O arcebispo de Mercedes-Luján, dom Agustín Radrizzani, informou na quarta-feira que iniciou uma investigação “completa” de acordo com as normas do Direito da Igreja sobre os fatos que aconteceram, e que são de conhecimento público, no mosteiro das Irmãs Orantes e Penitentes, da localidade bonaerense de General Rodríguez, onde o ex-funcionário kirchnerista José López tentou esconder quase nove milhões de dólares em dinheiro. A reportagem é publicada por Religión Digital, 20-07-2016. A tradução é de André Langer.

“Esta investigação acontecerá o mais rápido possível, de modo a tomar as medidas pertinentes dispostas pelo direito”, destacou em um comunicado.

O bispo ordenou, mediante o decreto arquidiocesano 11/2016, que “se faça a investigação prévia conforme manda o Direito, aproveitando-se para a mesma todas as informações que surgirem da investigação que está sendo realizada pela justiça estatal”.

Nomeou também investigador o Pe. Tom O’Donnell e notário o presbítero Daniel Blanchoud, que jurarão perante dom Radrizzani desempenhar fielmente o seu ofício.

“Dom Radrizzani está levando o caso a sério. Quer que se investigue se houve delito”, assinalou o padre O’Donnell, ao referir-se às imagens, divulgadas pela imprensa, que mostram as irmãs ajudando López – ex-secretário de Obras Públicas – a levar o dinheiro para dentro do convento.

Dom José María Arancedo, presidente dos bispos argentinos, em uma entrevista concedida ao jornal La Nación, também advertiu que “a Igreja não pode ocultar se alguém agiu mal ou cometeu um delito”.

O padre Tom O’Donnell – nomeado nesta terça-feira pela Igreja para investigar o papel exercido pelas religiosas do convento, evento no qual o ex-funcionário José López levou bolsas com milhões de dólares, na madrugada de 14 de junho último – disse nesta quarta-feira que sua tarefa será analisar se houve “delito canônico e facilitar a ação da Justiça” no marco da causa que investiga o suposto enriquecimento ilícito do ex-secretário de Obras Públicas.

As declarações do padre – pertencente aos Padres Palotinos – foram dadas à Rádio Continental no marco da inspeção ocular realizada na manhã da última quarta-feira pelo juiz Daniel Rafecas no mosteiro de General Rodríguez; e depois de que, na terça-feira, o arcebispo de Mercedes-Luján, dom Agustín Radrizzani, informou que foi iniciada uma investigação “completa” sobre os fatos ocorridos no convento das Irmãs Orantes e Penitentes.

O’Donnell esclareceu que se trata de “uma investigação prévia para ver se houve um delito canônico e facilitar também a ação da justiça civil. Em caso positivo, aplica-se o que diz o direito canônico, isto é, inicia-se um processo, e a pena pode variar de acordo com o delito”. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br