Leonardo Carvalho, jornalista.

Uma história que aconteceu hoje e me deixou profundamente sensibilizado. Já passava das 8h30... 

Curioso que sou, chamei-o. Disse que iria lhe ajudar, mas que gostaria de conversar um pouquinho com ele. Dei meu lugar para ele se sentar e comecei a perguntar algumas coisas. Eis o diálogo:

Eu: Senhor desculpe a intromissão, mas sou formado em jornalismo e curioso por natureza. O que são essas marcas na sua pele?

Ele: O meu jovem, nem lembro mais. Elas já fazem tanto tempo parte da minha vida. Isso é antigo.

Eu: Você não tem família senhor?

Ele: Sim, tenho sim. Minha mulher morreu cedo garoto. Porém, antes disso, deixou a maior benção da minha vida, meu filho. Ele inclusive cuida de mim até hoje, mesmo já tendo mais de 50 anos nas costas.

Eu: Senhor, perdoe a pergunta. Mas como você tira tanta força para suportar tudo o que o senhor claramente passa, já idoso, e ainda seguir cantarolando e brincando com as pessoas?

Ele: Qual o seu nome?

Eu: Leonardo.

Ele: Meu jovem Leonardo, se eu seguir reclamando da minha vida vou viver de forma triste. Não quero isso. Quero seguir meu trabalho. Posso ser cego e ter essas deformidades na minha pele, mas não desisto não. Sei que Deus está preparando algo melhor para mim. Por isso canto que eu chegarei ao paraíso. Por isso brinco com as pessoas nos ônibus. Eles me ajudam com o pouco que tem e, em troca, tento mostrar-lhes que se eu posso, eles também podem conseguir.

Fico em silêncio. Ajudo-o a levantar e se apoiar no ônibus. Nesse momento, abro minha carteira e vejo que tenho apenas R$ 23,25. Dou-lhe tudo...

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http://www.mensagensdofreipetroniodemiranda.blogspot.com.br/2014/11/o-olhar-sensivel-de-um-ateu.html