A família Brandsma vivia num sitio afastado num ambiente de tranquilidade e intimidade, virtudes que se equilibravam com as estações, festas religiosas e a santificação do domingo.
Na vida familiar a vida religiosa ocupava um lugar de destaque. Os costumes religiosos eram piedosamente conservados. Imagens de santos e água benta tinham por função manter a fé viva. Construíam-se igrejas com torres altas.
A frequência era muito elevada. Antes de tudo, a Igreja devia ser bem visível. O povo gostava de sermões bombásticos, flores, liturgia pomposa com incenso e muitas velas. Pelo resto apreciava-se o recolhimento.
Os fiéis não queriam ser impedidos em suas práticas devocionais tradicionais. Esse estilo de vida não provinha apenas do sentimento de insegurança, mas também do sinal de fidelidade à Igreja, que não queria ser deste mundo.
Alguns progressistas não concordavam com uma Igreja atrás de muros seguros e defendiam uma Igreja aberta aos desafios do mundo. Era uma luta veemente entre prós e contras. Nesse período de uma Igreja voltada sobre si mesma, começa o caminho de vida de Tito Brandsma. A vida dele cabe na imagem daquele tempo: um período com pouca originalidade, uma Igreja solene com forte busca do sublime. Fuga do mundo.
O apego a certezas e segurança impedia a renovação. Preferia-se o estabelecido previsível profundamente enraizado. Todo o risco de renovação era repelido. Nada podia perturbar o sossego. Os jovens eram orientados a serem bem comportados. Dedicar-se à imitação era mais importante que desenvolver a própria criatividade.
*Do livro; O caminhar de Tito Brandsma no tempo de Hitler