"A peregrinação do pontífice em busca da conciliação e do entendimento nesta parte do mundo teve o dom mágico de escancarar as maquinações e manipulações que comprometem um processo que deveria fluir com naturalidade, independência e responsabilidade", escreve Alberto Dines em artigo publicado por Observatório da Imprensa, 22-09-2015.

Eis o artigo.

Francisco não é o primeiro pontífice a pisar em território cubano, é o terceiro. Mas é o primeiro desde 1959 a avistar em Havana a bandeira norte-americana tremulando ao lado da cubana. Façanha pela qual é um dos principais responsáveis, junto com o presidente Barack Obama.

A grande imprensa brasileira sempre se assumiu como católica, apostólica, romana. Com a cobertura da viagem do papa à Ilha percebe-se que, além disso, nossos jornalões exibem-se majoritariamente, sem pudor, como sectários e reacionários.

Dos três diários de referência nacional, dois deles seguem a linha inflexível da Opus Dei – “Globo” e “Estadão”. Sem forçar uma autonomia, a “Folha” procura demarcar-se sutilmente da discretíssima prelazia conservadora global, embora mantenha fortes vínculos com o seu expoente no Brasil, Yves Gandra Martins.

O esquema foi reproduzido com total transparência no último fim de semana. Os jornalões obedeceram aos mesmos critérios e preconceitos, como se editados pela mesma pessoa ou conectados por telepatia...

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http://www.ihu.unisinos.br/noticias/547168-papa-em-cuba-opus-dei-na-retranca-