Frei James Boyce, O.Carm.

Os Carmelitas e o Concílio de Trento

O Concílio de Trento (1545-63)[i]  foi uma tentativa de estabilizar e de regulamentar a vida dos fiéis depois dos efeitos devastadores da Reforma Protestante. Tendo isto em mente, todos os textos litúrgicos questionáveis, até mesmo as festas, foram eliminados do calendário. Desse modo, a festa das Três Marias foi proibida aos carmelitas.

Novas festas carmelitanas

Eliseu e Elias

Por causa do relacionamento próximo entre Elias e Eliseu, as duas festas são consideradas como uma só. O relacionamento dos carmelitas com estas duas figuras proeminentes do Antigo Testamento já estava bem estabelecida espiritualmente, muito antes de ser celebrada liturgicamente.

Nossa Senhora do Monte Carmelo

Ainda que possam ocorrer referências à festa da Solene Celebração de Nossa Senhora do Monte Carmelo nas fontes medievais, a liturgia tridentina deu plena expressão à sua celebração. Como se poderia esperar, as cinco primeiras antífonas das Vésperas características de todas as festas marianas medievais, também foram usadas aqui.

São Simão Stock

Apesar da figura um tanto evasiva de São Simão Stock ter sido de grande importância na adaptação dos carmelitas à vida no Ocidente, sua festa surge apenas no tempo do Concílio de Trento. Neste caso, os textos para o ofício vêm de sua vita em vez da Escritura e a música se adapta à pauta imposta pelo Concílio de Trento.

Santa Teresa d’Ávila

A grande reformadora da Ordem Carmelita, Santa Teresa d’Ávila, morreu dentro da Ordem dos Carmelitas em Alba de Tormes, perto de Salamanca, em 1582. Os textos para sua liturgia referem-se a seu zelo por Deus e à sua sede pela sabedoria, enfatizando apropriadamente suas qualidades místicas e intelectuais.

Santo Alberto da Sicília

O ofício de Santo Alberto da Sicília é um daqueles raros, onde todas as linhas do texto rimam. Este é o único ofício rimado que sobreviveu intacto ao Concílio de Trento. Como o primeiro santo propriamente carmelitano, Alberto goza de preeminência na veneração litúrgica e o texto rimado para o ofício sugere a estima com que era considerado.

Santo Ângelo

Como o primeiro mártir carmelitano, Santo Ângelo corresponde ao Bem-aventurado Pedro, mártir para os dominicanos. O cerne da história de Ângelo ocorre na antífona do Magnificat.

Santo André Corsini

Santo André Corsini, o carmelita florentino que se tornou bispo de Fiesole, gozou de forte veneração, especialmente em Florença.

Reflexões sobre a liturgia carmelitana tridentina

O período após o Concílio de Trento foi para os carmelitas, como para a Igreja em geral, um tempo de adaptação para estabelecer as novas práticas diante da Reforma. Embora de algumas forma repressivo, o Concílio de Trento deu aos carmelitas a oportunidade de venerar seus próprios santos de um modo que não foi possível durante o período medieval...

 (Veja na 5º Parte: A liturgia carmelitana moderna)

*Leia na íntegra. Clique aqui:

http://www.mensagensdofreipetroniodemiranda.blogspot.com.br/2015/09/a-espiritualidade-liturgica-carmelitana.html