Sacerdote Leandro Ricardo, da Diocese de Limeira, é investigado por representante enviado pelo Papa Francisco

Gustavo Schmitt e Henrique Gomes Batista

SÃO PAULO - Não são apenas denúncias de abuso sexual que recaem sobre o padre Pedro Leandro Ricardo, do interior de São Paulo, hoje investigado pelo Vaticano. Afastado da Diocese de Limeira desde o final de janeiro — quando surgiram as primeiras acusações de abuso —, ele passou nos últimos dias por um escrutínio do bispo dom João Inácio Müller, representante do Papa Francisco enviado para apurar o caso.

O resultado é um compilado de várias polêmicas. O sacerdote já chegou a responder na Justiça por acusação de racismo, em um processo arquivado. Em 2013, o religioso proibiu taxistas que ficam na frente da igreja de usarem o banheiro da paróquia. Em 2015, foi alvo do Ministério Público sob acusação de fazer uma reforma na igreja sem respeitar o patrimônio histórico. No ano passado, não quis dar hóstia a uma fiel porque ela chegou seis minutos atrasada na missa.

O bispo deixou a Diocese de Limeira nesta sexta-feira, dia 22, após colher detalhes das acusações de suposta perseguição promovida contra fiéis críticos do padre Leandro. Dom João Inácio Müller ouviu — ao longo de quatro dias, desde que foi encarregado de investigar o caso — fiéis que se envolveram em disputas judiciais com a Igreja. O bispo investigador também demonstrou interesse até mesmo por casos arquivados, como a acusação de racismo.

O enviado do Papa ouviu, ainda, claro, a defesa de quatro ex-coroinhas que acusam de assédio o padre Pedro Leandro Ricardo.

O padre é investigado junto com o bispo dom Vilson Dias de Oliveira,acusado de acobertar as denúncias de abuso sexual contra Leandro e de extorquir outros padres que atuam nas paróquias sob seu comando. Fonte: https://oglobo.globo.com