Frei Carlos Mesters, O. Carm

(Leituras: 1Sm 3,3b-10.19 / Sl 39 / 1Cor 6,13c-15a.17-20 / Jo 1,35-42)

Jesus veio pregar o Reino de Deus. O Reino de Deus não é uma ideia grandiosa ou a proposta de uma doutrina dogmática. O Reino de Deus se vive no seguimento de Jesus Cristo. Este Reino só se tornará histórico se houver pessoas que respondam positivamente às propostas de Jesus. A adesão ao Reino pede gestos de vida bem concretos.

No encontro com Jesus surge um novo horizonte na vida das pessoas. Deste encontro surge uma adesão ao caminho de Jesus. O batismo é o sinal desta adesão. Passamos a ser discípulos e discípulas de Jesus. Neste domingo celebramos o surgimento do novo Povo de Deus, através da vocação e da missão dos primeiros discípulos de Jesus. Pelo batismo, todos somos chamados para a missão. Vocação e missão são sinais que o Reino de Deus está entre nós.

A primeira leitura narra o chamado profético de Samuel. A vocação do jovem Samuel acontece gradativamente. Depois de vários chamados, Samuel começa a entender como se manifesta a vontade de Deus. Até que descobre e acolhe dizendo: “fala Senhor que teu servo escuta”.

Vocação é estar atento aos chamados de Deus e saber assumir a missão. Toda pessoa vocacionada é uma resposta de Deus ao grito de alguém. Samuel exercerá sua vocação profética guiando e defendendo o povo de Deus.

No Evangelho de hoje percebemos que existem várias formas de vocação. Os dois primeiros discípulos seguem Jesus porque João Batista aponta e testemunha. Outros, como Simão, são chamados por pessoas que já estão no seguimento de Jesus. André simboliza os discípulos que buscam outros discípulos. Mas, independentemente da forma como as pessoas são chamadas ao seguimento, este só acontece depois de um encontro pessoal da pessoa vocacionada com o próprio Jesus. Toda proposta vocacional encontra sua confirmação neste encontro pessoal com Jesus. Afinal, vocação é “caminhar na estrada de Jesus”.