Em sermão, padre disse: 'O que adianta ao homem ganhar tudo neste mundo e perder a dignidade, a ética pessoal?'

 

Felipe Grinberg e Márcia Foletto

RIO — O governador em exercício Cláudio Castro participou na manhã deste domingo de uma missa na Paróquia Santa Rosa de Lima, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Católico e também cantor, Castro tocou violão na celebração deste domingo e cantou em diversos momentos, como durante o recolhimento da oferta e da eucaristia. Sempre de máscara, somente nos momentos das canções retira o item de proteção.

Castro participou dos cantos ao longo da celebração. Castro tocou violão na celebração deste domingo e cantou em diversos momentos, como durante o recolhimento da oferta e da eucaristia. Sempre de máscara, somente nos momentos das canções retirou o item de proteção. Já acostumado a usar o item grande parte do seu dia, em uma música até esqueceu de retirar a máscara para cantar. Com uma camisa pólo cor de vinho, Castro recebeu a hóstia ao lado do microfone, o que é comum entre os fiéis que fazem parte das bandas.

Na missa, Castro estava com um semblante tranquilo e tentou não se destacar entre os fiéis. Dois de seus seguranças chegaram minutos antes do governador em exercício, que foi acompanhado de sua esposa e filhos. Os carros oficiais que levaram a família estavam descaracterizados e não usaram as sirenes no caminho. Grande parte dos policiais que atuam na sua segurança também aguardaram o fim da celebração do lado de fora da igreja.

Os olhos dos fiéis ficaram atentos ao padre Marcelo Araújo, mas em algumas canções, um ou outro sacou o celular para filmar e fotografar o governador em exercício. Cantando como primeira voz na maior parte das músicas, ele dividiu o microfone com duas outras pessoas é foi acompanhado apenas por um violão. No fim da missa, alguns fiéis também aproveitaram para desejar boa sorte a Castro, que se limitou a dizer que estava "trabalhando duro".

Sem citar Castro, o padre Marcelo Araújo começou o sermão com a história bíblica do profeta Jeremias que aparece no Antigo Testamento e foi escolhido por Deus, mas no início acreditava não estar pronto para a missão divina. Então, após aceitar sua missão, o profeta faz da sua vida “generosa a Deus a para o povo”, mesmo após ser ridicularizado e desprezado por alguns. Ao longo da sua fala, o padre Marcelo Araújo ainda disse que para ser cristão e católico é preciso de realizar boas ações também fora da igreja

— Algumas pessoas vivem como se Deus não existisse, muitas vezes cedemos a tentação do dinheiro e do poder. Nossa salvação não está em bens terrenos. O que adianta ao homem ganhar tudo neste mundo, mas perder a dignidade, a boa fama, sua imagem e a ética pessoal? — indagou o pároco. — Não basta ser cristão católico só na igreja e na família. Tenho que ser cristão na minha vida acadêmica, profissional — completou.

 

Funções na Igreja

Cláudio Castro tem funções específicas na Igreja, como participar da liturgia e dos cânticos nas missas. Foi por meio da religião que chegou à política. Tudo começou no Encontro de Jovens com Cristo. Com o padre Zeca, participou, em 1998, do movimento Deus é Dez. Ali se tornou amigo de Márcio Pacheco, também católico, de quem se tornou, mais tarde, assessor, no Detran, na Câmara dos Vereadores e na Assembleia Legislativa.

Tentou ser vereador em 2012, teve oito mil votos. Em 2016, com 10 mil votos, foi eleito. Foi Castro que levou o famoso Padre Omar, da paróquia São José da Lagoa, ao catolicismo: os dois estudaram juntos na adolescência e começaram juntos a frequentar o encontro de jovens com Cristo. Guarda as imagens do encontro que teve com o Papa Francisco, em Roma, no ano passado, e também um terço que mantém no bolso permanentemente. Nascido em Santos (SP), veio para o Rio com 1 ano de idade e perdeu a mãe aos três. Casado, tem dois filhos. Fonte: https://oglobo.globo.com