Tradição cultural e religiosa é interrompida durante Festa de São Sebastião; grupo relata desrespeito por parte de padre
O Grupo de Moçambique do Belém, de Taubaté, denunciou um caso de preconceito religioso durante a tradicional Festa de São Sebastião em São Luiz do Paraitinga, neste domingo, 19. O grupo, que cultiva tradições culturais e religiosas desde 1945, foi impedido de realizar sua manifestação de fé dentro de uma capela pelo padre Ricardo Cassiano.
De acordo com os relatos, os integrantes do grupo aguardaram o término da missa para entrar na capela e prestar sua saudação ao santo do andor, conforme o costume. No entanto, o padre interrompeu a ação e pediu que o grupo saísse, afirmando que o local não era “lugar de bagunça”. Vídeos do Acervo Maria Servina mostram o momento em que o padre gesticula para que o grupo deixe a capela. Quando questionado por uma pessoa do grupo se o ato era preconceito, o padre respondeu: "não é preconceito, cada coisa no seu lugar". O rapaz então retrucou: "eu acho que o senhor está sendo preconceituoso", ao que o padre continuou negando.
Dona Cida, coordenadora do grupo, relatou: “A gente chegou lá e ele fez isso. A gente entrou e ele não deixou a gente ficar lá. Mas se é uma manifestação religiosa, por que isso?”. Segundo Dona Cida, o grupo ficou muito chateado com a situação, e esse não é o primeiro episódio envolvendo o padre, que já havia impedido a entrada de outros grupos em 2024.
Os membros do grupo classificaram o episódio como desrespeitoso e lamentaram não terem sido informados previamente sobre qualquer restrição à sua apresentação. “Consideramos uma falta de respeito o modo como ele agiu. Se não fosse permitido, deveriam ter nos avisado antes, evitando essa vergonha diante das pessoas presentes, que estavam lá a convite do festeiro”, declarou um representante do grupo.
O Grupo de Moçambique do Belém é uma expressão cultural e religiosa com raízes profundas na tradição popular, originária de São Luiz do Paraitinga, com devoção a São Benedito e Nossa Senhora.
O padre Ricardo Cassiano foi procurado por nossa reportagem, mas até o fechamento deste texto ele não havia sido localizado. O espaço segue aberto para a manifestação do religioso. Fonte: https://t7news.com.br