Frei Evaldo Xavier Gomes, O. Carm

Comunidade? Como o próprio termo revela comunidade implica sempre em unidade, comunhão de diversos por um elo comum. Infelizmente nem sempre essa palavra é entendida no seu sentido autêntico, sendo dolorosamente desvirtuada. Esse conceito pode ser definido em negativo, refletido e refletindo no que não é. 

Comunidade não combina com gueto, com torcida organizada, com ilhas de pensamento, com opiniões enrijecidas, com personalismos, com endeusamentos, com exclusão do novo e tantas outras “cercas de arame farpado”, criadas pela pequenez humana. Não é também terreno de “usucapião”, em que tempo é igual a poder. 

Não é o passado que se coloca como pedra de tropeço do porvir. Comunidade são mãos que se abrem para o serviço comum e não somente para projetos isolados de grupos ou de indivíduos. Comunidade são vozes diversas que cantam uma música que seja de todos; é por as cartas na mesa e não o murmúrio das esquinas; são braços abertos e sorriso de boas vindas; é partilha de vida e de serviços; é respeito; é disponibilidade; é saber ouvir e debater; é rezar juntos; é libertação de medos e apegos de estabilidade; é compromisso com o outro e libertação de egoísmos e vaidades; é parceria e trabalho; comunidade é viver a esperança e não o culto ao passado; é voluntariado desinteressado; é enfim a vivência da fé que derruba muros e barreiras visíveis e invisíveis. 

Num dia de sol a linha do horizonte parece muito distante, mas a visão é sempre bela. Qual é a comunidade ideal? Como a paisagem no fundo do horizonte, a comunidade que queremos é meta, destino, é enfim a missão de todos nós. Felizmente, os braços trabalham em conjunto e as vozes cantam em harmonia, quando e somente quando há abertura de coração e de mente.

Fonte: http://igrejadocarmo.com.br

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