Frei Petrônio de Miranda, O. Carm

Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. 19 de setembro-2020. E-mail: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.

 

Esta semana repercutiu no meio evangélico um pastor agredindo a sua mulher em uma live que o auxiliava na transmissão. Sem saber que já estava ao vivo, ele xinga e dá um tapa. Não sé dá pra ver na transmissão se foi na esposa ou em um objeto, o certo é que a raiva do “servo de Deus” foi visível para todos que estavam acompanhado a live. No meio evangélico, relataram que o pastor se chama Edson Araújo, da igreja Deus é Amor, da capital paulista, e a sua mulher chama-se Debora.

A hipocrisia religiosa- ontem e hoje- faz parte do cotidiano de todas as religiões. A live do xingamento poderia ser protagonista um padre, um bispo, um leigo... Aqui relembro da história de um mestre de cerimônia que-segundo ele- quase derrubou o bispo no altar diante da estupidez e ignorância em certo momento da Missa.

Em tempos de live- celular e das tecnologias- agora a falta de sensibilidade religiosa em nossas igrejas são registradas aos mínimos detalhes ao vivo e em cores em Full HD. Parece que nós- homens detentores do sagrado- achamos no direito de humilhar a quem nos auxilia em nossa missão de transmissores Daquele que, sobre hipótese alguma, usava da arrogância e truculência em suas relações. Ao contrário, Jesus era um poço de bondade, compreensão e companheirismo no trato com as pessoas.

A live do pastor abre os nossos olhos e, queira Deus, que sejamos mais humanos e menos pitbull em nossas igrejas, conventos, seminários e comunidades de vida, afinal, a amorosidade e o bom trato com as pessoas é cartão de visita para qualquer ser humano, imagina para um (a) servo de Deus. E tenho dito!