*Frei Emanuele Boaga, O. Carm. e Augusta de Castro Cotta, CDP
(Institutum Carmelitanum- Comissão Internacional Carisma e espiritualidade)
A respeito da oração, com base no texto da Regra e dos acenos que se encontram em documentos dos séculos XII e XIV, podemos observar brevemente os seguintes aspectos:
A oração individual
Vem desenvolvida na linha monástica, com acento na “Lectio Divina”. Um exemplo típico de como os teólogos carmelitanos sabiam unir, na Idade Média, o estudo da Sagrada Escritura com a contemplação é oferecido pelo bolonhês Miguel Aiguani (†1400), nos seus comentários dos Salmos. A oração mental ou meditação, entrará na Ordem posteriormente: os primeiros testemunhos são do século XIV. Entretanto, o uso é mais difundido no século seguinte, sem dúvida, por influência da “devotio moderna”. Além do mais, já no séc. XIII, nos escritos de Henrique de Hanne e de Nicolau o Gálico, se encontram alguns acenos aos aspectos afetivos e aspirativos, que serão retomados e desenvolvidos frequentemente, a seguir, tornando se quase um “leit-motiv” da oração no Carmelo. A partir do século XIV encontra-se, em algumas partes da Ordem, uma acentuação da importância da oração individual (de cada ser) relativamente àquela comunitária (do ser comunitário).
A oração comunitária das horas canônicas
Parece ter tido no início (1247) um significado pastoral, logo abandonado. No período que abrange os séculos XIV-XV, a liturgia das horas continua a ser bem cuidada e celebrada “com humildade, devoção e uniformidade”. A participação nessa forma de oração desenvolve um papel fundamental e orientador da vida dos carmelitas na época medieval.
A celebração Eucarística
Desde o início, é fonte e centro da comunidade. È muito forte o sentido eucarístico da vida. Neste contexto situa-se a ação desenvolvida pelo Prior Geral João Soreth, no século XV, pela comunhão frequente, que torna-se prática característica no âmbito carmelitano. Somente depois do século XV, e mais ainda do século XVI em diante, desaparece a importância da missa conventual para todos os religiosos, e os religiosos sacerdotes podem celebrar a sós a própria missa (“missa privada”).
*Nas Sendas do Carmelo- Programas Formativos Nº. 6. Esquemas de atividades para a formação na identidade carmelitana.