Frei Emanuele Boaga, O. Carm. e Irmã Augusta de Castro Cotta, CDP
(Institutum Carmelitanum- Comissão Internacional Carisma e espiritualidade)
É lugar do amor fraternal, do encontro e do diálogo
A Igreja é sem “quadripórtico” (que era de uso geral, anteriormente) e a sua fachada dá diretamente para a rua ou praça. Esta escolha arquitetônica deseja exprimir a vontade de estar perto e no meio do povo. Internamente a Igreja apresenta-se com uma única nave, quase como se fosse uma “sala de acolhida”, surgindo nas paredes laterais os altares ou, nos edifícios maiores, as capelas laterais. No interior do convento os quartos (celas) sublinham a função de um lugar finalizado, não somente ao descanso, mas também à oração e reflexão individual. O encontro e a hospitalidade são caracterizados pelo refeitório e pela fornalha que esquenta a sala para os hóspedes.
É símbolo de fraternidade
O convento não constitui uma entidade autônoma econômica e religiosamente, e expressa não tanto a presença de pessoas que ali moram, porém a fraternidade que une estas pessoas entre si e com os outros membros da mesma Ordem e família religiosa. O claustro é o espaço para o encontro fraterno e força centrípeta da experiência espiritual (em relação a isto é importante destacar como em muitos conventos a porta da confraria laical se abria no claustro e como todas as portas dos quartos e das salas se abriam sempre no claustro, fosse a arquitetura em forma quadrada ou retangular). O dormitório (com as celas separadas por paredes de madeira e sem chaves, unidas pelo corredor) também induz à fraternidade. Disto temos numerosos exemplos nos conventos erigidos nos séculos XVI-XVII. A integração dos vários setores do convento (setor de oração, de comunidade, de trabalhos internos e de serviços externos, de acolhida, etc.) lembram também a responsabilidade, a reciprocidade e a condivisão.
É símbolo de pobreza
Em muitos conventos nossos, mas sobretudo nos mosteiros femininos, a nudez das paredes, o uso de materiais pobres, nas construções a abolição de espaços supérfluos, o predomínio da linha reta (que, porém, diminui no século XVIII), são formas que testemunham uma escolha de vida pobre e simples.