Frei Jorge Van Kampen, O. Carm. In Memoriam. (*17/04/1932- + 08/08/ 2013)
Saber perdoar é uma arte na vida. Perdoar manifesta compreensão.
Estreita os laços de amizade entre nós. Faz acolher a pessoa, ou talvez melhor, faz restaurar um sentimento íntimo entre nós, porque fazer perdoar quebra a nossa resistência do nosso egoísmo. Saber perdoar é uma força divina, que reside em nós. Propriamente não se aprende a perdoar. Esta virtude aparece nos melhores momentos da nossa vida. Mas vale a pena que, quando aparece na nossa vida, sabemos usar na nossa vida. É tão bom aparecer na nossa vida com este dom divino. Damos uma nova chance para restabelecer a nossa amizade.
Jesus insistiu muito para que esta virtude de perdoar aparecesse com força em sua Missão. Vejamos: São Mateus (18,21) diz assim: “Senhor, quantas vezes devo perdoar as ofensas do meus irmão, até 7 vezes”? Mas Jesus há de responder: “Não digas 7 vezes, mas até 70 vezes 7”. Há de perdoar e voltar a perdoar é a primeira expressão de Jesus na cruz, e nisto se comprovará o amor de que somos capazes de alcançar. As ofensas, que cometemos contra os nossos companheiros, não são nada em relação com a falta de perdão, que fizemos contra Deus. E todos nós sabemos não fazer valer os seus direitos, porque Ele é Pai e nos quer salvar.
Uma família perdeu um filho, assassinado durante a guerra mundial, num campo de extermínio. Quando a família foi ver o lugar, aonde se tinha enterrado o corpo, a família começou a rezar, e dirigiu a oração pedindo a Deus o perdão dos seus assassinos.
Um sindicalista, processado pelo seu patrão, que contra toda a justiça, ganhou a causa. O sindicalista se negou a fazer público um documento, que poderia humilhar e arruinar a reputação do seu adversário.
Em Mat. 6,12 lemos assim: “Perdoa-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam”.
Em Luc. 11,4 lemos: “Perdoa-nos os pecados, pois também nós perdoamos a todos os que nos ofenderam”.
Até na nossa profissão da fé dizemos: Creio no perdão dos nossos pecados. Até na Missa, na hora da consagração, o sacerdote diz:
“Este é o meu sangue, que será derramado por vós e por todos pela remissão dos pecados”.