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Padre Giorgio Maria Faré, o carmelita descalço que não reconhece o Papa Francisco, é excomungado
Por Zita Dazzi
A disposição segue a recusa pública e obstinada do frade em reconhecer o Papa Francisco como um Pontífice Romano legitimamente eleito.
Padre Giorgio Maria Faré, frade carmelita da província da Lombardia que não reconhece Bergoglio como pontífice, foi excomungado e renunciou à ordem carmelita. A informação foi comunicada pelo superior geral dos Carmelitas Descalços, Padre Miguel Marquez Calle.
“Esta disposição – explica o Padre Márquez – surge na sequência da recusa pública e obstinada por parte do Padre Faré – de reconhecer o Papa Francisco como Pontífice Romano legitimamente eleito e de permanecer em comunhão com ele”. Fonte: https://milano.repubblica.it
Padre italiano enfrenta excomunhão após declarar que Francisco não é o Papa legítimo
Giorgio Maria Fare
por redacioninfovaticana
LifeSiteNews relata que o padre carmelita italiano Padre Giorgio Maria Faré poderia ser excomungado e expulso da Ordem Carmelita se não se retratasse da sua declaração de que o Papa Francisco não é o “Papa legítimo”, alegando que a renúncia de Bento XVI era inválida. Este ultimato foi estabelecido pelo seu superior e expirou em 30 de outubro.
Numa carta datada de 17 de outubro, divulgada pelo meio de comunicação italiano Silere non possum, o comissário da província lombarda da OCD, padre Renato Dell'acqua, informou a comunidade carmelita sobre a situação em Faré. Segundo Dell'acqua, o Padre Miguel Márquez, superior geral da ordem, assinou uma admoestação canónica no dia 15 de outubro instando Faré a renunciar ao seu cargo antes de 30 de outubro para evitar a sua excomunhão da Igreja Católica e a sua expulsão da ordem.
As declarações de Faré, transmitidas no YouTube em 13 de outubro, sustentam que Bento XVI, ao renunciar, não abandonou adequadamente o ofício papal, o que, segundo ele, invalidaria o pontificado de Francisco. Durante esta homilia, Faré expressou a sua impossibilidade de celebrar a missa “em comunhão com o Papa Francisco”, o que causou séria preocupação entre os seus superiores.
Dell'acqua expressou sua preocupação na carta enviada a Faré: “O Padre Faré tem 15 dias para retratar suas teses e não incorrer em excomunhão e expulsão da ordem. Deixando de lado toda vã curiosidade, rezemos pelo arrependimento do irmão”, escreveu o comissário.
Faré também investigou, na sua homilia de 13 de Outubro, o que considera uma conspiração da “máfia de St. Gallen” para instalar um Papa de orientação liberal após a morte de Bento XVI. Segundo sua teoria, Bento XVI, ciente dessa conspiração, teria renunciado de forma intencionalmente inválida, optando por manter o título de “Papa Emérito”, continuar usando a batina branca e manter seu brasão como mensagens para os cardeais agirem. . Faré destacou que se tivessem detectado e relatado estas “anomalias” após a renúncia de Bento XVI, um “conclave inválido” teria sido evitado.
O sacerdote utilizou como prova da invalidade da renúncia de Bento XVI a expressão latina utilizada na sua carta, na qual indicava “declaro que renuncio” em vez de um simples “renuncio”, o que, segundo ele, não cumpre com os requisitos estabelecidos no cânon 332 §2 do Código de Direito Canônico de 1983, que exige a renúncia completa ao “munus” ou “ofício” do papado, e não apenas ao seu ministério.
LifeSiteNews contatou o Padre Faré, que se recusou a comentar mais sobre o assunto. Fonte: https://infovaticana.com
Quem é o Padre Giorgio Maria Faré?
FREI GIORGIO MARIA FARÉ (Melzo 1972) é Frade Carmelita Descalço da Inspetoria da Lombardia e Sacerdote desde 2001.
Obteve a Licenciatura em Teologia Fundamental em Milão, na Faculdade Teológica do Norte de Itália e o Doutoramento em Teologia com especialização em Teologia Fundamental em Roma, na Pontifícia Universidade Gregoriana, com uma tese intitulada: “Fé e comunidade eclesial em perspectiva liminar - Verificação da utilidade heurística de uma categoria antropológica para uma reflexão sobre a chegada à fé e sobre a experiência eclesial”.
Antes de sua ordenação sacerdotal, serviu durante seis anos na prisão de San Vittore, em Milão, como assistente voluntário.
Foi membro do Conselho Presbiteral da Arquidiocese de Milão de 2009 a 2020 e foi Secretário do CISM Diocesano da Arquidiocese de Milão e Conselheiro do Conselho da Presidência do CISM da Lombardia de 2011 a 2019.
Em 2013 publicou o livro “A Santa Missa nas duas Formas do Rito Romano. Celebrar, servir, compreender” com prefácio do Cardeal Antonio Cañizares Llovera e introdução de Dom Nicola Bux.
Em 2016 publicou o livro “Il Sacrificio Perfetto”.
Em 2024 publicou o livro “O homem e a Igreja diante do limiar. Ensaio teológico fundamental sobre a chegada à fé e a experiência eclesial segundo a categoria da liminaridade", Dissertação de doutorado em Teologia com especialização em Teologia Fundamental... Fonte: www.veritatemincaritate.com
Novo estudo do Pe. Giorgio Faré sobre a invalidez de Jorge Bergoglio
“Afirmo que Bergoglio não é o papa.”
Estas palavras foram proferidas em uma homilia proferida em 13 de outubro pelo Padre Giorgio Maria Faré, um importante sacerdote italiano. *
Padre Faré, frade carmelita descalço e doutor em teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, fez a afirmação após um estudo canônico e histórico intensivo dos eventos que cercaram a renúncia do Papa Bento XVI e o subsequente conclave papal — e na esteira de sua profunda angústia pelos terríveis danos que Jorge Bergoglio causou nos últimos onze anos.
Essa angústia é evidente no que o Padre Faré descreve como um “ponto de virada” em seu discernimento sobre essas questões, ocorrido em 16 de junho, quando ele refletiu sobre as leituras da missa daquele dia.
A proclamação desta Palavra de Deus me desafiou: naquele momento percebi que estava sendo chamado a fazer uma escolha fundamental. Eu tinha que decidir se permaneceria fiel à Sagrada Escritura e a Jesus Cristo ou se sucumbiria à tentação de me adaptar a um ensinamento construído sobre compromissos e meias-verdades... Chegamos a um ponto crítico: um padre deve escolher se prega o que a Sagrada Escritura e a Igreja sempre ensinaram ou se adere ao que o chamado “Papa Francisco” ensina em seu magistério ordinário.
Chegando a uma conclusão tão importante e ponderando seu próprio futuro à luz disso, o Padre Faré diz perto do fim de sua homilia: “Sou um padre católico e continuarei a sê-lo e a fazer o que um padre faz. Claramente, não celebrarei mais a Santa Missa 'com Francisco, nosso Papa.'”
Como já dissemos muitas vezes, a Igreja está passando por uma crise sem precedentes. Pode ser útil ver como outros clérigos e leigos fiéis estão respondendo a ela, e como às vezes abordagens muito diferentes estão levando à mesma conclusão fundamental sobre a crise e Bergoglio. A homilia do Padre Faré, essencialmente o artigo produzido por seu estudo mencionado acima, é um tanto longa, mas vale a pena ler para uma perspectiva útil sobre a crise na Igreja hoje. Fonte: https://missionofdivinemercy.org
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Na mensagem lida pelo cardeal Pietro Parolin, o Papa aborda a necessidade de solidariedade internacional e o redirecionamento de fundos militares para o combate à desigualdade. O Pontífice destaca o compromisso da Santa Sé e pede aos líderes reunidos no G20 ações concretas na redistribuição justa de recursos e decisões ousadas que garantam dignidade e alimento a todos.
Thulio Fonseca - Vatican News
O Papa Francisco enviou uma mensagem aos líderes do G20, reunidos no Rio de Janeiro, para tratar de temas como a urgência de ações concretas no combate à fome e à pobreza no mundo. A mensagem foi lida nesta segunda-feira, 18 de novembro, pelo Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, durante o lançamento da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza.
No texto, endereçado ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, o Papa Francisco faz um apelo por solidariedade global e coordenação entre as nações para enfrentar injustiças sociais e econômicas, e sublinha que ações imediatas e conjuntas são indispensáveis para erradicar a fome e a pobreza, com foco na dignidade humana, no acesso aos bens essenciais e na redistribuição justa de recursos:
"É evidente que devem ser tomadas ações imediatas e decisivas para erradicar o flagelo da fome e da pobreza. Tais ações devem ser realizadas de forma conjunta e colaborativa, com o envolvimento de toda a comunidade internacional. A implementação de medidas eficazes requer um compromisso concreto dos governos, das organizações internacionais e da sociedade como um todo. A centralidade da dignidade humana, dada por Deus, de cada indivíduo, o acesso aos bens essenciais e a justa distribuição de recursos devem ser priorizados em todas as agendas políticas e sociais."
Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza: a proposta da Santa Sé
Um dos pilares da mensagem é a abordagem de Francisco sobre a proposta de criação da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. O Papa também alertou contra programas que ignoram as reais necessidades dos mais pobres e enfatizou que a fome resulta de desigualdades estruturais na distribuição de recursos, não da escassez de alimentos:
"A Aliança poderia começar implementando a proposta de longa data da Santa Sé, que propõe redirecionar fundos atualmente alocados para armas e outros gastos militares para um fundo global destinado a combater a fome e promover o desenvolvimento nos países mais empobrecidos. Essa abordagem ajudaria a evitar que os cidadãos desses países tivessem que recorrer a soluções violentas ou ilusórias, ou a deixar seus países em busca de uma vida mais digna."
Solidariedade internacional como base para o futuro
Ao destacar a importância de uma solidariedade internacional baseada na fraternidade e no cuidado com a casa comum, o Santo Padre pediu ao G20 que mantenha a luta contra a fome como prioridade permanente, não apenas em momentos de crise. Ao encerrar, Francisco instou os líderes a tomarem decisões ousadas e concretas:
"A Santa Sé continuará promovendo a dignidade humana e fazendo sua contribuição específica para o bem comum, oferecendo a experiência e o engajamento das instituições católicas ao redor do mundo, para que em nosso mundo nenhum ser humano, como pessoa amada por Deus, seja privado de seu pão diário. Que o Deus Todo-Poderoso abençoe abundantemente seus trabalhos e esforços para o verdadeiro progresso de toda a família humana."
G20 no Rio de Janeiro
O G20, que reúne as 20 maiores economias do planeta, realiza sua cúpula nos dias 18 e 19 de novembro de 2024, no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro. O lema do evento, "Construindo um mundo justo e um planeta sustentável", reflete o compromisso do Brasil em promover acordos globais que combinem prosperidade econômica com inclusão social e desenvolvimento ambiental.
O encontro ocorre em um momento crítico, com o aumento de conflitos internacionais, desigualdade econômica e crises climáticas. A programação inclui debates sobre segurança alimentar, mudanças climáticas, saúde global e reforma do sistema financeiro internacional.
Além disso, o evento busca representar um compromisso com uma governança global mais equitativa e com uma transição ecológica justa e inclusiva. Entre os líderes presentes estão representantes dos Estados Unidos, China, Índia, Itália, Alemanha, França, Japão e outros países.
Comissão da Santa Sé para o G20
A comissão da Santa Sé para o G20 é composta pelo cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano; dom Giambattista Diquattro, núncio apostólico no Brasil; cardeal Orani João Tempesta, arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro; monsenhor Joseph Grech, secretário do cardeal Parolin; e por monsenhor André Sampaio, vigário episcopal do Rio de Janeiro. Fonte: https://www.vaticannews.va
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No almoço com Francisco na Sala Paulo VI neste domingo (17/11) também estará Giuseppe, um sem-teto de Roma, que há poucos dias recebeu de presente, do Dicastério para o Serviço da Caridade, um par de sapatos que o Pontífice havia disponibilizado para os mais necessitados. A história foi compartilhada com a mídia do Vaticano pelo cardeal Krajewski, o esmoleiro do Papa: o significado do evento que está sendo celebrado neste dia é de restaurar a dignidade das pessoas.
Pe. Paweł Rytel-Andrianik e Pe. Marek Weresa - Vatican News
No oitavo Dia Mundial dos Pobres, neste domingo (17/11), o Papa convidou os pobres e os sem-teto para a missa e uma refeição comunitária a ser realizada na Sala Paulo VI com 1.300 pessoas. Também fará parte desse grupo Giuseppe, um sem-teto de Roma, que há poucos dias recebeu um par de sapatos como presente do Pontífice. Celebrar o Dia Mundial dos Pobres significa seguir Jesus e simplesmente pensar da mesma forma como indicado no Evangelho, porque é isso que Cristo teria feito e, portanto, é isso que também faremos. É assim que o cardeal Konrad Krajewski, esmoleiro do Papa, explica à mídia do Vaticano sobre o significado do evento do dia em que o Papa Francisco preside missa na Basílica do Vaticano e depois almoça com 1.300 pessoas necessitadas na Sala Paulo VI.
Os sapatos do Papa para um sem-teto
O cardeal, falando sobre as atividades do Dicastério para o Serviço da Caridade e os muitos exemplos de bondade e ajuda, contou sobre Giuseppe, um “sem-teto local” que vive nas ruas há anos. Esta semana, o Papa recebeu um par de sapatos tamanho 42. Francisco imediatamente entregou esse presente ao departamento da Esmolaria Apostólica. Poucas horas depois, Giuseppe chegou precisando de sapatos; ele disse que não conseguia mais andar com os velhos que estava usando. O número 42 foi providencialmente seu. “Ele recebeu imediatamente os sapatos do Santo Padre, calçou-os e também estará na refeição com o Papa no domingo.”
“A oração do pobre eleva-se até Deus”
O cardeal, referindo-se ao tema do Dia Mundial dos Pobres deste ano “A oração do pobre eleva-se até Deus”, enfatizou que o modelo em oração para nós é Jesus que, no Evangelho, nos deixou muitas imagens e exemplos que mostram a virtude da perseverança. “Nós vencemos quando rezamos a Deus”, observa Krajewski. Ao mesmo tempo, ele ressalta que como e quando Deus ouve as orações dos “pobres” é um mistério. Pode ser necessária uma atitude prolongada de oração, como na história de Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho; ou há situações em que as invocações são ouvidas muito rapidamente; mas também há casos em que as orações não são atendidas. Isso acontece por uma razão simples, diz o cardeal: o que acontece pode não ser para o meu bem. “É por isso que Deus ouve as orações que nos tornam belos, para agradar a Deus e às pessoas. Elas são para o nosso próprio bem e isso é provavelmente a coisa mais importante”, diz o esmoleiro.
Restaurar a dignidade ouvindo
Krajewski lembrou que os eventos deste domingo (17/11) são precedidos por inúmeras iniciativas para cuidar dos pobres, como o ambulatório sob a Colunata de Bernini, que fica aberto todos os dias e recebe cerca de 150 pessoas sem-teto. Todos os necessitados, mesmo as pessoas sem documentos ou que não sabem italiano, podem contar com atendimento médico abrangente. Antes de tudo, porém, é preciso ouvir o próximo, sua história e suas necessidades, porque “restaurar a dignidade também acontece ouvindo”. Essas pessoas com fragilidades são visitadas por médicos e recebem medicamentos gratuitos do Santo Padre na farmácia do Vaticano. A refeição após a Eucaristia com os pobres, organizada pelo Dicastério para o Serviço da Caridade, é oferecida pela Cruz Vermelha Italiana. No final, todos receberão dos padres da Congregação dos Sacerdotes Missionários uma mochila contendo alimentos e produtos de necessidades básicas para a vida cotidiana. Fonte: https://www.vaticannews.va
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Tanto usuários quanto provedores têm a ganhar com um sistema claro e eficiente de resolução e moderação de conflitos na internet e de reparação civil
Por Rony Vainzof e Fernando Lottenberg
O Marco Civil da Internet (MCI), de 2014, seguiu tendência das últimas décadas, isentando as redes sociais de responsabilidade pelo conteúdo gerado por terceiros, exceto em casos de pornografia não autorizada, violação de direitos autorais e descumprimento de ordens judiciais para remoção de conteúdo.
Porém, mais de dez anos após a vigência do MCI, o aumento do discurso de ódio e da desinformação online, somado ao papel central das redes sociais na comunicação pública, revela a necessidade de maior responsabilidade dessas plataformas na moderação de conteúdo, por mais difícil que seja a tarefa.
Atualmente, tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) dois casos paradigmáticos com repercussão geral envolvendo o tema. Um no sentido de o provedor de internet fiscalizar o conteúdo publicado e retirá-lo do ar quando considerado ofensivo, sem intervenção do Judiciário, e o outro discutindo a necessidade de ordem judicial de exclusão de conteúdo para a responsabilização civil de provedor, por danos decorrentes de atos ilícitos praticados por terceiros.
Fato é que as redes sociais desempenham papel crucial nesse debate, pois é nelas que ocorrem muitos dos incidentes envolvendo discurso de ódio. Essas plataformas são frequentemente obrigadas a decidir se mantêm ou não conteúdos e perfis acusados de propagar ódio. Além disso, elas vêm desenvolvendo diretrizes internas para orientar a remoção de conteúdos e punir perfis com base nos seus próprios termos de uso.
Existem basicamente duas camadas para a moderação de conteúdo online nas redes sociais: filtragem prévia e tratamento do conteúdo após denúncia. Para ambas as situações, em que pese as redes sociais não dependerem de ordem judicial para realizarem a moderação, ao menos no recorte antissemitismo, os números do discurso de ódio são alarmantes: desde o ataque do Hamas contra Israel, em 7/10/2023, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) constatou mais de 96 mil menções antissemitas nas redes sociais no Brasil, com o alcance potencial de mais de 93 milhões de visualizações.
Antes do Marco Civil, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) adotava postura rigorosa, no sentido de coibir a divulgação de conteúdos depreciativos e aviltantes de forma célere. Uma vez notificada de que determinado conteúdo era ilícito, a rede social deveria retirá-lo do ar no prazo de 24 horas, sob pena de responder solidariamente com o autor direto do dano, em virtude de omissão (Recurso Especial n.º 1.323.754, de 19/2/2012).
São diversas as normas e decisões internacionais impondo às plataformas a necessidade de adotarem o devido processo informacional na moderação de conteúdo, tais como: o Digital Millennium Copyright Act (EUA), o Direito ao Esquecimento (União Europeia), a NetzDG (Alemanha) e o Digital Services Act (União Europeia).
Não se trata de tornar ilegais discursos anteriormente lícitos, mas da obrigação de estabelecer regime de responsabilidade e conformidade para o gerenciamento de conteúdo nocivo, nos seguintes termos:
- Crimes tipificados criminalmente, como racismo, terrorismo, instigação a suicídio, violência contra mulher, ilícitos contra crianças e adolescentes, devem ser tratados e removidos em até 24 horas pelas plataformas que moderam conteúdos;
- No caso de subjetividade do conteúdo apontado como ilícito (“ilegalidade não óbvia” da lista de crimes), as plataformas devem adotar medidas para avaliar o caso com maior profundidade e ter mais prazo até tomarem uma decisão;
- Em casos de extrema complexidade, terem prazo ainda maior e utilizarem consultores e entidades externas para ajudarem na avaliação;
- Devem também adotar medidas para limitação de alcance do conteúdo; vedação de utilização de contas inautênticas para práticas nocivas; avisos sobre a sensibilidade de determinados conteúdos; desestímulo financeiro, impedindo a monetização, suspendendo ou cancelando contas que servem para atividades ilícitas, entre outras medidas.
Essas ações devem ser transparentes, com as plataformas divulgando periodicamente os dados e critérios utilizados na moderação de conteúdo. A transparência é essencial, tanto para o combate ao discurso de ódio quanto para a preservação da liberdade de expressão. A informação transparente ao cidadão sobre quais são os critérios decisórios é uma garantia contra o arbítrio e a seletividade e um instrumento poderoso para a fiscalização da coerência na moderação de conteúdo.
O STF tem uma excelente oportunidade de regular a responsabilização das redes sociais de acordo com as suas atividades (Artigo 3.º, inciso VI, do MCI), gerando o combate mais efetivo ao discurso de ódio e com maior segurança jurídica aos provedores de aplicações, ao delimitar quais conteúdos estariam abarcados na inconstitucionalidade do artigo 19 do MCI, além de determinar maior transparência.
Regulação não é inimiga dos direitos. Tanto usuários quanto provedores têm a ganhar com um sistema claro e eficiente de resolução e moderação de conflitos online e de reparação civil. Fonte: https://www.estadao.com.br
*SÃO, RESPECTIVAMENTE, ADVOGADO, SECRETÁRIO DA CONIB; E COMISSÁRIO DA OEA PARA O MONITORAMENTO E COMBATE AO ANTISSEMITISMO
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No Angelus, o Papa recorda que, nas tribulações, nas crises, nos fracassos, é preciso olhar para a vida e para a história sem medo de perder o que acaba, mas com alegria pelo que permanece. A dor causada por guerras, violência, desastres naturais, pode nos ensinar a não nos apegarmos às coisas do mundo que inevitavelmente são destinadas a desaparecer. Tudo morre, mas “não perderemos nada do que construímos e amamos”.
Antonella Palermo - Vatican News
Na reflexão do Angelus deste domingo, 17 de novembro, o Papa Francisco se detém sobre o que passa e o que permanece. Todas as realidades deste mundo estão destinadas a passar, o que permanecerá será o amor do qual teremos sido capazes.
Não se apegar ao que passa
Francisco comenta as leituras do dia, convidando-nos a superar o apego às coisas terrenas: crises e fracassos, ou a dor causada por guerras, violência, desastres naturais, que não podem e não devem nos mergulhar na desolação. A sensação de que tudo está chegando ao fim é apenas uma sensação, parece dizer o Papa, “sentimos que até as coisas mais belas passam”.
As crises e os fracassos, no entanto, embora dolorosos, são importantes, pois nos ensinam a dar a tudo o devido peso, a não prender o coração às realidades deste mundo, porque elas passarão: estão destinadas a passar.
Tudo morre, não o que construímos e amamos
O convite do Papa é para viver de acordo com a promessa de eternidade e ressurreição do Evangelho. É isso que torna possível “não viver mais sob a angústia da morte”.
Tudo morre e nós também morreremos um dia, mas não perderemos nada do que construímos e amamos, porque a morte será o início de uma nova vida. Irmãos e irmãs, mesmo nas tribulações, nas crises, nos fracassos, o Evangelho nos convida a olhar a vida e a história sem medo de perder o que acaba, mas com alegria pelo que permanece: não nos esqueçamos que Deus prepara para nós um futuro de vida e alegria. Fonte: https://www.vaticannews.va
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Religioso tinha 52 anos e criou igreja conhecida por atrair famosos
O apóstolo Rina, fundador da igreja Bola de Neve, que morreu neste domingo (17) - @ap_rinaoficial no Instagram/Instagram
São Paulo
Rinaldo Luiz de Seixas Pereira, o apóstolo Rina, fundador da Bola de Neve Church, morreu neste domingo (17) num acidente de moto em Campinas (SP). Ele tinha 52 anos.
A informação foi confirmada à Folha por Eduardo Tuma, presidente do Tribunal de Contas do Município de São Paulo e presbítero na igreja.
Segundo a assessoria da Bola de Neve, Rina passeava de moto pelo interior do estado quando sofreu o acidente, que lhe provocou múltiplas fraturas. Ele voltava de um culto e estava com o grupo Pregadores do Asfalto, o motoclube de sua igreja. Deixa quatro filhos.
Formado em propaganda e marketing, o líder evangélico fundou na virada do século a igreja que tem como marca uma prancha de surfe no púlpito. Dizia que assim a batizou por estar fundando um movimento que começaria como uma bola de neve até virar uma avalanche.
Filho de evangélicos, ele contava que sua fé cresceu após uma hepatite que o fez sofrer dores fortes e "constatar a existência real do inferno".
Ele estava afastado da liderança da igreja nos últimos meses, após ser acusado pela esposa, a também pastora Denise Seixas, de violência doméstica. Rina era investigado em inquérito policial sob suspeita de "ameaça, difamação, injúria, lesão corporal, falsidade ideológica e violência psicológica contra a mulher".
Nas redes sociais, ainda se declarava casado com Denise. Ela chegou a conseguir uma medida protetiva de urgência contra o marido, que teve uma arma apreendida pela Justiça após a denúncia.
Antes de criar a Bola de Neve, ele frequentou a Igreja Batista e liderou o Ministério de Evangelismo da Renascer em Cristo. Apóstolo da Renascer, Estevam Hernandes define Rina como "um filho na fé, um servo de Deus que produziu grandes frutos e deixa um grande legado de vida".
A Bola de Neve é popular sobretudo entre crentes jovens. Tem bateria de Carnaval (a Batucada Abençoada), Ministério de Lutas (como jiu-jitsu) e um dresscode que pouco lembra o visual conservador associado a igrejas mais tradicionais. As primeiras reuniões, ainda nos anos 1990, aconteciam numa loja que vendia artigos de surfe, daí adotar uma prancha como púlpito. Rina gostava de surfar.
"Falávamos de Deus, mas também surfávamos", Rina uma vez disse sobre a origem da sua igreja. "Não éramos uns ETs. Pensamos em algo que começasse pequeno e depois poderia crescer. E Bola de Neve se encaixou, traz um pouco da essência do que é a igreja. É irreverente e não associa logo à religião, a coisa formal. Nosso público já tem muita formalidade em suas vidas e quer ir para a igreja do jeito que ele é, sem precisar representar nada."
A igreja chegou a atrair celebridades convertidas como o surfista Gabriel Medina, a modelo Sasha Meneghel e seu marido, o cantor gospel João Figueiredo, e Rodolfo Abrantes, ex-vocalista da banda Raimundos.
Em vídeo postado na internet, Rodolfo afirmou em maio que sofreu abusos emocionais quando era membro de uma Bola de Neve em Balneário Camboriú (SC), uma relação que chamou de "abusiva e opressora". Desligou-se dela há 13 anos.
"Fico muito triste com tudo que está acontecendo pois, mais uma vez, homens, em nome de Jesus, o representam mal", afirmou após vir à tona a acusação de violência doméstica contra Rina.
O pastor Silas Malafaia vê "calúnias sérias e difamações vergonhosas" contra Rina, a quem tinha como "um grande amigo" que "liderava uma igreja moderna, mas sem abrir mão dos fundamentos do Evangelho".
Em 2021, Rina deu uma entrevista à Folha para defender que templos religiosos continuassem abertos em meio à pandemia da Covid-19, a despeito do isolamento recomendado para brecar o avanço do vírus. Falou então em "saúde espiritual em tempos de desesperança".
No ano seguinte, fez campanha pela reeleição de Jair Bolsonaro (PL). "A adesão à candidatura, entre líderes cristãos, foi espontânea e natural", disse ao jornal. Achava bom ter "um candidato realmente de direita" na disputa, que acabou vencida por Lula (PT). Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
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Religioso negou que tenha participado de qualquer reunião com conotação política
O padre José Eduardo de Oliveira e Silva — Foto: Reprodução
— Brasília
Investigado no inquérito sobre a suposta trama golpista, o padre José Eduardo de Oliveira Silva afirmou à Polícia Federal que se encontrou com o ex-presidente Jair Bolsonaro no fim de 2022 para prestar "apoio espiritual" a ele. O religioso negou ter participado de qualquer reunião no Palácio do Planalto com conotação política ou que tenha sido discutida a minuta golpista. A oitiva ocorreu nesta quinta-feira.
O padre foi um dos alvos da Operação Tempus Veritatis que mirou as pessoas investigadas por planejarem uma tentativa de golpe para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, assim, manter Bolsonaro no poder. Em nota, a defesa de Silva afirmou que a menção dele no inquérito é um "equívoco".
"Reiterou-se e ficou claro que o padre nunca participou de qualquer reunião nem colaborou na redação de qualquer documento que visasse favorecer uma ruptura institucional no país", diz o texto assinado pelo advogado Miguel da Costa Carvalho Vidigal.
O religioso já havia prestado atendimento espiritual a Bolsonaro, quando ele levou uma facada no abdômen durante a campanha eleitoral de 2018. No fim de 2022, após a derrota eleitoral para Lula, o ex-presidente estava sofrendo de uma erisipela aguda - o que o teria leva a ser chamado de novo ao Planalto.
Nesse mesmo período, a PF aponta que o ex-presidente passou a se reunir com seus auxiliares nos Palácios do Planalto e Alvorada para discutir alternativas para ele se manter como presidente e impedir a transmissão do cargo a Lula. Entre as propostas, segundo as investigações, estavam a decretação do estado de sítio, prisão de autoridades e realização de novas eleições.
Em sua delação premiada, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, citou a presença de um padre em algumas dessas reuniões.
Além do padre, a PF ouviu nesta semana o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); quatro coronéis, um general e um engenheiro. Os depoimentos fazem parte da reta final do inquérito sobre a suposta trama golpista, que deve ser concluído com o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ramagem afirmou à PF não se recordar de discussões sobre um plano de golpe. E a maioria dos militares recorreu ao direito de ficar em silêncio.
A defesa do religioso se queixou de que a PF "vasculhou conversas do sacerdote com fiéis" que são protegidas pelo "sigilo sacerdotal". "É um precedente imenso em nosso país que não pode ser ignorado. Não bastasse tanto, além da garantia constitucional de liberdade religiosa, são diversos os artigos legais que garantem ao sacerdote e ao fiel manter o total sigilo da conversa havida entre eles", afirmou o advogado. Fonte: https://oglobo.globo.com
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Publicamos o texto integral do prefácio de Francisco ao livro “A fé é uma viagem”, antologia das meditações do Pontífice para viajantes e peregrinos publicada pela Livraria Editora Vaticana em vista do Jubileu.
Papa Francisco
Quando eu era padre em Buenos Aires, e mantive esse hábito mesmo como bispo em minha cidade de origem, amava ir a pé aos vários bairros para visitar os confrades sacerdotes, visitar uma comunidade religiosa ou conversar com amigos. Caminhar faz bem: nos coloca em relação com o que está acontecendo ao nosso redor, nos faz descobrir sons, cheiros, ruídos da realidade que nos circunda, enfim, nos aproxima da vida dos outros.
Caminhar é não ficar parado: crer significa ter dentro de si uma inquietação que nos leva a um “mais”, a mais um passo a frente, a uma altura a alcançar hoje, sabendo que amanhã o caminho nos levará mais longe - ou mais em profundidade, na nossa relação com Deus, que é exatamente como a relação com a pessoa amada da nossa vida, ou entre amigos: nunca terminado, nunca dado como certo, nunca satisfeito, sempre em busca, ainda não satisfatório. É impossível dizer com Deus: “Está feito, está tudo bem, basta”.
Por esta razão, o Jubileu de 2025, junto com a dimensão essencial da esperança, deve levar-nos a uma consciência cada vez maior de que a fé é uma peregrinação e que nós, nesta terra, somos peregrinos. Não turistas ou andarilhos: não nos movemos ao acaso, existencialmente falando. Somos peregrinos. O peregrino vive o seu caminho sob a bandeira de três palavras-chave: risco, esforço e meta.
O risco. Hoje em dia, achamos difícil entender o que significava para os cristãos do passado fazer uma peregrinação, acostumados como estamos com a rapidez e a comodidade de nossas viagens de avião ou trem. No entanto, sair para a estrada mil anos atrás significava correr o risco de nunca mais voltar para casa por causa dos muitos perigos que se poderia encontrar nas várias rotas. A fé de quem decidia partir era mais forte do que qualquer medo: os peregrinos de antigamente nos ensinam essa confiança no Deus que os chamou para colocar-se a caminho em direção ao túmulo dos Apóstolos, à Terra Santa ou a um santuário. Nós também pedimos ao Senhor para ter uma pequena porção dessa fé, para aceitar o risco de nos abandonarmos à sua vontade, sabendo que ela é a de um bom Pai que deseja dar a seus filhos somente o que lhes convém.
Esforço. Caminhar, na verdade, significa esforço. Isso é bem conhecido pelos muitos peregrinos que hoje voltaram a frequentar as antigas rotas de peregrinação: penso na rota de Santiago de Compostela, na Via Francigena e nos vários Caminhos que surgiram na Itália, que lembram alguns dos santos ou testemunhas mais conhecidas (São Francisco, Santo Tomás, mas também pe. Tonino Bello) graças a uma sinergia positiva entre instituições públicas e organismos religiosos. Caminhar envolve o esforço de acordar cedo, preparar uma mochila com o essencial, comer algo frugal. E depois os pés que doem, a sede que se torna pungente, especialmente nos dias ensolarados de verão. Mas esse esforço é recompensado pelos muitos dons que o caminhante encontra ao longo do caminho: a beleza da criação, a doçura da arte, a hospitalidade das pessoas. Quem faz uma peregrinação a pé - e muitos podem testemunhar isso - recebe muito mais do que o esforço realizado: estabelece belos vínculos com as pessoas que encontra ao longo do caminho, vive momentos de autêntico silêncio e de fecunda interioridade que a vida frenética de nosso tempo muitas vezes torna impossível, compreende o valor do essencial em vez do brilho de ter tudo o que é supérfluo, mas faltar o necessário.
A meta. Caminhar como peregrinos significa que temos um ponto de chegada, que o nosso movimento tem uma direção, um objetivo. Caminhar é ter uma meta, não estar à mercê do acaso: quem caminha tem uma direção, não gira em círculos, sabe para onde ir, não perde tempo vagueando de um lado para o outro. Por isso recordei várias vezes quão semelhantes são o ato de caminhar e o de ser fiel: quem tem Deus no coração recebeu o dom de uma estrela polar para a qual seguir - o amor que recebemos de Deus é a razão do amor que temos para oferecer às outras pessoas.
Deus é a nossa meta: mas não podemos alcançá-lo como chegamos a um santuário ou a uma basílica. E de fato, como bem sabe quem já fez peregrinações a pé, chegar finalmente à meta almejada - penso na Catedral de Chartres, que há muito é alvo de um renascimento em termos de peregrinações graças à iniciativa, que remonta a um século atrás, do poeta Charles Péguy – não significa sentir-se satisfeito: ou melhor, se externamente se sabe bem que chegou, internamente existe a consciência de que o caminho não acabou. Porque Deus é exatamente assim: uma meta que nos empurra mais longe, uma meta que nos chama continuamente a prosseguir, porque é sempre maior do que a ideia que temos dele. O próprio Deus nos explicou isso através do profeta Isaías: «Tanto quanto o céu está acima da terra, assim os meus caminhos estão acima dos caminhos de vocês, e os meus projetos estão acima dos seus projetos» (Is 55,9). Com Deus nunca podemos dizer que alcançamos, a Deus nunca chegamos: estamos sempre em movimento, permanecemos sempre em busca dele. Este caminhar rumo a Deus oferece-nos a certeza inebriante de que Ele nos espera para nos doar a sua consolação e a sua graça. Fonte: https://www.vaticannews.va
Cidade do Vaticano, 2 de outubro de 2024
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Sociólogo lança livro que analisa guinada conservadora das classes mais baixas e diz que esquerda ignora a vida moral
Jessé Souza, autor de livros como 'A Elite do Atraso' e 'Classe Média no Espelho' - Marcus Steinmeyer/UOL/Folhapress
Lisboa "O Pobre de Direita", novo livro do sociólogo Jessé Souza, foi escrito antes das eleições municipais, mas é uma leitura útil para entender um fenômeno que se verificou nas urnas: a virada à direita do eleitor brasileiro, que se situa majoritariamente nas classes C, D e E da pirâmide social.
"Comecei a pesquisar o assunto porque as duas explicações que existiam não me satisfazem", disse Souza à Folha em Lisboa, onde esteve para lançar seu livro. "A primeira é a do minion, do gado, que é o estereótipo do senso comum. A segunda resposta, mais acadêmica, é a de que o pobre tem uma cabeça conservadora por causa da religião, como se fosse uma coisa intrínseca a ele. A pergunta que ninguém fez é: por que a pessoa escolhe justamente aquela religião entre tantas possíveis?"
A hipótese de Souza, ancorada em dezenas de entrevistas que ocupam metade do livro, é que existe entre os brasileiros das classes populares uma necessidade de reconhecimento e autoestima.
"Trata-se de alguém que é humilhado cotidianamente, tanto que a depressão e o alcoolismo são doenças recorrentes entre as classes populares. A religião evangélica traz isso para o pobre, ele deixa de ser humilhado e passa a ser ouvido."
Para Souza, esse é um fator de escolha de candidatos pouco explorado pelos cientistas políticos. "Existe uma moralidade, uma ética social compartilhada, não necessariamente articulada e consciente —aliás, quase nunca é articulada e consciente— que comanda o pensamento das pessoas."
A ideia de que "as pessoas têm como razão última de sua ação social a dimensão moral", como Souza escreve no livro, é retirada da obra do pensador alemão Georg Friedrich Hegel, principal referência filosófica do estudo.
Em sua pesquisa, Souza foi a campo em busca de brasileiros que votaram no ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022. As entrevistas excluíram os ricos e a classe média —contingente que, em suas estimativas, soma 20% da população.
"Não peguei ninguém da classe média —a não ser da classe média descendente, que é muito importante, esse pessoal todo vota no Bolsonaro— porque são muito poucos, não elegem ninguém. Quem ganha a eleição são os outros 80%. São esses que você precisa explicar."
Para isso, Souza recorre a um recorte regional e racial, baseado num mergulho em dados do censo. "A situação do negro pobre é muito pior que a do branco pobre. É como se o branco pobre estivesse com água até o pescoço, e o negro estivesse com o rosto todo dentro da água. É aí que a igreja evangélica pega, puxa pelos cabelos e diz, ‘respira, irmão’", afirma.
"O negro no Brasil sabe que tem uma polícia que vai persegui-lo, que ele pode ser morto a troco de nada à noite. É uma situação muito pior que a do branco pobre."
Grande parte desses eleitores votava na esquerda no passado e agora vota na direita. O que mudou? "Quando existia a Teologia da Libertação, houve um encontro no PT entre a organização de massas trabalhadoras —de modo autônomo pela primeira vez no país—, mas ao mesmo tempo com uma linguagem que chegava ao pobre através da Igreja Católica."
"A concepção liberal da sociedade é parecida com a concepção marxista no sentido de que se preocupam principalmente com questões materiais", afirma o sociólogo. "Não veem que a vida moral, a vida simbólica, pode ser o dado mais importante."
Para Souza, há outras formas de atingir esses eleitores sem recorrer à religiosidade. "Getúlio Vargas, por exemplo, tinha uma mensagem política de valorização da dignidade do povo. O problema não é apenas que a esquerda atual não sabe fazer isso. Minha impressão é que nem estão tentando."
"O que acho importante é perceber o que poucos percebem, a carência simbólica, ou seja, a necessidade moral de superar uma situação de humilhação que é intragável para qualquer ser humano", diz o sociólogo. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
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Na vida e nos escritos de Teresa e de João, vemos que a vida espiritual não está dissociada da vida real. A espiritualidade carmelitana, com suas raízes na Regra e na experiência dos eremitas no Monte Carmelo, deu origem a muitos movimentos nos 800 anos de sua existência. A maioria desses movimentos enfatizou a contemplação e Teresa e João são autoridades renomadas nesta área. Os dois falam da possibilidade de experimentar o divino e do caminho que deve ser seguido rumo à oração.
Teresa e João faziam parte de um amplo movimento, mais forte na Espanha, que enfatizava a chamada “oração intelectual”. Sabemos que surgiram todos os tipos de problemas com este movimento e que isso incluiu a Inquisição. Ocasionalmente, Teresa e João eram denunciados a este órgão por seus inimigos mas nada sério veio das acusações, embora os dois tivessem que ser cautelosos. Apesar dos perigos, Teresa e João não podiam ignorar o chamado. Eles estavam respondendo com seus corações Àquele que os amava. A definição de Teresa de oração intelectual era muito simples e, ao mesmo tempo, muito profunda: “não é nada mais do que uma partilha íntima entre amigos; significa dedicar freqüentemente um tempo para estar a sós com Ele, aquele que sabemos que nos ama” (Vida 8,5). João escreve: “Aquele que foge da oração, foge de tudo que é bom” (Outras Máximas, 11).
Através da história da Ordem, é inquestionável que a contemplação sempre foi compreendida como o coração do carisma carmelitano. O Institutio Primorum Monachorum, que por centenas de anos foi o documento de formação para todos os jovens carmelitanos, diz: “O objetivo desta vida é duplo: Uma parte adquirimos através de nossos próprios esforços e pelo exercício das virtudes, com a ajuda da graça divina. Significa oferecer a Deus um coração que é sagrado e puro da verdadeira mancha do pecado. Alcançamos este objetivo quando somos perfeitos e ‘no Carit’, isto é, escondidos naquela caridade que o Homem Sábio cita, ‘O amor cobre ofensas’ (Pr 10,12). ... O outro objetivo da vida nos é dado como dom gratuito de Deus; ou seja, não apenas após a morte mas nesta vida mortal, para saborear algo no coração e experimentar na mente o poder da presença divina e a doçura da glória celestial” (Livro 1, cap. 3).
Santa Teresa e São João da Cruz foram bem formados na tradição carmelitana e lembraram a Ordem de sua inspiração inicial, como o fizeram todas as outras reformas através da história da Ordem. Ocasionalmente a Contemplação foi definida de diferentes maneiras e essas formas de compreendê-la estiveram mais ou menos em contato com a realidade das vidas dos verdadeiros carmelitanos. Na atual apresentação do carisma carmelitano, a Ordem diz o seguinte: “Os carmelitas buscam viver sua obediência a Jesus Cristo pelo compromisso de buscar a face do Deus vivo (a dimensão contemplativa da vida), pela fraternidade e pelo serviço no meio do povo” (Const. 14). Outro artigo da Constituição diz: “A tradição da Ordem sempre interpretou a Regra e o carisma fundador como expressões da dimensão contemplativa da vida e os grandes mestres espirituais da Família Carmelitana sempre retornaram a esta vocação contemplativa” (Const. 17). O mesmo artigo das Constituições assim descreve a contemplação: “uma experiência transformadora do irresistível amor de Deus. Esse amor nos esvazia de nossos modos humanos limitados e imperfeitos de pensar, amar e comportar-se, transformando-os em modos divinos” (Const. 17).
A Ratio esclarece o papel da contemplação no carisma da Ordem: A dimensão contemplativa não é meramente aquela dos elementos de nosso carisma (oração, fraternidade e serviço): é o elemento dinâmico que os unifica.
Na oração nos abrimos para Deus, que, por sua ação, nos transforma gradualmente através de todos os grandes e pequenos eventos de nossas vidas. Esse processo de transformação permite que participemos e experimentemos relacionamentos fraternos autênticos; nos coloca prontos para servir, capazes de compaixão e de solidariedade, e nos dá a capacidade de colocar diante do Pai as aspirações, as angústias, as esperanças e as súplicas do povo.
A fraternidade é o campo de provas da autenticidade da transformação que está acontecendo dentro de nós (Ratio 23). A Ratio continua: Através dessa transformação gradual e contínua em Cristo, que se realiza em nós pelo Espírito, Deus nos leva para si mesmo numa jornada interior que nos tira das margens dispersivas da vida para o âmago interior de nosso ser, onde ele vive e nos une a si mesmo.
O processo interior que leva ao desenvolvimento da dimensão contemplativa nos ajuda a adquirir uma atitude de abertura à presença de Deus na vida, nos ensina a ver o mundo com os olhos de Deus e nos inspira a buscar, reconhecer, amar e servir a Deus naqueles que estão ao nosso redor (Ratio 24).
Algumas pessoas vêem dificuldades entre o modo como as Constituições e a Ratio compreendem o carisma. Eu, pessoalmente, não vejo. O deserto foi usado muitas vezes como eufemismo para a jornada da contemplação (cf. Living Flame B, 3,38).
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Nesta quinta-feira, 15 de agosto, dia em que a Igreja celebra a Solenidade da Assunção da Virgem Maria, celebrada no Brasil no próximo domingo (18/08), o Papa Francisco refletiu durante a oração mariana do Angelus sobre a visita de Nossa Senhora à sua prima Isabel. Segundo o Pontífice, essa é "uma metáfora de toda a sua vida, pois, a partir desse momento, Maria estaria sempre em caminho, seguindo Jesus como discípula do Reino".
Thulio Fonseca - Vatican News
“Hoje celebramos a Solenidade da Assunção da Virgem Maria e contemplamos a jovem de Nazaré que, assim que recebeu o anúncio do Anjo, partiu em visita à sua prima Isabel.”
Como destacou o Papa Francisco na alocução que precedeu a oração mariana do Angelus nesta quinta-feira, 15 de agosto, a Igreja celebra o mistério da Assunção ao Céu da Mãe de Jesus, uma festa litúrgica que, no Brasil, será comemorada no próximo domingo, 18/08.
Maria está sempre a caminho
Ao refletir sobre o Evangelho da liturgia proposto para esta Solenidade (Lc 1,39-56), o Pontífice destacou a expressão “partiu”. Segundo Francisco, isso significa que Maria não considerou um privilégio a notícia que recebeu do Anjo, mas, ao contrário, saiu de casa e se pôs a caminho com a pressa de quem deseja anunciar essa alegria aos outros e com a preocupação de se colocar ao serviço de sua prima.
“Essa primeira viagem, na realidade, é uma metáfora de toda a sua vida, pois, a partir desse momento, Maria estaria sempre em caminho, seguindo Jesus como discípula do Reino. E, ao final, sua peregrinação terrena se encerra com a Assunção ao Céu, onde, junto a seu Filho, goza para sempre da alegria da vida eterna.”
“Irmãos e irmãs, não devemos imaginar Maria como uma ‘estátua imóvel de cera’; nela podemos ver uma ‘irmã... com as sandálias gastas... e com tanto cansaço nas veias’, pelo fato de ter caminhado seguindo o Senhor e ao encontro dos irmãos, concluindo então a sua viagem na glória do Céu. Assim, a Virgem Santa é aquela que nos precede no caminho, lembrando a todos nós que também a nossa vida é uma viagem contínua rumo ao horizonte do encontro definitivo."
"Rezemos à Nossa Senhora para que nos ajude a seguir nesta jornada rumo ao encontro com o Senhor", concluiu o Papa Francisco. Fonte: https://www.vaticannews.va
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No vídeo, Palestra de Frei Carlos Mesters, O. Carm, no Congresso da Ordem Terceira do Carmo realizado nos dias 2-3 de agosto-2019. Rio de Janeiro, 6 de agosto-2024.
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Os fiéis de todo o Brasil têm um compromisso marcado entre os dias 11 e 17 de agosto. É a Semana Nacional da Família, celebrada há mais de 30 anos e uma oportunidade de as pessoas se aproximarem e rezarem juntas, em família e em comunidade. Durante esses dias, no contexto do Mês Vocacional, a Igreja celebra a importância da vocação familiar e do serviço de evangelização às famílias.
O tema escolhido pela Comissão Episcopal para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para este ano é “Família e Amizade”, em sintonia com a Campanha da Fraternidade 2024, que abordou “Fraternidade e amizade social”. Os temas propostos para aprofundamento estão no subsídio Hora da Família, distribuído para grupos de todo o país celebrarem em casa, nas comunidades e paróquias.
“Acreditamos que é na família que construímos os melhores amigos e também onde aprendemos os valores básicos da vivência social. Desejo que todas as famílias possam fazer uma experiência profunda de amizade, especialmente com aqueles que estão mais próximos, para poder viver também uma profunda e intensa amizade com Deus”, disse o bispo eleito de Ponta Grossa (PR) e presidente da Comissão Vida e Família, dom Bruno Elizeu Versari.
A Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF), responsável por animar a celebração da Semana Nacional da Família em todo o Brasil, deseja favorecer a oportunidade de as famílias vivenciarem momentos de oração, de confraternização e de visitas aos que estão afastados. “O importante é despertar junto com os filhos, junto com a família e em famílias a importância da amizade”, motiva dom Bruno Versari, convidando à participação nas atividades realizadas em cada paróquia do país. “Que possam fazer um momento de alegria e de convivência aí na sua comunidade!”, finalizou.
A Semana Nacional da Família
Em agosto, a Igreja no Brasil celebra o Mês das Vocações, e a cada semana são refletidos os diversos chamados de Deus para o serviço na Igreja e na sociedade. Na segunda semana do mês, a partir do Dia dos Pais, é celebrada a Semana Nacional da Família, como momento de destacar e valorizar a vocação matrimonial.
Nesse sentido, desde 1992, várias dioceses promovem atividades que em mais de três décadas foram tomando corpo pelo país e hoje contam com celebrações, encontros, palestras e momentos festivos. Tais eventos extrapolaram o âmbito da Igreja em algumas cidades do Brasil, com ações em escolas, associações, casas legislativas e outros locais – que inclusive a tem como data oficial no calendário municipal.
Materiais de apoio e divulgação
Para a celebração da Semana Nacional da Família, é oferecido o subsídio Hora da Família, com roteiros para o Dia dos Pais e para os encontros de cada dia da Semana. O material também contém os encontros para a Semana Nacional da Vida, que será vivenciada em outubro. O Hora da Família pode ser adquirido na loja virtual da Pastoral Familiar: lojacnpf.org.br
Além do subsídio impresso, a CNPF oferece um kit de material gráfico da Semana Nacional da Família 2024 para ser utilizado pelos comunicadores e agentes da Pastoral Familiar na divulgação. Acesse aqui.
Saiba mais sobre a Semana Nacional da Família no Portal Vida e Família: www.vidaefamilia.org.br Fonte: https://www.cnbb.org.br
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Em um comunicado divulgado por ocasião dos acontecimentos nas eleições presidenciais, a Conferência Episcopal Venezuelana apela à verificação do processo eleitoral “no qual participem ativa e plenamente todos os atores políticos envolvidos”.
Vatican News
Protestos nos setores populares de Caracas e outras regiões da Venezuela depois das eleições realizadas no último domingo em que a oposição, organizações internacionais e governos manifestaram as suas dúvidas em relação aos resultados divulgados pelo órgão eleitoral, que deram a vitória a Nicolás Maduro.
Ouça e compartilhe
Os líderes da oposição venezuelana contestam o resultado, assegurando que, de posse de 73,25 % das atas, o candidato Edmundo González Urrutia venceu em todos os Estados, com 6.275.182, contra os 2.759.256 obtidos por Maduro.
Diante deste quadro, os bispos venezuelanos publicaram um comunicado onde destacam “a participação massiva, ativa e cívica de todos os venezuelanos no processo eleitoral", o que ratifica "a nossa vocação democrática.”
“Como pastores do Povo de Deus, acompanhamos de perto o desdobramento dos últimos acontecimentos e queremos expressar a todos a nossa proximidade e disponibilidade para prestar acompanhamento pastoral neste momento de preocupação”, afirma o comunicado dos prelados.
E unem-se ao pedido de uma verificação do processo eleitoral: “Unimos as nossas vozes às de todos aqueles dentro e fora da Venezuela que exigem um processo de verificação dos registos de contagem de votos, no qual todos os eleitores participem activa e plenamente.
Ao menos 12 manifestantes* morreram e mais de 700 foram presos durante os protestos em todo o país, que rechaçam a proclamação de Nicolás Maduro como presidente do país.
A Organização dos Estados Americanos (OEA), com sede em Washington, convocou uma reunião extraordinária para tratar dos resultados das eleições na Venezuela, questionadas pela oposição venezuelana e por vários países da região.
Neste meio tempo, o Governo da Venezuela exigiu que Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai retirassem “imediatamente” os seus representantes em território venezuelano, por terem manifestado a sua preocupação com o desenvolvimento das eleições presidenciais.
Jesuítas
O Centro Gumilla, que é o Centro de Investigação e Ação Social da Companhia de Jesus na Venezuela, por meio de um comunicado rejeitou o incitamento à “violência e a perseguições políticas", exortando a percorrer "caminhos de paz, o que exige respeito pela Constituição por parte de todos os cidadãos, organizações, Forças Armadas e poderes públicos.”
“O Conselho Nacional Eleitoral, com transparência, deve garantir aos Partidos Políticos, e a todo o país, o acesso a 100% dos registros eleitorais, por Estados, municípios e mesas, para verificar e validar se os resultados eleitorais correspondem ao que foi proclamado. Enquanto isto não for esclarecido, não é justo reconhecer aquele que foi proclamado vencedor”, afirma o comunicado do Centro Gumilla dirigido à opinião pública.
Também é lançado um apelo à comunidade internacional para que continue a mediação “para que o processo eleitoral esteja de acordo com a Constituição, que sejam esclarecidas as dúvidas razoáveis sobre os resultados e a verdade prevaleça, mediante auditorias independentes”.
União Europeia: sem verificação, votação não reflete vontade popular
O alto representante da União Europeia Josep Borrell felicitou "o povo venezuelano pela sua determinação em exercer o direito de voto de forma pacífica e massiva", reconhecendo "o empenho da oposição no processo eleitoral, apesar das condições desiguais. A vontade do povo venezuelano deve ser respeitada", reiterou.
Outrossim, como os resultados eleitorais não puderam ser verificados, "não podem ser considerados representativos da vontade do povo venezuelano até que todos os registos oficiais das assembleias de voto sejam publicados e verificados."
Neste sentido, a UE apelou ao Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela para agir com a máxima transparência no processo de apuração dos resultados, incluindo o acesso às atas de votação de todas as mesas de voto e a publicação dos resultados eleitorais. O apelo também às autoridades para que garantam a investigação completa de quaisquer reclamações ou reclamações pós-eleitorais.
Relatórios fidedignos de observadores nacionais e internacionais indicam que as eleições foram marcadas por numerosos fracassos e irregularidades.
Diante deste quadro, a União Europeia lamenta que nenhuma das principais recomendações da Missão de Observação Eleitoral da UE de 2021 tenha sido implementada. Os obstáculos à participação dos candidatos da oposição, as deficiências no registo eleitoral e o acesso desequilibrado aos meios de comunicação contribuíram para a criação de condições eleitorais desiguais.
A UE - ademais - manifesta a sua preocupação com as detenções arbitrárias e a intimidação de membros da oposição e da sociedade civil ao longo do processo eleitoral e apela à libertação imediata de todos os presos políticos, e assegura que continuará a dedicar todos os seus esforços políticos e diplomáticos para apoiar o diálogo e uma solução pacífica e negociada para a crise política.
A UE reitera o seu apoio aos esforços regionais e internacionais para facilitar o diálogo e restaurar a legitimidade democrática das instituições venezuelanas. Fonte: https://www.vaticannews.va
*Atualização às 6h30 de 31 de julho
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Interpretação: Ledjane Motta/ Rio de Janeiro.
Letra e música: Frei Petrônio de Miranda, O. Carm
1-The church to Carmel give thanks. A school of holiness and prayer. The church to Carmel praises: Fraternity, prophetism and mission
Tito Brandsma, Carmelita, journalist, our brother. With holy scapular we go on mission.
2 - We need, on hard times with Elias at the source have a drink. On the basement of the humanity, the truth and peace will always win.
3 – On Carmel our vocation is thinking about Maria. Commune every day to reach to contemplation
4 – The mission of carmelites it’s not do great things but, in the little things, with greatness, always live 5 – The media, after the temples, it’s the first pulpit to teach. It’s the power of the word and the truth against the violence.
6 – Poor woman, I'll pray for you. Even though i don’t know how to pray at least I’ll say " watch over our, sins”
7 – Prayer is not an oasis at the desert of the life, but a sea on our lives. Meditating, on the greatness news, following Jesus to Grow
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Tito Brandsma (Em Espanhol)
Interpretação: Ledjane Motta/ Rio de Janeiro.
Letra e música: Frei Petrônio de Miranda, O. Carm
1-La Iglesia, gracias al Carmelo, escuela de santidad y de oración. La Iglesia alaba el Carmelo: Fraternidad, Profetismo y Misión.
Tito Brandsma, Carmelita, Periodista, nuestro hermano. Con el Santo Escapulario vamos juntos en Misión.
2-Necesitamos, en tiempos difíciles, con Elías, en la fuente para beber. En los sótanos de la humanidad, la verdad y la paz siempre triunfarán.
3- En el Carmelo, si pensamos en María, es nuestra propia vocación. Comunión, todos los días, para llegar a la contemplación.
4-La misión de los carmelitas no es hacer grandes cosas, sino en las cosas pequeñas, con grandeza, vivir siempre.
5- La prensa, después de los templos, es el primer púlpito para enseñar. Es la fuerza de la palabra y de la verdad, contra la violencia de las armas para matar.
6- Pobre mujer, rezaré por ti... Aunque no sepas rezar. Al menos puedes decir: "Ruega por nosotros pecadores... Lo dijo con fe.
7-La oración no es un oasis en el desierto de la vida, sino que es vida, en nuestro vivir. Meditando, en la Buena Noticia, siguiendo a Jesucristo para crecer
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Em gritante contraste com o delinquente Trump, Biden sai da disputa como um político de grande estatura, que só foi abatido pela idade. Já no campo moral, o presidente ganhou de lavada
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou ontem, a escassos 107 dias da eleição, que desistiu de tentar a reeleição, ampliando o caráter dramático da campanha presidencial americana.
Pode-se ler sua decisão como um gesto de grandeza e espírito público, ante o fato de que sua permanência na disputa parecia ampliar drasticamente as chances de seu adversário, o ex-presidente Donald Trump, tido e havido como uma ameaça à democracia no país. Mas também é possível concluir que Biden não tinha alternativa, ante o fato de que sua candidatura estava sangrando – com perdas substanciais em financiamento e em apoio dentro de seu próprio partido. A pressão por sua desistência se tornou irresistível, e Biden, político experientíssimo aos 81 anos, concluiu o óbvio: sua candidatura estava morta.
Foram semanas de agonia após o desempenho desastroso no já antológico debate com Trump na TV. Recorde-se, aliás, que os democratas haviam desafiado Trump para o debate antes mesmo da confirmação das candidaturas porque tinham interesse em mostrar que, ao contrário das aparências, Biden estava em forma e pronto para o combate. Como se sabe, não foi o que se viu: os americanos, atônitos, puderam constatar que seu idoso presidente é um homem com limitações evidentes para o desafio de uma campanha eleitoral e, o mais importante, de governar os Estados Unidos por mais quatro anos.
Para piorar, as últimas semanas foram particularmente generosas para a campanha de Trump. Além da evidente fragilidade do adversário, o ex-presidente teve vitórias judiciais expressivas, que praticamente limparam seu caminho rumo à Casa Branca, onde terá poder para enterrar todos os inúmeros processos que tem contra si. Ademais, mas não menos importante, Trump sofreu uma tentativa de assassinato durante um comício, transformando-se automaticamente em mártir e em santo para seus inúmeros devotos. A sobrevivência de Trump foi transformada por sua campanha em prova de que o ex-presidente é um enviado de Deus para salvar a América. Nada menos.
Não foram poucos os que vaticinaram que a eleição, mantido o atual cenário, estava liquidada, ainda que as pesquisas de intenção de voto não tenham mostrado variações muito significativas em favor de Trump mesmo depois do atentado. E isso possivelmente se dá porque os Estados Unidos estão solidamente divididos entre democratas e trumpistas. A luta será para convencer os eleitores que não se identificam automaticamente com um ou outro – e eles terão peso significativo para decidir a eleição.
Para o Partido Democrata, começa agora a busca por um candidato viável, depois de semanas de angústia. Biden endossou sua vice, Kamala Harris, que não é exatamente um portento eleitoral, mas a esta altura não é possível imaginar uma disputa aberta entre os democratas pela vaga na chapa. Logo, salvo surpresas de última hora, os democratas irão de Kamala mesmo.
Ainda que abundem incertezas no campo democrata, a sensação certamente é de alívio. Não será mais necessário preocupar-se com cada frase dita por Biden – cujas declarações, todas elas, eram tomadas como medida de sua senilidade. A energia do partido poderá ser usada agora exclusivamente para construir uma candidatura forte o bastante para enfrentar Trump. A rigor, qualquer um seria melhor que Biden para cumprir essa missão.
É preciso energia e vigor para enfrentar Trump, que transformou o tradicional Partido Republicano numa seita que o idolatra, que nunca se conformou com a democracia e com sua derrota na eleição de 2020, que incitou uma tentativa de golpe de Estado e que tem profundo desprezo pelas instituições e pelos americanos que não o apoiam.
Em gritante contraste com o delinquente Trump, Biden sai da disputa como um político de grande estatura, que só foi abatido pelas limitações de sua idade, disputa que é impossível vencer. Já no campo moral, Biden ganhou de lavada. Fonte: https://www.estadao.com.br
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Mãe do Carmelo
Letra e música: Frei Petrônio de Miranda, O. Carm
Mãe do Carmelo, pra onde vais, Virgem do Carmo, onde estais. / Ensina a seguir Jesus, ensina encontrar a paz (bis)
1- Na Ordem, Terceira do Carmo, vamos juntos evangelizar, / Senhora do Escapulário, vem logo nos ajudar (bis)
2- No mês, da Flor Carmelo, a Novena vamos rezar. / julho é carmelitano, com o Cristo vamos encontrar (bis).
3- Com, Madalena de Pazzi, e Tito Brandsma, vamos louvar. / Com Teresona e João da Cruz, para o Monte vamos caminhar (bis)
4- Não me fale, em devoção, e para os pobres, os olhos fechar. / O Carmelo é compaixão, e vidas sempre salvar (bis)
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REFLEXÃO ELEITORAL À LUZ DA PALAVRA DE DEUS
Dom Jailton Oliveira Lino
Bispo de Teixeira de Freitas Caravelas (BA)
Queridos irmãos e irmãs em Cristo,
Estamos nos aproximando de um período de grande importância para a vida cívica de nossas cidades: o período eleitoral. Em breve, seremos chamados às urnas para escolher nossos prefeitos e vereadores. Este é um momento que exige de nós, cristãos, uma profunda reflexão à luz da Palavra de Deus e dos ensinamentos da Igreja.
A política, como nos lembra o Papa Francisco, é o meio mais rápido de ajudar aqueles que mais precisam. Em seu ensinamento, o Papa nos exorta a ver na política uma forma elevada de caridade, pois ela busca o bem comum e a promoção da dignidade humana. No entanto, não podemos fazer da política um ringue de disputas onde predominam o ódio, o rancor e a raiva. A democracia não é esse palco. A democracia tem a ver com liberdade, liberdade de escolha, onde as pessoas podem escolher e serem respeitadas.
A Palavra de Deus nos orienta a agir com justiça, misericórdia e humildade (Miquéias 6:8). Neste período eleitoral, devemos lembrar que a justiça de Deus nos chama a olhar para o próximo com amor e compaixão, a promover a dignidade de cada pessoa, especialmente daqueles que estão mais vulneráveis e necessitados.
Jesus nos ensina: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:39). Este mandamento deve guiar nossas escolhas e ações durante o processo eleitoral. Não devemos escolher nossos líderes baseados em interesses pessoais ou em promessas vazias, mas sim em sua capacidade de servir ao bem comum e de agir conforme os valores cristãos de amor, justiça e paz.
O Papa Francisco também nos adverte contra a tentação de instrumentalizar a política para fins egoístas. Ele nos chama a um engajamento político que seja realmente voltado para o serviço aos outros, e não para a busca de poder pelo poder. A verdadeira política, segundo o Papa, é uma das formas mais altas de caridade porque serve ao bem comum.
Em nossa caminhada democrática, que predomine o respeito, que predomine a política em favor dos que mais precisam. Que possamos escolher líderes que se comprometem verdadeiramente com a justiça social, com a promoção da paz e com a dignidade humana.
Precisamos nos entender como seres humanos, criados à imagem e semelhança de Deus, e levar em consideração o valor do outro. Não podemos secularizar o ser humano e colocar as disputas e o poder acima dos interesses do povo, dos interesses de Deus.
Peço a todos que orem pelo discernimento e sabedoria neste período eleitoral. Que o Espírito Santo nos guie em nossas escolhas e que possamos contribuir para uma sociedade mais justa e fraterna, onde o amor de Cristo possa realmente se manifestar em nossas ações e decisões.
Que Deus abençoe a todos nós e ilumine o caminho de nossa nação. Fonte: https://www.cnbb.org.br
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