Os leigos carmelitas, impregnados pelo espírito da Ordem, que é "vacare Deo" (ter tempo para Deus), pretendem viver o carisma na escuta silenciosa da Palavra, na oração constante na sua vida, deixando-se entusiasmar pelo Espírito Santo em favor das obras grandiosas, que Deus realiza e para as quais Deus pede o seu empenho e eficaz contribuição. Para o carmelita a oração, numa intensidade crescente, torna-se uma atitude mais do que um exercício; comporta um reconhecimento cada vez mais agudo da presença da mão de Deus [em toda a obra da criação e na sua própria criação; no seu modo contemplativo de agir, a oração é muitas vezes modelada pela prática da presença de Deus numa grande variedade de formas. No Carmelo a oração é sobretudo um deixar-se amar por Deus]; a procura (de torná-la) não somente habitual, mas atual, de acolher o [tão grande] amor gratuito de Deus; [um tomar] a consciência sempre mais profunda da ação de Deus, que pervade toda a existência pessoal, como Santa Teresa de Lisieux tão fortemente testemunhou.
- a) Os sacramentos, especialmente a Eucaristia, são a vida de Jesus a se difundir nos fiéis, que por meio deles podem unir-se a Ele[1]. A participação, possivelmente diária, no sacrifício do altar[2], será assim a sua seiva vital.
- b) A Liturgia das Horas[3], ao menos a das Laudes matutinas, Vésperas e Completas (Oração da Noite), seja a expressão eclesial do encontro do Terceiro com Deus. Os lugares e as di-versas circunstâncias poderão indicar outras formas eventuais de oração litúrgica.
A vida espiritual não se esgota só com a Liturgia. Mesmo que esteja convocado para a oração em comum, o cristão sempre é obrigado a entrar no seu quarto para orar ao Pai no segredo[4]. Mais, segundo o ensinamento de Jesus[5], reforçado também pelo Apóstolo[6], o cristão é obrigado a rezar sem cessar[7].
*Da Regra da Venerável Ordem Terceira do Carmo.
[1]. LG 7