(Texto Oficial da Terceira Edição Típica do Missal Romano – EDIÇÕES CNBB 2023)

Excertos (para motivar a leitura do texto completo)

 

 Testemunho de fé inalterada

  1. (...) “O nosso Salvador na última Ceia instituiu o sacrifício eucarístico do seu Corpo e Sangue para perpetuar o sacrifício da cruz até a sua volta, e para confiar à Igreja, sua esposa muito amada, o memorial de sua morte e ressurreição” (Conc. Vat. II, Sacrosanctum Concilium, n. 47). (...) A Missa é simultaneamente sacrifício de louvor, de ação de graças, de propiciação e de satisfação.

Importância e dignidade da celebração eucarística

  1. Embora às vezes não se possa contar com a presença dos fiéis e sua participação ativa, que manifestam mais claramente a natureza eclesial da celebração, a celebração eucarística conserva sempre sua eficácia e dignidade, uma vez que é ação de Cristo e da Igreja , na qual o sacerdote cumpre seu múnus principal e age sempre pela salvação do povo. Por isso, recomenda-se que o sacerdote, na medida do possível, celebre mesmo diariamente o sacrifício eucarístico.
  1. (...) O sacerdote deve estar lembrado de que ele é servidor da sagrada Liturgia e de que não lhe é permitido, por própria conta, acrescentar, tirar ou mesmo mudar qualquer coisa na celebração da Missa.

Estrutura geral da Missa

  1. Na Missa ou Ceia do Senhor, o povo de Deus é convocado e reunido, sob a presidência do sacerdote que representa a pessoa de Cristo, para celebrar a memória do Senhor ou sacrifício eucarístico. (...) Cristo está realmente presente tanto na assembleia reunida em seu nome como na pessoa do ministro, na sua Palavra, e também, de modo substancial e permanente, sob as espécies eucarísticas.

Leitura e explanação da Palavra de Deus

  1. Quando se leem as Sagradas Escrituras na Igreja, o próprio Deus fala a seu povo, e Cristo, presente em sua Palavra, anuncia o Evangelho.

Orações e outras partes próprias do sacerdote

  1. (...) Pode [o sacerdote], com brevíssimas palavras, introduzir os fiéis na Missa do dia, após a saudação inicial e antes do Rito Penitencial, na Liturgia da Palavra, antes das leituras; na Oração Eucarística, antes do Prefácio, nunca, porém, dentro da própria Oração; pode, ainda, encerrar toda a ação sagrada antes da despedida.

Gestos e posições do corpo

  1. (...) A posição comum do corpo, que todos os participantes devem observar, é sinal da unidade dos membros da comunidade cristã, reunidos para a sagrada Liturgia...
  2. [Os fiéis] Ajoelhem-se, porém, durante a consagração, a não ser que motivo de saúde ou falta de espaço ou o grande número de representantes ou outras causas razoáveis não o permitam. Contudo, aqueles que não se ajoelham na consagração, façam inclinação profunda enquanto o sacerdote faz genuflexão após a consagração. (...) Onde for costume o povo permanecer de joelhos do fim da aclamação do Santo até o final da Oração Eucarística e antes da Comunhão quando o sacerdote diz Eis o Cordeiro de Deus, é louvável que ele seja mantido.

Para se obter a uniformidade nos gestos e posições do corpo numa mesma celebração, obedeçam os fiéis aos avisos...

O silêncio

  1. Oportunamente, como parte da celebração, deve-se observar o silêncio sagrado. A sua natureza depende do momento em que ocorre em cada celebração. Assim, no ato penitencial e após o convite à oração, cada fiel se recolhe; após uma leitura ou a homilia, meditam brevemente o que ouviram; após a comunhão, enfim, louvam e rezam a Deus no íntimo do coração.

Convém que já antes da própria celebração se conserve o silêncio na Igreja, na sacristia, na secretaria e mesmo nos lugares mais próximos, para que todos se disponham devota e devidamente para realizarem os sagrados mistérios.

As partes da Missa – Entrada

  1. (...) Não havendo canto de entrada, a antífona proposta no Missal é recitada pelos fiéis ou por alguns deles ou pelo leitor; pode ainda ser recitada pelo próprio sacerdote, que também pode adaptá-la a modo de exortação inicial.

Saudação ao altar e ao povo reunido

  1. Chegando ao presbitério, o sacerdote, o diácono e os ministros saúdam o altar com uma inclinação profunda. (...)

Feita a saudação ao povo, o sacerdote, o diácono ou outro ministro, pode, com brevíssimas palavras, introduzir os fiéis na Missa do dia.

Ato penitencial

  1. Em seguida, o sacerdote convida para o ato penitencial que, após breve pausa de silêncio, é realizado por toda a assembleia através de uma fórmula de confissão geral e concluído pela absolvição do sacerdote. Tal absolvição, contudo, não possui a eficácia do sacramento da Penitência.

Glória a Deus nas alturas

  1. O Glória é um hino antiquíssimo e venerável, pelo qual a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e í a Deus Pai e ao Cordeiro. O texto deste hino não pode ser substituído por outro. (...)

Liturgia da Palavra

  1. (...) Nas leituras explanadas pela homilia, Deus fala ao seu povo, revela o mistério da redenção e da salvação, e oferece alimento espiritual; e o próprio Cristo, por sua Palavra, se acha presente no meio dos fiéis. (...)
  2. Na celebração da Missa com o povo, as leituras são sempre proferidas do ambão.

Salmo Responsorial

  1. (...) O Salmo Responsorial, de preferência, será cantado, ao menos no que se refere ao refrão do povo. (...)

Oração universal

  1. (...) Normalmente, as intenções são proferidas, do ambão ou de outro lugar apropriado, pelo diácono, pelo cantor, pelo leitor ou por um fiel leigo. (...)

Preparação dos dons

  1. (...) É louvável que os fiéis apresentem o pão e o vinho que o sacerdote ou o diácono recebem em lugar adequado para serem levados ao altar.

Rito da paz

  1. (...) Convém... que cada qual expresse a paz de maneira sóbria apenas aos que lhe estão mais próximos.

Comunhão

  1. (...) o sacerdote mostra aos fiéis o pão eucarístico, sobre a patena ou sobre o cálice...
  2. É muito recomendável que os fiéis, como também o próprio sacerdote é obrigado a fazer, recebam o Corpo do Senhor em hóstias consagradas na própria Missa..., para que, também através dos sinais, a Comunhão se manifeste mais claramente como participação no sacrifício que está sendo celebrado.
  3. (...) Não havendo canto, a antífona proposta no Missal pode ser recitada pelos fiéis, por alguns dentre eles ou pelo leitor, ou então pelo próprio sacerdote, depois de ter comungado, antes de distribuir a Comunhão aos fiéis.

Ritos Finais

  1. Aos ritos finais pertencem: (...) d) o beijo ao altar pelo sacerdote e o diácono e, em seguida, a inclinação profunda ao altar pelo sacerdote, o diácono e os outros ministros.

Funções de ordem sacra

  1. [O presbítero] quando celebra a Eucaristia, deve servir a Deus e ao povo com dignidade e humildade, e, pelo seu modo de agir e proferir as palavras divinas, sugerir aos fiéis uma presença viva de Cristo.

Ministérios Particulares

  1. Exercem também uma função litúrgica: (...)
  2. b) o comentarista que dirige oportunamente aos fiéis breves explicações e exortações, a fim de introduzi-los na celebração e dispô-los para entendê-la melhor. Convém que as exortações do comentarista sejam cuidadosamente preparadas, sóbrias e claras. Ao desempenhar sua função, o comentarista fica em pé em lugar adequado voltado para os fiéis, não, porém, no ambão.

O que é necessário preparar

  1. O altar seja coberto com uma toalha de cor branca. (...)
  2. (...) O cálice, como convém, seja coberto com um véu, que pode ser da cor do dia ou de cor branca.

Missa sem diácono – Ritos Iniciais

  1. Reunido o povo, o sacerdote e os ministros, revestidos das vestes sagradas, encaminham-se ao altar na seguinte ordem: (...)
  2. d) o leitor, que pode conduzir um pouco elevado o Evangeliário, não, porém, o Lecionário. (...)
  3. A cruz, ornada com a imagem do Cristo crucificado, trazida eventualmente na procissão, pode ser colocada junto ao altar, de modo que se torne a cruz do altar, que deve ser uma só; caso contrário, ela ser[a guardada em lugar adequado (...).

Liturgia da Palavra

  1. O Símbolo é cantado ou recitado pelo sacerdote com o povo, estando todos de pé. Às palavras E se encarnou pelo Espírito Santo, todos se inclinam profundamente, mas nas solenidades da Anunciação do Senhor e do Natal do Senhor, todos se ajoelham.

Liturgia Eucarística

  1. Ao altar, o sacerdote recebe a patena com o pão e mantém levemente elevada sobre o altar com ambas as mãos, dizendo em silêncio: Bendito sejais, Senhor. E depõe a patena com o pão sobre o corporal.
  2. (...) [O sacerdote] com ambas as mãos, mantém um pouco elevado o cálice preparado, dizendo em silêncio: Bendito sejais, Senhor;, e depõe o cálice sobre o corporal, cobrindo-o com a pala, se julgar oportuno.
  3. (...) No fim da Oração Eucarística, o sacerdote, tomando a patena com a hóstia e o cálice ou elevando ambos juntos profere sozinho a doxologia: Por Cristo. (...)
  4. (...) O sacerdote pode dar a paz aos ministros, mas sempre permanecendo no âmbito do presbitério para que não se perturbe a celebração. Faça o mesmo se por motivo razoável quiser dar a paz para alguns poucos fiéis. (...)
  5. (...) Não é permitido aos fiéis receber por si mesmos o pão consagrado nem o sagrado cálice e muito menos passar de mão em mão entre si. (...)
  6. (...) o sacerdote diz, de mãos unidas, Oremos e, de mãos estendidas, recita a Oração depois da Comunhão, que pode ser precedida de um momento de silêncio (...).

Missa com diácono

  1. Conduzindo o Evangeliário, um pouco elevado, o diácono precede o sacerdote que se dirige ao altar; se não, caminha a seu lado.
  2. (...) Em celebrações mais solenes o Bispo, conforme a oportunidade, abençoa o povo com o Evangeliário. (...)
  3. Tendo o sacerdote comungado, o diácono recebe dela a Comunhão, sob as duas espécies, e, em seguida, ajuda o sacerdote a distribuir a Comunhão ao povo. (...) Terminada a distribuição, [o diácono] consome logo com reverência, junto ao altar, todo o Sangue de Cristo que tiver sobrado, com a ajuda, se for o caso, dos demais diáconos e dos presbíteros.

Missa concelebrada

  1. (...) Quando o bispo preside, iniciado o Aleluia, todos se levantam. O bispo, ainda sentado, coloca incenso, sem nada dizer e dá a bênção ao diácono ou, na sua ausência, ao concelebrante que vai proclamar o Evangelho. (...)
  2. As partes que são proferidas por todos os concelebrantes e, sobretudo, as palavras da consagração que todos devem expressar quando forem recitadas, sejam ditas em voz tão baixa que se ouça claramente a voz do celebrante principal. Dessa forma as palavras são mais facilmente entendidas pelo povo.
  3. [Os concelebrantes proferem juntos] (...)
  4. c) as palavras do Senhor, com a mão direita estendida para o pão e o cálice, se parecer oportuno conjuntamente; à apresentação, olham para a hóstia e o cálice e depois se inclinam profundamente.
  5. A doxologia final da Oração Eucarística é proferida somente pelo sacerdote celebrante principal e, se preferir, junto com os demais concelebrantes, não, porém, pelos fiéis.
  6. Terminada a oração antes da Comunhão, o celebrante principal faz genuflexão e se afasta um pouco. Um após o outro, os concelebrantes se aproximam do centro do altar, fazendo genuflexão e tomam do altar, com reverência, o Corpo de Cristo; segurando-o com a mão direita e colocando por baixo a esquerda, retornam a seus lugares. Podem, no entanto, permanecer nos respectivos lugares e tomar o Corpo de Cristo da patena que o celebrante principal ou um ou vários concelebrantes seguram, passando diante deles, ou então passam a patena de um a outro até o último.
  7. A seguir, o celebrante principal toma a hóstia, consagrada na própria Missa, e mantendo-a um pouco elevada sobre a patena ou sobre o cálice, voltado para o povo, diz: Felizes os convidados, e continua com os concelebrantes e o povo, dizendo: Senhor, eu não sou digno.
  8. Em seguida, o celebrante principal, voltado para o altar, diz em silêncio: O Corpo de Cristo me guarde para a vida eterna, e comunga com reverência o Corpo de Cristo. Os concelebrantes fazem o mesmo, tomando a Comunhão. Depois deles, o diácono recebe das mãos do celebrante principal o Corpo do Senhor.
  9. O Sangue do Senhor pode ser tomado diretamente do cálice, ou por intinção, ou ainda com uma cânula ou uma colher.
  10. A comunhão dos concelebrantes pode também realizar-se de modo que um depois do outro comunguem, no altar, do Corpo e, logo em seguida, do Sangue de Cristo.

Missa com assistência de um só ministro

  1. A celebração sem ministro ou sem ao menos um fiel, não se faça a não ser por causa justa e razoável. Neste caso, omitem-se as saudações, as exortações e a bênção no final da Missa.

Genuflexão e Inclinação

  1. A genuflexão, que se faz dobrando o joelho direito até o chão, significa adoração; por isso, se reserva ao Santíssimo Sacramento e à santa Cruz, desde a solene adoração da Ação litúrgica da Sexta-feira na Paixão do Senhor até o início da Vigília Pascal. (...)

Se, porém, houver no presbitério tabernáculo com o Santíssimo Sacramento, o sacerdote, o diácono e os outros ministros fazem genuflexão, quando chegam ao altar e quando dele se retiram; não, porém, durante a própria celebração da Missa.

  1. Pela inclinação se manifesta a reverência e a honra que se atribuem às próprias pessoas ou aos seus símbolos. Há duas espécies de inclinação, ou seja, de cabeça e de corpo:
  2. a) faz-se inclinação de cabeça quando se nomeiam juntas as três Pessoas Divinas, ao nome de Jesus, da Virgem Maria e do Santo em cuja honra se celebra a Missa;
  3. b) inclinação de corpo, ou inclinação profunda, se faz ao altar; às orações Ó Deus todo-poderoso, purificai-me e De coração contrito; no Símbolo às palavras E se encarnou; no Cânon Romano, às palavras Suplicantes, vos pedimos. O diácono faz a mesma inclinação quando pede a bênção antes de proclamar o Evangelho. Além disso, o sacerdote inclina-se um pouco quando, na consagração, profere as palavras do Senhor.

Incensação

  1. (...) antes e depois da turificação, faz-se inclinação profunda à pessoa ou à coisa que é incensada, com exceção do altar e das oferendas para o sacrifício da Missa.

São incensados com três ductos do turibulo: o Santíssimo Sacramento, as relíquias da santa Cruz e as imagens do Senhor, expostas para veneração pública, as oferendas para o sacrifício da Missa, a cruz do altar, o Evangeliário, o círio pascal, o sacerdote e o povo.

Com dois ductos são incensadas as relíquias e as imagens dos Santos expostas à veneração pública, mas somente uma vez, no início da celebração, após a incensação do altar.

Purificação

  1. Os vasos sagrados são purificados pelo sacerdote ou pelo diácono ou pelo acólito instituído depois da Comunhão ou da Missa, na medida do possível, junto à credência. (...)
  2. Se a hóstia ou alguma partícula cair no chão, seja recolhida com reverência; se for derramado um pouco do Sangue, lave-se com água o lugar onde caiu, e lance-se depois esta água na piscina ou pia construída na sacristia.

Disposição e Ornamentação das Igrejas para a celebração da Eucaristia

  1. (...) Os edifícios sagrados e os objetos destinados ao culto sejam realmente dignos e belos, sinais e símbolos das coisas divinas.
  2. Todas as igrejas sejam dedicadas ou ao menos abençoadas. Contudo, as igrejas catedrais e paroquiais sejam solenemente dedicadas.
  3. A ornamentação da igreja deve visar mais a nobre simplicidade do que a pompa. Na escolha dessa ornamentação, cuide-se da autenticidade dos materiais e procure-se assegurar a educação dos fiéis e a dignidade de todo o local sagrado.
  4. (...) A natureza e beleza do local e de todas as alfaias alimentem a piedade dos fiéis e manifestem a santidade dos mistérios celebrados.

O altar e sua ornamentação

  1. Convém que em toda Igreja exista um altar fixo, o que significa de modo mais claro e permanente Jesus Cristo, pedra viva (1Pd 2,4; cf. Ef 2,20); nos demais lugares dedicados às sagradas celebrações, o altar pode ser móvel.

Chama-se altar fixo quando é construído de tal forma que esteja unido ao pavimento, e não possa ser removido; móvel, quando pode ser removido.

  1. O altar, fixo ou móvel, seja dedicado conforme o rito apresentado no Pontifical Romano; contudo, o altar móvel pode também ser apenas abençoado.
  2. Se for oportuno, mantenha-se o uso de depositar sob o altar a ser dedicado relíquias de Santos, ainda que não sejam mártires. Cuide-se, porém, de verificar a autenticidade de tais relíquias.
  3. Na ornamentação do altar observe-se moderação. (...)

A ornamentação com flores seja sempre moderada e, ao invés de se dispor a ornamentação sobre o altar, de preferência seja colocado junto a ele.

  1. Sobre a mesa do altar podem ser colocadas somente aquelas coisas que se requerem para a celebração da Missa, ou seja: o Evangeliário, do início da celebração até a proclamação do Evangelho; desde a apresentação das oferendas até a purificação dos vasos sagrados, o cálice com a patena, o cibório, se necessário e, finalmente, o corporal, o sanguinho, a pala e o Missa.

Além disso, se disponham de modo discreto os aparelhos que possam ajudar a amplificar a voz do sacerdote.

  1. Os castiçais requeridos pelas ações litúrgicas para manifestarem a reverência e o caráter festivo da celebração sejam colocados como parecer melhor, sobre o altar ou junto dele, levando em conta as proporções do altar e do presbitério, de modo a formarem um conjunto harmonioso e que não impeça os fiéis de verem aquilo que se realiza ou se coloca sobre o altar.
  2. Haja também sobre o altar ou perto dele uma cruz com a imagem do Cristo crucificado que seja bem visível para o povo reunido. Convém que essa cruz, que serve para recordar aos fiéis a paixão salutar do Senhor, permaneça junto ao altar também fora das celebrações litúrgicas.

O ambão

  1. (...) De modo geral convém que esse lugar sejam uma estrutura estável e não uma simples estante móvel. O ambão seja disposto de tal modo em relação à forma da igreja que os ministros ordenados e os leitores possam ser vistos e ouvidos facilmente pelos fiéis. (...)

Convém que o novo ambão seja abençoado antes de ser destinado ao uso litúrgico conforme o rito proposto no Ritual romano.

A cadeira para o sacerdote celebrante e outras cadeiras

  1. A cadeira do sacerdote celebrante deve manifestar a função deste de presidir a assembleia e dirigir a oração. Por isso, o lugar mais apropriado para esta cadeira é de frente para o povo no fundo do presbitério, a não ser que a estrutura do edifício sagrado ou outras circunstâncias o impeçam, por exemplo, se a demasiada distância torna difícil a comunicação entre o sacerdote e a assembleia, ou se o tabernáculo ocupar o centro do presbitério atrás do alar. Evite-se toda espécie de trono. Ante de ser destinado ao uso litúrgico, convém que se faça a bênção da cadeira da presidência segundo o rito descrito no Ritual Romano. (...)

A cadeira do diácono esteja junto da cadeira do celebrante. (...)

O lugar de conservação da Santíssima Eucaristia

  1. De acordo com a estrutura de cada igreja e os legítimos costumes locais, o Santíssimo Sacramento seja conservado num tabernáculo, colocado em lugar de honra da igreja, suficientemente amplo, visível, devidamente decorado e que favoreça a oração.

Normalmente o tabernáculo seja um único, inamovível, feito de material sólido e inviolável não transparente, e fechado de tal modo que se evite ao máximo o perigo de profanação. Convém, além disso, que seja abençoado antes de ser destinado ao uso litúrgico, segundo o rito descrito no Ritual Romano.

  1. (...) É preferível, a juízo do Bispo diocesano, colocar o tabernáculo:
  2. a) no presbitério, fora do altar da celebração, na forma e no lugar mais convenientes, não estando excluído o altar antigo que não mais é usado para a celebração;
  3. b) ou também numa capela apropriada para a adoração e oração privada dos fiéis, que esteja organicamente ligada com a igreja e visível aos fiéis.
  4. Conforme antiga tradição, mantenha-se perenemente acesa uma lâmpada especial junto ao tabernáculo, alimentada por óleo ou cera, pela qual se indique e se honra a presença de Cristo.

As imagens sagradas

  1. (...) Normalmente, não haja mais de uma imagem do mesmo santo.

Os vasos sagrados

  1. Os cálices e outros vasos destinados a receber o Sangue do Senhor, tenham a copa feita de matéria que não absorva líquidos. O pé pode ser feito de outro material sólido e digno.
  2. Quanto à bênção dos vasos sagrados, observem-se os ritos prescritos nos livros litúrgicos.
  3. Conserve-se o costume de construir na sacristia uma pia, em que se lance a água da purificação dos vasos sagrados e da lavagem das toalhas de linho.

As vestes sagradas

  1. (...) As vestes usadas pelos sacerdotes, os diáconos, bem como pelos ministros leigos sejam oportunamente abençoadas, antes que sejam destinados ao uso litúrgico, conforme o rito descrito no Ritual Romano.
  2. A alva é a veste sagrada comum a todos os ministros ordenados e instituídos de qualquer grau; ela será cingida à cintura pelo cíngulo, a não ser que o seu feitio o dispense. Antes de vestir a alva, põe-se o amito, caso ela não encubra completamente as vestes comuns que circundam o pescoço. A alva não poderá ser substituída pela sobrepeliz, nem mesmo sobre a veste talar, quando se deve usar casula ou dalmática, ou quando, de acordo com as normas, se usa apenas a estola sem a casula ou dalmática.
  3. A não ser que se disponha de outro modo, a veste própria do sacerdote celebrante, tanto na Missa como nas outras ações sagradas em conexão direta com ela, é a casula ou planeta sobre a alva e a estola.
  4. Com relação à cor das vestes sagradas, seja observado o uso tradicional, a saber: (...)
  5. g) Em dias mais solenes podem ser usadas vestes sagradas festivas ou mais nobres, mesmo que não sejam da cor do dia.

Oração Eucarística

  1. (...) b) Oração Eucarística II, por suas características particulares, é mais apropriadamente usada nos dias de semana ou em circunstâncias especiais. Embora tenha Prefácio próprio, pode igualmente ser usada com outros prefácios, sobretudo aqueles que, de maneira sucinta, apresentam o mistério da salvação, por exemplo, os prefácios comuns. (...)
  2. d) a Oração Eucarística IV possui um Prefácio imutável..

Missas e orações para Diversas Circunstâncias

  1. Recomenda-se de modo particular a memória de Santa Maria no Sábado, pelo fato de se tributar na Liturgia da Igreja à Mãe do Redentor uma veneração acima e de preferência a todos os Santos.

Missas pelos Fiéis Defuntos

  1. Nas Missas exequiais haja, normalmente, uma breve homilia, excluindo-se, no entanto, qualquer tipo de elogio fúnebre.
  2. Na organização e escolha das partes da Missa dos fiéis defuntos, principalmente da Missa exequial, podem variar (por exemplo, orações, leituras e oração universal), convém levar em conta, por motivos pastorais, as condições do falecido, de sua família e dos presentes.

Além disso, os pastores levem especialmente em conta aqueles que, por ocasião das exéquias, comparecem às celebrações litúrgicas e escutam o Evangelho, tanto os não católicos, como os católicos que nunca ou raramente participam da Eucaristia, ou parecem ter perdido a fé, pois os sacerdotes são ministros do Evangelho de Cristo para todos.

(Texto Oficial da Terceira Edição Típica do Missal Romano – EDIÇÕES CNBB 2023)

Excertos (para motivar a leitura do texto completo)

Testemunho de fé inalterada

  1. (...) “O nosso Salvador na última Ceia instituiu o sacrifício eucarístico do seu Corpo e Sangue para perpetuar o sacrifício da cruz até a sua volta, e para confiar à Igreja, sua esposa muito amada, o memorial de sua morte e ressurreição” (Conc. Vat. II, Sacrosanctum Concilium, n. 47). (...) A Missa é simultaneamente sacrifício de louvor, de ação de graças, de propiciação e de satisfação.

Importância e dignidade da celebração eucarística

  1. Embora às vezes não se possa contar com a presença dos fiéis e sua participação ativa, que manifestam mais claramente a natureza eclesial da celebração, a celebração eucarística conserva sempre sua eficácia e dignidade, uma vez que é ação de Cristo e da Igreja , na qual o sacerdote cumpre seu múnus principal e age sempre pela salvação do povo.

Por isso, recomenda-se que o sacerdote, na medida do possível, celebre mesmo diariamente o sacrifício eucarístico.

  1. (...) O sacerdote deve estar lembrado de que ele é servidor da sagrada Liturgia e de que não lhe é permitido, por própria conta, acrescentar, tirar ou mesmo mudar qualquer coisa na celebração da Missa.

Estrutura geral da Missa

  1. Na Missa ou Ceia do Senhor, o povo de Deus é convocado e reunido, sob a presidência do sacerdote que representa a pessoa de Cristo, para celebrar a memória do Senhor ou sacrifício eucarístico. (...) Cristo está realmente presente tanto na assembleia reunida em seu nome como na pessoa do ministro, na sua Palavra, e também, de modo substancial e permanente, sob as espécies eucarísticas.

Leitura e explanação da Palavra de Deus

  1. Quando se leem as Sagradas Escrituras na Igreja, o próprio Deus fala a seu povo, e Cristo, presente em sua Palavra, anuncia o Evangelho.

Orações e outras partes próprias do sacerdote

  1. (...) Pode [o sacerdote], com brevíssimas palavras, introduzir os fiéis na Missa do dia, após a saudação inicial e antes do Rito Penitencial, na Liturgia da Palavra, antes das leituras; na Oração Eucarística, antes do Prefácio, nunca, porém, dentro da própria Oração; pode, ainda, encerrar toda a ação sagrada antes da despedida.

Gestos e posições do corpo

  1. (...) A posição comum do corpo, que todos os participantes devem observar, é sinal da unidade dos membros da comunidade cristã, reunidos para a sagrada Liturgia...
  2. [Os fiéis] Ajoelhem-se, porém, durante a consagração, a não ser que motivo de saúde ou falta de espaço ou o grande número de representantes ou outras causas razoáveis não o permitam. Contudo, aqueles que não se ajoelham na consagração, façam inclinação profunda enquanto o sacerdote faz genuflexão após a consagração. (...) Onde for costume o povo permanecer de joelhos do fim da aclamação do Santo até o final da Oração Eucarística e antes da Comunhão quando o sacerdote diz Eis o Cordeiro de Deus, é louvável que ele seja mantido.

Para se obter a uniformidade nos gestos e posições do corpo numa mesma celebração, obedeçam os fiéis aos avisos...

O silêncio

  1. Oportunamente, como parte da celebração, deve-se observar o silêncio sagrado. A sua natureza depende do momento em que ocorre em cada celebração. Assim, no ato penitencial e após o convite à oração, cada fiel se recolhe; após uma leitura ou a homilia, meditam brevemente o que ouviram; após a comunhão, enfim, louvam e rezam a Deus no íntimo do coração.

Convém que já antes da própria celebração se conserve o silêncio na Igreja, na sacristia, na secretaria e mesmo nos lugares mais próximos, para que todos se disponham devota e devidamente para realizarem os sagrados mistérios.

As partes da Missa – Entrada

  1. (...) Não havendo canto de entrada, a antífona proposta no Missal é recitada pelos fiéis ou por alguns deles ou pelo leitor; pode ainda ser recitada pelo próprio sacerdote, que também pode adaptá-la a modo de exortação inicial.

Saudação ao altar e ao povo reunido

  1. Chegando ao presbitério, o sacerdote, o diácono e os ministros saúdam o altar com uma inclinação profunda. (...)

Feita a saudação ao povo, o sacerdote, o diácono ou outro ministro, pode, com brevíssimas palavras, introduzir os fiéis na Missa do dia.

Ato penitencial

  1. Em seguida, o sacerdote convida para o ato penitencial que, após breve pausa de silêncio, é realizado por toda a assembleia através de uma fórmula de confissão geral e concluído pela absolvição do sacerdote. Tal absolvição, contudo, não possui a eficácia do sacramento da Penitência.

Glória a Deus nas alturas

  1. O Glória é um hino antiquíssimo e venerável, pelo qual a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e í a Deus Pai e ao Cordeiro. O texto deste hino não pode ser substituído por outro. (...)

Liturgia da Palavra

  1. (...) Nas leituras explanadas pela homilia, Deus fala ao seu povo, revela o mistério da redenção e da salvação, e oferece alimento espiritual; e o próprio Cristo, por sua Palavra, se acha presente no meio dos fiéis. (...)
  2. Na celebração da Missa com o povo, as leituras são sempre proferidas do ambão.

Salmo Responsorial

  1. (...) O Salmo Responsorial, de preferência, será cantado, ao menos no que se refere ao refrão do povo. (...)

Oração universal

  1. (...) Normalmente, as intenções são proferidas, do ambão ou de outro lugar apropriado, pelo diácono, pelo cantor, pelo leitor ou por um fiel leigo. (...)

Preparação dos dons

  1. (...) É louvável que os fiéis apresentem o pão e o vinho que o sacerdote ou o diácono recebem em lugar adequado para serem levados ao altar.

Rito da paz

  1. (...) Convém... que cada qual expresse a paz de maneira sóbria apenas aos que lhe estão mais próximos.

Comunhão

  1. (...) o sacerdote mostra aos fiéis o pão eucarístico, sobre a patena ou sobre o cálice...
  2. É muito recomendável que os fiéis, como também o próprio sacerdote é obrigado a fazer, recebam o Corpo do Senhor em hóstias consagradas na própria Missa..., para que, também através dos sinais, a Comunhão se manifeste mais claramente como participação no sacrifício que está sendo celebrado.
  3. (...) Não havendo canto, a antífona proposta no Missal pode ser recitada pelos fiéis, por alguns dentre eles ou pelo leitor, ou então pelo próprio sacerdote, depois de ter comungado, antes de distribuir a Comunhão aos fiéis.

Ritos Finais

  1. Aos ritos finais pertencem: (...) d) o beijo ao altar pelo sacerdote e o diácono e, em seguida, a inclinação profunda ao altar pelo sacerdote, o diácono e os outros ministros.

Funções de ordem sacra

  1. [O presbítero] quando celebra a Eucaristia, deve servir a Deus e ao povo com dignidade e humildade, e, pelo seu modo de agir e proferir as palavras divinas, sugerir aos fiéis uma presença viva de Cristo.

Ministérios Particulares

  1. Exercem também uma função litúrgica: (...)
  2. b) o comentarista que dirige oportunamente aos fiéis breves explicações e exortações, a fim de introduzi-los na celebração e dispô-los para entendê-la melhor. Convém que as exortações do comentarista sejam cuidadosamente preparadas, sóbrias e claras. Ao desempenhar sua função, o comentarista fica em pé em lugar adequado voltado para os fiéis, não, porém, no ambão.

O que é necessário preparar

  1. O altar seja coberto com uma toalha de cor branca. (...)
  2. (...) O cálice, como convém, seja coberto com um véu, que pode ser da cor do dia ou de cor branca.

Missa sem diácono – Ritos Iniciais

  1. Reunido o povo, o sacerdote e os ministros, revestidos das vestes sagradas, encaminham-se ao altar na seguinte ordem: (...)
  2. d) o leitor, que pode conduzir um pouco elevado o Evangeliário, não, porém, o Lecionário. (...)
  3. A cruz, ornada com a imagem do Cristo crucificado, trazida eventualmente na procissão, pode ser colocada junto ao altar, de modo que se torne a cruz do altar, que deve ser uma só; caso contrário, ela ser[a guardada em lugar adequado (...).

Liturgia da Palavra

  1. O Símbolo é cantado ou recitado pelo sacerdote com o povo, estando todos de pé. Às palavras E se encarnou pelo Espírito Santo, todos se inclinam profundamente, mas nas solenidades da Anunciação do Senhor e do Natal do Senhor, todos se ajoelham.

Liturgia Eucarística

  1. Ao altar, o sacerdote recebe a patena com o pão e mantém levemente elevada sobre o altar com ambas as mãos, dizendo em silêncio: Bendito sejais, Senhor. E depõe a patena com o pão sobre o corporal.
  2. (...) [O sacerdote] com ambas as mãos, mantém um pouco elevado o cálice preparado, dizendo em silêncio: Bendito sejais, Senhor;, e depõe o cálice sobre o corporal, cobrindo-o com a pala, se julgar oportuno.
  3. (...) No fim da Oração Eucarística, o sacerdote, tomando a patena com a hóstia e o cálice ou elevando ambos juntos profere sozinho a doxologia: Por Cristo. (...)
  4. (...) O sacerdote pode dar a paz aos ministros, mas sempre permanecendo no âmbito do presbitério para que não se perturbe a celebração. Faça o mesmo se por motivo razoável quiser dar a paz para alguns poucos fiéis. (...)
  5. (...) Não é permitido aos fiéis receber por si mesmos o pão consagrado nem o sagrado cálice e muito menos passar de mão em mão entre si. (...)
  6. (...) o sacerdote diz, de mãos unidas, Oremos e, de mãos estendidas, recita a Oração depois da Comunhão, que pode ser precedida de um momento de silêncio (...).

Missa com diácono

  1. Conduzindo o Evangeliário, um pouco elevado, o diácono precede o sacerdote que se dirige ao altar; se não, caminha a seu lado.
  2. (...) Em celebrações mais solenes o Bispo, conforme a oportunidade, abençoa o povo com o Evangeliário. (...)
  3. Tendo o sacerdote comungado, o diácono recebe dela a Comunhão, sob as duas espécies, e, em seguida, ajuda o sacerdote a distribuir a Comunhão ao povo. (...) Terminada a distribuição, [o diácono] consome logo com reverência, junto ao altar, todo o Sangue de Cristo que tiver sobrado, com a ajuda, se for o caso, dos demais diáconos e dos presbíteros.

Missa concelebrada

  1. (...) Quando o bispo preside, iniciado o Aleluia, todos se levantam. O bispo, ainda sentado, coloca incenso, sem nada dizer e dá a bênção ao diácono ou, na sua ausência, ao concelebrante que vai proclamar o Evangelho. (...)
  2. As partes que são proferidas por todos os concelebrantes e, sobretudo, as palavras da consagração que todos devem expressar quando forem recitadas, sejam ditas em voz tão baixa que se ouça claramente a voz do celebrante principal. Dessa forma as palavras são mais facilmente entendidas pelo povo.
  3. [Os concelebrantes proferem juntos] (...)
  4. c) as palavras do Senhor, com a mão direita estendida para o pão e o cálice, se parecer oportuno conjuntamente; à apresentação, olham para a hóstia e o cálice e depois se inclinam profundamente.
  5. A doxologia final da Oração Eucarística é proferida somente pelo sacerdote celebrante principal e, se preferir, junto com os demais concelebrantes, não, porém, pelos fiéis.
  6. Terminada a oração antes da Comunhão, o celebrante principal faz genuflexão e se afasta um pouco. Um após o outro, os concelebrantes se aproximam do centro do altar, fazendo genuflexão e tomam do altar, com reverência, o Corpo de Cristo; segurando-o com a mão direita e colocando por baixo a esquerda, retornam a seus lugares. Podem, no entanto, permanecer nos respectivos lugares e tomar o Corpo de Cristo da patena que o celebrante principal ou um ou vários concelebrantes seguram, passando diante deles, ou então passam a patena de um a outro até o último.
  7. A seguir, o celebrante principal toma a hóstia, consagrada na própria Missa, e mantendo-a um pouco elevada sobre a patena ou sobre o cálice, voltado para o povo, diz: Felizes os convidados, e continua com os concelebrantes e o povo, dizendo: Senhor, eu não sou digno.
  8. Em seguida, o celebrante principal, voltado para o altar, diz em silêncio: O Corpo de Cristo me guarde para a vida eterna, e comunga com reverência o Corpo de Cristo. Os concelebrantes fazem o mesmo, tomando a Comunhão. Depois deles, o diácono recebe das mãos do celebrante principal o Corpo do Senhor.
  9. O Sangue do Senhor pode ser tomado diretamente do cálice, ou por intinção, ou ainda com uma cânula ou uma colher.
  10. A comunhão dos concelebrantes pode também realizar-se de modo que um depois do outro comunguem, no altar, do Corpo e, logo em seguida, do Sangue de Cristo.

Missa com assistência de um só ministro

  1. A celebração sem ministro ou sem ao menos um fiel, não se faça a não ser por causa justa e razoável. Neste caso, omitem-se as saudações, as exortações e a bênção no final da Missa.

Genuflexão e Inclinação

  1. A genuflexão, que se faz dobrando o joelho direito até o chão, significa adoração; por isso, se reserva ao Santíssimo Sacramento e à santa Cruz, desde a solene adoração da Ação litúrgica da Sexta-feira na Paixão do Senhor até o início da Vigília Pascal. (...)

Se, porém, houver no presbitério tabernáculo com o Santíssimo Sacramento, o sacerdote, o diácono e os outros ministros fazem genuflexão, quando chegam ao altar e quando dele se retiram; não, porém, durante a própria celebração da Missa.

  1. Pela inclinação se manifesta a reverência e a honra que se atribuem às próprias pessoas ou aos seus símbolos. Há duas espécies de inclinação, ou seja, de cabeça e de corpo:
  2. a) faz-se inclinação de cabeça quando se nomeiam juntas as três Pessoas Divinas, ao nome de Jesus, da Virgem Maria e do Santo em cuja honra se celebra a Missa;
  3. b) inclinação de corpo, ou inclinação profunda, se faz ao altar; às orações Ó Deus todo-poderoso, purificai-me e De coração contrito; no Símbolo às palavras E se encarnou; no Cânon Romano, às palavras Suplicantes, vos pedimos. O diácono faz a mesma inclinação quando pede a bênção antes de proclamar o Evangelho. Além disso, o sacerdote inclina-se um pouco quando, na consagração, profere as palavras do Senhor.

Incensação

  1. (...) antes e depois da turificação, faz-se inclinação profunda à pessoa ou à coisa que é incensada, com exceção do altar e das oferendas para o sacrifício da Missa.

São incensados com três ductos do turibulo: o Santíssimo Sacramento, as relíquias da santa Cruz e as imagens do Senhor, expostas para veneração pública, as oferendas para o sacrifício da Missa, a cruz do altar, o Evangeliário, o círio pascal, o sacerdote e o povo.

Com dois ductos são incensadas as relíquias e as imagens dos Santos expostas à veneração pública, mas somente uma vez, no início da celebração, após a incensação do altar.

Purificação

  1. Os vasos sagrados são purificados pelo sacerdote ou pelo diácono ou pelo acólito instituído depois da Comunhão ou da Missa, na medida do possível, junto à credência. (...)
  2. Se a hóstia ou alguma partícula cair no chão, seja recolhida com reverência; se for derramado um pouco do Sangue, lave-se com água o lugar onde caiu, e lance-se depois esta água na piscina ou pia construída na sacristia.

Disposição e Ornamentação das Igrejas para a celebração da Eucaristia

  1. (...) Os edifícios sagrados e os objetos destinados ao culto sejam realmente dignos e belos, sinais e símbolos das coisas divinas.
  2. Todas as igrejas sejam dedicadas ou ao menos abençoadas. Contudo, as igrejas catedrais e paroquiais sejam solenemente dedicadas.
  3. A ornamentação da igreja deve visar mais a nobre simplicidade do que a pompa. Na escolha dessa ornamentação, cuide-se da autenticidade dos materiais e procure-se assegurar a educação dos fiéis e a dignidade de todo o local sagrado.
  4. (...) A natureza e beleza do local e de todas as alfaias alimentem a piedade dos fiéis e manifestem a santidade dos mistérios celebrados.

O altar e sua ornamentação

  1. Convém que em toda Igreja exista um altar fixo, o que significa de modo mais claro e permanente Jesus Cristo, pedra viva (1Pd 2,4; cf. Ef 2,20); nos demais lugares dedicados às sagradas celebrações, o altar pode ser móvel.

Chama-se altar fixo quando é construído de tal forma que esteja unido ao pavimento, e não possa ser removido; móvel, quando pode ser removido.

  1. O altar, fixo ou móvel, seja dedicado conforme o rito apresentado no Pontifical Romano; contudo, o altar móvel pode também ser apenas abençoado.
  2. Se for oportuno, mantenha-se o uso de depositar sob o altar a ser dedicado relíquias de Santos, ainda que não sejam mártires. Cuide-se, porém, de verificar a autenticidade de tais relíquias.
  3. Na ornamentação do altar observe-se moderação. (...)

A ornamentação com flores seja sempre moderada e, ao invés de se dispor a ornamentação sobre o altar, de preferência seja colocado junto a ele.

  1. Sobre a mesa do altar podem ser colocadas somente aquelas coisas que se requerem para a celebração da Missa, ou seja: o Evangeliário, do início da celebração até a proclamação do Evangelho; desde a apresentação das oferendas até a purificação dos vasos sagrados, o cálice com a patena, o cibório, se necessário e, finalmente, o corporal, o sanguinho, a pala e o Missa.

Além disso, se disponham de modo discreto os aparelhos que possam ajudar a amplificar a voz do sacerdote.

  1. Os castiçais requeridos pelas ações litúrgicas para manifestarem a reverência e o caráter festivo da celebração sejam colocados como parecer melhor, sobre o altar ou junto dele, levando em conta as proporções do altar e do presbitério, de modo a formarem um conjunto harmonioso e que não impeça os fiéis de verem aquilo que se realiza ou se coloca sobre o altar.
  2. Haja também sobre o altar ou perto dele uma cruz com a imagem do Cristo crucificado que seja bem visível para o povo reunido. Convém que essa cruz, que serve para recordar aos fiéis a paixão salutar do Senhor, permaneça junto ao altar também fora das celebrações litúrgicas.

O ambão

  1. (...) De modo geral convém que esse lugar sejam uma estrutura estável e não uma simples estante móvel. O ambão seja disposto de tal modo em relação à forma da igreja que os ministros ordenados e os leitores possam ser vistos e ouvidos facilmente pelos fiéis. (...)

Convém que o novo ambão seja abençoado antes de ser destinado ao uso litúrgico conforme o rito proposto no Ritual romano.

A cadeira para o sacerdote celebrante e outras cadeiras

  1. A cadeira do sacerdote celebrante deve manifestar a função deste de presidir a assembleia e dirigir a oração. Por isso, o lugar mais apropriado para esta cadeira é de frente para o povo no fundo do presbitério, a não ser que a estrutura do edifício sagrado ou outras circunstâncias o impeçam, por exemplo, se a demasiada distância torna difícil a comunicação entre o sacerdote e a assembleia, ou se o tabernáculo ocupar o centro do presbitério atrás do alar. Evite-se toda espécie de trono. Ante de ser destinado ao uso litúrgico, convém que se faça a bênção da cadeira da presidência segundo o rito descrito no Ritual Romano. (...) A cadeira do diácono esteja junto da cadeira do celebrante. (...)

O lugar de conservação da Santíssima Eucaristia

  1. De acordo com a estrutura de cada igreja e os legítimos costumes locais, o Santíssimo Sacramento seja conservado num tabernáculo, colocado em lugar de honra da igreja, suficientemente amplo, visível, devidamente decorado e que favoreça a oração.

Normalmente o tabernáculo seja um único, inamovível, feito de material sólido e inviolável não transparente, e fechado de tal modo que se evite ao máximo o perigo de profanação. Convém, além disso, que seja abençoado antes de ser destinado ao uso litúrgico, segundo o rito descrito no Ritual Romano.

  1. (...) É preferível, a juízo do Bispo diocesano, colocar o tabernáculo:
  2. a) no presbitério, fora do altar da celebração, na forma e no lugar mais convenientes, não estando excluído o altar antigo que não mais é usado para a celebração;
  3. b) ou também numa capela apropriada para a adoração e oração privada dos fiéis, que esteja organicamente ligada com a igreja e visível aos fiéis.
  4. Conforme antiga tradição, mantenha-se perenemente acesa uma lâmpada especial junto ao tabernáculo, alimentada por óleo ou cera, pela qual se indique e se honra a presença de Cristo.

As imagens sagradas

  1. (...) Normalmente, não haja mais de uma imagem do mesmo santo.

Os vasos sagrados

  1. Os cálices e outros vasos destinados a receber o Sangue do Senhor, tenham a copa feita de matéria que não absorva líquidos. O pé pode ser feito de outro material sólido e digno.
  2. Quanto à bênção dos vasos sagrados, observem-se os ritos prescritos nos livros litúrgicos.
  3. Conserve-se o costume de construir na sacristia uma pia, em que se lance a água da purificação dos vasos sagrados e da lavagem das toalhas de linho.

As vestes sagradas

  1. (...) As vestes usadas pelos sacerdotes, os diáconos, bem como pelos ministros leigos sejam oportunamente abençoadas, antes que sejam destinados ao uso litúrgico, conforme o rito descrito no Ritual Romano.
  2. A alva é a veste sagrada comum a todos os ministros ordenados e instituídos de qualquer grau; ela será cingida à cintura pelo cíngulo, a não ser que o seu feitio o dispense. Antes de vestir a alva, põe-se o amito, caso ela não encubra completamente as vestes comuns que circundam o pescoço. A alva não poderá ser substituída pela sobrepeliz, nem mesmo sobre a veste talar, quando se deve usar casula ou dalmática, ou quando, de acordo com as normas, se usa apenas a estola sem a casula ou dalmática.
  3. A não ser que se disponha de outro modo, a veste própria do sacerdote celebrante, tanto na Missa como nas outras ações sagradas em conexão direta com ela, é a casula ou planeta sobre a alva e a estola.
  4. Com relação à cor das vestes sagradas, seja observado o uso tradicional, a saber: (...)
  5. g) Em dias mais solenes podem ser usadas vestes sagradas festivas ou mais nobres, mesmo que não sejam da cor do dia.

Oração Eucarística

  1. (...) b) Oração Eucarística II, por suas características particulares, é mais apropriadamente usada nos dias de semana ou em circunstâncias especiais. Embora tenha Prefácio próprio, pode igualmente ser usada com outros prefácios, sobretudo aqueles que, de maneira sucinta, apresentam o mistério da salvação, por exemplo, os prefácios comuns. (...)
  2. d) a Oração Eucarística IV possui um Prefácio imutável..

Missas e orações para Diversas Circunstâncias

  1. Recomenda-se de modo particular a memória de Santa Maria no Sábado, pelo fato de se tributar na Liturgia da Igreja à Mãe do Redentor uma veneração acima e de preferência a todos os Santos.

Missas pelos Fiéis Defuntos

  1. Nas Missas exequiais haja, normalmente, uma breve homilia, excluindo-se, no entanto, qualquer tipo de elogio fúnebre.
  2. Na organização e escolha das partes da Missa dos fiéis defuntos, principalmente da Missa exequial, podem variar (por exemplo, orações, leituras e oração universal), convém levar em conta, por motivos pastorais, as condições do falecido, de sua família e dos presentes.

Além disso, os pastores levem especialmente em conta aqueles que, por ocasião das exéquias, comparecem às celebrações litúrgicas e escutam o Evangelho, tanto os não católicos, como os católicos que nunca ou raramente participam da Eucaristia, ou parecem ter perdido a fé, pois os sacerdotes são ministros do Evangelho de Cristo para todos.