Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
Celebramos, neste Domingo, a Solenidade de Todos os Santos, a festividade que visibiliza a consoladora e empolgante corrente e comunhão de todos os cristãos que terminaram sua caminhada com a palma da vitória, que nos motiva esperançando nossa vida e faina diária. O Papa Francisco, respondendo à grande descoberta do Concílio Vaticano II, explica, em miúdos, na Exortação Apostólica Gaudete e Exultate, o fascínio e o desafio da santidade para todas as pessoas, gente como a gente, de carne e osso, pele e pescoço.
Trata-se de alcançar a promessa da alegria plena que Jesus comunicara a seus discípulos, o santo que se forja no bom humor, na serenidade e humildade entre os seus irmãos, servindo e amando sem espetaculosidade ou chamar atenção para si.
A aspiração de santidade do homem e da mulher de hoje, que caminha muitas vezes, desapercebido pela multidão, mas sempre buscando a inteireza da experiência humana, passa por superar a fragmentação e não raro as contradições da fé com a vida, os desarranjos entre a oração e a ação cristã, entre a espiritualidade e a defesa da dignidade humana, entre a luta contra o pecado pessoal e a indiferença ao pecado estrutural.
O conhecido católico francês Leon Bloy dizia que havia uma só tristeza para o cristão, a de não ser santo, a de conformar-se com a mediocridade ou com a vivência mesquinha de uma religião de troca-troca, de adrenalina espiritual barata, ou de fervorinhos efêmeros. O Papa São Paulo VI, uma vez em uma audiência para o laicato, interpelou a plateia perguntando: “estais aqui para procurar a santidade, e isso é bom e desafiador, mas se não é por isso, para que estais aqui?”
Sim, ser santo é um chamado à felicidade, à união profunda com Deus para deixar-se transformar totalmente por Ele e tornar-se um sinal vivo da ternura e misericórdia divina, sem perder nunca a paixão de viver e de ser amigo e irmão de todas as pessoas e criaturas. Terminamos com a frase do Papa São João Paulo II: “O Brasil precisa muito de Santos”, pois um santo é uma liderança profundamente iluminadora e inspiradora capaz, como afirmava Elizabeth da Trindade, de elevar toda a humanidade ao Pai. Deus seja louvado! Fonte: https://www.cnbb.org.br