A festividade de Todos os Santos de 2015 será lembrada na história da Igreja Católica: na noite anterior a 1º de novembro, foi presa Francesca Chaouqui, primeira mulher a passar pelo cárcere do Vaticano, juntamente com seu padrinho eclesiástico, Monsenhor Lucio Angel Vallejo Balda. Dirigentes médios na Santa Sé, ambos foram acusados de vazamento de informações reservadas. A reportagem é de Claudio Bernabucci, publicada por Carta Capital, 13-11-2015. 

A senhora Chaouqui, 32 anos, italiana com pai franco-marroquino, lobista e ex-integrante de uma importante comissão vaticana, foi logo solta por ter colaborado ativamente com as investigações. Glamourosa e extrovertida, mais em sintonia com os ambientes mundanos das socialites romanas do que com a sobriedade do entourage de Francisco, já nas primeiras declarações após a infausta primazia, ela descarregou a maior responsabilidade sobre o companheiro de aventura e de prisão.

Monsenhor Vallejo Balda, espanhol de 54 anos, filiado ao Opus Dei, já foi secretário da Prefeitura dos Assuntos Econômicos da Santa Sé, importante órgão, criado por Francisco, para vigilância do patrimônio e do setor econômico-financeiro da Igreja. Sobre sua cabeça cai principalmente a acusação de ter divulgado documentos reservados e gravações do papa, que constituem a parte mais substanciosa de dois livros a serem publicados em breve: Avarizia(Avareza), do jornalista Emiliano Fittipaldi, vaticanista da revista italiana l’Espresso, e Via Crucis, escrito por Gianluigi Luzzi, autor de outro best seller de 2012, Sua Santidade, que divulgava as cartas de Bento XVI furtadas por seu mordomo. O escândalo dos documentos roubados ao papa, então denominado VatiLeaks, representou o episódio final de um desgaste prolongado que induziu Ratzinger à histórica demissão. Tudo indica que a atual tentativa de desestabilização do papado é provavelmente inspirada por intenções semelhantes...

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