Frei Jorge Van Kampen, Carmelita. In Memoriam. (*17/04/1932 + 08/08/2013)
Que Cristo foi transpassado por uma lança verifica-se ao pé da terra nas palavras de Zacarias (I2,10). De Jesus não se quebrou nenhum osso; para se cumprir o que ordenava a Lei de Moises a respeito a respeito do cordeiro, que se sacrificava na Páscoa (Ex. 12,46)! Ao mesmo instante saiu sangue e água. O sangue era sinal do próprio sacrifício pelos pecados, como recorda a carta aos Hebreus 9,21: “Sem derramar o sangue não se apagam os pecados”.
A água, no Evangelho, é sinal de graça, ou seja, do dom do Espírito Santo. João primeiro, e a Igreja depois dele, vão ver sair do coração aberto de Cristo os sacramentos do batismo e da eucaristia: água e sangue. Da cruz brota para nós o perdão e a vida nova. Ver o Jô. 5,6: “Tanto a água como o sangue são sinais de Jesus Cristo. Não só água, mas a água com o sangue. São também os sinais do Espírito Santo por ser Ele o Espírito da Verdade”.
O coração aberto nos convida a descobrir o amor poderoso e o segredo, que inspirava toda a vida de Jesus. Os que rodearam e conviveram com ele, verão diluir e a estender com o tempo estas recordações e emoções, mas descobrirão também, que não houve palavras, gestos, incluído o silêncio, que em Jesus manifesta o Amor de Deus.
O coração aberto deu origem à devoção ao Coração de Jesus. Convida para não se perder em emoções, mas aprofundar as considerações e palavras, que explicam a fé, e assim nos levam a olhar melhor para Jesus, e contemplar o Seu amor, e a deixar-nos transformar na Sua imagem.