O Escapulário é essencialmente uma veste. Quem o recebe, em virtude de o ter recebido, é associado à Ordem do Carmo num grau mais ou menos íntimo. O Escapulário ou bentinho, de fato, é a miniatura do hábito desta Ordem, que para viver no seguimento e serviço de Jesus Cristo, escolheu a experiência espiritual da familiaridade com Maria, irmã, mãe e modelo.
A agregação à Família Carmelitana e a familiaridade com Maria assumem um caráter fundamentalmente comunitário e eclesial, porque Maria "ajuda todos os seus filhos, onde quer e como quer que vivam, a encontrarem em Cristo o Caminho rumo à casa do Pai. E assim o Escapulário é um pequeno "sinal" do grande ideal do Carmelo: intimidade com Deus e amizade entre os discípulos.
O ESCAPULÁRIO DO CARMO
1- Ligada à história e aos valores espirituais da Ordem dos Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, a devoção a Maria se exprime, entre os carmelitas, mediante o Escapulário. Por isso quem o recebe torna-se membro da Família da Ordem e se compromete a viver a sua espiritualidade de acordo com as características do seu estado de vida.
TRAÇOS HISTÓRICOS
Um projeto mariano de vida evangélica
A Ordem dos Irmãos da Santíssima Virgem Maria nasceu no Monte Carmelo, na Terra Santa, no século XII. Um grupo de eremitas oriundos do Ocidente, ali se estabeleceram para viverem o seguimento de Jesus na terra de Jesus. Diante do pedido deles, o Patriarca Alberto deu-lhes uma norma de vida, que, entre outras coisas, lhes pedia a construção, no meio das celas, de um oratório, onde se reunissem para a Eucaristia (1). Dedicaram-no a Maria, pretendendo deste modo ligar-se a Ela de maneira especial, a ponto de serem identificados, pelo povo primeiro, e depois oficialmente, como os "Irmãos da Santíssima Virgem Maria do Monte Carmelo".
O itinerário evangélico ou o compromisso cristão dos Carmelitas assume, portanto, uma característica profundamente mariana. Na verdade, Maria engrandece o Senhor e exulta nas maravilhas do seu amor misericordioso (cf Lc 1,46); escuta e contempla no seu coração todos os acontecimentos, que se referem a Jesus (cf Lc 2,19.51). identifica-se com o seu povo, especialmente com os necessitados, com os pobres de pobreza espiritual e material, com os marginalizados (cf Lc 1,39ss; Jo 2,3). é assídua na oração, aberta ao fogo do Espírito, que é a força de qualquer doação apostólica (cf At 1,14; 2,1-4).