O bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Joel Portella Amado, destacou os desafios e dificuldades da realização da 58ª Assembleia Geral do episcopado brasileiro que, pela primeira vez, será realizada em um formato virtual, de 12 a 16 de abril com atividades nos períodos de manhã e tarde.

 

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O tema central da 58ª Assembleia Geral diz respeito ao Pilar da Palavra proposto pelas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE 2019-2023). Mesmo sem a possibilidade de votação de um documento, será debatido o tema “Casas da Palavra – Animação bíblica da vida e da pastoral nas comunidades eclesiais missionárias” e também diversos outros assuntos relacionados à atuação da Igreja Católica no Brasil.

“Percebemos que este é um momento de se amadurecer no Brasil quanto à animação bíblica da vida e da pastoral”, disse. 

A realização da Assembleia foi cancelada em 2020 por conta da pandemia e das dificuldades com os recursos virtuais. Com a aprovação unânime do Conselho Permanente, dom Joel explica que, em 2021, a CNBB optou por fazer a reunião do episcopado de forma on-line após a aquisição das condições técnicas e da experiência em organização de eventos no formato remoto.

“Somos uma conferência episcopal muito grande. São 278 circunscrições eclesiásticas, um total de 485 bispos hoje, dos quais 318 exercendo alguma missão e função de governo mais 167 eméritos. Se por um lado, depois de um ano convivendo com a realidade virtual, nós aprendemos muito, com certeza o fato de ser a primeira assembleia on-line trará para nós ainda um conjunto de exigências para lidar com esse mundo virtual”, disse.

 

Primeira assembleia on-line

Dom Joel enumera as dificuldades quanto ao formato virtual. A primeira delas, segundo o bispo, diz respeito às votações. Ele explica que a legislação canônica geral e a legislação própria da Conferência da CNBB, não permitem que se realize votações de modo virtual.

“Não se garante, por exemplo, o sigilo e em algumas situações, como o tema central, não há possibilidade de debater, replicar, apresentar emendas e sustentar ideias diante do plenário”, aponta.

Frente a esse limite, dom Joel explica que a presidência da CNBB, ouvindo a Comissão de canonistas e seu Conselho Permanente, optou por realizar uma Assembleia sem votações que impliquem alterações ou consequências de natureza legislativa para a Conferência. Por outro lado, ele destaca que as votações de natureza pastoral poderão ocorrer, como acontece normalmente sobre as mensagens que a Conferência envia ao povo brasileiro. Uma outra dificuldade é quanto a realização das reuniões reservadas das quais participam apenas os bispos.

Sobre o tema central, dom Joel explica que embora não tenha acontecido a assembleia em 2020, a Comissão continuou seu trabalho de sistematização e que apresentará um documento  aos bispos. Ele alerta que os bispos vão refletir e que, no máximo, poderão sugerir, ao final do estudo, que seja feita uma publicação de reflexão na série de Estudos da CNBB. “Não poderá ser um documento porque ele não terá essa dimensão vinculante legislativa”, disse.

Em Aparecida (SP), onde a assembleia se realiza presencialmente todos os anos, os bispos têm contato direto com os fiéis nas celebrações diárias na Basílica Nossa Senhora Aparecida. Desta vez, a assembleia, por conta do formato on-line, perderá este contato. Por outro lado, dom Joel convida os católicos a fazerem sua oração pessoal e com a família pela Assembleia em casa. “Nem por isso deixará de ser oração, ouvida por Deus”, disse.

“Os fiéis são convidados a acompanhar e a rezar pelos bispos, rezar pela Igreja no Brasil, pelo nosso país e pelo povo brasileiro nesse momento tão difícil, pesado e de tanta perplexidade e tristeza. Nós bispos do Brasil contamos muito com a oração de cada irmão e irmã, de cada coração, que ama esse país e que quer a rápida superação da pandemia”, concluiu.

Fonte: CNBB; https://www.vaticannews.va