Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Mosteiro de Itaici, São Paulo. 15 de dezembro-2021. www.instagram.com/freipetronio
Aquele frade- preguiçoso e folgado- fugia da oração. De manhã falava que era dor de cabeça ou tinha esquecido o compromisso comunitário. Durante o dia ou à noite, tinha muitas obrigações- desde o atendimento aos pobres, até as intermináveis reuniões- que, dia após dia, semana após semana, mês após mês, ano após ano, “Consumia” a vida do incansável missionário da Boa Nova.
Tais atitudes ante oração já eram visíveis em sua relação conventual e com o povo de Deus, seja através da arrogância, da prepotência ou da auto-suficiência, sem falar no cansaço físico e mental, levando-o inclusive a adentrar no mundo do álcool, do cigarro e de outros vícios.
“A minha vida já é uma oração” - falava o dito cujo- encontrando desculpas para o encontro pessoal e amoroso com Jesus Cristo, seja através da lectio divina ou de alguns momentos- nem sempre agradáveis- de silêncio, meditação e contemplação.
Dizem os seus confrades que as horas canônicas não faziam parte da sua vida e, muitas vezes, ao celebrar a Santa Missa, parecia que estava subindo para o calvário ou vivia uma eterna amargura espiritual que, nos escritos de São João da Cruz, vai chamar de noite escura.
Moral da história: Oração é igual a vida matrimonial, se o casal não dialoga, vem os problemas e, muitas vezes até o divórcio. Jesus está sempre esperando a nossa visita e o nosso encontro íntimo e sincero. Podemos até falar de Jesus, estudar Jesus, anunciar Jesus, mas se não paramos para o encontrá-lo através da ORAÇÃO, seremos apenas um funcionário do sagrado comprido todas as obrigações que estão na “cartilha”. E tenho dito!