Frei Joseph Chalmers O. Carm. Ex- Prior Geral
Diversos modos de seguir Jesus Cristo foram experimentados e testados através dos séculos. Alguns perduram até hoje e ainda têm o poder de atrair muitas pessoas e de ajudá-las a viver uma vida mais profunda em obséquio a Jesus Cristo. Um desses modos é o carmelitano.
A vocação é um chamado muito pessoal de Deus. Cada um de nós tem sua própria vocação pessoal, em se tornar aquilo que Deus sabe que podemos ser. Uma parte importante de nossa vocação é nossa atração por um jeito determinado de seguir a Cristo. Algumas pessoas se sentem atraídas pelos jesuítas, ou pelos franciscanos ou pelos dominicanos, mas nós sentimos bem dentro de nós uma atração pelos carmelitas. Nenhuma espiritualidade é melhor do que a outra. Todas elas têm o objetivo de nos ajudar a viver o Evangelho do modo mais pleno. Nosso modo é o carmelitano porque foi para este caminho que Deus nos chamou.
Então qual é o modo carmelitano? Em primeiro lugar, como em toda a espiritualidade cristã, somos chamados a ser seguidores de Cristo. Fixamos nossos olhos nele; ele é nosso líder, nosso mestre, nosso irmão, nosso salvador, nosso Senhor. Procuramos assimilar sua mensagem e viver o Evangelho no nosso dia a dia. O modo carmelitano de realizar isso é nos comprometendo em buscar a face do Deus Vivo, que é a dimensão contemplativa de uma vida voltada para a fraternidade e para o serviço aos outros. Esses valores estão intimamente ligados uns aos outros e estão unidos pela experiência do deserto. Como Elias, devemos passar pelo deserto para alcançar o Monte Horeb, a montanha de Deus. No deserto, a chama viva do amor arde dentro de nós, queimando tudo que não é Deus e nos preparando para encontrar Deus no murmúrio da brisa suave. Não estamos sós nesta jornada. Nossa Senhora, nossa irmã e nossa mãe, sempre nos acompanha. Ela gentilmente nos ensina como escutar a voz mansa de Deus e como acolher a presença e a ação de Deus em nossa vida. O Carmelo sempre foi e será mariano. Expressamos nossa devoção a Nossa Senhora de diferentes modos, de acordo com nossas diferentes culturas, mas todos nós buscamos viver nossa devoção nos tornando iguais a ela.
Os primeiros eremitas no Monte Carmelo se reuniram como uma comunidade para buscarem juntos a vontade de Deus. Em algum lugar entre 1206 e 1214 estes eremitas alcançaram tal unidade e propósito comum. Decidiram então, formalizar seu grupo buscando aprovação eclesiástica. Pediram então a Alberto, Patriarca de Jerusalém, que escrevesse uma “formula vitae” para eles, baseada no propósito que lhe apresentaram.
Em 1997 celebramos 750 anos da aprovação definitiva da Regra. Nesta ocasião, o Superior Geral dos Carmelitas Descalços e eu enviamos uma carta conjunta sobre a Regra a toda a Família Carmelitana que foi e permanece como inspiração para as duas Ordens. Ela não é apenas um documento histórico, mas uma fonte verdadeira de inspiração para todos os carmelitas. O título de nossa carta é: “Abertos para o Futuro de Deus”. Nossa tradição espiritual não é apenas um grande tesouro do passado, mas tem o poder de nos inspirar hoje e no futuro.
A Regra carmelitana é breve e não possuímos uma cópia do original, escrito entre 1206 e 1214. A versão mais antiga que existe é a que foi definitivamente aprovada pelo Papa Inocêncio IV em 1247, quando os eremitas desejaram se unir ao novo movimento profético na Igreja daquele tempo – o movimento mendicante
Existem diversas formas de se ler um texto. Podemos perguntar o que Santo Alberto quis dizer e o que os eremitas compreenderam quando ele escreveu. Também existem outras interpretações possíveis que vão além do que Santo Alberto e os eremitas tinham em mente. Essas novas interpretações surgem ao questionarmos o texto a partir de nossa própria experiência de vida. Um texto antigo como a Regra também pode ser estudado de forma científica ou histórica. Todos esses estudos e métodos diferentes de interpretação são importantes, mas muito mais importante é viver os valores contidos na Regra.
É possível interpretar um texto e não permitir que ele nos toque profundamente. Podemos abordar um texto com a convicção de que já conhecemos muito bem o que ele tem a dizer. Neste caso, corremos o risco de não estarmos abertos às nuances do texto. O mesmo problema ocorre quando abordamos a Sagrada Escritura. Às vezes, a familiaridade com as palavras de Jesus podem ser uma barreira ao que Deus quer dizer a nós hoje com sua palavra de salvação.
A Regra está impregnada com a Palavra de Deus. Embora seja breve, ela contém aproximadamente 100 alusões bíblicas explícita ou implicitamente. Santo Alberto era um homem que meditava longamente sobre a Palavra de Deus. Os eremitas nos exortaram a meditar dia e noite sobre a lei do Senhor. A razão desse preceito se volta para a transformação da pessoa em Cristo. É importante buscar com o pensamento o que a Palavra quer dizer, mas muito mais importante é que a própria Palavra habite em nossos bocas e em nossos corações e nos acompanhe em toda ação que realizamos (Regra, 19).
No começo da Regra, Santo Alberto diz que fomos chamados a viver em “obsequium Iesu Christi”. Estudos sobre a Regra demonstram que ela não é apenas uma lista de regulamentos. De fato, comparando o esboço da comunidade cristã presente nos Atos dos Apóstolos com a Regra, podemos observar muitos pontos de convergência e uma estrutura lógica semelhante. Nos Atos encontramos:
“Eles mostravam-se assíduos ao ensinamentos dos apóstolos, à comunhão e às orações... Todos os que tinham abraçado a fé reuniam-se e punham tudo em comum...” (2,42-27) e “A multidão dos que haviam crido era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava exclusivamente seu o que possuía, mas tudo entre eles era comum” (4,32).
Os eremitas vieram de várias partes da Europa para viver numa terra que se tornou sagrada pela presença de Jesus e onde ele derramou seu sangue para a redenção da humanidade. Jesus Cristo está no centro da Regra e da vida de cada eremita. Eles desejaram formar uma comunidade de discípulos, tendo como exemplo a comunidade cristã primitiva. Para realizar tal projeto, cada pessoa deve permitir que a lei de Deus se aposse de seu coração. Vigiar em oração é uma atitude essencial (Regra, 10) para estarmos sempre prontos para a vinda do Senhor até nós. Uma comunidade pode ser comparada a uma orquestra. Cada instrumento deve estar em harmonia com todos os outros para que toda a orquestra possa tocar a mesma melodia. Analogamente em nossas comunidades, o estado espiritual de cada membro afeta toda a comunidade.
Cada eremita deve permanecer na cela designada a ele pelo prior. Somos tentados muitas vezes a buscar Deus em toda parte, exceto onde estamos. Mas Deus vem nos encontrar em nossa realidade atual e cabe a nós descobrir a presença de Deus nos eventos do dia a dia. Santo Agostinho disse que gastou muito tempo buscando Deus fora de si mesmo, quando Deus sempre esteve presente no mais íntimo de seu ser.
A Regra fala de rezar as horas canônicas (Regra, 11). Quando rezamos os salmos, temos a chance de assimilar o modo com que o próprio Jesus pensou e rezou. Mais tarde esta seção da Regra aplicou-se à obrigação de rezar o Ofício Divino, que é a oração oficial de toda a Igreja. Cristo, a cabeça do Corpo, sempre intercede por nós diante do trono de misericórdia e nós, como membros da Igreja, fazemos parte dessa oração constante de Cristo. Somos membros vivos do Corpo de Cristo que é a Igreja e rezamos uns pelos outros e pelo mundo. Cristo é o Sacerdote eterno e nele somos uma raça eleita, um sacerdócio real, uma nação santa (1Pd 2,9). Devemos louvar e agradecer a Deus em nome daqueles que nunca pensam em Deus. No Ofício Divino, fazemos parte da liturgia celestial que é o relacionamento íntimo entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Esta oração de toda a Igreja nos alimenta e nos ajuda a crescer espiritualmente. É importante levar para a liturgia corações ardentes para que ao voltarmos para nossas “celas”, como diz a Regra, a nossa oração pessoal seja alimentada pela oração de toda a Igreja.
Os eremitas devem construir um oratório no meio de suas celas (Regra, 14) onde devem reunir-se toda manhã para celebrar a Eucaristia. No tempo em que a Regra foi escrita parece-nos que os eremitas se reuniam normalmente apenas para a Missa no domingo, por isso o preceito de reunirem-se a cada dia mostra a grande importância que o primeiro grupo de carmelitas dava à Eucaristia. A reunião diária é um convite para sair da solidão das celas individuais, e do risco de auto-suficiência, para encontrar Deus no coração da comunidade. Devemos criar espaço em nossas vidas para encontrar Deus face à face, mas nunca devemos nos esquecer de que a autenticidade de qualquer experiência religiosa se prova no modo como nos relacionamos com nosso próximo. Nossa oração pessoal nos faz aceitar as outras pessoas como elas são? Deus nos aceita como somos em toda nossa fraqueza e imperfeição. Podemos fazer o mesmo pelos outros?
A Eucaristia é a celebração dos filhos e filhas de Deus. Diante da comunhão recebemos a paz de Cristo e partilhamos esta paz uns com os outros. Assim estamos unidos em comunhão uns com os outros. Recebemos Cristo para crescer em Sua semelhança como indivíduos e como comunidade. Recebendo a comunhão entramos em união com Cristo. A Regra nos ajuda a continuar a viver em união com Cristo e em comunhão uns com os outros para que possamos juntos viver Nele. A Eucaristia é fundamental para nossa oração. Durante a celebração fazemos uma oferta viva de nós mesmos em união com Cristo ao Pai e, após a celebração, devemos colocar esta oferta viva em prática, no nosso dia a dia. Os detalhes da Regra fornecem a estrutura dentro da qual podemos realizar tal oferta e Deus nos apresenta a cada dia muitas situações onde podemos viver esta oferta. É obvio que se em dado momento estivéssemos conscientes de que Deus estava falando conosco através de algum evento, ouviríamos cuidadosamente, mas Deus tornou-se um de nós e se aproxima de nós a cada dia de modo bem humano. Muitas vezes a forma que Deus escolhe para se aproximar de nós é tão insignificante que temos muita dificuldade de reconhecer Sua presença. A solidão e o silêncio da cela é o espaço sagrado onde nossos corações estão sintonizados na escuta da voz de Deus. Através de nossa oração pessoal e comunitária, aprendemos como ouvir a voz mansa de Deus que fala dentro de nós e aprendemos a ver o rosto de Deus na face de nosso próximo.
De acordo com o tempo e o lugar onde a Regra foi escrita, a vida espiritual é vista como um combate entre o bem e o mal. Como preparação para esta grande batalha a Regra propõe o jejum e a abstinência (Regra, 16 & 17). Devemos colocar a armadura de Deus (Regra, 19) e nos proteger de todo mal com o escudo da fé.
A fé deu a Teresa de Lisieux a força para continuar apesar de grandes tentações. Ter fé implica em acreditar firmemente na presença de Deus que vive em nós e nos sustenta a cada momento. Se estamos no deserto ou no meio da escuridão, é a fé no Deus vivo que nos protege e nos leva a seguir adiante. Somos chamados a colocar o capacete da salvação para nos lembrarmos de que a salvação é necessária. Precisamos acreditar na misericórdia de Deus que nos libertará do pecado e nos levará à vida eterna. A espada do Espírito, que é a Palavra de Deus, deve ser abundante em nossas bocas e corações. Devemos procurar conhecer a Palavra de Deus para que ela se torne uma parte essencial de nosso ser. Devemos ser transformados pela Palavra para que o plano de Deus possa ser realizado em cada um de nós. Ler e meditar sobre a Palavra de Deus não nos torna necessariamente pessoas cultas, mas nos faz sábios, cheios da sabedoria de Deus. Aos olhos do mundo isso pode parecer loucura, mas na realidade, o que é loucura de Deus é mais sábio do que toda a sabedoria humana e o que é fraqueza de Deus é mais forte do que a força humana (1Cor 1,25).
O trabalho e o silêncio são elementos importantes da vida carmelitana. Trabalhar é participar na criatividade de Deus e, por isso, qualquer trabalho que realizemos é importante. No entanto, o trabalho não deve se tornar um ídolo para nós. Ele é vital para dar espaço a Deus em meio a todas as nossas atividades. O silêncio é o meio no qual nos tornamos mais facilmente conscientes da presença de Deus. O silêncio não deve ser apenas a ausência de ruído. Ele deve ser preenchido com Deus. O silêncio exterior é útil, mas o silêncio interior é muito mais necessário. No silêncio de nossos corações começamos a discernir a voz de Deus.
“Deus pronunciou uma palavra que foi seu Filho. Ele sempre a repete num silêncio eterno e, no silêncio, ela deve ser escutada pela alma” (João da Cruz, Máximas e Conselhos, 21).
O primeiro grupo de eremitas carmelitanos floresceu, quando a família carmelitana mundial. Ser membro de uma família é um elemento muito importante de nossa vocação carmelitana. Não seguimos Cristo como indivíduos isolados, mas como irmãs e irmãos. É óbvio que existem diferentes formas de viver este valor de fraternidade de acordo com nosso chamado particular. No entanto, o elemento essencial é que estamos conscientes de nossa ligação uns com os outros como irmãos e irmãs. O coração da vocação cristã é tornar-se como Cristo e amar como Deus ama. Podemos ser muito bons em amar nosso próximo na teoria. O que nos causa problemas é amar realmente as pessoas na prática. Em nossa jornada através do deserto e na escalada rumo ao Monte Carmelo, caminhamos com outras pessoas que partilham nossos valores fundamentais e que estão tentando seguir a Cristo assim como nós. Penso em nosso relacionamento com outras pessoas como o dom de Deus para nós. É como a estátua da Pietá na Basílica de São Pedro. Ela começou como um bloco de mármore e somente Michelangelo podia ver no que este bloco se transformaria. Ele começou seu trabalho usando um martelo e um formão. Deus é o grande artista. Deus pode ver o que podemos ser e trabalha em nós. As ferramentas que Deus usa são muitas vezes outras pessoas, especialmente aquelas com quem convivemos todos os dias. São elas que vão fazendo o polimento de nossas asperezas.
Somos indivíduos únicos, mas partilhamos uma herança comum. Estamos unidos como irmãos e irmãs. Buscamos a face de Deus juntos e encontramos Deus uns nos outros. Provamos nosso amor por Deus no modo como tratamos uns aos outros. Temos uma tendência normal de restringir nosso amor de algum modo, mas ao buscarmos Deus juntos, aprendemos gradualmente a amar, partindo da Fonte de todo amor. Ao deixarmos de lado nossa visão limitada de quem merece ser amado, aprendemos a olhar as pessoas como Deus olha para elas. Aprendemos a ter compaixão e respeito pelos outros e eles se libertam através de nosso amor.
Unidos como uma família internacional é um modo profético de viver. Um dos elementos essenciais do modo de vida carmelitano é o compromisso com o serviço. Existem muitas formas de realizar tal serviço no nosso dia a dia. Todo serviço cristão se volta, de algum modo, para a vinda do Reino de Deus. Buscamos viver os valores do Reino aqui e agora e estamos conscientes de que o fazemos de modo profético com a força da tradição de Elias. Profeta é aquele que proclama a Palavra de Deus em determinadas situações. Podemos profetizar de maneira simples e discreta, mas também em trabalhos muito importantes. Elias foi levado à ação profética por causa de sua experiência de Deus. O âmago do modo de vida carmelitano é a dimensão contemplativa. Ser contemplativo não significa necessariamente passar muitas horas em oração todos os dias, embora seja essencial um compromisso de passar algum tempo sozinho com Deus. O teste para saber se nossa experiência de Deus é autêntica é como vivemos nosso dia a dia – como tratamos outras pessoas – se buscamos servir ou não aos outros.
Titus Brandsma disse que a vocação carmelitana nos transforma em outra Maria e penso que isso resume da melhor maneira nossa vocação contemplativa. Ela teve o relacionamento mais íntimo com Cristo. Ela abandonou sua própria vontade, suas próprias idéias e planos para que a vontade de Deus se realizasse nela. Algumas pessoas têm dificuldades com o jeito católico de tratar Nossa Senhora e ressaltam que ela aparece muito pouco nos Evangelhos, mas é exatamente este o modo do(a) contemplativo(a) que está repleto de Deus e sempre aponta para Deus e não para si mesmo(a).
Ser contemplativo (a) não significa ter experiências extraordinárias na oração. Isso acontece a muito pouca pessoas. A maioria dos contemplativos seguem Cristo pelo deserto à noite e raramente vislumbra o que está acontecendo com eles, mas Deus trabalha na escuridão, formando-os e moldando-os numa nova criação. O artigo 17 das Constituições dos frades nos diz que a contemplação começa quando nos confiamos a Deus seja qual for a forma que Deus escolher de chegar a nós. Deus geralmente vem a nós da forma mais inesperada. Maria recebeu a Palavra de Deus através da mensagem de um anjo, mas ela também estava aberta para escutar a voz de Deus aos pés da cruz. Elias não encontrou Deus no terremoto ou no fogo ou no vento forte, mas no murmúrio da brisa suave. Devemos estar atentos à voz de Deus no nosso dia a dia.
Existem muitos aspectos de nossa vocação carmelitana, mas estou convencido de que o aspecto contemplativo é crucial porque se o considerarmos seriamente, os outros aspectos também se tornarão muito mais proveitosos. O Carmelo é sinônimo de oração e de contemplação. Não concretizamos nossa vocação realizando muitas coisas para Deus, mas sim permitindo que Deus nos transforme.
Se aceitarmos o convite de Deus para continuar essa jornada interior, encontraremos algumas dificuldades porque começaremos a ver mais claramente o que está nos motivando. Teremos consciência de que, às vezes, nossas melhores ações emergem de motivos egoístas. Contudo, seguindo esse caminho, viveremos os valores fundamentais de nossa Regra e de nossa espiritualidade e assim, nosso modo humano de pensar, amar e agir, será transformado num modo divino. Finalmente veremos com os olhos de Deus e amaremos toda a criação com o coração de Deus.
Por quase 800 anos a Regra tem inspirado diversas pessoas a revestirem-se com a Palavra de Deus. A espiritualidade carmelitana não se resume a um breve texto da Regra, mas é a fonte da qual emerge toda a tradição. Rezo para que nossa Regra seja uma palavra viva para todos nós e que nos inspire hoje e no futuro para que sejamos dignos de seguir os passos de todos aqueles homens e mulheres que assumiram a Regra como uma luz para seus caminhos através dos tempos.