Texto carmelita mais característico: a nuvem, a forma de mão de homem, do mar para o céu. (1 Rs 18, 42-45). A identificação “nuvem ß> Maria” (cf tbm Is 19, 1 + 45, 8) aparece no Oriente e no Ocidente nos séculos IV e V.

Testemunho precioso, porque se aproxima bastante do que se fala longamente no “De Institutione”: Maria é a criatura imaculada e imune do pecado. Fala ainda da virgindade como elemento importante na formação carmelita.

Particular importância tem a locução “Mare amaro”, de base bíblica: “mare” = realidade de forças desconhecidas e negativas. semelhante interpretação: Maria = gota de mar ou mar amargo. Há em Maria esplêndido equilíbrio entre a sua eleição por Deus, que lhe deu privilegiados dotes, e a pertença à humanidade pecadora (“Mare amaro”).

A tradição espiritual da Ordem viu nessa figuração da Mãe de Deus sua imaculada conceição, verdade de fé diretamente dependente da Encarnação. Viu, também, a figuração da Assunção (cf Miguel Aiguani, autor carmelita, † 1400).

Primeira conclusão: a presença mútua de dois fatores (pertença à nossa humanidade + graça especial de Deus) na única imagem da nuvenzinha. Imagem profunda que reafirma a pureza de Maria e abre a reflexão sobre o testemunho e a vocação das carmelitas.