Há também o receio de que o presidente envolva diretamente os militares em suas falas, em especial as que atacam as eleições e o Judiciário

 

Por Bela Megale

Os atos de 7 de setembro se tornaram tema de discussão entre membros das Forças Armadas. Integrantes da cúpula militar afirmaram à coluna que existe a preocupação de uma ala significativa das Forças de que Bolsonaro se aproprie da data para fazer campanha em cima dela. Há ainda o receio de que o presidente envolva diretamente os militares em suas falas, em especial as que atacam as eleições e o Judiciário, e jogue a instituição mais uma vez no centro do debate político.

Uma parte expressiva das Forças, que inclui membros do alto comando e até do governo Bolsonaro, tem se mostrado crítica à conduta de militares escalados no governo que passaram a atuar como linha acessória de Bolsonaro ao processo eleitoral, como o ministro da Defesa, o general Paulo Sérgio Nogueira. A expectativa, porém, é que o presidente adote um tom menos agressivo em sua manifestação do que no ano passado.

Por outro lado, há a avaliação de que a data é emblemática, ainda mais por marcar os 200 anos da Independência do Brasil, e que nenhuma celebração deve ser reduzida devido às preocupações com a postura de Bolsonaro.

Como informou a coluna, a conduta do presidente nas manifestações do 7 de setembro é uma incógnita até para sua campanha. Na reunião de membros da equipe nesta semana, um deles pôs o tema na roda, mas o senador Flávio Bolsonaro já colocou um ponto final no assunto falando que nada seria discutido.

A principal preocupação da ala política e do marketing é que o presidente encarne sua versão mais radical e volte toda carga contra as urnas e os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Pesquisas internas contratadas pelo PL já mostraram que o discurso de ódio tira votos de Bolsonaro e também afasta o empresariado, que preza por um ambiente sem turbulências para melhora da economia. Fonte: https://oglobo.globo.com