Confesso que quando viajei à República Dominicananão esperava encontrar muito o que fazer em Santo Domingo, afinal, a maior parte dos brasileiros que visita o país vai atrás das praias de Punta Cana.

Mas foi um grande engano. Achei foi muito interessante, pois adoro ser surpreendido com um destino que menosprezo. A capital dominicana me encantou desde o primeiro dos três dias que fiquei ali. Deu pra fazer passeios históricos, conhecer belezas naturais e praias paradisíacas do Caribe.

Quem visita Santo Domingo normalmente é levado primeiramente à Zona Colonial, afinal, estamos na primeira cidade das Américas. Ainda com boa parte das muralhas que protegiam a cidade nos tempos de colônia de pé, o bairro é bem conservado e tem passado constantemente por restaurações e urbanização.

O ponto inicial é o Parque Colón, uma praça em homenagem a Cristóvão Colombo, que descobriu a América ao desembarcar nessa região. Bem em frente à estátua do desbravador, fica a Basilica Catedral de Santa María la Menor, chamada também de Catedral de Santo Domingo ou Catedral Primada das Américas, por ter sido a primeira do continente. Ela é aberta à visitação e seu interior é bem interessante.

Na praça também fica a parada do Chu Chu Colonial, uma espécie de “trenzinho da alegria” que percorre as principais ruas do centro antigo contando sua história e mostrando os principais prédios e monumentos. Não é barato (US$12), mas enriqueceu bastante minha visita.

Se preferir, você pode percorrer a pé as principais atrações. Prefira fazer ao menos o fácil circuito do quadrilátero das ruas El Conde, Las Damas, Emiliano Tejera e voltando à praça pela Arzobispo Meriño. Ainda na praça, dá pra conhecer o Museo del Tabaco e o Museo de Ambar, uma resina fóssil muito usada na produção de joias.

Seguindo pela Calle Las Damas, você passará por diversas igrejas e museus, entre eles a última residência de Colombo, o Panteón Nacional, o Museo de las Casas Reales (no edifício que abrigava a Corte Real) e Alcázar de Diego Colón (palácio do irmão de Cristóvão Colombo), que fica na grande Plaza de España.

A Calle Arzobispo Meriño é uma das mais fotogênicas e tem lojinhas e um museu de chocolatecom degustações e até brigadeiro (um pouco diferente do nosso).

Se ainda tiver tempo por aqui, a rua paralela, a Calle Hostos, guarda as imponentes ruínas do Hospital San Nicolás de Bari, o primeiro construído nas Américas.

Na mesma rua, dá pra avistar uma subidinha em curva à direita cheia de casinhas coloridas. Embora estivesse em reforma quando eu a visitei, ela foi cenário de vários filmes, como O Poderoso Chefão II (que recriou aqui uma rua de Havanna) e O Bom Pastor, com Robert De Niro e Matt Damon e Angelina Jolie.

Seguindo mais um pouco, após a subida, chega-se às ruínas do Monasterio de San Francisco, hoje usadas para espetáculos musicais a céu aberto e outros eventos culturais.

Se o Centro Histórico já chama a atenção durante o dia, à noite ele se transforma. Suas ruazinhas são tomadas por jovens e turistas e vários daqueles prédios históricos que passaram despercebidos com a luz do sol abrem as portas e revelam modernos e animados bares e restaurantes. A rua com as melhores opções é a Calle El Conde, bem perto da Plaza Colón.

LOS TRES OJOS

Em plena região central de Santo Domingo fica o Parque Monumento Natural Cueva Los Tres Ojos, uma grande área verde protegida. Apesar da vegetação exuberante, o que atrai milhares de visitantes são as três cavernas com lagos subterrâneos de águas azuis e um quarto lago, acessível apenas de barco.

A estrutura é super bacana, com escadarias que levam os visitantes pra “debaixo da terra”. Logo na entrada, você se depara com o Lago de Azufre, pra mim o mais bonito dos tres ojos.

A visita continua pelos lagos De Las Damas e La Nevera. Nesse último, cujo nome já dá a noção do frio de sua água, parte um barco/balsa que leva até o último lago descoberto, o Los Zaramagullones. É preciso pagar RD$ 25 para o transporte (cerca de US$ 0,50).

Ao chegar a esse lago, agora descoberto, você perceberá que o tom azul da água dá cor a um surpreendente verde. Uma espécie de pier permite que o visitante chegue mais próximo da água, onde é possível inclusive alimentar os peixes com pedacinhos de pães dados por guias que estão ali em busca de alguns trocados.

Embora você seja cercado por guias logo que desembarca na entrada do parque, eles não são imprescindíveis. Dá facilmente pra fazer o percurso por conta própria em cerca de 30min. Mas se você quiser conhecer melhor a formação das cavernas e a origem da água azulada que brota dentro delas, pode valer a pena

FARO A COLÓN

O “Farol de Colombo” fica próximo do Los Tres Ojos, separados pelo Parque Mirador del Este, outra importante área verde da capital dominicana. Embora sua construção tenha começado em 1948, só foi oficialmente inaugurado em 1992, para celebrar os 500 anos do descobrimento da América, mesmo ano em que o país recebeu a visita do Papa João Paulo II (o “papamóvel” usado na época fica exposto do lado de fora).

A ideia do enorme prédio em formato de cruz com mais de 800m de comprimento é contar a história dos países americanos, além de sediar exposições esporádicas. Mas o que chama a atenção mesmo é o fato do Faro a Colón guardar os restos mortais de Cristóvão Colombo. Essa história é meio polêmica, uma vez que os espanhóis dizem que eles estão em Sevilha

BOCA CHICA

Boca Chica é um município da grande Santo Domingo a cerca de 30min de carro do centro. E é ali que fica uma das melhores praias da região.

Apesar de existir um acesso à praia com areia e barraquinhas, a maior atração ali são os beach clubs suspensos em piers com escadinhas para o mar azul cristalino (saiba tudo).

MALECÓN

O Malecón de Santo Domingo é o calçadão da orla da cidade que, embora fique de frente para o Mar do Caribe, não tem areia nem praia. O que dá pra fazer por aqui é uma caminhada. A maior faixa do malecón fica no bairro de Gascue, famoso por abrigar as principais redes hoteleiras internacionais e seus cassinos. Se você gosta de uma jogatina, vale a pena a visita.

REGIÃO MAIS MODERNA

Percebi que os dominicanos adoram falar dos shoppings. Não sei se eles são novidade por ali ou se eles gostam mesmo é de fugir do calorão caribenho dentro do ar condicionado. Foi então que fui conhecer o Ágora Mall, um dos mais famosos da cidade

Eu não indicaria, a menos que você realmente goste de shoppings. Ele é como qualquer centro de compras brasileiro. Se decidir ir, na praça de alimentação existe uma área com mesinhas ao ar livre, com uma vista simpática de Santo Domingo. Embora esse tópico tenha o título “Região Mais Moderna”, há pouco pra se fazer por aqui além do shopping. Fonte: www.essemundoenosso.com.br