Não é a primeira vez que um livro de Gianluigi Nuzzi, jornalista e escritor italiano, enfurece o Vaticano, mas, desta vez, a publicação de Via Crucis (Ed. Chiarelettere) é até precedida por prisões. A reportagem é de Carlo Tecce, publicada no jornal Il Fatto Quotidiano, 03-11-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis a entrevista.

Por que o Vaticano teme o livro tanto assim?

Eu conto pela primeira vez a "Via Crucis" deFrancisco, que começou logo que ele se tornou papa, por levar adiante as reformas, mudar a Cúria, afastar os mercadores do templo. O livro revela a situação dramática que Jorge Mario Bergoglio herdou deJoseph Ratzinger, feita de negócios opacos, privilégios, perseguições. Temem-se os livros que contam os fatos, reconstruindo-os com documentos incontestáveis, que querem dar a conhecer essas realidades que nada têm a ver com o Evangelho, que testemunham os contínuos obstáculos que impedem que esse pontífice alcance os objetivos que ele anuncia. Bergoglio não faz marketing, é ele mesmo, mas se defronta com uma Cúria em que a mudança nos dicastérios, nos postos de comando ocorre lentamente para não criar fraturas.

O que essas relações secretas sobre os orçamentos e sobre as finanças vaticanas demonstram?

Que os cardeais deixaram os carros de luxo na garagem, mas continuam morando em apartamentos de 500 metros quadrados, enquanto o único que quer mudar realmente – Bergoglio, justamente – vive em apenas 50 metros quadrados. É um exemplo banal que explica bem as contradições ainda muito fortes do Vaticano...

*Leia na íntegra. Clique aqui:

http://www.ihu.unisinos.br/noticias/548590-qos-cardeais-deixaram-os-carros-de-luxo-na-garagem-mas-continuam-morando-em-apartamentos-de-500-metros-quadradosq-entrevista-com-gianluigi-nuzzi