A aprovação da Forma de Vida transformada em Regra da Ordem do Carmo foi uma semente que nasceu vigorosa e cresceu e desenvolveu-se prodigiosamente em toda a Europa, tornando-se uma Ordem de muita influência no contexto de Igreja mas em meio a erva daninha do cisma de Martinho Lutero que, dividiu a Igreja em muitos países da Europa, divisão que afetou profundamente a vida das Ordens Religiosas provocando forte enfraquecimento da disciplina moral e religiosa. Mas há males que vêm para o bem! Foram surgindo indisciplina da vida religiosa através de diversas Reformas que desenvolveram às Ordens Religiosas o antigo vigor.
A Ordem do Carmo- A Reforma Teresiana e a Reforma Turonense! Essas duas Reformas tiveram características bem comuns: impuseram obediência, humildade e amor ao silêncio, meditação e busca do Ideal Contemplativo do Carmelo! Outros resultados das Reformas: vida mais simples e frugal, amor à pobreza evangélica.
Teresa de Jesus ou DÁviIa, nasceu em 1515; aos 20 anos fugiu de casa e ingressou no Carmelo da Encarnação em Ávila. A comunidade número das Irmãs era da fidalguia espanhola; muitas delas tinham até amas particulares para servi-las; havia muito indisciplina que as agradou Teresa; ela conquistou a simpatia de algumas companheiras e partiram para a fundação de um convento pobre e mal cuidad( José. O ideal de Teresa era voltar à austeridade original da Regra do Carmelo. Esta empresa não foi fácil; ela sofreu muito, mas por fim Carmelitas: João Batista Rossi; isso foi em 1567. O Padre Geral encorajou a continuar a sua obra de Reforma. A Divina Providência cc muitas qualidades e mais ainda de muitas virtudes: foi o Carmelita Frei João de São Matias e juntos, lançaram-se a essa grande empresa de Reforma da Ordem do Carmo.
Enfrentando toda a sorte de dificuldades e de contratempos fundaram os Mosteiros tanto das Monjas como dos Frades. Além do pequeno Mosteiro de São José, Teresa com o apoio de Frei João Matias, fundou, espalhados pela Espanha mais de 16 Mosteiro e o Frei João de São Matias, que depois se chamou João da Cruz, fundou em Duruelo o primeiro Mosteiro dos Frades.
As aventuras de Sta. Teresa estão escritas em sua obra: O livro das Fundações. Teresa faleceu em Alba de Tormes a 04 de outubro de 1582. A obra da Reforma Teresiana estava consolidada mas faltava o reconhecimento oficial da Ordem do Carmo. Isso aconteceu numa Assembléia Geral da Ordem do Carmo em junho de 1593, 11 anos após a morte de Sta Teresa. E a 29 de dezembro de 1593 o Papa Clemente VIII com um documento oficial, a Constituição Apostólica Pastoralis Oficio confirmou o decreto da Assembléia da Ordem realizada em Cremona/ltália. Assim se constituiu uma Ordem do Carmo independente que se chamou a ORDEM DOS CARMELITAS DECALÇOS ficando a mesma sob a jurisdição de um Superior Geral com o nome de Preposto Geral.
Esse foi o desfecho final da Reforma idealizada por Sta. Teresa de Jesus e São João da Cruz, ambos considerados os fundadores da Ordem dos Carmelitas Descalços chamados também de Teresianos. Ë bom que se entenda que a Espiritualidade e o Carisma dos dois ramos em nada diferem um do outro; a diferença está exatamente na Constituição de duas estruturas de governo; cada Ordem do Carmo com o seu governo próprio, e as duas com residência em Roma. Todos nós, Carmelitas Calçados e Descalços somos Igreja, somos uma só Família, somos todos Irmãos!
A Ordem do Carmo a reforma de turonense.
Além da Reforma Teresiana, houve outras Reformas na Ordem do Carmo: a de Albí/França, a de Mãntua/ltalia e a de Turaine/França, sendo que esta foi a mais importante e duradoura. Recordemo-la! Já vimos a importância da atuação do Pe. Geral o Beato João Soreth na fundação das Monjas de Clausura e da Ordem Terceira do Carmo, no seu empenho de reformar as comunidades, levando-as à observância mais rigorosa da Regra da Ordem do Carmo, na restauração da vida comum, na implantação de um estilo de vida mais simples, pobre e frugal. O século XVI foi de grande desenvolvimento da Ordem do Carmo na Europa. A Reforma implantada por Sta. Teresa de Jesus e 5. João da Cruz, espalhou-se na França e em outros países da Europa. Na França, entretanto, a Ordem do Carmo estava em crise no fim do século XVI. Havia religiosos que levavam uma vida edificante, mas havia também aqueles que não correspondiam à sua vocação de Carmelitas. A Comunidade de Angers não andava bem até que nela entrou Felipe Thibaut nela professando. Felipe Thibaut, muito inteligente, dotado de grande capacidade, chegou até a pensar em ingressar na Ordem dos Cartuxos e mesmo em abraçar a Reforma Teresiana, mas o seu ideal era implantar na sua Província uma Reforma diversa à de Sta. Teresa de Jesus; ele não queria se separar da Ordem do Carmo. Seu ideal era implantar a experiência fundante do carisma Carmelitano, a experiência da comunhão intima com Deus e tinha como lema: Mais união menos perfeição, convencido de que a união e a fraternidade dariam uma base mais sólida para a Reforma do que as práticas externas. Ele não queria uma Ordem independente e buscava também garantias econômicas para favorecer novas fundações. Com bom senso diplomático resumiu ao mínimo conflitos com aqueles religiosos que não aceitavam a sua Reforma e assim ele foi conquistando até os estudantes, os Irmãos Leigos, e os religiosos à simpatia da Reforma como ele idealizava. Assim concretizou-se a Reforma Turonense que exerceu grande influência em toda a Europa.
Em 1603 o Pe. Geral Henrique SíIvio promulgou os Estatutos da Reforma Turonense. O Carmelita Pierre Behout, grande amigo de Thibaut, foi nomeado Prior do Convento de Rennes que, 1605 se tornou a base da Reforma Turonense. Um religioso que muito contribuiu para a consolidação da Reforma Turonense foi o Irmão Leigo Jean de Moulin que na profissão tomou o nome de Frei ~João de São Sansão. A linha espiritual planejada por Felipe Thibaut foi implantada nas comunidades: Thibaut foi eleito Prior do Convento de Rennes em 1608, que já estava com 50 religiosos; essa Comunidade foi a base, a força primeira da Reforma Turonense.
SÍNTESE DA ESPIRITUALIDADE IMPLANTA POR THIBAUT
-Meditação periódica e individual feita em Comunidade;
-Oração aspirativa implantada por Frei João de São Sansão;
-Métodos vários de exercícios da Presença de Deus.
Com estes elementos de Espiritualidade os Religiosos Carmelitas voltaram à vida de oração, à solidão, ao silêncio, enfim à Contemplação, que tinha caracterizado o Carmelo desde a sua origem. Em 1635 as Constituições da Reforma Turonense foram aprovadas pela Ordem do Carmo e oficialmente reconhecidas pelo Papa Urbano VII em 1639.
As Reformas implantadas na Espanha, na França, em toda a Europa despertaram Religiosos e Leigos ao seguimento de Cristo Senhor Nosso, Filho de Deus e da Virgem Maria, a Glória e o Esplendor do Carmelo.