Batismo do Senhor e o final do tempo litúrgico do Natal
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“Tu és meu Filho amado”
Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo (RS)
O Tempo do Natal fez-nos contemplar o Menino Jesus nascido na gruta de Belém. Olhamos para a Sagrada Família, modelo para as famílias cristãs, na qual Jesus cresceu, se desenvolveu, trabalhou. No dia primeiro de janeiro celebramos Maria Mãe de Deus e hoje, com Festa do Batismo do Senhor, encerramos este tempo litúrgico (Isaías 42,1-7, Salmo 28, Atos dos Apóstolos 10,34-38 e Lucas 3, 15-16.21-22).
João Batista, o precursor de Jesus, aponta para presença do Messias. Não deixa o povo imaginar que seja ele, pois o que virá é “mais forte do que eu”, do qual “não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias”, “eu batizo com água”, mas Ele “vos batizará no Espírito Santo e no fogo”.
Mesmo assim, “quando todo povo estava sendo batizado, Jesus também recebeu o batismo. E, enquanto rezava, o céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre Jesus em forma visível, como pomba. E do céu veio uma voz: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho o meu bem-querer”. As palavras de João Batista e a voz vinda do céu revelam a verdadeira identidade de Jesus Cristo. Depois de batizado, Jesus reza dirigindo-se ao Pai. O Céu de abre e desce o Espírito Santo.
O Festa do Batismo de Jesus é um convite para rezarmos e refletirmos sobre o Sacramento do Batismo. O batismo marca o início da missão de Jesus, momento em que recebe o reconhecimento público e oficial da sua identidade. Assim também, para os cristãos o batismo é um início, uma mudança profunda na vida e um novo caminho que se abre.
Jesus, após ser batizado, reza. Entra em contato com o Pai e o céu abre-se sobre Ele. No Sacramento do Batismo abre-se o céu ao batizando e ouve-se a mesma voz dirigida a Jesus: “Tu és meu Filho amado”. O batismo é adoção na família de Deus, na comunhão com a Santíssima Trindade, na comunhão do Pai, com o Filho e o Espírito Santo. Por isso, o batismo é administrado em nome da Santíssima Trindade. Os batizados renascem como filhos de Deus. Já são filhos de pais humanos, agora passam a ser também filhos de Deus.
Por que usamos a água no batismo? A água é o elemento da fecundidade. Sem água não há vida. No começo do cristianismo, a água tornou-se o símbolo do seio materno da Igreja. Assim como a criança, antes de nascer, estava envolta em substância líquida, agora ela entra no ventre da Igreja. Tertuliano afirma que “Cristo nunca existe sem água”. Com isto ele disse que Cristo jamais existe sem a Igreja e a vida do cristão existe e de concretiza na Igreja. O batizado faz parte desta nova família indicando que ser batizado não é apenas uma questão espiritual, individual, subjetiva, mas que é algo concreto, envolvendo outras pessoas. Enquanto filhos de Deus e inseridos na Igreja, podemos recitar o “Pai-nosso”. Rezamos usando nós.
João Batista fala do batismo “no Espírito Santo e no fogo”. Ensina que o batismo não é um gesto ou um desejo humano para orientar-nos para Deus com as próprias forças. No batismo é Deus que vem ao nosso encontro. É o próprio Deus que age. É Jesus que age através do Espírito Santo. É Deus que assume e torna os batizados seus filhos.
Deus não age de modo mágico e contra a liberdade humana. Ele interpela a liberdade e convida a cooperar com o fogo do Espírito Santo. São dois aspectos que caminham juntos no batismo. Ele sempre será um dom de Deus que nos fez seus filhos adotivos e membros da Igreja. Mas, sempre solicitará a nossa cooperação, a disponibilidade da nossa liberdade para dizer “sim” que tornará a graça divina uma ação sempre eficaz. Fonte: https://www.cnbb.org.br
Homens gays podem ser padres desde que não transem, diz Vaticano
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Conferência dos Bispos da Itália revoga proibição de 2016 que barrava homens com 'tendências homossexuais'
São Paulo
O Vaticano publicou hoje novas orientações para seminários que permitem que homens gays se tornem padres —desde que sejam celibatários. O documento, elaborado pela CEI (Conferência Episcopal Italiana), recua de uma instrução de 2016 que barrava seminaristas que tivessem "tendências homossexuais profundas".
O movimento da CEI é mais um aceno do papado de Francisco à população LGBTQIA+, junto a falas tidas como acolhedoras do pontífice e decisões como a que permitiu que padres abençoem casais do mesmo sexo e pessoas em seu segundo casamento. Essa medida, entretanto, não reconheceu o casamento gay na Igreja Católica.
As novas orientações foram publicadas sem alarde no site da CEI nesta quinta-feira (9). Segundo o documento, diretores de seminários devem levar em consideração a orientação sexual de um seminarista, mas apenas como um aspecto de vários.
"Ao lidar com tendências homossexuais no processo de formação, é adequado que a avaliação não se reduza apenas a este aspecto, mas sim busque entender seu significado em toda a estrutura da personalidade do jovem", afirma o texto.
Segundo o Vaticano, as novas orientações foram aprovadas em novembro e são válidas imediatamente, podendo ser reavaliadas depois de um período de três anos.
Apesar da postura mais aberta em relação a pessoas LGBT na Igreja, Francisco se envolveu em uma polêmica em maio do ano passado quando uma fala sua sobre gays em seminários vazou na imprensa italiana —o papa teria dito que os seminários já estão "cheios de viadagem".
Segundo os relatos de bispos próximos ao papa, Francisco também teria se posicionado contra a possibilidade que homens gays se tornassem padres —posição agora revista pela Igreja.
Em janeiro de 2023, Francisco disse ainda que a homossexualidade não é crime, mas é pecado, em uma entrevista à agência Associated Press em que pedia o fim de leis pelo mundo que criminalizam a orientação sexual.
"Ser homossexual não é crime", disse. "Não é crime. Sim, mas é um pecado. Tudo bem, mas primeiro vamos distinguir um pecado de um crime. Também é pecado não ter caridade com o próximo."
Na entrevista, Francisco reconheceu que lideranças católicas em algumas partes do mundo ainda apoiam leis que criminalizam a homossexualidade ou discriminam a comunidade LGBTQIA+. "Esses bispos precisam ter um processo de conversão", afirmou o pontífice, acrescentando que tais lideranças devem agir com ternura —"por favor, como Deus tem por cada um de nós". Fonte: www1.folha.uol.com.br
Jesus foi batizado, será que eu deveria ser?, questionou-se ex-espírita convertido católico
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O analista de dados Arthur Rezende, 24, conta sobre sua migração do espiritismo para o catolicismo
Arthur Rezende, que decidiu se converter católico depois da pandemia - Karime Xavier/Folhapress
São Paulo
O analista de dados Arthur Rezende, 24, converteu-se ao catolicismo após querer entender melhor o que tinha a dizer "uma instituição de 2.000 anos, sólida". Ele conta sobre essa jornada em depoimento à Folha.
Meus pais são espíritas, mas eu era espírita não só porque eles eram. Estudava os livros básicos da doutrina, o do Allan Kardec. Desde pequeno frequentava o centro, já participei de reuniões mediúnicas.
No Brasil tem vários tipos de espírita, como os ex-católicos que se converteram ao espiritismo e renegam tudo o que tem a ver com a Igreja Católica. E tem as pessoas que se convertem às duas coisas, né? São católicos, são espíritas, tem uma certa mistura ali.
A visão que eu sempre tive era de que [as duas religiões] são coisas diferentes e tal. Minha visão era bem a visão do brasileiro médio sobre a Igreja Católica.
Na pandemia, parei de frequentar o centro por razões óbvias. Foi quando comecei a pesquisar mais na internet [sobre catolicismo], mais pelo interesse na religião como um todo.
E aí, nessa época, eu falei: cara, não sou batizado, né? Esse foi um grande clique de conversão para mim.
Eu não era batizado. Jesus foi batizado. Será que eu deveria ser batizado? Será que não? Mas o que é o batismo?
Segundo a Igreja Católica, o batismo é um sacramento. Ah, mas o que é um sacramento? E aí fui estudando e entrando em contato com coisas definitivamente católicas.
Num primeiro momento, [acessei] muito material do padre Paulo Ricardo. Lembro de cair num vídeo dele assim: por que o católico não pode ser espírita?
Acho que a [incompatibilidade] central é a definição de quem é Cristo.
Para o espírita, Jesus é um ser evoluído, que foi criado como todos nós, nasceu simples e ignorante, e foi evoluindo ao longo de milhares de anos. Hoje faz parte dos espíritos iluminados, é como se fosse um guia espiritual da Terra.
Na Igreja Católica, Jesus Cristo é Deus que se fez homem, na trindade Pai, Filho e Espírito Santo.
Na minha concepção, se a gente fosse capaz de compreender Deus, ele não seria Deus. Se a gente conseguisse racionalmente olhar e dizer "ah, Deus é isso". Mas, ao mesmo tempo, existe um caminho racional. Eu fui atrás das duas coisas e comecei a comparar [espiritismo e catolicismo].
Sempre achei importante ter uma religião, né? Eu estava num limbo. Não, acho que não dá mais para ser espírita. E virar católico parecia uma coisa radical.
A fé é de Deus para nós, né? Então, não é dizer "ah, eu virei católico porque eu fui estudar". Mas, para mim, o processo de conversão passou por essa parte racional, vamos dizer assim.
Dava para contar nos dedos as vezes em que eu tinha ido na missa —sei lá, para o batismo de alguma prima. Tive uma ex-namorada que era católica. Eu não conseguia imaginar casar [com ela] justamente pensando nessa diferença de religião.
Antes, para mim a igreja era algo completamente irracional. Eu via as pessoas indo se confessar e achava, "pô, que hipocrisia, ficar fazendo um monte de merda e depois ir lá e se confessar". Tipo, para que serve isso?
Percebi que a ideia que eu tinha, de que era uma historinha que meia dúzia de pessoas inventaram, falava sobre uma instituição de 2.000 anos, sólida. Bom, acho que preciso ser humilde e entender quais são os argumentos de São Tomás de Aquino para essas coisas que a igreja defende, por exemplo.
Estudei os sacramentos: o que é o batismo, o que é o casamento, o que é a confissão —essa percepção de que não é o padre que está ali decidindo se vai perdoar [quem confessa um pecado].
O argumento é que isso que foi instituído por Jesus, dando a autoridade aos seus sucessores, que são os apóstolos, e depois aos sucessores deles, os padres. Quando o padre dá o perdão dos pecados, está agindo "in persona Christi", no lugar de Cristo.
Então, eu estava nesse limbo. Achei que precisava resolver isso. Tem um serviço de assinatura católica muito legal, Minha Biblioteca Católica. Eles mandam um formulário em que perguntam: você é católico? Botei: não. Mas teve um momento em que falei: não dá para voltar pra trás, certo? Sou católico.
O batismo não foi essa experiência mística para mim. Quando vejo outros adultos e crianças sendo batizados, me emociona. Mas no dia lá acho que eu estava meio anestesiado. Foi em 2022.
Me casei em setembro de 2023. Minha esposa é católica. Descobri que ela era meio "católica de IBGE" [não praticante]. Ela ficou mais interessada e se aproximou da igreja mais ou menos nessa época em que eu estava me convertendo.
A liturgia ao redor da missa é belíssima. E eu gosto de música, né? Então, poder ter a oportunidade de estar num coral, com um canto gregoriano, com um órgão, acho belíssimo.
Na minha bolha, a percepção é de que tem mais pessoas se convertendo, tentando deixar de ser um "católico de IBGE" para ser um católico que entende o que é a igreja. Na Catedral da Sé, 300 jovens e adultos receberam o sacramento do Cristo [no último sábado de novembro], a crisma.
Quando a pessoa entende que a igreja não é essa visão estereotipada que a gente vê na escola, não é esse monte de bobagem, ela vai perceber uma riqueza absurda. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
São Sebastião, peregrino de esperança
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Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist., arcebispo metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
O ano de 2025 surge no horizonte como uma especial oportunidade dada pela providência de reavivar nos corações a chama da esperança. Na noite de Natal, o Papa Francisco abriu na Basílica de São Pedro a Porta Santa, inaugurando o Jubileu do ano santo de 2025, ressaltando que com a vinda do Salvador “a porta da esperança foi escancarada para o mundo” e, a partir de então, “Deus diz a cada um: há esperança também para ti! Há esperança para cada um de nós”.
É dentro desse contexto jubilar que nossa arquidiocese se prepara para celebrar no próximo dia 20 de janeiro a Festa São Sebastião. A vida do padroeiro dos cariocas surge como um verdadeiro testemunho de esperança cristã.
Vivendo num momento de grande adversidade, dado o contexto da perseguição do Império Romano aos cristãos, demonstrou coragem, intrepidez, perseverança e fidelidade à fé. Seu duplo martírio, primeiro pelas flechas, depois com a decapitação, poderia ser visto, na lógica humana, como uma derrota. Os olhos da fé, porém, nos fazem ver adiante.
No primeiro martírio, a esperança surge com um gesto solidário: jogado no rio como se estivesse morto, foi resgatado por Santa Irene, cuidado de suas feridas pela comunidade cristã. No segundo martírio, a esperança é a promessa do encontro com o Senhor mesmo que disse: “Para que onde eu estiver, estejais também vós” (Jo 14, 3).
Também hoje, muitas são as adversidades enfrentadas pelos cristãos. Perseguições, contravalores, ideologias, polarizações e outras atitudes que tentam enfraquecer a fé são postas como barreiras à esperança. Também no âmbito social a desesperança surge com a violência, a pobreza e tantas outras situações que parecem ter a última palavra.
São Sebastião, porém, nos ensina que a vivência das virtudes teologais da fé, da esperança e da caridade é a resposta efetiva daqueles que encontraram a vida nova trazida por Cristo Jesus.
Desde o início, essa cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, que em março de 2025 completa seus 460 anos, testemunha que a intercessão de seu padroeiro é um constante sinal de esperança. Já o demonstra a antiga tradição da Batalha das Canoas, onde diante da adversidade da invasão estrangeira, São Sebastião surge do céu para defender o povo carioca.
E em outros momentos, como nos períodos de pestes e enfermidades, tais como a gripe espanhola no início do século XX, ou a pandemia de Covid-19 em 2020, o Rio de Janeiro sabe que tem no céu um especial protetor que roga por essa cidade, tão ferida por muitas flechas, mas com um povo que sabe contornar as dificuldades com alegria, fé e esperança.
O Jubileu de 2025 nos convida a recordar que somos “peregrinos de esperança.” Ao longo da Trezena, São Sebastião peregrina em sua imagem pelas mais diferentes realidades de nossa grande cidade. São paróquias e capelas em bairros de todas as regiões, hospitais, presídios, asilos, centros de socioeducação para menores, escolas, instituições culturais e repartições públicas. Nos lugares visitados pela imagem missionária, as pessoas são convidadas a ver em nosso santo soldado um sinal de que a luta cristã pelo bem não é perdida, mas é vencida pela esperança que, como nos ensina o Apóstolo Paulo, não decepciona (Rm 5, 5).
O nosso pedido a São Sebastião, nesse ano santo jubilar, pode ser resumido naquele trecho de seu hino, que com tanto fervor cantaremos no dia 20: “Grande fé, esperança e fortaleza/ pelos lares cristãos acendei!”.
Rezemos a oração a São Sebastião:
Glorioso mártir São Sebastião, valoroso padroeiro e defensor da cidade do Rio de Janeiro, vós que derramastes vosso sangue e destes a vossa vida em testemunho da fé em Nosso Senhor Jesus Cristo, alcançai-nos do mesmo Senhor, a graça de sermos vencedores do nosso verdadeiro inimigo: o pecado, que nos faz viver sem fé, sem esperança e sem caridade.
Protegei, com a vossa poderosa intercessão, os filhos desta Terra de Santa Cruz.
Livrai-nos de toda epidemia corporal, moral e espiritual.
Fazei que se convertam aqueles que, por querer ou sem querer, são instrumentos de infelicidade para os outros.
E que o justo persevere na sua fé e propague o amor de Deus, até o triunfo final.
São Sebastião, advogado contra as epidemias, a fome e as guerras, rogai por nós sem cessar.
Ó glorioso batalhador da fé, socorrei-nos em nossas fraquezas e necessidades urgentes, rogai por nós junto a Deus. Amém. Fonte: https://arqrio.org.br
A esperança não decepciona
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Dom Pedro Carlos Cipollini
Bispo de Santo André (SP)
Nossa situação é dramática. Estamos todos os dias submetidos a um “teste de esperança”. Perguntamos diante da situação que vivemos, com a pandemia, a crise de governo, desagregação social, aumento dos famintos, entre tantos males que afligem nosso querido país: se podemos ter esperança?
Alguém diz que há tempo o Brasil não é mais alegre como antes, mesmo em meio às injustiças estruturais que o assola. É certo que neste tempo de pandemia a depressão atinge todo mundo. Chama atenção, porém, ser o Brasil, o segundo da lista de países atingidos por esta tristeza que pode ser mortal, segundo pesquisa da OMS feita no ano passado. Por isso, talvez pese tanto, o distanciamento social que devemos manter neste momento, para evitar o agravamento da pandemia.
Para muitos, o mundo não tem conserto, é caso perdido. Como os antigos gregos acreditam na lei do eterno retorno: o que foi, será, e o que será é o que foi. A humanidade está num atoleiro ou pântano, aprisionada pelo vazio de todas as coisas que, ao fim e ao cabo darão em nada. A conclusão é óbvia: vamos nos divertir e aproveitar a vida antes que acabe. O homem é um “ser para a morte” filosofa o existencialismo ateu.
Para responder à pergunta podemos recorrer à sabedoria humana que nos aconselha a renovar nossas forças através da análise da história (já passamos por coisas piores), da atenção à conjuntura (a semente morre mas nasce algo novo) e das técnicas psicológicas para esconjurar o desânimo (meditação e solidariedade). E então poderemos dizer que sim! Há esperança, pois a esperança é a última que morre, diz o ditado popular.
No entanto para quem crê em Jesus Cristo a esperança não morre nunca e mais ainda; “a esperança não decepciona”(Rm 5,5). Ela é âncora segura em todas as circunstâncias da vida. Devemos esperar contra toda esperança (cf Hb 6,18). Por que? Porque “Jesus Cristo é nossa esperança” (1Tm 1,1). Ele morreu e ressuscitou. A morte o tragou, mas lá de dentro da morte ele “matou” a morte e ela não tem mais poder, não tem a última palavra. A última palavra é do Deus da vida. É isto que comemoramos na Páscoa.
A cruz e o sofrimento são realidades provisórias em nossa vida e na história humana. O calvário é lugar de passagem. O definitivo é a ressurreição, a vida que vence a morte. O pecado e a maldade no mundo fazem muito estrago, muito barulho, mas como um tambor, está vazio. Não tem força para ir até o fim. Será sempre derrotado pelo dinamismo divino da vida, infundida por Deus na Criação redimida por Cristo.
Morrendo na Cruz por amor, Jesus Cristo, o homem Deus, desencadeou no mundo um processo de libertação pessoal e social que ninguém poderá conter. Ele é a pedra fundamental de um novo mundo, o mundo da graça e da alegria dos redimidos. Quem cair sobre esta pedra se espatifa e quem sobre o qual ela cair será esmagado. Somente os que souberem fazer dela seu abrigo será parte desta construção de Amor e libertação que Deus está fazendo no mundo a partir dos que creem em Cristo e dos que mesmo não crendo praticam sem saber o que ele ensinou.
Vão se as esperanças, uma após outra, mas o coração continua a esperar, quebram-se as ondas, uma após outra, mas o mar não se acaba, assim como a esperança não acaba jamais neste mundo.
A todos os leitores desta coluna que perderam parentes e amigos nesta pandemia, apresento minhas condolências fraternas. Expresso minha proximidade de cristão que ora e intercede para que Deus, pois somente Ele pode, confortar o coração de cada um, e manter acesa a chama da esperança. Fonte: www.cnbb.org.br
Ao menos 177 pessoas morrem em acidente de avião na Coreia do Sul, diz agência
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Apuração preliminar aponta problema com trem de pouso devido a contato com pássaros; há dois sobreviventes e dois desaparecidos
Bombeiros trabalham para extinguir chamas do avião da Jeju Air, no Aeroporto Internacional de Muan, na Coreia do Sul -
Acidentes de avião,
São Paulo
Um avião que transportava 175 passageiros e seis tripulantes saiu da pista, bateu contra um muro e explodiu no Aeroporto Internacional de Muan, no sudoeste da Coreia do Sul, na noite deste sábado (28), já manhã de domingo no horário local.
De acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap, dois tripulantes sobreviveram e outras duas pessoas ainda são consideradas desaparecidas. Os outros 177 à bordo estão mortos. Anteriormente, os bombeiros haviam presumido um total de 179 óbitos, incluindo os desaparecidos.
A aeronave, um Boeing 737-800, decolou de Bancoc, na Tailândia, com destino a Muan. Na lista de passageiros do voo 2216 aparecem 173 pessoas de nacionalidade sul-coreana e dois tailandeses.
A Coreia do Sul cancelou todos os voos domésticos e internacionais que tinham como origem ou destino o terminal envolvido no acidente.
O acidente aconteceu às 9h07 no horário local (21h07 no horário de Brasília). Segundo a polícia e os bombeiros, o avião, operado pela companhia aérea Jeju Air, tentava pousar em Muan, localizada a 288 km de Seul.
Uma apuração preliminar indicou que o acidente foi causado por "contato com pássaros, o que resultou em uma falha no trem de pouso" enquanto o avião tentava aterrissar.
Em vídeo compartilhado pela imprensa sul-coreana, é possível ver a aeronave derrapando pela pista, aparentemente sem o trem de pouso acionado, antes de se chocar contra uma parede do terminal, o que resultou na explosão.
Equipes de emergência trabalhavam para resgatar passageiros pela cauda da aeronave, informou a Yonhap. Ainda segundo a agência, autoridades tinham conseguido apagar o incêndio. Também iniciaram uma investigação para determinar as causas do acidente.
Uma imagem mostra a parte traseira do avião em chamas no que parece ser a lateral da pista, com bombeiros e veículos de emergência próximos aos destroços da aeronave. Outras fotos mostraram fumaça e fogo em pedaços do avião.
Lá Fora
O presidente em exercício da Coreia do Sul, Choi Sung-mok, exigiu que todos os esforços se concentrem no resgate às vítimas, informou seu gabinete. Choi foi nomeado líder interino do país em meio à crise política após o impeachment de Yoon Suk Yeol, que tentou dar um autogolpe no último dia 3. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Festa da Sagrada Família
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Dom Antonio Carlos Rossi Keller
Bispo de Frederico Westphalen (RS)
A Festa da Sagrada Família, celebrada no primeiro domingo após o Natal, nos convida a refletir sobre a importância da família na vida cristã. Este momento especial nos lembra que a família é um espaço sagrado onde a fé é vivida e transmitida. Em 2025, o Ano Santo terá como tema “Peregrinos de Esperança”, ressaltando a necessidade de vivermos a esperança em nossas famílias e comunidades, especialmente em tempos desafiadores. Este tema nos inspira a buscar a presença de Deus em nossas famílias, promovendo um ambiente de autêntico amor e compreensão, como testemunho de esperança para o mundo.
A celebração da Sagrada Família nos lembra que Jesus, Maria e José são modelos de amor, respeito e unidade familiar. Essa festa nos convida a valorizar a vida familiar como um espaço de crescimento espiritual e humano, onde a fé é vivida e transmitida. A Sagrada Família nos ensina que, apesar das dificuldades e desafios, a união e o amor são fundamentais para a construção de lares que refletem a luz de Cristo.
A 1a Leitura (Eclesiástico 3, 3-7. 14–17) destaca a importância da honra e do respeito aos pais, enfatizando que a obediência e o cuidado com a família são fundamentais para a vida em comunidade. O texto nos lembra que “quem honra seu pai terá alegria em seus filhos” (Eclesiástico 3, 6), ressaltando a promessa de bênçãos para aqueles que cuidam de seus pais. Essa passagem é um lembrete do valor da família na tradição judaico-cristã, onde o amor e o respeito são pilares essenciais para a convivência harmoniosa, através do cumprimento do 4o Mandamento da Lei de Deus.
O Salmo 128 celebra a felicidade da vida familiar e a bênção que vem de Deus. Ele destaca que aqueles que temem ao Senhor e seguem seus caminhos experimentarão a paz e a prosperidade em suas casas. A afirmação de que “feliz é todo aquele que teme ao Senhor” (Salmo 128, 1) reforça a ideia de que a fé é a base de uma família feliz, onde o amor e o respeito são cultivados diariamente.
Na 2a Leitura (Colossenses 3, 12-21) São Paulo exorta os cristãos a viverem em harmonia, praticando a compaixão, a bondade e a paciência. Ele também fala sobre o papel de cada membro da família, incentivando a submissão mútua e o amor, o que é essencial para a construção de um lar cristão. A exortação de Paulo para que “as mulheres sejam submissas a seus maridos” (Colossenses 3, 18) e que “os maridos amem suas mulheres” (Colossenses 3, 19) reflete a necessidade de um amor que se expressa em respeito e cuidado mútuo, promovendo um ambiente familiar saudável e acolhedor.
No relato do Evangelho (Lucas 2, 41-52), vemos Jesus, aos doze anos, no templo, demonstrando sua sabedoria e compreensão das coisas de Deus. A passagem nos ensina sobre a importância da educação religiosa e do diálogo familiar, além de mostrar que a busca por Deus deve ser uma prioridade na vida da família. A resposta de Jesus a Maria e José, “Não sabíeis que eu devia estar na casa de meu Pai?” (Lucas 2, 49), nos convida a refletir sobre como a fé deve ser central em nossas vidas e na educação de nossos filhos.
Para viver o Ano Santo de 2025, as famílias podem:
Participar de peregrinações locais: buscar fortalecer a fé em comunidade, visitando, seja em família, seja em Comunidade, as Igrejas Jubilares da Diocese, participando das celebrações litúrgicas.
Realizar momentos de oração em família: dedicar tempo para refletir sobre a esperança em suas vidas, rezando juntos e compartilhando intenções.
Envolver-se em ações de caridade: auxiliar os necessitados e promover a solidariedade, ensinando aos filhos a importância do serviço ao próximo, levando a esperança cristã a quem muitas vezes está desesperançado.
Criar tradições familiares que celebrem a fé: Como a leitura da Bíblia em conjunto, a oração do terço em família, a participação em celebrações litúrgicas, fortalecendo os laços familiares através da espiritualidade.
A Festa da Sagrada Família e o Ano Santo de 2025 nos convidam a refletir sobre a importância da família como um espaço de esperança e fé. Ao seguirmos o exemplo de Jesus, Maria e José, podemos construir lares que sejam verdadeiros santuários de amor e esperança, contribuindo para um mundo mais justo e solidário. Que a Sagrada Família interceda por todas as famílias, para que vivam na paz e na união.
Sagrada Família: Jesus, Maria e José, cuidai de nossas famílias. Fonte: https://www.cnbb.org.br
MEDITAR NA LEI DO SENHOR E VIGIAR EM ORAÇÃO- Retiro da Ordem Terceira do Carmo
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Província Carmelitana Fluminense
Venerável Ordem Terceira do Carmo
Sodalício de Saquarema, Rio de Janeiro
Retiro. 30 de novembro-2024
Frei Petrônio de Miranda, O. Carm e Paulo Daher
MEDITAR NA LEI DO SENHOR E VIGIAR EM ORAÇÃO
Frei Bruno Secondin O. Carm. Adaptação para Ordem Terceira, por Frei Petrônio de Miranda, O. Carm
Eis o grande tema carmelita: até as pessoas menos instruídas sabem que o ideal carmelitano é o da vida de oração. E em torno deste ponto focal deveriam convergir todas as outras coisas: o trabalho, a convivência familiar e as nossas opções- sejam amorosas, sociais, políticas ou religiosas- a formação espiritual, o sentido da maturidade humana e psicológica, a direção espiritual, o apostolado.
Uma tradição de conflitos e de hipocrisias: Se é grande a glória para o Carmelo neste campo – e disto ninguém duvida – é preciso também reconhecer que as hipocrisias não faltam. E também são abundantes as manipulações. A primeira hipocrisia é a de uma vida real que na verdade não parece dar esta importância à oração e à meditação assídua da Palavra, da qual nasce o vigiar nas orações.
Uma releitura das intenções originais do carisma nos ajuda a superar razões de polêmica e a reencontrar um sentido novo para esta característica do Carmelo. Na releitura nova da Regra os capítulos 10-17 formam um bloco único, e representam o modelo de Jerusalém. E, por consequência devem ser interpretados numa unidade dinâmica. Se assim fizermos, veremos bem como a Palavra ouvida e meditada na solidão floresce em oração vigilante e em louvor sálmico, mas também em partilha dos bens e dos sentimentos do coração. E tudo encontra o seu vértice na celebração eucarística, que é plenitude do que a Palavra anuncia e promete, e fermento para que a vida se transforme em koinonia e seja transfigurada na sobriedade e na solidariedade em nome da Palavra (R 17).
A oração como vigilância: Não pode ser interpretada como um tempo noturno roubado ao sono para rezar. Mas antes como uma gramática do desejo: acende-se no coração a certeza de uma presença e de um projeto, cujos contornos se procuram na práxis (louvor, partilha, páscoa diária, reconciliação, luta espiritual, ascese flexível, etc.) Mas também se propõe fazer de toda a existência uma espera vigilante, um estar de sentinela, apaixonados e implorantes. Não é, portanto, a quantidade ou o método que faz do Carmelo uma comunidade orante. Mas este coração que vibra e espera, perscruta e implora, purifica-se e põe em prática a Palavra.
Orar como Igreja e em nome da Igreja: este é na realidade o verdadeiro sentido da vocação carmelita à oração. Uma oração não de horários e de tamanho, mas de coração que ama e que implora, de paixão pelo Reino que trabalhosamente se faz luz na história. Orar como Igreja é principalmente deixar-se amar e convocar. falar ao coração e salvar por meio da Palavra e da mesa eucarística, da solidão e da corresponsabilidade, do trabalho e do silêncio, da fidelidade à sabedoria dos séculos e da abertura ao novo que vai chegando. Se relermos os nossos grandes mestres sob esta perspectiva, encontraremos muitas confirmações, mas também um convite a mudar de esquema.
Uma oração teologal e não só orações: olhando-se bem para a Regra, mas ainda para a nossa história e a nossa espiritualidade, descobrimos que a oração nunca se desprende da história, antes está entrelaçada dentro da história, impregnada de história. Reconhecemos que Deus está fazendo crescer os seus desígnios dentro da história: rezamos desde dentro da nossa experiência de Filhos, e Cristo primogênito reza conosco e em nós. Verdadeiramente rezamos antes de tudo com esta consciência, nele reconhecendo misericórdia, perdão, ternura, fidelidade. A síntese é a oração do Pai Nosso, que justamente vale tanto quanto o breviário inteiro.
Uma oração eclesial: enquanto fruto do Espírito, que anima a Igreja, conhece os seus gemidos e aspirações, e os eleva em nosso favor até onde está o Pai (Rm 8,26). Trata-se certamente de uma experiência pessoal autêntica, que nasce do coração e da interioridade, mas não se fecha sobre si mesma, exprime ao mesmo tempo a comunhão dos irmãos, dos filhos de Deus, do edifício espiritual que vai crescendo sob a guia do Espírito. Não percamos de vista a função central da capela dedicada a Maria: a oração, que nasce na interioridade de cada um, tende por sua natureza a se manifestar em expressões compartilhadas por todos, como expressão coral de uma família, de uma comunidade.
Uma oração que é via para crescimento em humanidade: retenhamos que hoje é muito importante colocar a nossa atenção sobre o dinamismo do crescimento na autoconsciência cristã através da oração e o orar. Para que todos nos demos conta de que aqui justamente está uma das grandes dificuldades da nossa oração: que ela se torne não só um problema de quantidade e de tempo, de fórmulas e de gestos, mas sobretudo de crescimento dinâmico, de maturidade global. A Regra propõe-nos uma experiência unificada e unificante com o mistério da salvação, que se realiza no tempo e caminha para a plenitude do Reino escatológico. O escopo final é uma existência transfigurada, em que tudo vem à luz em síntese: Se, pelo contrário, a nossa preocupação é a de ensinar as descrições metodológica e psicológicas dos nossos mestres, nós nunca formaremos orantes de coração vigilante.
A palavra é uma lâmpada para os nossos passos [cf. Sl 118 (119) 105]. Queremos completar esta nossa exposição mais uma vez com um texto bíblico, que talvez raramente tenhamos lido. São alguns versículos do Sirácide 35,9-18. Limito-me a algumas anotações para ajudar na interpretação.
A hipocrisia do culto sem justiça: não se pode separar o culto a Deus do modo de viver, seguindo uma moral dupla. Deus não se deixa enganar pelas aparências quando se oferece os frutos de ações perversas. Não basta rezar pessoalmente com intensidade, é preciso saber distinguir a desonestidade em tantas situações e não concordar com a hipocrisia.
O semblante alegre , com ânimo bem disposto: não há verdadeiro diálogo com Deus se não existe amor e alegria ao fazê-lo, desejo de encontrá-lo. No constrangimento e no medo não floresce verdadeira oração. Mas a alegria nasce também da resposta de Deus, gratuita e generosa. “Bela é a misericórdia no tempo da aflição: é como nuvens que trazem a chuva no tempo da seca (Sr 35,24)”.
Deus ouve a prece do oprimido: A Escritura toda no-lo testemunha. Deus conhece e escuta a súplica e o desabafo. Quer dizer que é lícito desabafar-se e gritar; mas também que aquele que ama a Deus deve aguçar os próprios ouvidos e abrir o próprio coração para escutar como Deus e a reagir como Ele, “restabelecendo a equidade”.
Rezar com o corpo: Notemos a ênfase corpórea deste modo de orar. Reforça o sentido da luta, da fadiga, da solidão; é também expressão de uma fé tenaz e confiante. É o corpo todo e a vida que se fazem oração; não é apenas um dizer orações de qualquer maneira.
Caminho de crescimento: Seja para quem implora e desafia as nuvens para se fazer escutar , seja para a história da humanidade, a oração do humilde torna-se graça que abala as injustiças e faz realizar a justiça e a misericórdia. Bartolomeu de las Casas foi justamente lendo este texto que se converteu de clérigo conquistador em profeta dos oprimidos.
Para meditar e orar
1-Nós, Sodalício da Ordem Terceira do Carmo de Saquarema, estamos convencidos de que devemos repensar o sentido da nossa vocação para a oração?
2- Segundo Frei Tito Brandsma- Santo Carmelita, “A oração é vida, não um oásis no deserto da vida”. Como tornar-se Igreja orante e não só fazer orações?
3- Impossível ser um homem e uma mulher de oração da Ordem Terceira do Carmo e fechar os olhos para a pobreza, as Guerras e as diversas injustiças sociais do Brasil e do mundo. Como crescer em humanidade e solidariedade rezando?
O Silêncio no Carmelo
Frei Petrônio de Miranda, O. Carm
A simplicidade falou, o amor foi escutar, era a brisa do Carmelo, com o Profeta a contemplar.
1- Zelo zelatus sum, pro Domino Deo exercituum/ Eu me consumo de zelo, dia e de noite, pelo Senhor (bia)
2- No barulho da grande cidade, na agitação do metrô/ Quem caminha sem o silêncio, jamais encontra, o meu Senhor. (bis)
3-Tem gente que grita aqui, fala alto em todo lugar/ Esse não é o carmelita, aqui o silêncio veio habitar. (bis)
4-Deus não está surdo, não adianta jamais gritar/ Ele ouve a nossa prece, atende o clamor, do pobre a chorar. (bis)
5-No rádio e na tv, no jornal ou no celular/São palavras e mais palavras, e o vazio, sempre a reinar. (bis)
6- Com Teresa e Teresinha, eu quero silenciar/ Com Madalena de Pazzi, buscando essa paz, eu vou me encontrar. (bis)
O novo ano litúrgico: um caminho de fé e esperança
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Dom Anuar Battisti
Arcebispo Emérito de Maringá (PR)
Com o início do Tempo do Advento, a Igreja celebra o início de um novo Ano Litúrgico, um ciclo espiritual que nos convida a mergulhar novamente no mistério de Cristo. Este tempo, estruturado em diversas épocas e celebrações, é um itinerário de fé que guia os cristãos na vivência dos mistérios da encarnação, paixão, morte e ressurreição de Jesus.
O Ano Litúrgico não é apenas uma organização cronológica, mas uma proposta espiritual que orienta os fiéis a caminharem com Cristo, renovando a fé, fortalecendo a esperança e intensificando a caridade. Vamos refletir sobre a riqueza desse novo tempo e como ele pode transformar nossa vida espiritual.
O Ciclo Litúrgico: Estrutura e Significado
O Ano Litúrgico é dividido em três grandes ciclos: o Ciclo do Natal, o Ciclo da Páscoa e o Tempo Comum. Cada ciclo nos convida a contemplar diferentes aspectos da vida de Cristo e a aprofundar nossa relação com Ele.
1.Tempo do Advento e Natal:
O Advento marca o início do Ano Litúrgico, com suas quatro semanas de preparação para a celebração do nascimento de Jesus. É um tempo de espera e esperança, de vigilância e conversão. O Natal, por sua vez, celebra o mistério da encarnação, quando Deus se fez homem e habitou entre nós (Jo 1,14).
2.Tempo da Quaresma e Páscoa:
Após o Tempo Comum inicial, a Quaresma é um período de preparação para o ponto culminante do Ano Litúrgico: a Páscoa. Este tempo nos convida à penitência, oração e caridade, conduzindo-nos à celebração da paixão, morte e ressurreição de Cristo, o coração da nossa fé.
3.Tempo Comum:
O Tempo Comum é dividido em duas partes e ocupa a maior parte do Ano Litúrgico. É o tempo de aprofundar o seguimento de Jesus no cotidiano, refletindo sobre sua vida, suas palavras e seus ensinamentos, especialmente por meio dos Evangelhos dominicais.
O Evangelista do Ano C
No Ano Litúrgico C, que se inicia, somos conduzidos pelo Evangelho de São Lucas. Este evangelista destaca a misericórdia de Deus, a universalidade da salvação e a alegria de viver o Evangelho. Lucas nos apresenta um Jesus compassivo, que acolhe os marginalizados, exalta os humildes e revela o amor infinito de Deus por toda a humanidade.
Um Caminho de Conversão e Esperança
Cada Ano Litúrgico é um convite à conversão. Ele nos recorda que a nossa vida é uma peregrinação rumo à casa do Pai, onde Cristo nos espera. A repetição dos ciclos litúrgicos não é uma simples rotina, mas uma oportunidade de aprofundar nossa fé e caminhar com mais firmeza no discipulado.
Além disso, o Ano Litúrgico nos insere na comunhão com toda a Igreja, que celebra os mesmos mistérios em todos os cantos do mundo. Por meio da liturgia, somos chamados a viver a unidade do Corpo de Cristo e a testemunhar a fé em nosso dia a dia.
Como Viver Bem o Novo Ano Litúrgico
Para aproveitar ao máximo a riqueza espiritual do Ano Litúrgico, algumas atitudes podem ser cultivadas:
- Participação ativa na liturgia: A Missa dominical é o centro da vida cristã. Participar com atenção e devoção nos conecta profundamente com o mistério de Cristo.
- Leitura e meditação das Escrituras: Os textos litúrgicos são uma fonte rica de espiritualidade. Reservar tempo para meditar sobre as leituras dominicais ajuda a vivê-las mais intensamente.
- Compromisso com a oração e a caridade: O Ano Litúrgico nos chama a intensificar nossa vida de oração e a praticar o amor ao próximo, seguindo o exemplo de Cristo.
Conclusão
O início de um novo Ano Litúrgico é uma oportunidade para renovarmos nosso compromisso de viver como discípulos de Jesus. Cada tempo e celebração nos oferece um caminho de encontro com o Senhor, permitindo que sua graça transforme nossas vidas.
Que este novo ano seja, para cada um de nós, um tempo de crescimento na fé, de perseverança na esperança e na vivência concreta da caridade. Que, ao longo deste ciclo, possamos dizer com alegria: “Fica conosco, Senhor” (Lc 24,29), e caminhar com Ele rumo à plenitude do Reino de Deus. Fonte: https://www.cnbb.org.br
Desafios no combate ao discurso de ódio online
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Tanto usuários quanto provedores têm a ganhar com um sistema claro e eficiente de resolução e moderação de conflitos na internet e de reparação civil
Por Rony Vainzof e Fernando Lottenberg
O Marco Civil da Internet (MCI), de 2014, seguiu tendência das últimas décadas, isentando as redes sociais de responsabilidade pelo conteúdo gerado por terceiros, exceto em casos de pornografia não autorizada, violação de direitos autorais e descumprimento de ordens judiciais para remoção de conteúdo.
Porém, mais de dez anos após a vigência do MCI, o aumento do discurso de ódio e da desinformação online, somado ao papel central das redes sociais na comunicação pública, revela a necessidade de maior responsabilidade dessas plataformas na moderação de conteúdo, por mais difícil que seja a tarefa.
Atualmente, tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) dois casos paradigmáticos com repercussão geral envolvendo o tema. Um no sentido de o provedor de internet fiscalizar o conteúdo publicado e retirá-lo do ar quando considerado ofensivo, sem intervenção do Judiciário, e o outro discutindo a necessidade de ordem judicial de exclusão de conteúdo para a responsabilização civil de provedor, por danos decorrentes de atos ilícitos praticados por terceiros.
Fato é que as redes sociais desempenham papel crucial nesse debate, pois é nelas que ocorrem muitos dos incidentes envolvendo discurso de ódio. Essas plataformas são frequentemente obrigadas a decidir se mantêm ou não conteúdos e perfis acusados de propagar ódio. Além disso, elas vêm desenvolvendo diretrizes internas para orientar a remoção de conteúdos e punir perfis com base nos seus próprios termos de uso.
Existem basicamente duas camadas para a moderação de conteúdo online nas redes sociais: filtragem prévia e tratamento do conteúdo após denúncia. Para ambas as situações, em que pese as redes sociais não dependerem de ordem judicial para realizarem a moderação, ao menos no recorte antissemitismo, os números do discurso de ódio são alarmantes: desde o ataque do Hamas contra Israel, em 7/10/2023, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) constatou mais de 96 mil menções antissemitas nas redes sociais no Brasil, com o alcance potencial de mais de 93 milhões de visualizações.
Antes do Marco Civil, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) adotava postura rigorosa, no sentido de coibir a divulgação de conteúdos depreciativos e aviltantes de forma célere. Uma vez notificada de que determinado conteúdo era ilícito, a rede social deveria retirá-lo do ar no prazo de 24 horas, sob pena de responder solidariamente com o autor direto do dano, em virtude de omissão (Recurso Especial n.º 1.323.754, de 19/2/2012).
São diversas as normas e decisões internacionais impondo às plataformas a necessidade de adotarem o devido processo informacional na moderação de conteúdo, tais como: o Digital Millennium Copyright Act (EUA), o Direito ao Esquecimento (União Europeia), a NetzDG (Alemanha) e o Digital Services Act (União Europeia).
Não se trata de tornar ilegais discursos anteriormente lícitos, mas da obrigação de estabelecer regime de responsabilidade e conformidade para o gerenciamento de conteúdo nocivo, nos seguintes termos:
- Crimes tipificados criminalmente, como racismo, terrorismo, instigação a suicídio, violência contra mulher, ilícitos contra crianças e adolescentes, devem ser tratados e removidos em até 24 horas pelas plataformas que moderam conteúdos;
- No caso de subjetividade do conteúdo apontado como ilícito (“ilegalidade não óbvia” da lista de crimes), as plataformas devem adotar medidas para avaliar o caso com maior profundidade e ter mais prazo até tomarem uma decisão;
- Em casos de extrema complexidade, terem prazo ainda maior e utilizarem consultores e entidades externas para ajudarem na avaliação;
- Devem também adotar medidas para limitação de alcance do conteúdo; vedação de utilização de contas inautênticas para práticas nocivas; avisos sobre a sensibilidade de determinados conteúdos; desestímulo financeiro, impedindo a monetização, suspendendo ou cancelando contas que servem para atividades ilícitas, entre outras medidas.
Essas ações devem ser transparentes, com as plataformas divulgando periodicamente os dados e critérios utilizados na moderação de conteúdo. A transparência é essencial, tanto para o combate ao discurso de ódio quanto para a preservação da liberdade de expressão. A informação transparente ao cidadão sobre quais são os critérios decisórios é uma garantia contra o arbítrio e a seletividade e um instrumento poderoso para a fiscalização da coerência na moderação de conteúdo.
O STF tem uma excelente oportunidade de regular a responsabilização das redes sociais de acordo com as suas atividades (Artigo 3.º, inciso VI, do MCI), gerando o combate mais efetivo ao discurso de ódio e com maior segurança jurídica aos provedores de aplicações, ao delimitar quais conteúdos estariam abarcados na inconstitucionalidade do artigo 19 do MCI, além de determinar maior transparência.
Regulação não é inimiga dos direitos. Tanto usuários quanto provedores têm a ganhar com um sistema claro e eficiente de resolução e moderação de conflitos online e de reparação civil. Fonte: https://www.estadao.com.br
*SÃO, RESPECTIVAMENTE, ADVOGADO, SECRETÁRIO DA CONIB; E COMISSÁRIO DA OEA PARA O MONITORAMENTO E COMBATE AO ANTISSEMITISMO
Francisco: confiar no Evangelho para não viver com a angústia da morte
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No Angelus, o Papa recorda que, nas tribulações, nas crises, nos fracassos, é preciso olhar para a vida e para a história sem medo de perder o que acaba, mas com alegria pelo que permanece. A dor causada por guerras, violência, desastres naturais, pode nos ensinar a não nos apegarmos às coisas do mundo que inevitavelmente são destinadas a desaparecer. Tudo morre, mas “não perderemos nada do que construímos e amamos”.
Antonella Palermo - Vatican News
Na reflexão do Angelus deste domingo, 17 de novembro, o Papa Francisco se detém sobre o que passa e o que permanece. Todas as realidades deste mundo estão destinadas a passar, o que permanecerá será o amor do qual teremos sido capazes.
Não se apegar ao que passa
Francisco comenta as leituras do dia, convidando-nos a superar o apego às coisas terrenas: crises e fracassos, ou a dor causada por guerras, violência, desastres naturais, que não podem e não devem nos mergulhar na desolação. A sensação de que tudo está chegando ao fim é apenas uma sensação, parece dizer o Papa, “sentimos que até as coisas mais belas passam”.
As crises e os fracassos, no entanto, embora dolorosos, são importantes, pois nos ensinam a dar a tudo o devido peso, a não prender o coração às realidades deste mundo, porque elas passarão: estão destinadas a passar.
Tudo morre, não o que construímos e amamos
O convite do Papa é para viver de acordo com a promessa de eternidade e ressurreição do Evangelho. É isso que torna possível “não viver mais sob a angústia da morte”.
Tudo morre e nós também morreremos um dia, mas não perderemos nada do que construímos e amamos, porque a morte será o início de uma nova vida. Irmãos e irmãs, mesmo nas tribulações, nas crises, nos fracassos, o Evangelho nos convida a olhar a vida e a história sem medo de perder o que acaba, mas com alegria pelo que permanece: não nos esqueçamos que Deus prepara para nós um futuro de vida e alegria. Fonte: https://www.vaticannews.va
Apóstolo Rina, fundador da Bola de Neve Church, morre em acidente de moto
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Religioso tinha 52 anos e criou igreja conhecida por atrair famosos
O apóstolo Rina, fundador da igreja Bola de Neve, que morreu neste domingo (17) - @ap_rinaoficial no Instagram/Instagram
São Paulo
Rinaldo Luiz de Seixas Pereira, o apóstolo Rina, fundador da Bola de Neve Church, morreu neste domingo (17) num acidente de moto em Campinas (SP). Ele tinha 52 anos.
A informação foi confirmada à Folha por Eduardo Tuma, presidente do Tribunal de Contas do Município de São Paulo e presbítero na igreja.
Segundo a assessoria da Bola de Neve, Rina passeava de moto pelo interior do estado quando sofreu o acidente, que lhe provocou múltiplas fraturas. Ele voltava de um culto e estava com o grupo Pregadores do Asfalto, o motoclube de sua igreja. Deixa quatro filhos.
Formado em propaganda e marketing, o líder evangélico fundou na virada do século a igreja que tem como marca uma prancha de surfe no púlpito. Dizia que assim a batizou por estar fundando um movimento que começaria como uma bola de neve até virar uma avalanche.
Filho de evangélicos, ele contava que sua fé cresceu após uma hepatite que o fez sofrer dores fortes e "constatar a existência real do inferno".
Ele estava afastado da liderança da igreja nos últimos meses, após ser acusado pela esposa, a também pastora Denise Seixas, de violência doméstica. Rina era investigado em inquérito policial sob suspeita de "ameaça, difamação, injúria, lesão corporal, falsidade ideológica e violência psicológica contra a mulher".
Nas redes sociais, ainda se declarava casado com Denise. Ela chegou a conseguir uma medida protetiva de urgência contra o marido, que teve uma arma apreendida pela Justiça após a denúncia.
Antes de criar a Bola de Neve, ele frequentou a Igreja Batista e liderou o Ministério de Evangelismo da Renascer em Cristo. Apóstolo da Renascer, Estevam Hernandes define Rina como "um filho na fé, um servo de Deus que produziu grandes frutos e deixa um grande legado de vida".
A Bola de Neve é popular sobretudo entre crentes jovens. Tem bateria de Carnaval (a Batucada Abençoada), Ministério de Lutas (como jiu-jitsu) e um dresscode que pouco lembra o visual conservador associado a igrejas mais tradicionais. As primeiras reuniões, ainda nos anos 1990, aconteciam numa loja que vendia artigos de surfe, daí adotar uma prancha como púlpito. Rina gostava de surfar.
"Falávamos de Deus, mas também surfávamos", Rina uma vez disse sobre a origem da sua igreja. "Não éramos uns ETs. Pensamos em algo que começasse pequeno e depois poderia crescer. E Bola de Neve se encaixou, traz um pouco da essência do que é a igreja. É irreverente e não associa logo à religião, a coisa formal. Nosso público já tem muita formalidade em suas vidas e quer ir para a igreja do jeito que ele é, sem precisar representar nada."
A igreja chegou a atrair celebridades convertidas como o surfista Gabriel Medina, a modelo Sasha Meneghel e seu marido, o cantor gospel João Figueiredo, e Rodolfo Abrantes, ex-vocalista da banda Raimundos.
Em vídeo postado na internet, Rodolfo afirmou em maio que sofreu abusos emocionais quando era membro de uma Bola de Neve em Balneário Camboriú (SC), uma relação que chamou de "abusiva e opressora". Desligou-se dela há 13 anos.
"Fico muito triste com tudo que está acontecendo pois, mais uma vez, homens, em nome de Jesus, o representam mal", afirmou após vir à tona a acusação de violência doméstica contra Rina.
O pastor Silas Malafaia vê "calúnias sérias e difamações vergonhosas" contra Rina, a quem tinha como "um grande amigo" que "liderava uma igreja moderna, mas sem abrir mão dos fundamentos do Evangelho".
Em 2021, Rina deu uma entrevista à Folha para defender que templos religiosos continuassem abertos em meio à pandemia da Covid-19, a despeito do isolamento recomendado para brecar o avanço do vírus. Falou então em "saúde espiritual em tempos de desesperança".
No ano seguinte, fez campanha pela reeleição de Jair Bolsonaro (PL). "A adesão à candidatura, entre líderes cristãos, foi espontânea e natural", disse ao jornal. Achava bom ter "um candidato realmente de direita" na disputa, que acabou vencida por Lula (PT). Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Ordem Terceira do Carmo: Regional Sul de Minas Gerais
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Investigado no inquérito da trama golpista, padre disse à PF que foi ao Planalto prestar 'apoio espiritual' a Bolsonaro
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Religioso negou que tenha participado de qualquer reunião com conotação política
O padre José Eduardo de Oliveira e Silva — Foto: Reprodução
— Brasília
Investigado no inquérito sobre a suposta trama golpista, o padre José Eduardo de Oliveira Silva afirmou à Polícia Federal que se encontrou com o ex-presidente Jair Bolsonaro no fim de 2022 para prestar "apoio espiritual" a ele. O religioso negou ter participado de qualquer reunião no Palácio do Planalto com conotação política ou que tenha sido discutida a minuta golpista. A oitiva ocorreu nesta quinta-feira.
O padre foi um dos alvos da Operação Tempus Veritatis que mirou as pessoas investigadas por planejarem uma tentativa de golpe para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, assim, manter Bolsonaro no poder. Em nota, a defesa de Silva afirmou que a menção dele no inquérito é um "equívoco".
"Reiterou-se e ficou claro que o padre nunca participou de qualquer reunião nem colaborou na redação de qualquer documento que visasse favorecer uma ruptura institucional no país", diz o texto assinado pelo advogado Miguel da Costa Carvalho Vidigal.
O religioso já havia prestado atendimento espiritual a Bolsonaro, quando ele levou uma facada no abdômen durante a campanha eleitoral de 2018. No fim de 2022, após a derrota eleitoral para Lula, o ex-presidente estava sofrendo de uma erisipela aguda - o que o teria leva a ser chamado de novo ao Planalto.
Nesse mesmo período, a PF aponta que o ex-presidente passou a se reunir com seus auxiliares nos Palácios do Planalto e Alvorada para discutir alternativas para ele se manter como presidente e impedir a transmissão do cargo a Lula. Entre as propostas, segundo as investigações, estavam a decretação do estado de sítio, prisão de autoridades e realização de novas eleições.
Em sua delação premiada, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, citou a presença de um padre em algumas dessas reuniões.
Além do padre, a PF ouviu nesta semana o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); quatro coronéis, um general e um engenheiro. Os depoimentos fazem parte da reta final do inquérito sobre a suposta trama golpista, que deve ser concluído com o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ramagem afirmou à PF não se recordar de discussões sobre um plano de golpe. E a maioria dos militares recorreu ao direito de ficar em silêncio.
A defesa do religioso se queixou de que a PF "vasculhou conversas do sacerdote com fiéis" que são protegidas pelo "sigilo sacerdotal". "É um precedente imenso em nosso país que não pode ser ignorado. Não bastasse tanto, além da garantia constitucional de liberdade religiosa, são diversos os artigos legais que garantem ao sacerdote e ao fiel manter o total sigilo da conversa havida entre eles", afirmou o advogado. Fonte: https://oglobo.globo.com
Francisco: somos peregrinos, caminhar nos aproxima de Deus e da vida dos outros
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Publicamos o texto integral do prefácio de Francisco ao livro “A fé é uma viagem”, antologia das meditações do Pontífice para viajantes e peregrinos publicada pela Livraria Editora Vaticana em vista do Jubileu.
Papa Francisco
Quando eu era padre em Buenos Aires, e mantive esse hábito mesmo como bispo em minha cidade de origem, amava ir a pé aos vários bairros para visitar os confrades sacerdotes, visitar uma comunidade religiosa ou conversar com amigos. Caminhar faz bem: nos coloca em relação com o que está acontecendo ao nosso redor, nos faz descobrir sons, cheiros, ruídos da realidade que nos circunda, enfim, nos aproxima da vida dos outros.
Caminhar é não ficar parado: crer significa ter dentro de si uma inquietação que nos leva a um “mais”, a mais um passo a frente, a uma altura a alcançar hoje, sabendo que amanhã o caminho nos levará mais longe - ou mais em profundidade, na nossa relação com Deus, que é exatamente como a relação com a pessoa amada da nossa vida, ou entre amigos: nunca terminado, nunca dado como certo, nunca satisfeito, sempre em busca, ainda não satisfatório. É impossível dizer com Deus: “Está feito, está tudo bem, basta”.
Por esta razão, o Jubileu de 2025, junto com a dimensão essencial da esperança, deve levar-nos a uma consciência cada vez maior de que a fé é uma peregrinação e que nós, nesta terra, somos peregrinos. Não turistas ou andarilhos: não nos movemos ao acaso, existencialmente falando. Somos peregrinos. O peregrino vive o seu caminho sob a bandeira de três palavras-chave: risco, esforço e meta.
O risco. Hoje em dia, achamos difícil entender o que significava para os cristãos do passado fazer uma peregrinação, acostumados como estamos com a rapidez e a comodidade de nossas viagens de avião ou trem. No entanto, sair para a estrada mil anos atrás significava correr o risco de nunca mais voltar para casa por causa dos muitos perigos que se poderia encontrar nas várias rotas. A fé de quem decidia partir era mais forte do que qualquer medo: os peregrinos de antigamente nos ensinam essa confiança no Deus que os chamou para colocar-se a caminho em direção ao túmulo dos Apóstolos, à Terra Santa ou a um santuário. Nós também pedimos ao Senhor para ter uma pequena porção dessa fé, para aceitar o risco de nos abandonarmos à sua vontade, sabendo que ela é a de um bom Pai que deseja dar a seus filhos somente o que lhes convém.
Esforço. Caminhar, na verdade, significa esforço. Isso é bem conhecido pelos muitos peregrinos que hoje voltaram a frequentar as antigas rotas de peregrinação: penso na rota de Santiago de Compostela, na Via Francigena e nos vários Caminhos que surgiram na Itália, que lembram alguns dos santos ou testemunhas mais conhecidas (São Francisco, Santo Tomás, mas também pe. Tonino Bello) graças a uma sinergia positiva entre instituições públicas e organismos religiosos. Caminhar envolve o esforço de acordar cedo, preparar uma mochila com o essencial, comer algo frugal. E depois os pés que doem, a sede que se torna pungente, especialmente nos dias ensolarados de verão. Mas esse esforço é recompensado pelos muitos dons que o caminhante encontra ao longo do caminho: a beleza da criação, a doçura da arte, a hospitalidade das pessoas. Quem faz uma peregrinação a pé - e muitos podem testemunhar isso - recebe muito mais do que o esforço realizado: estabelece belos vínculos com as pessoas que encontra ao longo do caminho, vive momentos de autêntico silêncio e de fecunda interioridade que a vida frenética de nosso tempo muitas vezes torna impossível, compreende o valor do essencial em vez do brilho de ter tudo o que é supérfluo, mas faltar o necessário.
A meta. Caminhar como peregrinos significa que temos um ponto de chegada, que o nosso movimento tem uma direção, um objetivo. Caminhar é ter uma meta, não estar à mercê do acaso: quem caminha tem uma direção, não gira em círculos, sabe para onde ir, não perde tempo vagueando de um lado para o outro. Por isso recordei várias vezes quão semelhantes são o ato de caminhar e o de ser fiel: quem tem Deus no coração recebeu o dom de uma estrela polar para a qual seguir - o amor que recebemos de Deus é a razão do amor que temos para oferecer às outras pessoas.
Deus é a nossa meta: mas não podemos alcançá-lo como chegamos a um santuário ou a uma basílica. E de fato, como bem sabe quem já fez peregrinações a pé, chegar finalmente à meta almejada - penso na Catedral de Chartres, que há muito é alvo de um renascimento em termos de peregrinações graças à iniciativa, que remonta a um século atrás, do poeta Charles Péguy – não significa sentir-se satisfeito: ou melhor, se externamente se sabe bem que chegou, internamente existe a consciência de que o caminho não acabou. Porque Deus é exatamente assim: uma meta que nos empurra mais longe, uma meta que nos chama continuamente a prosseguir, porque é sempre maior do que a ideia que temos dele. O próprio Deus nos explicou isso através do profeta Isaías: «Tanto quanto o céu está acima da terra, assim os meus caminhos estão acima dos caminhos de vocês, e os meus projetos estão acima dos seus projetos» (Is 55,9). Com Deus nunca podemos dizer que alcançamos, a Deus nunca chegamos: estamos sempre em movimento, permanecemos sempre em busca dele. Este caminhar rumo a Deus oferece-nos a certeza inebriante de que Ele nos espera para nos doar a sua consolação e a sua graça. Fonte: https://www.vaticannews.va
Cidade do Vaticano, 2 de outubro de 2024
Pobres viraram à direita porque religião os acolhe na humilhação, diz Jessé Souza
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Sociólogo lança livro que analisa guinada conservadora das classes mais baixas e diz que esquerda ignora a vida moral
Jessé Souza, autor de livros como 'A Elite do Atraso' e 'Classe Média no Espelho' - Marcus Steinmeyer/UOL/Folhapress
Lisboa "O Pobre de Direita", novo livro do sociólogo Jessé Souza, foi escrito antes das eleições municipais, mas é uma leitura útil para entender um fenômeno que se verificou nas urnas: a virada à direita do eleitor brasileiro, que se situa majoritariamente nas classes C, D e E da pirâmide social.
"Comecei a pesquisar o assunto porque as duas explicações que existiam não me satisfazem", disse Souza à Folha em Lisboa, onde esteve para lançar seu livro. "A primeira é a do minion, do gado, que é o estereótipo do senso comum. A segunda resposta, mais acadêmica, é a de que o pobre tem uma cabeça conservadora por causa da religião, como se fosse uma coisa intrínseca a ele. A pergunta que ninguém fez é: por que a pessoa escolhe justamente aquela religião entre tantas possíveis?"
A hipótese de Souza, ancorada em dezenas de entrevistas que ocupam metade do livro, é que existe entre os brasileiros das classes populares uma necessidade de reconhecimento e autoestima.
"Trata-se de alguém que é humilhado cotidianamente, tanto que a depressão e o alcoolismo são doenças recorrentes entre as classes populares. A religião evangélica traz isso para o pobre, ele deixa de ser humilhado e passa a ser ouvido."
Para Souza, esse é um fator de escolha de candidatos pouco explorado pelos cientistas políticos. "Existe uma moralidade, uma ética social compartilhada, não necessariamente articulada e consciente —aliás, quase nunca é articulada e consciente— que comanda o pensamento das pessoas."
A ideia de que "as pessoas têm como razão última de sua ação social a dimensão moral", como Souza escreve no livro, é retirada da obra do pensador alemão Georg Friedrich Hegel, principal referência filosófica do estudo.
Em sua pesquisa, Souza foi a campo em busca de brasileiros que votaram no ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022. As entrevistas excluíram os ricos e a classe média —contingente que, em suas estimativas, soma 20% da população.
"Não peguei ninguém da classe média —a não ser da classe média descendente, que é muito importante, esse pessoal todo vota no Bolsonaro— porque são muito poucos, não elegem ninguém. Quem ganha a eleição são os outros 80%. São esses que você precisa explicar."
Para isso, Souza recorre a um recorte regional e racial, baseado num mergulho em dados do censo. "A situação do negro pobre é muito pior que a do branco pobre. É como se o branco pobre estivesse com água até o pescoço, e o negro estivesse com o rosto todo dentro da água. É aí que a igreja evangélica pega, puxa pelos cabelos e diz, ‘respira, irmão’", afirma.
"O negro no Brasil sabe que tem uma polícia que vai persegui-lo, que ele pode ser morto a troco de nada à noite. É uma situação muito pior que a do branco pobre."
Grande parte desses eleitores votava na esquerda no passado e agora vota na direita. O que mudou? "Quando existia a Teologia da Libertação, houve um encontro no PT entre a organização de massas trabalhadoras —de modo autônomo pela primeira vez no país—, mas ao mesmo tempo com uma linguagem que chegava ao pobre através da Igreja Católica."
"A concepção liberal da sociedade é parecida com a concepção marxista no sentido de que se preocupam principalmente com questões materiais", afirma o sociólogo. "Não veem que a vida moral, a vida simbólica, pode ser o dado mais importante."
Para Souza, há outras formas de atingir esses eleitores sem recorrer à religiosidade. "Getúlio Vargas, por exemplo, tinha uma mensagem política de valorização da dignidade do povo. O problema não é apenas que a esquerda atual não sabe fazer isso. Minha impressão é que nem estão tentando."
"O que acho importante é perceber o que poucos percebem, a carência simbólica, ou seja, a necessidade moral de superar uma situação de humilhação que é intragável para qualquer ser humano", diz o sociólogo. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
TERESA, JOÃO E A ESPIRITUALIDADE CARMELITANA
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Na vida e nos escritos de Teresa e de João, vemos que a vida espiritual não está dissociada da vida real. A espiritualidade carmelitana, com suas raízes na Regra e na experiência dos eremitas no Monte Carmelo, deu origem a muitos movimentos nos 800 anos de sua existência. A maioria desses movimentos enfatizou a contemplação e Teresa e João são autoridades renomadas nesta área. Os dois falam da possibilidade de experimentar o divino e do caminho que deve ser seguido rumo à oração.
Teresa e João faziam parte de um amplo movimento, mais forte na Espanha, que enfatizava a chamada “oração intelectual”. Sabemos que surgiram todos os tipos de problemas com este movimento e que isso incluiu a Inquisição. Ocasionalmente, Teresa e João eram denunciados a este órgão por seus inimigos mas nada sério veio das acusações, embora os dois tivessem que ser cautelosos. Apesar dos perigos, Teresa e João não podiam ignorar o chamado. Eles estavam respondendo com seus corações Àquele que os amava. A definição de Teresa de oração intelectual era muito simples e, ao mesmo tempo, muito profunda: “não é nada mais do que uma partilha íntima entre amigos; significa dedicar freqüentemente um tempo para estar a sós com Ele, aquele que sabemos que nos ama” (Vida 8,5). João escreve: “Aquele que foge da oração, foge de tudo que é bom” (Outras Máximas, 11).
Através da história da Ordem, é inquestionável que a contemplação sempre foi compreendida como o coração do carisma carmelitano. O Institutio Primorum Monachorum, que por centenas de anos foi o documento de formação para todos os jovens carmelitanos, diz: “O objetivo desta vida é duplo: Uma parte adquirimos através de nossos próprios esforços e pelo exercício das virtudes, com a ajuda da graça divina. Significa oferecer a Deus um coração que é sagrado e puro da verdadeira mancha do pecado. Alcançamos este objetivo quando somos perfeitos e ‘no Carit’, isto é, escondidos naquela caridade que o Homem Sábio cita, ‘O amor cobre ofensas’ (Pr 10,12). ... O outro objetivo da vida nos é dado como dom gratuito de Deus; ou seja, não apenas após a morte mas nesta vida mortal, para saborear algo no coração e experimentar na mente o poder da presença divina e a doçura da glória celestial” (Livro 1, cap. 3).
Santa Teresa e São João da Cruz foram bem formados na tradição carmelitana e lembraram a Ordem de sua inspiração inicial, como o fizeram todas as outras reformas através da história da Ordem. Ocasionalmente a Contemplação foi definida de diferentes maneiras e essas formas de compreendê-la estiveram mais ou menos em contato com a realidade das vidas dos verdadeiros carmelitanos. Na atual apresentação do carisma carmelitano, a Ordem diz o seguinte: “Os carmelitas buscam viver sua obediência a Jesus Cristo pelo compromisso de buscar a face do Deus vivo (a dimensão contemplativa da vida), pela fraternidade e pelo serviço no meio do povo” (Const. 14). Outro artigo da Constituição diz: “A tradição da Ordem sempre interpretou a Regra e o carisma fundador como expressões da dimensão contemplativa da vida e os grandes mestres espirituais da Família Carmelitana sempre retornaram a esta vocação contemplativa” (Const. 17). O mesmo artigo das Constituições assim descreve a contemplação: “uma experiência transformadora do irresistível amor de Deus. Esse amor nos esvazia de nossos modos humanos limitados e imperfeitos de pensar, amar e comportar-se, transformando-os em modos divinos” (Const. 17).
A Ratio esclarece o papel da contemplação no carisma da Ordem: A dimensão contemplativa não é meramente aquela dos elementos de nosso carisma (oração, fraternidade e serviço): é o elemento dinâmico que os unifica.
Na oração nos abrimos para Deus, que, por sua ação, nos transforma gradualmente através de todos os grandes e pequenos eventos de nossas vidas. Esse processo de transformação permite que participemos e experimentemos relacionamentos fraternos autênticos; nos coloca prontos para servir, capazes de compaixão e de solidariedade, e nos dá a capacidade de colocar diante do Pai as aspirações, as angústias, as esperanças e as súplicas do povo.
A fraternidade é o campo de provas da autenticidade da transformação que está acontecendo dentro de nós (Ratio 23). A Ratio continua: Através dessa transformação gradual e contínua em Cristo, que se realiza em nós pelo Espírito, Deus nos leva para si mesmo numa jornada interior que nos tira das margens dispersivas da vida para o âmago interior de nosso ser, onde ele vive e nos une a si mesmo.
O processo interior que leva ao desenvolvimento da dimensão contemplativa nos ajuda a adquirir uma atitude de abertura à presença de Deus na vida, nos ensina a ver o mundo com os olhos de Deus e nos inspira a buscar, reconhecer, amar e servir a Deus naqueles que estão ao nosso redor (Ratio 24).
Algumas pessoas vêem dificuldades entre o modo como as Constituições e a Ratio compreendem o carisma. Eu, pessoalmente, não vejo. O deserto foi usado muitas vezes como eufemismo para a jornada da contemplação (cf. Living Flame B, 3,38).
Papa: Maria nos precede no caminho rumo à união definitiva com o Senhor
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Nesta quinta-feira, 15 de agosto, dia em que a Igreja celebra a Solenidade da Assunção da Virgem Maria, celebrada no Brasil no próximo domingo (18/08), o Papa Francisco refletiu durante a oração mariana do Angelus sobre a visita de Nossa Senhora à sua prima Isabel. Segundo o Pontífice, essa é "uma metáfora de toda a sua vida, pois, a partir desse momento, Maria estaria sempre em caminho, seguindo Jesus como discípula do Reino".
Thulio Fonseca - Vatican News
“Hoje celebramos a Solenidade da Assunção da Virgem Maria e contemplamos a jovem de Nazaré que, assim que recebeu o anúncio do Anjo, partiu em visita à sua prima Isabel.”
Como destacou o Papa Francisco na alocução que precedeu a oração mariana do Angelus nesta quinta-feira, 15 de agosto, a Igreja celebra o mistério da Assunção ao Céu da Mãe de Jesus, uma festa litúrgica que, no Brasil, será comemorada no próximo domingo, 18/08.
Maria está sempre a caminho
Ao refletir sobre o Evangelho da liturgia proposto para esta Solenidade (Lc 1,39-56), o Pontífice destacou a expressão “partiu”. Segundo Francisco, isso significa que Maria não considerou um privilégio a notícia que recebeu do Anjo, mas, ao contrário, saiu de casa e se pôs a caminho com a pressa de quem deseja anunciar essa alegria aos outros e com a preocupação de se colocar ao serviço de sua prima.
“Essa primeira viagem, na realidade, é uma metáfora de toda a sua vida, pois, a partir desse momento, Maria estaria sempre em caminho, seguindo Jesus como discípula do Reino. E, ao final, sua peregrinação terrena se encerra com a Assunção ao Céu, onde, junto a seu Filho, goza para sempre da alegria da vida eterna.”
“Irmãos e irmãs, não devemos imaginar Maria como uma ‘estátua imóvel de cera’; nela podemos ver uma ‘irmã... com as sandálias gastas... e com tanto cansaço nas veias’, pelo fato de ter caminhado seguindo o Senhor e ao encontro dos irmãos, concluindo então a sua viagem na glória do Céu. Assim, a Virgem Santa é aquela que nos precede no caminho, lembrando a todos nós que também a nossa vida é uma viagem contínua rumo ao horizonte do encontro definitivo."
"Rezemos à Nossa Senhora para que nos ajude a seguir nesta jornada rumo ao encontro com o Senhor", concluiu o Papa Francisco. Fonte: https://www.vaticannews.va
Congresso da Ordem Terceira do Carmo: Frei Carlos Mesters-01
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No vídeo, Palestra de Frei Carlos Mesters, O. Carm, no Congresso da Ordem Terceira do Carmo realizado nos dias 2-3 de agosto-2019. Rio de Janeiro, 6 de agosto-2024.
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