mulher.
— No início da pandemia, se constatou um aumento dos índices de violência contra a mulher, tanto pelas prisões em flagrante, das chamadas 190 da Polícia Militar, quanto dos registros de notícias anônimas pela central 180 — afirmou.
A promotora elencou quatro indicadores de risco durante esse período impactado pela Covid-19.
— Primeiro, o isolamento forçado: a mulher se afasta das suas bases de sustentação, dos seus amigos, da sua família. Segundo, o controle: muitas mulheres vivem com os agressores, então eles têm maior controle, 24 horas de controle durante a pandemia. Também o consumo de álcool e drogas torna os homens violentos ainda mais violentos — citou, ressaltando: — É importante sempre lembrar que a pandemia não transformou homens pacíficos em violentos, mas os homens violentos tornam-se ainda mais cruéis, mais destemperados durante a pandemia em razão dessas questões: consumo de álcool e problemas econômicos, que abrem as portas para um padrão de violência que já foi incorporado ao longo da vida desse homem.
No estudo coordenado pela promotora, em 2018, já foi dito que o feminicídio "é uma morte evitável".
"É certo que 3% do total de vítimas obteve medidas de proteção e 4% das vítimas fatais havia registrado Boletim de Ocorrência", diz a pesquisa. "Contudo, a grande maioria de vítimas de feminicídio, consumado ou tentado, nunca registrou Boletim de Ocorrência ou obteve uma medida de proteção, o que leva à conclusão de que romper com o silêncio e deferir medidas de proteção é uma das estratégias mais efetivas na prevenção da morte de mulheres". Fonte: https://extra.globo.com
Cinco pessoas de uma mesma família morrem em acidente na BR-135, em Montes Claros
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Carro bateu em caminhão e cinco pessoas morreram — Foto: Polícia Militar Rodoviária/ Divulgação
Segundo os bombeiros, carro invadiu a contramão e bateu de frente com um caminhão-baú. Família saiu de Itapecerica da Serra (SP) com destino à Bahia.
Por Marina Pereira, G1 Grande Minas
Cinco pessoas de uma mesma família morreram em um acidente na BR-135, em Montes Claros, no Norte de Minas, na manhã desta sexta-feira (25).
Segundo informações do Corpo de Bombeiros, elas estavam em um carro de passeio que invadiu a contramão e bateu de frente com um caminhão-baú. A perícia foi acionada e as causas do acidente serão investigadas. O caminhoneiro não ficou ferido.
“O motorista relatou que o carro invadiu a contramão de forma repentina e ele tentou desviar, mas não conseguiu evitar a batida. Quatro vítimas foram arremessadas e um homem ficou preso com as pernas às ferragens. É uma cena triste numa data tão importante como essa”, disse o tenente Walderides Cangussu.
De acordo com a Polícia Militar Rodoviária, a família saiu de Itapecerica da Serra (SP) com destino à Bahia.
“No veículo, viajavam um casal com dois filhos (um adolescente e uma menina de 11 anos), e outro homem adulto, que também faz parte da família, mas ainda não sabemos o grau de parentesco. As vítimas ficaram desfiguradas e não foi possível identificar quem digira o carro”, explicou o cabo da PM Eduardo Mesquita.
O caminhoneiro foi conduzido à delegacia para prestar esclarecimentos. Os corpos das cinco vítimas foram levados para o Instituto Médico Legal de Montes Claros.
O acidente foi por volta das 10h e o trânsito foi liberado no início da tarde após retirada do carro e limpeza da pista. Veja mais notícias da região no G1 Grande Minas. Fonte: https://g1.globo.com
Mulher-Maravilha 1984 - Trailer Oficial Principal
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Avançando para a década de 1980, a próxima aventura da Mulher-Maravilha nos cinemas a coloca frente a dois novos inimigos: Max Lord e Mulher-Leopardo. Com a diretora Patty Jenkins de volta ao comando e Gal Gadot novamente no papel-título, Mulher-Maravilha 1984, da Warner Bros. Pictures, é a sequência da estreia da super-heroína da DC como protagonista nas telas de cinema com o filme “Mulher-Maravilha”, que em 2017 quebrou recordes e arrecadou US$ 822 milhões nas bilheterias mundiais.
O filme também tem em seu elenco Chris Pine como Steve Trevor, Kristen Wiig como Mulher-Leopardo, Pedro Pascal como Max Lord, Robin Wright como Antíope e Connie Nielsen como Hipólita. Charles Roven, Deborah Snyder, Zack Snyder, Patty Jenkins, Gal Gadot e Stephen Jones produzem o filme. Rebecca Steel Roven Oakley, Richard Suckle, Marianne Jenkins, Geoff Johns, Walter Hamada, Chantal Nong Vo e Wesley Coller são os produtores-executivos. Patty Jenkins dirigiu a partir de um roteiro que ela escreveu com Geoff Johns & David Callaham, uma história de Jenkins & Johns, baseada nos personagens da DC.
Juntando-se à diretora nos bastidores estão vários membros de sua equipe de “Mulher-Maravilha”, incluindo o diretor de fotografia Matthew Jensen, a designer de produção indicada ao Oscar Aline Bonetto (“O Fabuloso Destino de Amélie Poulin”), e a figurinista ganhadora do Oscar Lindy Hemming (“Topsy-Turvy: O Espetáculo”). O editor indicado ao Oscar Richard Pearson (“Voo United 93”) está editando o filme.
A música é do compositor ganhador do Oscar Hans Zimmer (“Dunkirk”, “O Rei Leão”). A Warner Bros. Pictures apresenta uma produção da Atlas Entertainment/Stone Quarry, um filme de Patty Jenkins, Mulher-Maravilha 1984. Com estreia prevista para 15 de outubro de 2020 no Brasil, o filme será distribuído mundialmente pela Warner Bros. Pictures.
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