1) Oração

Deus eterno e todo-poderoso, dirigi a nossa vida segundo o vosso amor, para que possamos, em nome do vosso Filho, frutificar em boas obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Marcos 3,22-30)

Naquele tempo, 22os mestres da Lei, que tinham vindo de Jerusalém, diziam que ele estava possuído por Beelzebul, e que pelo príncipe dos demônios ele expulsava os demônios. 23Então Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas: "Como é que Satanás pode expulsar a Satanás? 24Se um reino se divide contra si mesmo ele não poderá manter-se. 25Se uma família se divide contra si mesma, não poderá manter-se. 26Assim, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não poderá sobreviver, mas será destruído. 27Ninguém pode entrar na casa de um homem forte para roubar seus bens, sem antes o amarrar. Só depois poderá saquear sua casa.

28Em verdade vos digo: tudo será perdoado aos homens, tanto nos pecados, como qualquer blasfêmia que tiverem dito. 29Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo, nunca será perdoado, mas será culpado de um pecado eterno". 30Jesus falou isso, porque diziam: 'Ele está possuído por um espírito mau".

- Palavra da Salvação

 

3) Reflexão

O conflito cresce. Existe uma sequência progressiva no evangelho de Marcos. Na medida em que a Boa Nova progride e é aceita pelo povo, nesta mesma medida cresce a resistência por parte das autoridades religiosas. O conflito começa a crescer e envolve vários grupos de pessoas. Por exemplo, os parentes de Jesus acham que ele ficou louco (Mc 3,20-21), e os escribas que tinham vindo de Jerusalém acham que ele é um possesso (Mc 3,22).

Conflito com as autoridades. Os escribas caluniam Jesus. Dizem que ele está possesso e que expulsa os demônios com a ajuda de Belzebu, o príncipe dos demônios. Eles tinham vindo de Jerusalém, a mais de 120 km de distância, para vigiar o comportamento de Jesus. Queriam defender a Tradição contra as novidades que Jesus ensinava ao povo (Mc 7,1). Achavam que o ensino dele era contra a boa doutrina. A resposta de Jesus tem três partes.

Primeira parte: a comparação da família dividida. Jesus usa a comparação da família dividida e do reino dividido para denunciar o absurdo da calúnia. Dizer que Jesus expulsa os demônios com a ajuda do príncipe dos demônios é negar a evidência. É o mesmo que dizer que a água é seca, e que o sol é escuridão. Os doutores de Jerusalém caluniavam, porque não sabiam explicar os benefícios que Jesus realizava para o povo. Estavam com medo de perder a liderança.

Segunda parte: a comparação do homem forte. Jesus compara o demônio com um homem forte. Ninguém, a não ser uma pessoa mais forte, poderá roubar a casa de um homem forte. Jesus é este mais forte que chegou. Por isso, ele consegue entrar na casa e amarrar o homem forte. Consegue expulsar os demônios. Jesus amarrou o homem forte e agora rouba a casa dele, isto é, liberta as pessoas que estavam no poder do mal. O profeta Isaías já tinha usado a mesma comparação para descrever a vinda do messias (Is 49,24-25). Lucas acrescenta que a expulsão do demônio é um sinal evidente de que chegou o Reino de Deus (Lc 11,20).

Terceira parte: o pecado contra o Espírito Santo. Todos os pecados têm perdão, menos o pecado contra o Espírito Santo. O que é o pecado contra o Espírito Santo? É dizer: “O espírito que leva Jesus a expulsar o demônio, vem do próprio demônio!” Quem fala assim torna-se incapaz de receber o perdão. Por quê? Quem tapa os olhos pode enxergar? Não pode! Quem mantém a boca fechada pode comer? Não pode! Quem não fecha o guarda-chuva da calúnia pode receber a chuva do perdão? Não pode! O perdão passaria de lado e não o atingiria! Não é que Deus não quer perdoar. Deus quer perdoar sempre! Mas é o pecador que se recusa a receber o perdão!

 

4) Para um confronto pessoal

1) As autoridades religiosas se fecham e negam a evidência. Já aconteceu comigo eu me fechar contra a evidência dos fatos?

2) Calúnia é a arma dos fracos. Você já teve experiência neste ponto?

 

5) Oração final

Todos os confins da terra puderam ver a salvação do nosso Deus. Aclamai ao SENHOR, terra inteira gritai e exultai cantando hinos. (Sal 97, 3b-4)