Frei Carlos Mesters, Carmelita.

Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ.

A misericórdia de Jesus para com os que choram

Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.

Não existe pessoa neste mundo que nunca chorou. Nem Jesus escapa. Nascemos chorando. Uns choram mais que os outros. O choro pode ter muitas causas: choro de raiva e de ódio, choro de amor e de compaixão. Choro alegre e choro triste. Jesus chorou várias vezes. Chorou sobre Jerusalém, porque ela não soube perceber o dia da visita do Senhor (Lc 19,41-44). Chorou diante do túmulo de Lázaro (Jo 11,35), diante do povo faminto que o procurava (Mc 6,34). Diante da tristeza de tanta gente, Jesus imitava o Servo de Javé anunciado por Isaías: "Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e carregou as nossas doenças" (Mt 8,17).

Jesus enxugou muitas lágrimas e devolveu a alegria a muita gente. Ele imitava Deus que, como diz Isaias, “enxugará as lágrimas de todas as faces” (Is 25,8). Como devem ficado alegres a viúva de Naím, cujo filho único ele ressuscitou (Lc 7,11-17); a Cananéia, cuja filha curou (Mc 7,24-30); a mulher de hemorragia irregular que se curou graças à sua fé em Jesus (Mc 5,25-34); o cego Bartimeu (Mc 10,46-52), o velho Zaqueu (Lc 19,1-10), a Samaritana (Jo 4,7-42), a mulher adúltera (Jo 8,1-11), a mulher curvada (Lc 13,11), Madalena (Lc 8,2; Jo 20,11-18), Marta e Maria, irmãs de Lázaro (Jo 11,17-44), tantos e tantas! Não dá para enumerar todos os casos de aflição que se converteram em consolo e alegria graças à misericórdia de Jesus...

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