Desde o início, a Ordem celebrava as festa marianas comuns na Igreja, com grande fervor, destacando-se particularmente as festas da Anunciação, Assunção, Natividade e Purificação. Corno festa própria, a Ordem celebrava solenemente a Imaculada Conceição desde o final do ano 1306 (em Avinhão os cardeais da cúria papal participavam desta festa patronal na igreja dos Carmelitas).

Antes de 1386, na Inglaterra, o Carmelita Nicolau de Lynn fixa em seu calendário uma festa a 17 de julho com o título: ‘Comemoração solene de Santa Maria’. Este é considerado por ele como o ‘Dia da Ordem’, no qual deseja agradecer à Virgem por dois fatos essenciais que permitiram sobrevivência da Ordem (a sua aprovação, a partir da decisão do II Concílio de Lião e a vitória da causa em Cambridge, a respeito do título mariano da Ordem). Pouco a pouco esta festa foi sendo assumida pelos conventos e províncias, vindo a tornar-se a maior festa própria da Ordem, a sua festa patronal, com a qual se quer expressar à Virgem gratidão por todos os benefícios concedidos à Ordem. Em 1588 o Papa Sixto V a reconhece como festa litúrgica. Sucessivos decretos a estende a várias regiões, até quando, desta espontânea difusão se torna festa no calendário da Igreja universal, em 24/09/1726, sob Bento XIII. O fato da troca da data de 17 para 16 de julho supõe-se ter sido em razão de ser o dia 17, dedicado solenemente na Europa a Santo Aleixo. Os Carmelitas decidiram antecipar a sua festa, marcando-a para o dia de julho.

Em meados do séc. XVI-XVII as Confrarias do Carmo se multiplicavam na Europa. Já desde o ano 1609 estas Confrarias passaram a celebrar a festa do dia 16 com o nome de ‘Festa do Hábito’, e assim a festa foi caracterizada pelo Escapulário, considerado compêndio dos dons de Maria à Ordem e a seus devotos.

 

Cfr: A. Forcadell, Commemoratio sollemnis Beatae Virginis Mariae de Monte Carmelo, Roma, Curias oc-ocn, ;Bibliotheca sacri 5capçaris, 2), 1951. E do mesmo autor: La fiesta de) Carmen; historia y liturgia, [Onda, Centro espiritualidade carmelitana, 19861. (Do Livro; Como Pedras Vivas)