Da: “Forma de vida dos primeiros monges” (ano 1370)
Os Religiosos monges ermitães que somos, devemos meditar sempre mais cada uma destas palavras, não só no sentido literal histórico, mas principalmente no sentido místico, e com tanto maior solicitude, quanto nelas se encerra mais perfeitamente a instituição, isto é: o modo de vida para chegar à perfeição profética e, enfim, à vida religiosa eremítica.
Esta vida de perfeição religiosa encerra dois fins: um podemos consegui-lo com nosso esforço e o exercício das virtudes, ajudados pela graça divina. Este fim consiste em oferecer a Deus o coração santo e limpo de toda mancha atual de pecado.
Conseguimos este fim quando já formos perfeitos e estivermos no Carit. ou seja, quando nos tivermos escondido naquela caridade da qual disse o sábio: “a caridade cobre todas as faltas” (Prov 10,12).
Mostrando o Senhor a Elias que queria que chegasse a este fim de caridade, lhe disse: te esconderás na torrente do Carit.
O outro fim da santa vida eremítica é dom totalmente gratuito de Deus que Ele comunica à alma. Consiste em que, não só depois da morte, mas ainda nesta vida mortal, possa gozar no afeto do amor e no gozo da luz do entendimento, algo sobrenatural do poder da presença de Deus e o deleite da eterna glória. Isto quer significar beber da torrente da delícia divina.