Apontamentos espirituais do Frei Petrônio de Miranda, O. Carm.

Terça-feira, 17 de dezembro-2019.  Convento do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro.

 

É o seguinte... Atendo das 8hs às 17 hs. E não me venha perturbar com esta história de atendimento fora do horário “comercial”. Sou UM ser humano e tenho meus limites!

A afirmação acima estaria correta se fosse de um empresário ou de funcionário público. A questão que nos leva a refletir neste novo dia que o Senhor nos concede refere-se a nós presbíteros, religiosos e religiosas.

Aqui, lembro-me de um amigo ao relatar que não vê o padre da cidade porque ele fica “fechado” na casa paroquial. Recordo ainda do Papa Francisco ao se dirigir aos seminaristas e sacerdotes que estudam nos Pontifícios Colégios Eclesiásticos em Roma, na Sexta-feira, 16 de março de 2018. Segundo o Sumo Pontífice, “É preciso ser pessoas normais, humanas, capazes de se alegrar com os outros, de sorrir, ouvir em silêncio um enfermo e consolar fazendo um carinho. É preciso ser pais, ser fecundos e dar vida aos outros. Sacerdotes pais e não funcionários do sagrado ou empregados de Deus.”

A última frase do Papa nos chama a atenção: “Sacerdotes pais e não funcionários do sagrado ou empregados de Deus.” Tais palavras do nosso Pastor nos faz pensar em nosso relacionamento com o sagrado e com o povo de Deus, povo este que prometemos amar, cuidar e guiar em nossa ordenação presbiteral. Aliás, 99, 9 % das vocações à vida sacerdotal e religiosa foram motivadas por este objetivo- ou deveria ser.

Óbvio que somos limitados, óbvio que somos cheios de defeitos e, muitas vezes, verdadeiros estrupícios arrogantes, prepotentes e com o “rei na barriga”. Também é óbvio que este não foi o nosso objetivo vocacional e missão que recebemos do Mestre Jesus Cristo.

Tais questionemos nos ajudam a botar os pés no chão- Seja presbíteros, religiosos ou religiosas- que, cobertos com uma casca sagrada somos na teoria consagrados e enviados para salvar a ovelha perdidas só que, muitas vezes, levamos as ovelhas para os precipícios da exclusão e da divisão. E tenho dito!