O falecimento de Girard nos dá a oportunidade de voltar a alguns dos seus temas, ainda hoje de extrema atualidade: a violência, a questão das vítimas, o conceito de revelação e a ação de Deus por nós.
O que realmente preocupa Girard são as vítimas do mecanismo sacrificial. O seu percurso, que começou como análise literária, tornou-se lentamente uma espécie de conversão pessoal à causa das vítimas e ao anúncio daquela que era, segundo ele, a verdadeira boa nova para toda a humanidade: Jesus morreu para que nós pudéssemos reconhecer o mecanismo sacrificial.
A morte de Cristo, portanto, tem uma função reveladora de um conhecimento. O processo de revelação, já iniciado no Antigo Testamento, chega ao seu cumprimento na cruz, com a morte da única vítima que, ao contrário do que é mostrado nas narrativas mitológicas, nos é claramente indicada como inocente...
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