O Papa Francisco após o acidente na praça São Pedro com a mulher asiática em quem deu dois sonoros tapinhas na mão, perdendo a paciência porque o estava puxando, voltou a caminhar entre a multidão e, novamente, se viu obrigado a controlar o excessivo entusiasmo de uma freira africana que gesticulava com grande energia por trás das barreiras. Só que desta vez o Papa reagiu de maneira diferente, demonstrando ironia, provavelmente atento à repercussão provocada pelo episódio anterior. Observando a mulher Francisco disse: “estou com medo. Você morde”. Naturalmente, a freira não fez que não com a cabeça, continuando a manter os braços estendidos na direção de Francisco. “Eu lhe darei um beijo, mas fique calma, está bem? Não morda”. A reportagem é de Franca Giansoldati, publicada por Il Messaggero, 08-01-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.
Então o Papa se aproximou da freira e a abraçou e beijou. Atrás dele, a poucos centímetros, estavam o chefe das Guardas suíças (também presente na noite de 31 de dezembro na Praça São Pedro) e o novo comandante da Gendarmaria, Gianluca Gauzzi, que observaram a cena um pouco perplexos.
A entrada do papa na sala Paulo VI, onde foi realizada a audiência geral da quarta-feira, foi recebida pelo habitual multidão, só que nesta manhã os homens da escolta pareciam estar marcando o papa mais de perto, tentando desencorajar com a sua presença todos os fiéis que por trás das barreiras de madeira tentavam agarrar o pontífice pela manga e arrastá-lo para perto para um cumprimento, uma bênção ou uma selfie.
Mais tarde, durante a audiência, o Papa comentou algumas passagens dos Atos dos Apóstolos. "Paulo nos ensina a viver as provações aproximando-nos a Cristo, para amadurecer a convicção de que Deus pode agir em qualquer circunstância, mesmo no meio de aparentes fracassos e a certeza de que quem se oferece e se entrega a Deus por amor certamente será fecundo”. Recordando o naufrágio de São Paulo em Malta, o pontífice lançou um apelo aos naufragados de hoje, os migrantes que atravessam o Mediterrâneo para desembarcar nas costas europeias. “Hoje pedimos ao Senhor que nos ajude a viver todas as provações suportadas com a energia da fé; e ser sensíveis aos tantos náufragos da história que chegam exaustos às nossas costas, para que também saibamos recebê-los com esse amor fraterno que vem do encontro com Jesus. É isso que salva do gelo da indiferença e da desumanidade". Fonte: http://www.ihu.unisinos.br