Feliz festa do Beato Tito Brandsma, Carmelita contemporânea, apaixonado pela Espiritualidade Carmelita e mártir!!

O Beato Tito Brandsma foi preso por ser católico convencido e era defensor da verdade, como o seu pai inspirador o profeta Elias. Já no campo de concentração, ensina que o amor vai voltar a ganhar ao mundo inteiro.

Conheçamos a sua grande figura e repercussão religiosa e social.

Tito Brandsma (1881-1942)

Era frequente vê-lo em sua secretária, muito concentrado, digitando forte e agilmente sua velha máquina de escrever. Ele tinha os olhos cravados no papel, através de uns óculos redondos que lhe sentavam muito bem, rodeado da nuvem de fumo azul do seu cachimbo. Ao Interrompê-lo, antes de dizer ele nada, levantava a cabeça e a primeira coisa que distinguias no seu rosto era um sorriso inigualável. Ele dava a todos o seu bom humor e uma íntima alegria, que conquistava a simpatia de qualquer um.

Assim passava longos tempos Tito Brandsma quem, apesar da sua fraca Constituição física, que esteve prestes a levá-lo várias vezes para a morte, chegou a ser no seu tempo um dos homens mais cultos e importantes da Holanda.

Tinha obtido em Roma o doutorado em filosofia, onde também se especializou em sociologia, espiritualidade e jornalismo, uma vez ordenado padre em 1905. Ao seu retorno à Holanda fundou bibliotecas, escolas e a UNIÃO DE ESCOLAS CATÓLICAS. Embora nessa época a sua pátria tinha maioria absoluta protestante, o Tito conseguiu que o parlamento aprovasse uma iniciativa sua para que o estado concedesse ajuda econômica aos colégios católicos.

Reitor de faculdade, professor e jornalista

A Universidade Católica de nijmegen, a primeira da sua espécie dentro da jovem história da Holanda, foi fundada em 1923. Era o símbolo da anterior vitalidade dos holandeses católicos, que, durante alguns séculos, suportaram terríveis perseguições. Tito foi lá professor de filosofia e de mística. Em 1932 escolheram reitor por um ano. No entanto-Pensava Tito -, a faculdade era apenas uma pequena porção da muito ampla realidade nacional e havia que influenciar também em todos os que viviam fora das instituições acadêmicas.

Para servir melhor a sua pátria, tornou-se jornalista ativo. Fundou várias revistas e foi editor-Chefe de vários jornais, capotando em centenas de escritos as riquezas da sua mente e a sua sensibilidade. Mas o seu impacto no meio jornalístico excedeu o âmbito profissional. Muitos colegas encontraram nele a um confidente discreto, conselheiro iluminado e amigo sincero, sempre disposto a compartilhar mágoas e dar esperança.

Defensor de judeus perseguidos

No ano de 1933 Adolfo Hitler obteve o poder na Alemanha. Em Maio de 1940 os nazistas invadiram a Holanda e começaram a apoderar-se do ensino e da imprensa católicas para submeter o povo. Tito Brandsma, nomeado então assistente da união de jornalistas católicos, ergueu corajosamente a voz para denunciar a perseguição contra os hebreus das escolas católicas e o atropelo total da liberdade religiosa por parte do nazismo. Os jornalistas, animados por ele, formaram uma frente comum contra o inimigo.

Logo começaram as detenções de padres. No dia 26 de janeiro de 1941, os bispos holandeses declararam que o nacional-socialismo era o mais oposto ao ensino da Igreja Católica, e isso provocou uma nova onda feroz de perseguição para católicos e judeus. Tito foi feito preso pela temível gestapo no dia 19 de janeiro de 1942 e trancado na cela 577 da tristemente célebre prisão de oranjehotel, onde se encarcerava os combatentes da resistência. Lá passou sete semanas de terrível solidão. No entanto, para conservar a sua liberdade, apesar do isolamento, foi estabelecido um plano diário de trabalho. Ele escreveu versos, começou uma biografia de Santa Teresa de Ávila, redigiu uma via sacra e escreveu duas pequenas obras minha cela e cartas desde a cadeia.

No dia 12 de março levaram-no para o campo de concentração de Amersfoort, destinado a trabalhar nas serrarias. Um trabalho cansativo para os prisioneiros, mal alimentados e insuficientemente equipados. Uma tortura horrível. A todos os padres presos lhes era estritamente proibido, sob pena de duras punições, realizar qualquer ação de tipo espiritual, mas para Tito-homem corajoso e apaixonado por Deus-isso não era um obstáculo. Durante a semana santa se reúne com vários presos a meditar sobre a paixão de Cristo. Os demais prisioneiros lhe buscavam dia e noite para encontrar ao seu lado conforto e receber sua bênção. Mansinho lhes desenhava a cruz nas mãos, ouvia as suas confissões e assistia os doentes e moribundos.

Além de católicos, entre os seus companheiros de prisão, havia pessoas de outras confissões religiosas, mesmo agnósticos e ateus. Passados os anos, vários deles deixaram testemunhos de enorme admiração por ele.

Fazer mais fácil o perdão

Diante das queixas dos maus tratos, Tito tínhamos os outros prisioneiros a superar-se ao ódio e a rezar pelos seus carrascos:

- Ore por eles - dizia-lhes uma e outra vez.

- Sim, pai, lhe respondiam, mas isso é.... Tão difícil..!!


Com muita compreensão e um pouco de humor respondia Tito :-não se preocupe, você não precisa fazer isso durante todo o dia... também eles são filhos do bom Deus e quem sabe se algo fica neles...

Vítima da fúria do ódio, soube amar a todos. No Domingo de Páscoa começaram as execuções de setenta e seis membros do movimento clandestino da Holanda. Durante mais de uma hora Tito e seus companheiros tiveram que contemplar o fuzilamento maciço de seus companheiros. Tito rezava por eles e fazia-os compreender por sinais, cruzando as mãos e olhando para o céu.

No dia 16 de maio de 1942 Tito foi transportado para Dachau, perto de Munique. Neste campo de concentração viviam cerca de 110 mil prisioneiros, dos quais 80 mil encontraram a morte. Tito chegou a conhecer toda a brutalidade de regime nazista: socos, chicotadas com tábuas e paus, chutes e outras torturas. Lá os padres católicos eram tratados como homens de segunda classe; nas três casernas que formavam este bloco haveria aproximadamente 1600 eclesiásticos. No total calcula-se que Hitler levou a morte aproximadamente a cerca de 4 MIL PADRES CATÓLICOS.

Fonte: Facebook ( https://www.facebook.com/walteralberto.palominopalomino )