Prova-se também com a autoridade da Sagrada Escritura que Elias Tesbita, o primeiro fundador desta religião, usou como veste a capa. Com este hábito cobriu seu rosto no monte Horeb quando Deus passou diante dele.
Pôs esta capa sobre Eliseu quando o recebeu por discípulo. Esta capa ou manto era uma veste redonda que cobria o corpo por cima da outra veste e descia do pescoço até a metade das pernas; era aberta na frente e fechada ao redor; era estreita em cima e amplamente aberta em baixo.
Quando Elias se separou de Eliseu para ir ao paraíso de delícias lhe jogou esta capa. Com esta capa Elias ensinou que os monges que abraçam esta religião devem levar por cima do hábito a capa branca da maneira que o Senhor lhe mostrou em profecia; vestidos a Sabac (à maneira de Sabac), pai de Elias. Pois antes que lhe nascesse seu filho Elias Sabac viu em sonhos que uns homens vestidos de branco o saudavam.
Com esta visão foi-lhe anunciado como se vestiriam os imitadores que seu filho teria na vida monástica. Vendo Sabac aqueles varões vestidos de branco, conheceu em espírito os religiosos que seu filho havia de fundar. E os viu vestidos de branco porque seriam imitadores de Elias que era o modelo da forma de viver da vida monástica e o imitariam, não só na íntegra brancura da alma, vivendo uma íntima pureza, mas também na brancura do hábito que usavam por cima da veste que cobria seu corpo.
Levar a capa branca significa que os monges que abraçaram esta profissão devem guardar a pureza de seus pensamentos e desejos junto com a pureza do corpo, segundo o mandamento do Apóstolo ao dizer: “Purifiquemo-nos de tudo que mancha a carne e o espírito, aperfeiçoando nossa santificação com o temor de Deus” (Cor 7, 1), “porque Deus não nos chamou para a imundície, mas para a santificação”(Tes 4,7).
Elias que foi o primeiro que introduziu entre os monges o uso desta capa branca quis simbolizar com ela que o monge, vestido com sua capa branca, deve conservar intacta a pureza, não só de sua alma, mas também de seu corpo.
Desta veste disse Jó ao Senhor: “me vestiste de pele e de carne” (Jó 10, 11), guarde-a, pois, o monge sempre limpa pela pureza, como está escrito: “em todo o tempo estejam teus vestidos limpos e brancos” (Ecl 9, 8).
*Livro da Instituição dos Primeiros Monges Fundados no Antigo Testamento e que perseveram no Novo por Juan Nepote Silvano, Bispo XLIV de Jerusalém. Traduzido do latim por Aymerico, Patriarca de Antioquia e do latim para o castelhano por um Carmelita Descalço e Carta de São Cirilo Constantinopolitano Traduzida para o castelhano. (Ávila Imprensa e Livraria Vida de Sigirano-1959. Censura da Ordem Imprima-se. Madrid, 6 - XII - 1958.