“Tudo que fizeste a um destes meus Irmãos mais pequeninos, foi a mim que o fizestes”. (Mt 25, 40.)
Frei Domingos Fragoso, 0. Carm.
A Devoção do Escapulário coloca a gente na caminhada de Maria de Nazaré. Isto significa: É um convite para dar grande importância à vida do pobre. Você, talvez, fique desconfiado quando ouve alguém falar de pobreza. É assunto que está na boca da maioria das pessoas.
Você já percebeu que os países são divididos entre ricos e pobres? O Brasil é um país pobre: a maioria dos seus habitantes não tem nada, e a riqueza é privilégio de alguns. Os países ricos são uns poucos.
Por ocasião do Concílio Vaticano II, a Igreja tomou o partido dos pobres de maneira bem clara. Esta atitude refletiu-se no encontro dos bispos latino-americanos, em Medellin. E uma posição mais definida ainda em favor dos pobres foi tomada dez anos mais tarde, quando os bispos da América Latina novamente se reuniram em Puebla. Basta isto para notar que a pobreza é um dos problemas centrais da humanidade nos dias de hoje.
Os pobres têm um lugar especial no coração de Deus. No Sermão da Montanha, Jesus anuncia que o Reino de Deus está aberto aos pobres, pertence a eles. Faz ver que a marca de autenticidade de sua Palavra é o fato de que os pobres são libertados de seus sofrimentos e recebem o anúncio da Boa Nova. E vai mais longe: identifica-se com os pobres e considera como feito a si mesmo tudo o que é feito aos pobres. Jesus preferiu viver pobre, entre os pobres e morrer como um deles.
Pois bem, a Devoção do Escapulário motiva a tomar a sério a pobreza, a vida do pobre. Isto porque ela compromete o devoto a viver do jeito de Maria. Maria experimentou a dureza da vida dos pobres. Sempre aparece nos evangelhos como uma pessoa desprovida de posses. Mais ainda. Maria de Nazaré tinha os pobres na maior estima. Ela esperava um Mundo Novo, no qual os pobres famintos tivessem fartura e os ricos fossem despidos de mãos vazias.
Na sua simplicidade, o Escapulário do Carmo, colocando o devoto na estrada de Nossa Senhora, exige dele três coisas:
* Ter grande amor pelos pobres, como teve Jesus de Nazaré.
* Assumir atitude de denúncia de um mundo em que multidão de homens é violentada e injustamente reduzida à pobreza humilhante.
* Promover a chegada de um Mundo Novo de justiça e de fraternidade.
* Esta tomada de posição leva a uma descoberta muito importante:
* Todo cristão, especialmente o devoto do Escapulário, tem que ter espírito de pobreza.
Deus abre as portas do Reino para aqueles que se desprendem e se despojam da posse de bens passageiros, dominam a ganância e a ambição, e abrem as mãos para a doação generosa. Só estes terão o vigor necessário para assumir a causa dos pobres humilhados e para lutar por eles.